Buscar

PRINCIPIO DA INSIGNIFICANCIA TCC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIANNE PESENTE SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E SUA APLICABILIDADE NO DIREITO PENAL 
BRASILEIRO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Presidente Prudente - SP 
2019 
 
 
 
 
 
DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIANNE PESENTE SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E SUA APLICABILIDADE NO DIREITO PENAL 
BRASILEIRO. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão, apresentado a 
Faculdade de Ciências Jurídicas, 
Administrativas e Contábeis, Curso de 
Direito, Universidade do Oeste Paulista, 
como parte para a sua conclusão. 
 
Orientador: Lucas Ferreira Furlan. 
 
 
Presidente Prudente - SP 
 2019 
 
 
 
 
MARIANNE PESENTE SOARES 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E APLICABILIDADE NO DIREITO PENAL 
BRASILEIRO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão, apresentado a 
Faculdade de Ciências Jurídicas, 
Administrativas e Contábeis Curso de Direito, 
Universidade do Oeste Paulista, como parte 
dos requisitos para a sua conclusão. 
 
Presidente Prudente, ... de .......... de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
 
 
 
_______________________________________________ 
Prof. Lucas Ferreira Furlan 
Universidade do Oeste Paulista – Unoeste 
Presidente Prudente- SP 
 
 
 
_______________________________________________ 
Prof. Airton Roberto Guelfi 
Universidade do Oeste Paulista – Unoeste 
Presidente Prudente- SP 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
Esse trabalho é dedicado à minha família, por sua capacidade de acreditar е investir 
em mim. Mãe, sеυ cuidado е dedicação foram o que me deram, em alguns momentos, 
а esperança pаrа seguir. Pai, meus pensamentos em seus ensinamentos em vida foi 
o que me deu força, dedico também a minha irmã, com vocês tenho a certeza de qυе 
não estou sozinha nessa caminhada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço, em primeiro lugar, à Deus, que está sempre à frente da minha vida 
possibilitando-me alcançar todos os meus objetivos e sonhos. 
Agradeço também ao meu orientador Lucas Ferreira Furlan a realização deste 
trabalho só foi possível, graças a orientação e disponibilidade dele. 
Por fim, a todos os professores que fizeram parte da minha vida acadêmica, 
contribuindo para minha formação profissional e até mesmo pessoal. 
Muito obrigada a todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A menos que modifiquemos à nossa maneira 
de pensar, não seremos capazes de resolver 
os problemas causados pela forma como nos 
acostumamos a ver o mundo”, (Albert 
Einstein) 
 
 
 
 
RESUMO 
O Princípio da Insignificância e sua aplicabilidade no Direito Penal Brasileiro. 
O princípio da Insignificância tem como objetivo excluir a tipicidade dos crimes 
considerados de bagatela, ou seja, aqueles de pouca ou nenhuma relevância para o 
direito penal, esse princípio por sua vez não está expresso em lei, gerando 
controvérsias quanto a sua aplicação. 
No decorrer do trabalho será abordado pontos importantes para o conhecimento e 
aplicação desse princípio, tais como seu conceito, origem, uma breve explicação 
sobre a teoria do crime, entendimentos jurisprudenciais, afim de, demonstrar como o 
Supremo Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal se posicionam a respeito 
desse princípio, além de expor os requisitos exigidos para a efetiva aplicação. 
A valoração do princípio da insignificância é outro ponto importante do trabalho, para 
definir o que é considerado insignificante diante de todo o exposto. 
Por fim, mostra a repercussão social desse princípio, priorizando o impacto na 
sociedade e como ele é visto pela sociedade por se tratar de uma excludente de 
tipicidade, aborda o questionamento sobre se esse princípio é um avanço para a 
sociedade ou se incentiva o aumento da criminalidade com base na impunibilidade. 
 
 
Palavras-chave: Princípio da Insignificância. Tipicidade. Relevância. Jurisprudência. 
Requisitos. Valoração e repercussão social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The Principle of Insignificance and its applicability in Brazilian Criminal Law. 
The principle of Insignificance aims to exclude the typicity of crimes considered as 
trifling, that is, those of little or no relevance to criminal law, this principle in turn is not 
expressed in law, generating controversies as to its application. 
In the course of the work, important points will be addressed for the knowledge and 
application of this principle, such as its concept, origin, a brief explanation of the theory 
of crime, jurisprudential understandings, in order to demonstrate how the Supreme 
Court of Justice and the Federal Supreme Court position themselves on this principle, 
in addition to exposing the requirements required for the effective application. 
The valuation of the principle of insignificance is another important point of the work, 
to define what is considered insignificant in the face of all the above. 
Finally, it shows the social repercussion of this principle, prioritizing the impact on 
society and how it is seen by society because it is a typical exclusion, addresses the 
questioning of whether this principle is a breakthrough for society or encourages the 
increase of based on imputability. 
 
Keywords: 
Principle of Insignificance. Typicality. Relevance. Jurisprudence. Requirements. 
Valuation and Social Repercussion. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
AGRG- Agravo Regimental 
CPM- Código Penal Militar 
HC- Habeas Corpus 
MIN- Ministro 
REL- Relator 
STF- Supremo tribunal Federal 
STJ- Superior Tribunal de Justiça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9 
2 TEORIA DO CRIME. .................................................................................... 11 
2.1 Do Crime ...................................................................................................... 11 
2.1.1 Tipicidade Penal ......................................................................................... 13 
3 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA .............................................................. 18 
3.1 Origem ......................................................................................................... 18 
3.2 Conceitos .................................................................................................... 20 
3.2.1 Princípios ...................................................................................................... 20 
3.2.2 Princípio da intervenção mínima................................................................... 22 
4 ENTENDIMENTOS JURISPRUDÊNCIAIS .................................................. 25 
4.1 Requisitos para a aplicação do princípio segundo o STF e o STJ. ........ 25 
4.1.1 Mínima ofensividade da conduta do agente ................................................. 25 
4.1.2 Ausência de periculosidade social da ação. ................................................. 26 
4.1.3 Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento ................................. 27 
4.1.4 Inexpressividade da lesão jurídica ................................................................ 27 
4.2 Inaplicabilidade do Princípio da Insignificância ...................................... 28 
5 VALORAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ............................... 30 
6 REPERCUSSÃO SOCIAL DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ............ 32 
6.1 O impacto da aplicação do princípio da insignificância na sociedade .. 33 
6.2 Princípio da Insignificância como causa de absolvição .........................33 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................29 
REFERÊNCIAS.............................................................................................36 
 
9 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O presente trabalho trata sobre o princípio da insignificância que é um tema 
bastante discutido no cenário jurídico, que no decorrer do tempo teve sua aplicação 
cada vez mais implantada em teses de defesa no Direito Penal. 
O princípio da Insignificância tem como objetivo excluir a tipicidade dos crimes 
considerados de bagatela, ou seja, aqueles de pouca ou nenhuma relevância para o 
direito penal, esse princípio por sua vez não está expresso em lei, gerando 
controvérsias quanto a sua aplicação. 
Sendo assim quanto à sua aplicação, é necessária extrema cautela, devendo 
ser somente considerado o realmente insignificante, observando as circunstâncias 
objetivas e subjetivas de cada caso concreto, para que inexista a abertura para 
qualquer tipo de impunidade. 
Ainda quanto a sua aplicação em geral, o Brasil busca a aplicação do princípio 
da insignificância, tendência essa que vem aumentando, tendo em vista a busca por 
um direito mais humanizado e eficaz, limitando-se a agir quando tiver real 
necessidade. 
Porém, ainda existem divergências sobre o assunto, existindo posições 
contrárias, ainda hoje ocorrem casos absurdos, que ocasionam resultados e danos 
irreversíveis quanto à moralidade pessoal do indivíduo. 
O princípio da insignificância não se encontra expresso no direito positivo 
brasileiro, embora a doutrina e a jurisprudência, de modo geral, reconhecem a sua 
existência e a aplicação no dia a dia. Porém, importante observar que, apesar da 
grande aplicação do princípio, não há posição pacífica quanto o assunto, podendo ser 
encontrados os mais diversos posicionamentos, tanto na interpretação, quanto na 
efetivação. 
Após breve reflexão, o estudo em tela, intitulado Princípio da Insignificância e 
sua aplicação no direito penal brasileiro, tem por objetivo esclarecer esse princípio 
jurídico, que se trata de um tema muito discutido nos tribunais, que visa, sobre a não 
aplicação penal diante de pequenos delitos, cuja importância reflete na discussão 
acadêmica de um princípio, que suscita aprofundamento e, consequentemente, as 
atitudes tomadas atualmente, acerca desse assunto e as linhas de raciocínio adotadas 
pelos tribunais, visando minimizar “injustiças e traumas” que podem ser causados pela 
10 
 
