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Penal - Roteiro 03

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Página 1 de 8 
NOME DO ALUNO Radharani Bertazzo da Silva 
14/04/2020 ESTUDO DIRIGIDO 
DIREITO 
PENAL 
1 
 
LIMITES CONSTITUCIONAIS 
DO DIREITO PENAL 
 
ORIENTAÇÕES: 
1. Preencha os tópicos abaixo, utilizando ao menos TRÊS autores diferentes, fazendo as 
devidas citações dos mesmos em notas de rodapé, e referindo exemplos esclarecedores. 
2. Ao final, CRIE UMA questão objetiva, que abranja todo o conteúdo do presente estudo, e 
UMA questão objetiva sobre um conteúdo específico, destacando-as com a resposta correta. O 
critério para avaliação deste item será a ORIGINALIDADE (o não envolvimento do nome do 
Professor.) 
3. O trabalho deverá ser entregue em formato PDF, com o corpo do texto em fonte Calibri, 
tamanho 12, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, 
e recuo de 1,25cm na primeira linha. As notas de rodapé em fonte Calibri, tamanho 9, em 
parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e Hanging de 
0,5cm. O documento deverá ter margem direita em 1,5cm e as demais em 2,0cm. 
Bom trabalho!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Conforme as palavras de Guilherme Nucci: “Concentra-se no devido processo legal, cuja raiz 
remonta à Magna Carta de 1215 (“Nenhum homem pode ser preso ou privado de sua propriedade a 
não ser pelo julgamento de seus pares ou pela lei da terra”). A célebre expressão “by the law of the 
land” (lei da terra), que inicialmente constou da redação desse documento histórico, transmudou-se 
para “due process of law”(devido processo legal). A modificação vernacular não teve o condão de 
apartar o significado histórico do princípio. Buscou-se uma garantia e uma proteção contra os 
desmandos do rei, que encarnava a época autoritária absoluta na Inglaterra. Não mais seria possível 
admitir a prisão ou a perda de bens de qualquer pessoa em virtude de simples capricho do 
governante. A tolerância havia atingido seu limite, tornando-se essencial o surgimento do princípio 
da legalidade ou da reserva legal, determinando o império da lei sobre a vontade do rei.”1 
Conforme as palavras de Rogério Greco: “É o princípio da legalidade, sem dúvida alguma, o 
mais importante do Direito Penal. Conforme se extrai do art.1º do Código Penal, bem como do 
inciso XXXIX do art. 5º da Constituição Federal, não se fala na existência de crime se não houver uma 
lei definindo-o como tal. A lei é a única fonte do direito penal quando se quer proibir ou impor 
condutas sob a ameaça de sanção. Tudo o que não for expressamente proibido é lícito em direito 
penal. Por essa razão, Von Liszt diz que o Código Penal é a Carta Magna do delinquente.”2 
Conforme as palavras de André Luís Callegari: “O princípio da legalidade pode ser considerado 
um das conquistas mais importantes da Revolução Francesa (conquanto já existente à época), 
constante no artigo 7° da Declaração dos Direitos do Homem de 1789, representado pelo aforismo 
nullum crimem, nulla poena sine lege. Determina que nenhum fato pode ser considerado proibido e 
merecedor de pena sem que exista uma lei que assim determine. Para fins penais, portanto, apenas 
pode ser considerado crime aquilo que, previamente, estiver disposto como tal em lei.”3 
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “O princípio da legalidade impõe limites 
ao arbítrio judicial, mas não impede que o Estado — observada a reserva legal — crie tipos penais 
iníquos e comine sanções cruéis e degradantes. Por isso, impõe-se a necessidade de limitar ou, se 
possível, eliminar o arbítrio do legislador no que diz respeito ao conteúdo das normas penais 
incriminadoras.”4 
Diante de tais citações, faço me entender que princípio da legalidade é a norma que rege que 
nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada, sem que antes 
desse mesmo fato, já se tenha instituído por lei o tipo delitivo e sua pena respectiva, constituindo de 
tal forma uma real limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais. 
EX: O individuo mata sua mulher e no dia do seu julgamento, alega que fez o ato em virtude 
da sua honra. O mesmo não é considerado crime, pois até o momento do ato não havia lei 
escrita. Desta forma o individuo levado a julgamento foi absolvido em virtude do princípio da 
legalidade. No exemplo relatado a cima, podemos ver que com base no principio da 
legalidade o réu é absolvido por que não existe forma transcrita em lei, fazendo com que o 
ato praticado não seja considerado crime. 
 