 
 
 
 
condenação injusta de indivíduo que agiu de forma despretensiosa de ato que não 
feriu nenhum bem jurídico protegido. Trata-se de uma reflexão embasada em diversos 
autores, fundamentada em leis, jurisprudências, entre outros. 
Cientificamente, é importante, pois oferece a oportunidade de aprofundar o 
conhecimento e contribuir para que o respectivo tema ganhe espaço efetivo no 
conhecimento e seja fonte de formação de opiniões da comunidade acadêmica de 
ciências jurídicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
2 TEORIA DO CRIME. 
Podemos definir infração penal como um todo no qual engloba os crimes, os 
delitos e as contravenções, o Brasil adota a teoria bipartido, sendo assim ele divide 
de um lado os crimes e os delitos e de outro as contravenções penais. (GRECO, 2017) 
O que diverge o crime da contravenção é bem simples e está explicita no art.1º 
do Código Penal. 
Art. 1º Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de 
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que 
a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou multa, ou ambas, 
alternativa ou cumulativamente. (BRASIL,1940) 
 
Essa regra foi quebrada pela lei nº11343/06, pelo seu art.28, que diz sobre as 
penas relativas ao delito de consumo de drogas, que não fez previsão de qualquer 
pena privativa de liberdade, nem pecuniária, o que faz gerar dúvidas se nesse caso 
estamos diante de um crime ou uma contravenção penal. (GRECO, 2017) 
Portanto a maioria dos doutrinadores definem as contravenções como sendo 
pequenos delitos ou como chamam delitos-anões, que são aquelas infrações que não 
ofendem bens jurídicos tão relevantes, essas podem ser facilmente “abraçadas” pelo 
princípio da insignificância. 
2.1 Do Crime 
O código penal não traz um conceito de crime, porém algumas doutrinas 
trazem o conceito de em sua obra. 
Vários doutrinadores, tentaram da melhor forma estabelecer o conceito de 
delito e chegaram a conclusão dos seguintes conceitos que analisaremos: formal, 
material e analítico. 
Quanto ao aspecto formal e material Rogério Greco (2017, p.226) diz que 
Sob o aspecto formal, crime seria toda conduta que atentasse, que colidisse 
frontalmente com a lei penal editada pelo Estado. Considerando-se o seu 
aspecto material, conceituamos o crime como aquela conduta que viola os 
bens jurídicos mais importantes. Na verdade, os conceitos formal e material 
não traduzem com precisão o que seja crime. 
Através deste, surge o conceito chamado de analítico, esse sim aborda 
realmente as características que compõem a infração Penal. 
Alguns autores, dizem que o crime é composto pela ação típica, ilícita e 
culpável. Podemos dizer também, sem nos afastarmos desse conceito, em vez de 
12 
 
 
 
 
 
ação típica, fato típico, pois o fato, abrange a conduta do agente, o resultado dela 
advindo, bem como o nexo de causalidade entre a conduta e o resultado. Portanto, 
não vislumbramos diferença que mereça destaque entre as expressões ação típica ou 
fato típico. 
Rogério Greco (2017, p.227) diz que 
Para que se possa falar em crime é preciso que o agente tenha praticado 
uma ação típica, ilícita e culpável. Alguns autores, a exemplo de Mezger e, 
entre nós, Basileu Garcia, sustentam que a punibilidade também integra tal 
conceito, sendo o crime, pois, uma ação típica, ilícita, culpável e punível. 
Estamos com Juarez Tavares, que assevera que a punibilidade não faz parte 
do delito, sendo somente a sua consequência. 
 
O crime é um todo unitário e indivisível, pois para cometê-lo deve o agente 
cometer de fato o delito que é composto de fato típico, ilícito e culpável, senão 
presente esses pressupostos, o fato será considerado um indiferente penal. 
O “pai” do princípio da insignificância, Roxin (apud. Rogério Greco,2017, 
p.227) afirma que 
Quase todas as teorias do delito até hoje construídas são sistemas de 
elementos, isto é, elas dissecam comportamento delitivo em um número de 
diferentes elementos (objetivos, subjetivos, normativos, descritivos etc.), que 
são posicionados nos diversos estratos da construção do crime, constituindo 
algo como um mosaico do quadro legislativo do fato punível. Esta forma de 
proceder acaba levando a que se votem grandes esforços à questão sobre 
que posicionamento no sistema do delito deve ocupar esta ou aquela 
elementar do crime; pode-se descrever a história da teoria do delito nas 
últimas décadas como uma migração de elementares dos delitos entre 
diferentes andares do sistema. 
O Brasil, de acordo com a visão analítica, conceitua o crime como sendo o 
fato típico, ilícito e culpável. 
Considerando fato típico sendo toda conduta dolosa ou culposa, comissiva ou 
omissiva, com um resultado e que esteja presente o nexo de causalidade entre a 
conduta e o resultado, assim como a tipicidade seja ela formal ou conglobante. 
Já o fato ilícito, Rogerio Greco (2017, p.228) define como: 
A ilicitude, expressão sinônima de antijuridicidade, é aquela relação de 
contrariedade, de antagonismo, que se estabelece entre a conduta do agente 
e o ordenamento jurídico. A licitude ou a juridicidade da conduta praticada é 
encontrada por exclusão, ou seja, somente será lícita a conduta se o agente 
houver atuado amparado por uma das causas excludentes da ilicitude 
previstas no art. 23 do Código penal. Além das causas legaisde exclusão da 
antijuridicidade, a doutrina ainda faz menção a outra, de natureza supralegal, 
qual seja, o consentimento do ofendido. 
13 
 
 
 
 
 
Por último, mas não menos importante o fato deve ser culpável, Rogério Greco 
(2017, p.228) define o que é culpabilidade 
Culpabilidade é o juízo de reprovação pessoal que se faz sobre a conduta 
ilícita do agente. São elementos integrantes da culpabilidade, de acordo com 
a concepção finalista por nós assumida: 
a) imputabilidade; 
b) potencial consciência sobre a ilicitude do fato; 
c) exigibilidade de conduta diversa. 
Damásio, Dotti, Mirabete e Delmanto (apud Rogério Greco, 2017, p.229) 
“entendem que o crime, sob o aspecto formal, é um fato típico e antijurídico, sendo 
que a culpabilidade é um pressuposto para a aplicação da pena”. 
2.1.1 Tipicidade Penal 
Primeiramente devemos notar a diferença entre tipo e tipicidade. O tipo é 
considerado a formula que pertence a lei, já a tipicidade está ligada diretamente a 
conduta. 
Cezar Roberto Bitencourt (2011, p.738) diz que 
A teoria do tipo criou a tipicidade como característica essencial da dogmática 
do delito, fundamentando-se no conceito causal de ação, concebida por Von 
Liszt. Reconhecendo, desde logo, a unidade do delito, destacamos a 
necessidade metodológica de distinguir os estágios ou degraus valorativos 
que permitem a atribuição de responsabilidade penal, quais sejam, a 
tipicidade, a antijuridicidade e a culpabilidade, facilitando o estudo, a 
compreensão e a análise do fenômeno delitivo na sua totalidade. 
Podemos dizer que o Tipo Penal é o próprio artigo da lei e que, o Fato típico 
é inerente a norma penal. 
Acerca disso, Cezar Roberto Bitencourt (2011, p.738) considera que 
Tipo é o conjunto dos elementos do fato punível descrito na lei penal. O tipo 
exerce uma função limitadora e individualizadora das condutas humanas 
penalmente relevantes. É uma construção que surge da imaginação do 
legislador, que descreve legalmente as ações que considera, em tese, 
delitivas. Tipo é um modelo abstrato que descreve um comportamento 
proibido. Cada tipo possui características e elementos próprios que os 
distinguem uns dos outros, tornando-os todos especiais, no sentido de serem 
inconfundíveis, inadmitindo-se a adequação de uma conduta que não lhes 
corresponda perfeitamente. Cada tipo desempenha uma função particular, e 
a falta de correspondência entre uma conduta e um tipo não pode ser suprida 
por analogia ou interpretação extensiva. 
Seguindo isso a maioria dos doutrinadores, define o fato típico como sendo, 
toda conduta seja ela de ação ou omissão descrita em lei como infração penal, ou 
seja, crime ou contravenção. Diante disso definimos tipicidade como a qualidade que 
se dá a esse fato, ou seja, a relação entre um comportamento e o tipo legal de crime. 
14 
 