1
 NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol . 1. – Rio de Janeiro:Forense,2017. 1164p. 
2
 GRECO, Rogério. Curdo de Direito Penal: “: ´parte geral, volume 1, 19.ed- Niterói, Rio de Janeiro: Impetus, 2017. 983p. 
3
 CALLEGARI, André Luís. Teoria Geral do delito e da imputação objetiva. 3. Ed. rev. E ampl. – São Paulo: Atlas,2014.pp- 1. 
4
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. 351p. 
 
2 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA 
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “O princípio da intervenção mínima, 
também conhecida como ultima ratio, orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando 
que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a prevenção 
de ataques contra bens jurídicos importantes. Ademais, se outras formas de sanção ou outros meios 
de controle social revelarem-se suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização é 
inadequada e não recomendável. Assim , se para o restabelecimento da ordem jurídica violada forem 
suficientes medidas civis ou administrativas, são estas as que devem ser empregadas, e não as 
penais. Por isso, o Direito Penal deve ser a ultima ratio do sistema normativo, isto é, deve atuar 
somente quando os demais ramos do Direito revelarem-se incapazes de dar a tutela devida a bens 
relevantes na vida do indivíduo e da própria sociedade.”5 
Conforme as palavras de Luiz Flavio Gomes: “Princípio da intervenção mínima: a intervenção 
penal deve ser fragmentária e subsidiária. Isso é o que caracteriza o chamado Direito penal mínimo. 
O princípio da intervenção mínima possui dois aspectos relevantes: (a) fragmentariedade; e (b) 
subsidiariedade.”6 
Conforme as palavras de André Luiz Callegari: “Sendo o Direito Penal a última instância de 
tutela do Direito (ultima ratio), a que intervém com maior “violência” no âmbito social, deve-se 
permitir sua atuação somente nos casos que envolvam agressões de extrema gravidade. Nesse 
sentido, são concebidas duas faces do princípio da intervenção penal mínima: a primeira reflete o 
princípio da fragmentariedade, segundo o qual o Direito Penal somente deve atuar frente às 
agressões mais graves produzidas contra os bens jurídicos mais importantes; a segunda se configura 
no princípio da subsidiariedade, pelo qual apenas devem ser impostas consequências penais para os 
casos aos quais as outras instâncias de controle não se mostrem efetivas. ”7 
 
Diante de tais citações, faço me entender por princípio da intervenção mínima a forma do 
Direito penal que intervêm o menos possível na vida em sociedade, somente entrando em ação 
quando, comprovadamente, os demais ramos do direito não forem capazes de proteger aqueles 
bens considerados de maior importância. Deste modo o Direito Penal só deve ser utilizado como 
ultima instancia, devendo ser subsidiário ou fragmentário. 
Exemplo: Em uma empresa existe dois sócios o John e o Paulo. John o sócio majoritário 
resolve vender sua parte de empresa para outra pessoa. Após saber disso Paulo o sócio 
minoritário se revolta e decide matar seu colega de trabalho. Neste caso, o fato da venda de 
ações seria resolvido através do Direito Civil, mas após acontecer um homicídio quem 
resolverá este crime é o Direito Penal. 
 