 
 
 
 
A tipicidade trata-se de um ato valorativo, atributivo, levando-se em 
consideração que nenhum crime ou melhor dizendo nenhuma infração penal é igual a 
outra, sendo necessário o frequente uso da analogia. 
A tipicidade penal visa determinar o tipo ou tipos penais de determinada 
conduta ilícita, se é de fato punível, se a conduta determinou um risco a algum bem 
jurídico tutelado pela Constituição Federal e se esse risco se confirmou, se existem 
excludentes de tipicidade. 
O conteúdo da tipicidade penal, no decorrer do tempo e da evolução jurídica, 
tem se aprimorado e tem sido ampliado de modo a atender a constante evolução 
social. 
São atribuídos ao tipo penal, diversas funções, dentre elas estão a função 
indiciária que delimita a conduta penalmente ilícita, a função de garantia conhecida 
como a fundamentadora ou limitadora pois define o tipo de injusto e a função 
diferenciadora do erro, que está ligada a teoria do tipo com função importante diante 
da teoria do erro jurídico-penal. 
A tipicidade penal, é necessária para a caracterização do fato típico, biparte-
se em formal e conglobante. 
O juiz comprova a tipicidade analisando e comparando a conduta particular e 
concreta com a individualização típica, para só assim definir se ela se adequa ou não. 
Podemos entender como tipicidade formal sendo a adequação perfeita da 
conduta do agente ao modelo abstrato previsto na lei penal. Cleber Masson (2011, 
p.244) considera que 
Tipicidade formal é o juízo de subsunção entre a conduta praticada 
pelo agente no mundo real e o modelo descrito pelo tipo penal. 
É a operação pela qual se analisa se o fato praticado pelo agente encontra 
correspondência em uma conduta prevista em lei como crime ou 
contravenção penal. 
Observando essa linha da tipicidade, estaríamos diante da rejeição do 
princípio da insignificância abordado na tipicidade, pois esta apoiaria uma corrente 
mais extremista na doutrina que entende que todo e qualquer bem merece a proteção 
do Direito Penal, desde que haja previsão legal para tal. Essa parte da doutrina nos 
levaria à fatos inusitados e absurdos tais como cita Rogerio Greco (2017, p.144) 
Dois jovens namorados, Pedro e Júlia, ambos com 18 anos de idade, 
resolvem ir ao cinema. Estudantes, somente possuem o dinheiro exato para 
15 
 
 
 
 
 
o ingresso na sessão. Ao passarem por uma loja de doces, Pedro, 
delicadamente, retira um caramelo de leite deixado à exposição do público, 
desembrulha-o e o leva à boca. Júlia, romanticamente, como se fosse dar um 
beijo em Pedro, parte o caramelo que a esperava entre os lábios do 
namorado. Quando ambos já estão prestes a entrar no cinema, eis que surge, 
esbaforido, o segurança da loja de doces, que os havia perseguido até o 
cinema, e os prende por terem praticado o delito de furto, uma vez que se 
deliciaram, mas não pagaram o caramelo de leite pertencente à empresa 
comercial. Para os mais radicais, Pedro e Júlia responderiam, vejam só, por 
um crime de furto. Mas não somente por um simples crime de furto, e sim por 
um furto qualificado pelo concurso de pessoas, cuja pena mínima é de dois 
anos, nos termos do art. 155, § 4º, IV, do Código Penal, haja vista que, com 
unidade de desígnio e unidos pelo liame subjetivo, subtraíram e dividiram, 
amorosamente, ainda no interior da loja de doces, o caramelo por eles 
consumido. 
Após dado o exemplo e nos levando a reflexão Rogerio Greco (2017, p.145) 
nos questiona da seguinte forma “Será que o legislador, ao criar o delito de furto, quis 
proteger todo e qualquer tipo de patrimônio, ou se preocupou somente com aqueles 
que, efetivamente, tivessem alguma importância?”. 
Após analisar e pensar sobre, como resposta a essa pergunta Carlos Vico 
Manãs (apud. Rogério Greco,2017, p.145) diz que 
“Ao realizar o trabalho de redação do tipo penal, o legislador apenas tem 
em mente os prejuízos relevantes que o comportamento incriminado possa 
causar à ordem jurídica e social. Todavia, não dispõe de meios para evitar 
que também sejam alcançados os casos leves. O princípio da insignificância 
surge justamente para evitar situações dessa espécie, atuando como 
instrumento de interpretação restritiva do tipo penal, com o significado 
sistemático político-criminal da expressão da regra constitucional do nullum 
crimen sine lege, que nada mais faz do que revelar a natureza subsidiária e 
fragmentária do direito penal.” 
Assim, nossos Tribunais Superiores têm entendido pela possibilidade da 
aplicação desse princípio nos delitos patrimoniais cometidos sem violência, que tenha 
como resultado pequeno dano ou objetos de pequeno valor. 
Já a tipicidade conglobante, é preciso verificar dois aspectos, primeiramente 
se a conduta do agente é antinormativa e se o fato é materialmente típico. O princípio 
da insignificância reside na tipicidade conglobante ou tipicidade material. 
Cleber Masson (2011, p.246-247) afirma que a tipicidade conglobante foi 
Criada peio penalista argentino Eugênio Raúl Zaffaroni, essa teoria sustenta 
que todo fato típico se reveste de antínormatívidade, pois, muito embora o 
agente atue em consonância com o queestá descrito no tipo incriminador, na 
verdade contrária a norma, entendida como o conteúdo do tipo ilegal. 
O nome “conglobante” deriva da necessidade de que a conduta seja 
contrária ao ordenamento jurídico em geral, conglobado, e não apenas ao 
Direito Penal. Não basta a violação da lei penal. Exige-se a ofensa a todo 
o ordenamento jurídico. Em suma, para a aferição da tipicidade reclama-se 
16 
 
 
 
 
 
a presença da antínormatívidade. 
 
Sendo assim, entende-se que não há formula exata para o direito, mas que 
precisamos agir da forma mais justa, pela busca real da justiça, tendo em vista que o 
legislador não consegue acompanhar a evolução social na mesma proporção que ela 
ocorre, procurando sempre situações análogas para obter um melhor e mais justo 
resultado para cada demanda. 
O tipo do delito, que é definido por uma ação licita ou ilícita deve conter a 
proibição da conduta descrita, assim como o aspecto fático sobre o qual se espelha a 
valoração e a própria proibição da norma, além de demonstrar o elemento valorativo 
que demonstra o seu conteúdo material. 
Há dentro da tipicidade penal, elementos objetivos e subjetivos, os objetivos 
são aqueles que possuem validade externa, que podem ser constatadas por outras 
pessoas, já o subjetivo, por sua vez, são aqueles fenômenos relativos do agente como 
o dolo, a intenção, motivos especiais. 
Vale lembrar que não há conduta delitiva sem que haja elemento estrutural do 
aspecto objetivo do crime. 
Haverá a possibilidade de excludente de tipicidade nos casos em que houver 
a aplicação da coação física absoluta, na aplicação do princípio da insignificância, 
assim como no princípio da adequação social e na teoria da tipicidade conglobante. 
Inclusive o art.22 do Código Penal (BRASIL,2015) “Se o fato é cometido sob 
coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de 
superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”. Esse artigo trata 
da coação moral, mas não da coação física irresistível, pois esta tira a voluntariedade 
do comportamento, deixando por esse fato de existir a conduta, se a mesma for 
resistível somente beneficiara o agente como atenuante. A coação física irresistível 
estará ligada a conduta em si. 
O Princípio da Insignificância deve ser estudado a luz da tipicidade material. 
Segundo esse princípio o Direito Penal só estaria limitado a agir nos delitos em que 
houvesse a extrema necessidade da proteção de determinado bem jurídico, não 
devendo, assim, se ocupar com bagatelas nome dado a pequenas coisas. 
A infração bagatelar por sua vez expressa um ataque a um bem jurídico no 
qual não requer ou não necessita da intervenção penal. 
17 
 
 
 
 
 
Sendo assim, a desnecessidade da pena consiste em diversos fatores, que 
serão analisados caso a caso, perante aquilo que o legislador prevê e o que é justo 
para determinado delito, apresentando uma solução menos gravosa para cada caso 
concreto. 
A teoria da adequação social, portanto, faz o papel de ligação entre as teorias 
da causalidade e finalista, usando a relevância social como critério em comum a todas 
as formas de comportamento, eximindo o crime. 
A tipicidade conglobante como já observado anteriormente, é aquela que 
entende que o Estado não pode condenar conduta tolerada por ele, não sendo uma 
corrente positivista, pois não adota exclusivamente o que está previsto em lei.
18 
 
 
 
 
 
3 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
3.1 Origem 
Antes de conhecermos mais a fundo o Princípio da Insignificância é de suma 
importância conhecermos sua origem, para um melhor aproveitamento do conteúdo 
que será exposto acerca de seu conceito, aplicação e finalidade, segue desse modo 
uma breve explicação sobre a sua origem histórica. 
A historicidade é essencial para a compreensão de todo e qualquer assunto, 
no Direito isso não se torna diferente. O princípio da insignificância por sua vez e no 
decorrer do tempo tem ganhado cada vez mais espaço no cenário jurídico, sendo alvo 
de elogios e críticas quanto a sua aplicação e finalidade, por isso é necessário 
entender de onde e como surgiu esse princípio e como seu desenvolvimento ocorreu 
no decorrer do tempo e na evolução da sociedade. 
Cleber Masson (2011, p.25) diz que 
O princípio da insignificância ou da criminalidade de bagatela surgiu 
inicialmente no Direito Civil, derivado do brocardo de mínimus non curai 
praetor. Em outras palavras, o Direito Penal não deve se ocupar de 
assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico. Na década de 70 
do século passado, foi incorporado ao Direito Penal pelos estudos de Claus 
Roxin. 
Com essa afirmativa podemos dizer que o Direito Penal só poderia ser 
provocado em casos de extrema importância e em situações de eminentes riscos de 
lesar o bem jurídico de modo geral, atualmente esse princípio compõe o Direito Penal, 
juntamente com vários outros de extrema importância para o perfeito funcionamento 
desse ramo do Direito. 
Há controvérsias quanto a sua origem, porém, não há dúvidas que o princípio 
tomou forma e validade após a implementação de Claus Roxin, que é considerado o 
nome mais importante para o desenvolvimento e aplicabilidade desse princípio , que 
de forma gradual foi adquirindo espaço e entendimento no ordenamento jurídico, o 
Brasil por sua vez adota esse princípio de forma justa e dinâmica abordado tanto pela 
doutrina como pela jurisprudência. 
De acordo com Ivan Luiz da Silva (2010, p.87) “o aspecto histórico do princípio 
da insignificância é devido a Claus Roxin, que no ano de 1964, o formulou como base 
de validez geral para a determinação do injusto”. 
19 
 
 
 
 
 
Antes disso, porém, já era possível verificar alguns vestígios desse princípio, 
ao menos no que se refere à sua base, ao questionarem doutrinadores mais antigos, 
sobre a sobrecarga do Direito Penal, com causas irrelevantes, de pouca ou nenhuma 
lesividade a nenhum bem jurídico, ocorrendo assim o uso excessivo da pena. 
Podemos facilmente imaginar que algum fato específico deve ter dado origem 
definitiva a esse princípio, tal princípio surgiu decorrido da enorme expansão e 
evolução que o Direito Penal conheceu nos últimos anos, se tornando uma das saídas 
para satisfazer os anseios sociais, como objetivo inicial de livrar a apreciação do 
Direito Penal quanto aos delitos insignificantes, ou seja, aqueles de pouca importância 
ou lesividade. 
Como fato determinador para a inserção do princípio da insignificância 
,segundo os doutrinadores alemães, pode ter se dado devida a criminalidade de 
bagatela ,que surgiu por causa das crises sociais provenientes das grandes guerras, 
mais precisamente após a primeira guerra mundial e em maior escala após a segunda 
guerra mundial, pois se verificou o grande aumento de delitos patrimoniais 
decorrentes do excesso de desemprego que acarretou na falta de alimentação, entre 
outros fatores que geraram um surto de furtos de pequena relevância, devido ao caos 
do período. 
Sendo assim o principal motivo para o surgimento da criminalidade de 
bagatela, foi o estado de necessidade que os cidadãos viviam naquela época pós-
guerra, que deixou a população com a visão de um futuro incerto para si e seus 
familiares, além da forte pressão, encontrando assim nos pequenos delitos um modo 
de sobrevivência para aquele período. 
Com base em todo o exposto, pode-se observar que, a origem do Princípio 
da Insignificância está vinculada ao princípio da legalidade, que estabelece segundo 
o art. 1º do Código Penal Brasileiro (2015) “que não há crime sem lei anterior que o 
defina, nem há pena sem prévia cominação legal”. Dito isso é possível notar o real 
motivo do princípio em estudo estar ganhando cada vez mais destaque. 
Esse princípio tem sido acolhido de forma majoritária pela jurisprudência 
nacional, podemos dizer que se trata de uma grande evolução para o direito em seu 
atual sistema, auxiliandono desafogamento do judiciário de certa forma, que por sua 
vez anda repleta de demandas para serem solucionadas, além de auxiliar na 
20 
 
 
 
 
 
resolução de um outro grande problema, evitando a superlotação carcerária brasileira, 
colocando na balança justiça e humanidade, para solucionar os casos de menor 
relevância de acordo com os fatos e pensamentos medidos e analisados pelo 
magistrado de acordo com o homem-médio. 
3.2 Conceitos 
3.2.1 Princípios 
O sistema jurídico é formado por regras e princípios, restando aqui a 
necessidade de conceituá-los e identificar suas funções para uma abrangente 
compreensão do tema em estudo. 
Dessa forma, podemos dizer que os princípios tratam-se de um conjunto de 
normas a serem seguidos por uma pessoa ou pela coletividade, e estão relacionados 
ao início de algo, ou seja, são os pontos iniciais para um determinado assunto. 
O dicionário jurídico por sua vez conceitua princípio como “Lei, doutrina ou 
acepção fundamental em que outras são baseadas”. (p.225, 2015) 
Com a constante evolução social, surgiu o Estado Democrático de Direito, 
devido ao modo em que a própria sociedade foi se organizando e se desenvolvendo. 
Alexandre de Moraes, caracteriza o Estado Democrático de Direito da 
seguinte forma (2015, p.6) 
O Estado Democrático de Direito, caracterizador do Estado Constitucional, 
significa que o Estado se rege por normas democráticas, com eleições livres, 
periódicas e pelo povo, bem como o respeito das autoridades públicas aos 
direitos e garantias fundamentais. 
Não podemos deixar de lembrar dos princípios constitucionais que são de 
extrema importância para o entendimento específico e técnico do princípio da 
insignificância, os princípios constitucionais são os valores basilares da ordem 
jurídica. Incluem os princípios fundamentais e os jurídicos- constitucionais, nenhuma 
decisão jurídica pode ser reconhecida se ferir esses princípios pois são eles que 
regem todo o ordenamento jurídico. 
O princípio em estudo não se mostra positivado em lei, mas decorre da 
interpretação das próprias normas e construções doutrinarias, devendo ser 
observadas e aplicadas nos casos em que o mesmo seja cabível. 
Os princípios foram muito valorizados com a criação da Constituição Federal 
de 1988, diante dela novos vetores, paradigmas e interpretações ganharam destaque 
21 
 