 
5
 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direitopenal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. 351p. 
6
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
7
 CALLEGARI, André Luis. Teoria geral do delito e da imputação objetiva 3.ed.rev. e ampl. - São Paulo: Atlas, 2014. 246p. 
3 PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE 
Conforme as palavras de Cezar Roberto Bitencourt: “A fragmentariedade do Direito Penal é 
corolário do princípio da intervenção mínima e da reserva legal, como destaca Eduardo Medeiros 
Cavalcanti: “o significado do princípio constitucional da intervenção mínima ressalta o caráter 
fragmentário do Direito Penal”. Ora, este ramo da ciência jurídica protege tão somente valores 
imprescindíveis para a sociedade. Não se pode utilizar o Direito Penal como instrumento de tutela de 
todos os bens jurídicos. E neste âmbito, surge a necessidade de se encontrar limites ao legislador 
penal”. Nem todas as ações que lesionam bens jurídicos são proibidas pelo Direito Penal, como nem 
todos os bens jurídicos são por ele protegidos.”8 
Conforme as palavras de André Luís Callegari: “No primeiro caso (princípio da 
fragmentariedade, se institui que, para legitimar a intervenção penal, não basta a existência de lesão 
de gravidade considerável, se for direcionada a bem jurídico não tutelado penalmente, assim como a 
ocorrência de lesão insignificante a bem jurídico-penalmente relevante. Tanto o bem jurídico deve 
ser de importância tal que justifique a tutela penal, como a própria lesão precisa ser significante.”9 
Conforme as palavras de Luiz Flavio Gomes: “Princípio da fragmentariedade: o Direito penal 
existe para a tutela de bens jurídicos, os mais relevantes e contra os ataques mais intoleráveis”10 
Conforme as palavras de Damásio de Jesus: “É consequência dos princípios da reserva legal e 
da intervenção necessária (mínima). O Direito Penal não protege todos os bens jurídicos de violações: 
só os mais importantes. E, dentre estes, não os tutela de todas as lesões: intervém somente nos 
casos de maior gravidade, protegendo um fragmento dos interesses jurídicos. Por isso é 
fragmentário.”11 
Diante de tais citações, faço me entender por princípio da fragmentariedade, o mesmo é uma 
das características do princípio da intervenção mínima, juntamente com a subsidiariedade. O 
princípio da fragmentariedade também é uma consequência da adoção de mais dois princípios o da 
lesividade e adequação social, e não somente de um deles (o da intervenção mínima). Neste princípio 
o estado só protege os bens jurídicos mais importantes, assim intervém só nos casos de maior 
gravidade. 
Exemplo: POSIÇÃO DO STJO STJ declarou que o princípio da fragmentariedade impede que se 
considere crime de falsificação de documento público a simples omissão de anotação na carteira de 
trabalho do empregado. “Como corolário, o princípio da fragmentariedade elucida que não são todos os 
bens que têm a proteção do Direito Penal, mas apenas alguns, que são os de maior importância para a 
vida em sociedade. Assim, uma vez verificado que a conduta do agente é suficientemente reprimida na 
esfera administrativa, de acordo com o art. 47 da CLT, a simples omissão de anotação não gera 
consequências que exijam repressão pelo Direito Penal”
12
 
 
 
8
 BITENCOURT, Cezar Roberto Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. 351p 
9
 CALLEGARI, André Luis. Teoria geral do delito e da imputação objetiva 3.ed.rev. e ampl. - São Paulo: Atlas, 2014. 246p. 
10
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
11
 JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p. 
12
 Posição do STJ / (Quinta Turma, REsp 1.252.635-SP, de 24/04/2014)
12 
4 PRINCÍPIO DA HUMANIDADE 
Conforme as palavras de Luiz Luisi: “O princípio da humanidade é, segundo o magistério de 
Hans Heinrich Jescheck o postulado reitor do cumprimento da pena privativa da liberdade e consiste 
no reconhecimento do condenado como pessoa humana, e que como tal deve ser tratado. É no não 
esquecimento que o réu é pessoa humana, conforme escreve Eugênio Raul Zaffaroni, que repousa o 
princípio em causa.” 13 
Conforme as palavras de Guilherme Nucci: “Trata-se, sem dúvida, de um princípio regente, 
cuja missão é a preservação do ser humano, desde o nascimento até a morte, conferindo-lhe 
autoestima e garantindo-lhe o mínimo existencial.”14 
Conforme as palavras de André Luis Callegari: “Conforme apregoado por esse princípio, as 
penas cominadas e aplicadas devem ter em conta a pessoa do agente, a ser respeitado e ter 
preservada sua condição humana. Vedam-se, aqui, todas as formas de penas que contrariam a 
humanidade inerente à pessoa. Tanto a espécie de pena deve guardar compatibilidade com a 
condição humana do apenado, quanto as condições do local de seu cumprimento. Assim, não basta 
que a pena seja, por natureza, humana, se a maneira pela qual se dará seu cumprimento não o for.” 
15 
Conforme as palavras de Luiz Flávio Gomes: “Princípio da humanidade: a humanidade como 
princípio do Direito penal proíbe tratamento cruel, desumano ou degradante (CF, art. 5.°, inc. III) e, 
ao mesmo tempo, impõe respeito à integridade física do detento (CF, art. 5.°, inc. XLIX) etc. Nenhum 
tratamento, ademais, pode ser “imposto” compulsoriamente. Primeiro, porque o sujeito tem direito 
de ser diferente; segundo, porque tratamento sem a adesão do interessado não produz efeito algum 
na prática.”16 
 