 
 
 
 
no cenário jurídico brasileiro. O Estado desligou-se do antigo modelo político 
constitucional baseado no Estado de Direito, definindo sua adesão ao Estado 
Democrático de Direito. As leis passaram a se caracterizar por possuir conteúdo e 
adequação social, ao invés de apenas garantir a igualdade formal entre todos. Esse 
novo aspecto das leis fundamenta-se no princípio mestre da nação brasileira, qual 
seja, o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. A Constituição Federal Brasileira 
destaca a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do Estado 
Democrático de Direito, em seu artigo 1º, inciso III (BRASIL, 1998) 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: [..] 
III - a dignidade da pessoa humana. 
O Direito Penal por sua vez na visão da maioria das pessoas tem a função de 
promover a máxima punição a qualquer infrator da lei, porém não é dessa forma que 
funciona. O Estado Democrático preza pela liberdade das pessoas, havendo assim a 
necessidade de criar regras para o funcionamento correto do Estado, dentre os 
instrumentos de controle da ordem, há o Direito Penal, considerado o mais severo, 
por estipular sanções que podem privar uma pessoa de sua liberdade, não havendo 
a necessidade de punir toda e qualquer pessoa que cometa uma infração, 
pretendendo punir somente apenas o comportamento humano absolutamente errado 
e se esse for efetivamente e comprovadamente ofensivo a um interesse social 
relevante. 
Podemos então dizer que o Direito Penal tem como real função limitar o poder 
punitivo do Estado, protegendo bens jurídicos mais relevantes contra os possíveis 
atos lesivos. 
Diante disso podemos dizer que a evolução de modo geral no âmbito jurídico 
e não somente no Direito Penal, contribuiu para o desenvolvimento de vários 
princípios que norteiam a nossa legislação como um todo e o aprimoramento e 
adequação da norma juntamente com o desenvolvimento social e cultural da 
sociedade, fez com que a busca por um país mais justo, se tornasse possível. 
Tanto é verdade que antes da Constituição Federal de 1988, bastava que o 
fato praticado se adequasse à letra da lei, para ser considerado como crime, com o 
surgimento do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana norteando os demais ramos 
22 
 
 
 
 
 
do Direito, além desse elemento formal, para um fato ser chamado de crime ou 
infração penal, passou a ser necessária a análise de um novo elemento, denominado 
material, que significa que, além de fato dever estar previsto em lei como crime, ainda 
deve colocar em perigo bens jurídicos tutelados e considerados importantes, de 
relevância para o social. 
É então a partir dessa nova visão que surge, de forma clara, no cenário 
jurídico brasileiro, o Princípio da Insignificância, em decorrência do novo elemento, o 
material, componente da infração penal. 
3.2.2 Princípio da intervenção mínima. 
O princípio da intervenção mínima, também conhecido como ultima ratio, 
limita o poder punitivo do Estado, impondo que o Direito Penal só deve se preocupar 
com a proteção dos bens mais importantes e necessários para manter a harmonia na 
vida em sociedade. 
Segundo Muñoz Conde (apud Rogerio Greco,2017, p.127) entende que 
O poder punitivo do Estado deve estar regido e limitado pelo princípio 
da intervenção mínima. Com isto, quero dizer que o Direito Penal somente 
deve intervir nos casos de ataques muito graves aos bens jurídicos mais 
importantes. As perturbações mais leves do ordenamento jurídico são 
objeto de outros ramos do Direito. 
Sendo assim, o Direito Penal deve atuar somente quando os outros ramos 
do Direito forem incapazes de resolverem os conflitos existentes naquele 
determinado caso, sendo incapazes de dar a assistência devida a bens relevantes 
na vida da sociedade, quando se tornar indispensável a ação do Direito Penal, 
somente assim ele deverá intervir para reestabelecer a ordem jurídica, 
caracterizando assim uma função subsidiária. 
Quanto a origem desse princípio Cezar Roberto Bittencourt em sua obra diz 
que (2011, p.98) 
Apesar de o princípio da intervenção mínima ter sido consagrado pelo 
Iluminismo, a partir da Revolução Francesa, “a verdade é que, a partir da 
segunda década do século XIX, as normas penais incriminadoras 
cresceram desmedidamente, a ponto de alarmar os penalistas dos mais 
diferentes parâmetros culturais. 
Critica-se, portanto, o abuso da criminalização e da penalização, indo contra 
o princípio da intervenção mínima, quando se deixa de lado a sua função subsidiária, 
23 
 
 
 
 
 
colocando em questionamento o caráter e significado, do que é justo e do que faz a 
justiça. 
Quanto ao caráter subsidiário do Direito Penal, Roxin (apud Rogério Greco 
,2017, p.128) assevera que 
A proteção de bens jurídicos não se realiza só mediante o Direito Penal, 
senão que nessa missão cooperam todo o instrumental do ordenamento 
jurídico. O Direito penal é, inclusive, a última dentre todas as medidas 
protetoras que devem ser consideradas, quer dizer que somente se pode 
intervir quando falhem outros meios de solução social do problema – como 
a ação civil, os regulamentos de polícia, as sanções não penais etc. Por 
isso se denomina a pena como a ‘ultima ratio da política social’ e se define 
sua missão como proteção subsidiária de bens jurídicos. 
É importante ressaltar que a sociedade muda constantemente e o Direito de 
forma geral tem que acompanhar essas mudanças, sendo assimo que era relevante 
para o Direito há anos atrás, atualmente pode não ser mais considerado como tal, não 
havendo a necessidade da aplicação do Direito Penal, por ter critério subsidiário e 
podendo ser solucionado por outros ramos do Direito. 
O Direito Penal tem como objetivo proteger os bens jurídicos de maior 
relevância que através do trabalho do legislador são definidas quais as condutas que 
devem ser sancionadas pelo Estado, que por sua vez tem o poder de punir aqueles 
que não observam a lei. 
O Princípio da Insignificância, por sua vez decorrente do princípio da 
Intervenção Mínima, foi inserido no mundo jurídico com a finalidade de afastar a 
incidência penal os delitos de pequena relevância, para que o Direito Penal por sua 
vez, possa se concentrar em apenas reprimir condutas que realmente afetam os bens 
jurídicos de relevância e desafogar o sistema punitivo, analisando caso a caso quando 
esse princípio poderá ser aplicado. 
Tal princípio tem aplicação a qualquer tipo de delito que com ele seja 
compatível, ainda que excepcionalmente, e não apenas aos crimes contra o 
patrimônio, exceto nos crimes praticados com emprego de violência à pessoa ou 
grave ameaça, pois os reflexos daí resultantes não podem ser considerados 
insignificantes, ainda que a coisa subtraída apresente ínfimo valor econômico. 
A jurisprudência é atualmente pacífica, no sentido de não ser possível a 
aplicação do princípio da insignificância aos crimes praticados com grave ameaça ou 
violência contra a vítima. 
24 
 
 
 
 
 
Lembra Rogério Greco (2017, p.144) que 
Existe, premissa, vênia, uma corrente mais radical da doutrina que entende 
que todo e qualquer bem merece a proteção do direito penal, desde que haja 
previsão legal para tanto, não se cogitando, em qualquer caso, do seu real 
valor. 
Alguns doutrinadores divergem sobre a natureza jurídica desse princípio 
criando três correntes a saber: excludente de tipicidade, de antijuricidade ou de 
culpabilidade. 
A primeira corrente e mais aceita, defende a tese de que as condutas que 
provocam um dano insignificante são atípicas, portanto excluem a tipicidade da 
conduta que, mesmo causando um dano irrelevante, são abrangidas pela descrição 
abstrata do tipo penal. 
A segunda e menos expressiva defende a exclusão da antijuridicidade como 
natureza jurídica, entretanto não é muito debatida pela doutrina. 
A terceira e última corrente tem a excludente de culpabilidade como natureza 
jurídica do princípio da insignificância.
25 
 
 
4 ENTENDIMENTOS JURISPRUDÊNCIAIS 
4.1 Requisitos para a aplicação do princípio segundo o STF e o STJ. 
Como já sabemos o Princípio da Insignificância é bastante usado por nossos 
tribunais, como causa de exclusão de tipicidade, sendo necessária uma interpretação 
do Direito Penal aplicada ao caso concreto, de tal modo que a análise da 
insignificância da ação do agente não fique relacionada apenas a dimensão 
econômica do dano causado a vítima, analisando-se um todo. Para o Supremo 
Tribunal Federal, para caracterizar e justificar a aplicação de tal princípio é necessário 
estar presente alguns requisitos objetivos autorizadores como “a mínima ofensividade 
da conduta, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica” (STF, HC 
84.412-0/SP, Rel. Ministro CELSO DE MELLO,DJU 19/11/2004.) 
Destarte ao lembrar do fato de que o reduzido valor do objeto material não 
autoriza, por si só, o reconhecimento da bagatela é necessário também além dos 
requisitos objetivos a presença de alguns requisitos subjetivos, Cleber Masson (2011, 
p.25) diz que segundo o STJ 
Há que se conjugar a importância do objeto material para a vítima, levando-
se em consideração a sua condição econômica, o valor sentimental do bem, 
como também as circunstâncias e o resultado do crime, tudo de modo a 
determinar, subjetivamente, se houve relevante lesão. 
Se presentes todos os requisitos descritos e o caso analisado em todos os 
aspectos, o principio deverá ser aplicado e ter a sua eficácia plenamente reconhecida. 
4.1.1 Mínima ofensividade da conduta do agente 
A mínima ofensividade da conduta refere-se ao comportamento do agente 
delituoso no momento em que pratica o ato, não tratando em si do dano sofrido pela 
vítima, importando principalmente o grau de ofensividade da conduta cometida, ou 
seja, se em sua conduta houver ao menos exposição de perigo a bem jurídico 
relevante, como por exemplo, a vida, estaria ausente este vetor. 
Como exemplo desse requisito podemos citar o indeferimento de um Habeas 
Corpus no Crime de moeda falsa: 
HABEAS CORPUS. CRIME DE MOEDA FALSA. PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA.DESCARACTERIZADA A MÍNIMA OFENSIVIDADE DA 
CONDUTA. HABEAS CORPUSDENEGADO; 1. Ainda que as cédulas 
falsificadas sejam de pequeno valor, não é possível aplicar o princípio da 
insignificância ao crime de moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé 
pública, que envolve a credibilidade do Sistema Financeiro Nacional, o que 
descaracteriza a mínima ofensividade da conduta do agente de modo a 
excluir atipicidade do fato. Precedentes do STF e do STJ. 2. Habeas corpus 
26 
 
 
denegado. (Goiás, Superior Tribunal de Justiça, HC: 187.077, Relator: Min. 
Laurita Vaz, 2013) 
No caso acima nota-se que o STJ descaracterizou o pedido da defesa, em 
razão de estar ausente a mínima ofensividade da conduta do agente, já que o 
mesmo ferio a fé-publica que é considerado um bem jurídico, não caracterizando, 
portanto, a insignificância no caso. 
4.1.2 Ausência de periculosidade social da ação. 
A ausência de periculosidade social da ação está entrelaçada com o vetor 
anterior, pois se na conduta do agente houver lesão ou trouxer perigo a bem jurídico 
tutelado, automaticamente estará ausente este, bem como estariam também 
ausentes o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento, que, 
consequentemente, não estaria presente a inexpressividade da lesão jurídica 
causada, caracterizando um “efeito dominó”, devendo então se verificar a ausência 
de periculosidade social da ação, sendo analisado em um todo a conduta do agente 
e sua possível descriminalização na sociedade. 
Quanto a esse requisito podemos usar como exemplo o julgado do STF no 
Habeas Corpus 122507 em que foi instalada a rádio religiosa clandestina, que não 
afeta o cotidiano de ninguém não gerando dano algum a população 
EMENTA Habeas Corpus. Penal. Desenvolvimento de atividades 
clandestinas de telecomunicação. Artigo 183 da Lei nº 9.472/97. Princípio da 
insignificância. Possibilidade, em razão das particularidades do caso 
concreto. Precedente. Inexistência de lesão ao bem jurídico tutelado pela 
norma penal incriminadora. Demonstração da ausência de periculosidade 
social da ação e do reduzido grau de reprovabilidade da conduta. Ordem 
concedida. 1. O exame pericial elaborado pela ANATEL, que demonstrou que 
a suposta operação de rádio clandestina seria de baixa potência, não 
comprovou a sua efetiva interferência nos serviços de comunicação 
devidamente autorizados, o que demonstra a ausência de potencialidade 
lesiva ao bem jurídico tutelado pelo tipo penal incriminador. 2. A constatação 
da fiscalização de que a programação da rádio era basicamente constituída 
de conteúdo evangélico (fl. 9 do anexo 3) permite concluir a ausência de 
periculosidade social da ação e o reduzido grau de reprovabilidade da 
conduta do paciente, o que abre margem para a observância do postulado da 
insignificância, já que preenchidos os seus vetores. 3. Ordem concedida. 
(Espírito Santo, Supremo Tribunal Federal, HC: 122507, Relator: Min. Dias 
Toffoli, 2014) 
Esse requisito seve para que a ausência da periculosidade social da ação 
determine quando for violado tanto a integridade física e moral da vítima ou de 
terceiros. 
27 
 
 
4.1.3 Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento 
O reduzido grau de reprovabilidade docomportamento, trata-se da opinião e 
visão da sociedade perante a conduta delituosa, se é ou não algo que causa 
incomodo, repulsa ou insegurança da sociedade ou incredibilidade a justiça, ou seja, 
o comportamento do agente deve ser inexpressível e de possível aceitação a sua 
conduta e seus atos devem ser compreensíveis. 
Para mostrar a aplicação desse requisito, usaremos como exemplo, o julgado 
de Habeas Corpus pelo STF, em que o princípio não foi aplicado em razão da 
ausência deste requisito. 
Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL MILITAR. PACIENTE CONDENADO 
PELO CRIME DE DESERÇÃO. ABSOLVIÇÃO. PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. RAZOÁVEL GRAU DE 
REPROVABILIDADE DA CONDUTA. ORDEM DENEGADA. I A aplicação do 
princípio da insignificância, de modo a tornar a conduta atípica, exige, além 
da pequena expressão econômica dos bens que foram objeto de subtração, 
um reduzido grau de reprovabilidade da conduta do agente. II É relevante e 
reprovável a conduta de um militar que abandona o serviço militar, apesar do 
dever de cumpri-lo até seu desligamento na forma legalmente estabelecida, 
o que demonstra desrespeito às leis e às instituições castrenses de seu País. 
III O crime de deserção ofende aos princípios da hierarquia e da disciplina, 
preceitos constitucionais sobre os quais se fundam as Forças Armadas, 
constituindo a ausência injustificada de militares ilícito penal, na medida em 
que a ofensa ao bem jurídico tem impacto direto sobre o efetivo militar e as 
bases de organização das Forças Armadas. IV A aplicação do referido 
instituto, na espécie, poderia representar um verdadeiro estímulo à prática 
deste delito, já bastante comum na Justiça Militar, o que contribuiria para 
frustrar o interesse da instituição castrense em contar com o efetivo previsto 
em lei. V Ordem denegada. (Paraná, Supremo Tribunal Federal, HC: 118255, 
Relator: Min. Ricardo Lewandowski, 2013) 
O elemento principal desse requisito é a possibilidade de compreensão pela 
sociedade sobre o fato delitivo, quando essa não acontece enseja na inaplicabilidade 
do princípio da insignificância na conduta. 
4.1.4 Inexpressividade da lesão jurídica 
A inexpressividade da lesão jurídica pode ser caracterizada pelo fato de não 
ser possível reconhecer a lesividade da conduta devida a sua insignificância perante 
os demais delitos, ou até mesmo a sua incapacidade de gerar dano significativo á 
algum bem juridicamente tutelado. 
Usaremos como exemplo o julgado do STF 
DIREITO PENAL. ATIPICIDADE. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
PARÂMETROS E CRITÉRIOS. INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA 
PROVOCADA. AUSÊNCIA. INAPLICABILIDADE. HABEAS CORPUS 
DENEGADO. 1. A questão de direito tratada neste writ, consoante a tese 
exposta pelo recorrente na petição inicial, é a suposta atipicidade da conduta 
realizada pelo paciente com base na teoria da insignificância, por falta de 
28 
 