Diante de tais citações, faço me entender por princípio da humanidade, que o mesmo veda a 
tortura e o tratamento degradante àqueles que se encontra com a liberdade restringida. Ele tem 
como base o Estado Democrático de Direito, o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e os efeitos 
deles decorrentes, tais como garantir que o direito fundamental constitucionalmente previsto seja 
seguido. 
Exemplo: O agente sequestra duas meninas de 15 anos, leva-as para um cativeiro, as estupra, 
e uma delas acaba ficando gravida. Após muitos 10 anos o agente e descoberto e preso, as 
mulheres agora são soltas e levadas a sociedade normalmente. O agente por sua vez é preso e 
julgado pela lei nacional brasileira, o mesmo não poderá receber pena de morte nem de 
tortura, pois estará resguardado pelo princípio da humanidade. 
 
13
 LUISI, Luiz. Os princípios constitucionais penais. Revista da Escola do Serviço Penitenciário do Rio Grande do Sul, PortoAlegre, n. 8, p. 
147-148, jul./set. 1991. 
14
 NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol . 1. – Rio de Janeiro: Forense,2017. 1164p. 
15
 CALLEGARI, André Luis. Teoria geral do delito e da imputação objetiva 3.ed.rev. e ampl. - São Paulo: Atlas, 2014. 246p. 
16
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
5 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
Conforme as palavras de Luiz Flávio Gomes: “O princípio da insignificância tem como 
fundamento a fragmentariedade do Direito penal. Não é exatamente a mesma coisa que intervenção 
mínima, se não uma manifestação dela. A mesma coisa pode-se dizer do princípio da adequação 
social. Condutas ou resultados socialmente adequados (tolerados), não entram no âmbito do Direito 
penal (do tipo penal).”17 
Conforme as palavras de Francisco de Assis Toledo: “Segundo o princípio da insignificância, 
que se revela por inteiro pela sua própria denominação, o direito penal, por sua natureza 
fragmentária, só vai até onde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Não deve ocupar-se 
de bagatelas.”18 
Conforme as palavras de Celso Delmanto: “Princípio da insignificância: É um instrumento de 
interpretação restritiva, por intermédio do qual se alcança "a proposição político-criminal da 
necessidade de descriminalização de condutas que, embora formalmente típicas, não atingem de 
forma relevante os bens jurídicos protegidos pelo direito penal" Fundamenta-senos princípios da 
intervenção mínima do direito penal e da proporcionalidade da pena em relação à gravidade do 
crime.”19 
Conforme as palavras de Damásio de Jesus: “Ligado aos chamados “crimes de bagatela” (ou 
“delitos de lesão mínima”), recomenda que o Direito Penal, pela adequação típica, somente 
intervenha nos casos de lesão jurídica de certa gravidade, reconhecendo a atipicidade do fato nas 
hipóteses de perturbações jurídicas mais leves (pequeníssima relevância material). Esse princípio tem 
sido adotado pela nossa jurisprudência nos casos de furto de objeto material insignificante, lesão 
insignificante ao Fisco, maus-tratos de importância mínima, descaminho e dano de pequena monta, 
lesão corporal de extrema singeleza etc. Hoje, adotada a teoria da imputação objetiva, que concede 
relevância à afetação jurídica como resultado normativo do crime, esse princípio apresenta enorme 
importância, permitindo que não ingressem no campo penal fatos de ofensividade mínima.”20 
Diante de tais citações, faço me entender por princípio da insignificância ou bagatela, o 
princípio que tem a finalidade de eliminar ou afastar a tipicidade penal, sendo um instituto supralegal 
aplicado no direito penal brasileiro como excludente de tipicidade material, tendo seus requisitos 
elencados pelos tribunais superiores. Segundo esse princípio refere-se, uma conduta humana, 
embora criminosa, tida como socialmente inadequada, passa a ser considerada atípica (afastando-se 
o seu caráter criminoso), em razão da pequena lesão provocada ao bem jurídico, que não representa 
prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem 
social. 
Exemplo: O agente entra em uma loja e furta cinco clips de metal, o mesmo não será preso 
nem julgado, pois estará resguardado pelo princípio da insignificância. Que ressalva que apesar do 
agente ter cometido um crime o mesmo é considerado um crime de menor agravante, sendo 
incoerente destinar vários órgãos públicos a resolver o mesmo. 
 