 
lesividade ou ofensividade ao bem jurídico tutelado na norma penal. 2. 
Registro que não considero apenas e tão somente o valor subtraído (ou 
pretendido à subtração) como parâmetro para aplicação do princípio da 
insignificância. Do contrário, por óbvio, deixaria de haver a modalidade 
tentada de vários crimes, como no próprio exemplo do furto simples, bem 
como desapareceria do ordenamento jurídico a figura do furto privilegiado 
(CP, art. 155, § 2º). Como já analisou o Min. Celso de Mello, no precedente 
acima apontado, o princípio da insignificância tem como vetores "a mínima 
ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da 
ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a 
inexpressividade da lesão jurídica provocada." (HC 84.412/SP). 3. No 
presente caso, considero que tais vetores não se fazem simultaneamente 
presentes. Consoante o critério da tipicidade material (e não apenas formal), 
excluem-se os fatos e comportamentos reconhecidos como de bagatela, nos 
quais têm perfeita aplicação o princípio da insignificância. O critério da 
tipicidade material deverá levar em consideração a importância do bem 
jurídico possivelmente atingido no caso concreto. 4. No caso em tela, a lesão 
se revelou significante, não obstante o bem subtraído ser inferior ao valor do 
salário mínimo. Vale ressaltar, que há informação nos autos de que o valor 
"subtraído representava todo o valor encontrado no caixa (fl. 11), sendo fruto 
do trabalho do lesado que, passada a meia-noite, ainda mantinha o trailer 
aberto para garantir uma sobrevivência honesta." Portanto, de acordo com a 
conclusão objetiva do caso concreto, entendo que não houve 
inexpressividade da lesão jurídica provocada. 5. Ante o exposto, denego a 
ordem de habeas corpus. (Rio de Janeiro, Supremo Tribunal Federal, RHC: 
96813, Relator: Min. Ellen Gracie, 2009, grifo nosso). 
 
Já esse requisito ressalta que não basta o valor ser considerado pequeno, 
para a aplicação do princípio devem estar presentes todos os requisitos estipulados 
pelo STJ. 
4.2 Inaplicabilidade do Princípio da Insignificância 
Em tese o princípio da Insignificância tem aplicação a qualquer espécie de 
delito que seja compatível com ele, porém, o STJ definiu alguns delitos que seriam 
incompatíveis com esse princípio. 
O STJ através de um e seus julgados entendeu não ser aplicável o princípio 
da insignificância nos crimes contra a administração pública, a fim de resguardar não 
somente o ajuste patrimonial, mas também a moral administrativa. (Cleber Masson, 
2011, p.27) 
Assim como regra, tal princípio também não será admitido em crimes 
praticados com emprego de violência ou grave ameaça a pessoa, pois os resultados 
advindos dessas condutas não podem ser considerados insignificantes, já decidiu o 
STJ. 
O STF e o STJ, tem posicionamentos consolidados quanto a não aplicação 
do princípio também nos casos de tráfico de drogas, por se tratar de delito de perigo 
abstrato, ou seja aquele em que não é necessária a comprovação concreta do risco, 
praticado contra a saúde pública, porém há divergências quanto a aplicação em 
29 
 
 
relação ao artigo 28 da lei nº 11343/06, que fala sobre o porte de drogas para 
consumo pessoal, o que ainda não foi pacificado nos Tribunais Superiores. 
Guilherme Nucci (2009, p.35) ao falar sobre esse tema especifico chega à 
conclusão de que 
em tese, seria viável, neste contexto, a aplicação do princípio da 
insignificância, afastando-se a tipicidade quando a quantidade da droga 
apreendida fosse mínima. Entretanto, pela atual disposição legal, não nos soa 
mais razoável que assim se faça. O delito de porte de drogas par consumo 
próprio adquire caráter de infração de mínimo potencial ofensivo, tanto que 
as penas são brandas, comportando, inclusive, mera advertência. Por isso, 
ideal é haver, pelo menos, aplicação de sanção amena, por menor que seja 
quantidade de tóxico. Evita-se, com isso, o crescimento da atividade do 
agente, podendo tornar-se traficante ou viciado. 
Não sendo possível também a aplicabilidade nos casos do crime de posse 
de drogas em estabelecimento militar, definido no art. 290 do decreto-lei n°1001/69- 
CPM. O STF entende que (Cleber Masson, 2011, p.29) 
Assentou-se que a prática da conduta prevista no referido dispositivo legal 
ofenderia as instituições militares, a operacionalidade das Forças Armadas, 
além de violar os princípios da hierarquia e da disciplina na própria 
interpretação do tipo penal. (...) Em seguida, reputou-se inaplicável, no 
âmbito do tipo previsto no art. 290 do CPM, o princípio da insignificância. 
Também não se admite no crime de tráfico internacional de arma de fogo, 
por se tratar de crime de perigo abstrato e atentatório a segurança pública. 
Há vários outros casos em que o princípio não será aplicado, afinal o 
princípio deve ser analisado em cada caso concreto, de acordo com as suas 
especificidades, e não no plano abstrato. 
30 
 
 
5 VALORAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
A valoração da insignificância, para determinar o que é insignificanteque ser 
determinado após a análise de caso a caso, não há estipulação de valor ou de 
quantidade para definir o que por regra seria insignificante. 
Vale lembrar que o princípio da insignificância abrange vários casos e não 
somente os patrimoniais, sendo assim é de extrema importância a analise isolada de 
casos para que não haja injustiça na aplicação do princípio aos casos concretos. 
O delegado de polícia aposentado Antônio Edilson Fracelin disse em seu 
artigo que 
O princípio da insignificância deverá incidir em elo com a “coisa subtraída” 
e seu valor específico, verificando certa proporcionalidade, uma valoração 
desprezível, chegando a não prejudicar de forma brutal a “psique” e a 
condição de fortuna do sujeito passivo. Esse instituto deve ser aplicado com 
cautela, discernimento e equidade de Justiça.1 
O uso da insignificância por sua vez deve então observar o valor do bem 
jurídico para a vítima e a ofensividade da conduta para a sociedade, desse modo o 
importante não é o valor econômico do bem e sim a lesão causada, observando o 
prejuízo para a vítima e o risco para a sociedade, além do padrão de vida da vítima 
frente ao prejuízo sofrido que será o que determinara a aplicação ou não do princípio 
para aquele determinado caso. 
Assim os Tribunais Superiores têm julgado os delitos que aparentemente 
deveriam ser alcançados pelo princípio da insignificância pelo pequeno valor do objeto 
subtraído ou da lesão, mas que na maioria das vezes não o alcança por motivos e 
justificativas irrelevantes diante da análise do caso concreto. 
Como por exemplo o Recurso Ordinário em Habeas Corpus 86813: o caso 
concreto trata de furto de R$ 40,00 de um carro de lanches, por tratar-se do fruto de 
trabalho de uma noite inteira, que seria utilizado para o sustento da vítima, não se 
pode considerar a lesão inexpressiva. Neste sentido, mesmo através de juízo de valor 
pelo magistrado, que não houve insignificância: a fundamentação esclarece qualquer 
dúvida acerca da afastabilidade da aplicação do princípio. Em seu voto, o ministro 
Eros Grau elucida a questão: 
12. O juiz, ao aferir se o bem juridicamente protegido é ou não de pequeno 
valor, há de mensurar a capacidade econômica da vítima. A quantia furtada 
 