17
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
18
 TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal - 5ªEd. — São Paulo : Saraiva, 1994. 374p. 
19
 DELMANTO, Celso. Código Penal Comentado... [et al]. — 6. ed. atual. e ampl. — Rio de Janeiro: Renovar, 2002. 1114p. 
20
 JESUS, Damásio de. Direito Penal Parte Geral. 32ª ed. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 2011. Total de páginas 802. 
6 QUESTÕES 
Questão sobre TODO o conteúdo 
Analise as afirmações e marque a alternativa correta: 
I. O princípio da fragmentariedade é consequência dos princípios da reserva legal e da 
intervenção mínima. 
II. O princípio da insignificância impede que crimes com menores agravantes sejam levados a 
julgamentos. 
III. O direito penal protege todos os bens jurídicos de violações, até os de menor importância. 
IV. O princípio da humanidade protege que o agente que cometeu um crime seja alvo de tortura 
e tratamentos degradantes. 
 
a) Todas as afirmações estão corretas. 
b) Apenas as afirmações I e II estão corretas. 
c) Apenas as afirmações II e III estão corretas. 
d) Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas. - Está é a alternativa correta. 
e) Nenhuma das afirmações está correta. 
 
Questão sobre conteúdo ESPECÍFICO 
O princípio da insignificância, que defende a não intervenção do Direito Penal para coibir 
ações típicas que causem ínfima lesão ao bem jurídico tutelado é afastado pela jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça, em relação aos crimes. 
a) Praticados contra as mulheres ou em condição de violência de gênero. 
b) Contra o meio ambiente. 
c) Contra a Administração Pública. – Esta é a alternativa correta. 
d) Contra a criança e o adolescente. 
e) De menor potencial ofensivo. 
 
 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol . 1. – Rio de Janeiro:Forense,2017. 1164p. 
GRECO, Rogério. Curdo de Direito Penal: “parte geral, volume 1, 19.ed- Niterói, Rio de Janeiro: 
Impetus, 2017. 983p. 
CALLEGARI, André Luís. Teoria Geral do delito e da imputação objetiva. 3. Ed. rev. E ampl. – São 
Paulo: Atlas,2014.pp- 1. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal : Parte geral, Vol 1 - São Paulo : Saraiva, 2012. 
351p 
GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p. 
POSIÇÃO do STJ / (Quinta Turma, REsp 1.252.635-SP, de 24/04/2014) 
LUISI, Luiz. Os princípios constitucionais penais. Revista da Escola do Serviço Penitenciário do Rio 
Grande do Sul, PortoAlegre, n. 8, p. 147-148, jul./set. 1991. 
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal - 5ªEd. — São Paulo : Saraiva, 1994. 
374p. 
DELMANTO, Celso. Código Penal Comentado...— 6. ed. atual. e ampl. — Rio de Janeiro: Renovar, 
2002. 1114p.

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