1 Informação fornecida pelo Delegado de Polícia aposentado Antônio Edilson Fracelin em um artigo online, 
disponível no site https://antoniofrancelin.jusbrasil.com.br/artigos/136366553/o-instituto-do-principio-da-
insignificancia-parte-i. 
https://antoniofrancelin.jusbrasil.com.br/artigos/136366553/o-instituto-do-principio-da-insignificancia-parte-i
https://antoniofrancelin.jusbrasil.com.br/artigos/136366553/o-instituto-do-principio-da-insignificancia-parte-i
31 
 
 
não pode ser tida, no caso, como de pequeno valor; consubstancia valor 
necessário ao suprimento das necessidades básicas da vítima.” (HC 
96.813-9, Relator(a): Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, julgado em 
31/03/2009). 
Situação oposta ocorreu no caso do jovem que furtou fitas de videogame, 
avaliadas no valor de R$ 25,00. No relatório, o ministro Celso de Mello, relator do 
julgado, observa que uma testemunha relatou que o autor teria subtraído o bem com 
o intuito de devolvê-lo, e, ademais, a vítima teria a intenção de retirar a queixa, o que 
não ocorreu pelo caráter indisponível da ação penal. 
EMENTA: Princípio da insignificância – identificação dos vetores cuja 
presença legitima o reconhecimento desse postulado de política criminal – 
consequente descaracterização da tipicidade penal em seu aspecto material 
– delito de furto – condenação imposta a jovem desempregado, com apenas 
19 anos de idade – “Res furtiva no valor de R$ 25,00 (equivalente a 9,61% 
do salário mínimo atualmente em vigor) – doutrina – considerações em torno 
da jurisprudência do STF – pedido deferido. [...] O direito penal não seve se 
ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor – por não importar 
em lesão significativa a bens jurídicos relevantes – não represente, por isso 
mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à 
integridade da própria ordem social. (HC 84.412-0, Relator(a): Min. Celso de 
Mello, Segunda Turma, julgado em 19/10/2004). 
Em ambos os casos podemos notar que o magistrado considerou todo o 
exposto e a lesão causada a vítima de forma social e não somente o prejuízo 
financeiro em cada caso. É disso que se trata o princípio da insignificância uma 
ferramenta jurídica para estabilizar a justiça seguindo seus requisitos e respeitando o 
princípio da individualização da pena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
6 REPERCUSSÃO SOCIAL DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
A repercussão social sobre a aplicação do princípio da insignificância no 
cenário jurídico penal é fonte de diversas discussões e incertezas, alguns 
doutrinadores dizem que a aplicação desse princípio pode abalar a segurança social, 
pois temem o aumento e a aceitação de pequenos delitos ou crimes considerados 
irrelevantes , por outro lado leva-se em conta a aplicação do princípio para a punição 
justa e adequada a cada caso concreto, além de desafogar o judiciário. 
A grande questão é se seria justo e moral estipular pena para pessoas que 
praticam crimes considerados irrelevantes, ou seja, aqueles que não afetam nenhum 
bem jurídico tutelado de forma significante, da mesma maneira que se estipula a pena 
para aqueles que praticam crimes causadores de prejuízos efetivos as vítimas e a 
sociedade. 
O princípio da insignificância surgiu justamente para solucionar esse dilema e 
abraçar aqueles que cometem delitos irrelevantes, porém, a punibilidade não deve ser 
descartada em um todo diante desses fatos, visto que ela tem como função 
desestimular a pratica de novos delitos, por isso se torna necessário preencher todos 
os requisitos exigidos além da análise de cada caso concreto. 
Paulo César Busato (2015, p.72) diz que há várias formas de se definir a 
danosidade social, porém, a mais usada é aquela que afirma 
Que a danosidade social de um fato se determina quando se lesionam ou se 
põem em perigo bens jurídicos fundamentais que ponham em risco a perfeita 
convivência social. Contudo, só pode ser bem jurídico o que antes é 
considerado um bem. Os bens não têm existência com a norma, mas são 
prévios a ela, estabelecidos pela realidade social de onde emanam. 
Sendo assim, após detectar a lesividade social do crime e se aquele atingiu 
algum bem jurídico tutelado pelo Estado, só então será possível determinar qual e em 
que intensidade será aplicada a pena, para que haja uma aplicação justa. 
O Estado é responsável por indicar as condutas que merecem reprovação, 
porém, por vivermos em um estado democrático de direito, esse poder não é absoluto, 
sendo necessário a análise de outros fatores para determinar de fato a reprovação 
devida a cada caso. Isso é assegurado pelo princípio da individualização da pena, 
onde se verifica qual é a pena mais adequada, levando em conta as características 
pessoais de cada réu. 
33 
 
 
6.1 O impacto da aplicação do princípio da insignificância na sociedade 
Atualmente devido ao aumento da violência, a sociedade desenvolveu um 
sentimento coletivo de justiça e insegurança, sentimento esse que cresce cada vez 
mais, a busca pela justiça para que a paz e a tranquilidade voltem a reinar no convívio 
social. 
A busca incessante por um mundo sem violência e sem crimes, ou por um 
mundo onde todos aqueles que cometem algum ato ilegal sejam punidos para que 
não mais os pratique, acaba gerando uma visão fantasiada do Direito penal perante a 
sociedade, onde muitos questionam até mesmo a sua eficácia. 
Devemos lembrar que o Direito Penal, só deve se preocupar com assuntos 
relevantes, que gerem dano ou risco eminente a bens juridicamente tutelados, sendo 
assim o Direito penal tem a função de ultima ratio, só devendo agir quando nenhuma 
outramedida ou ramo do direito conseguir resolver o conflito. 
O princípio da insignificância à primeira vista pode parecer injusto, afinal quem 
comete um crime deve ser punido por ele, entretanto, deve ser punido de forma 
equivalente ao delito cometido, se não houve dano capaz de lesar o bem jurídico não 
se deve falar em pena para quem o cometeu. 
Podemos então dizer que o princípio da insignificância veio proteger aqueles 
que por um deslize ou por necessidade comete um ato ilegal perante a lei, mas que 
se acredita que não voltará a cometê-lo e não para despenalizar delitos. 
6.2 Princípio da Insignificância como causa de absolvição 
O princípio da insignificância como causa de absolvição, gera um grande 
questionamento, acerca de se pode ser considerado um avanço social ou se contribui 
para o aumento da criminalidade com base na impunibilidade. 
Vale lembrar que grande parte da doutrina caracteriza como avanço social, 
vez que o princípio é aplicado pois não é considerado justo punir aqueles que 
cometeram crimes bagatelares, além de contribuir com a economia jurídica e evitar a 
superlotação carcerária. 
Porém é notório que o fato desse princípio ser aceito, pessoas de má-fé 
podem usá-lo como pretexto para praticarem crimes considerados irrelevantes, não 
temendo a punição, mas vale lembrar que não é bem assim, pois cabe ao juiz decidir 
sobre a aplicabilidade do princípio e ele irá analisar o caso concreto para só assim 
formular sua decisão. 
34 
 
 
Seria errado generalizar uma ou outra conduta, mas podemos dizer que há 
uma evolução social de modo geral, o direito está em constante aperfeiçoamento para 
acompanhar o desenvolvimento da população, o princípio da insignificância como dito 
antes veio para cessar o uso excessivo e desnecessário do direito penal, que estava 
sobrecarregado com assuntos irrelevantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O desenvolvimento do presente estudo foi elucidado devido a sua significativa 
importância, a fim de esclarecimentos sobre o Princípio da Insignificância e sua 
aplicabilidade. 
Com a análise desenvolvida nesse trabalho acerca desse princípio, observa-
se que sua evolução se deu de forma gradativa ao decorrer do tempo, incluindo sua 
possível origem. 
Esse princípio que ganhou força assim como todos os demais a partir da 
constituição federal de 1988, tem sido cada vez mais utilizado em teses de defesas 
em todo o Brasil. 
O princípio da insignificância se trata de uma excludente de tipicidade dos 
crimes considerados de pouca ou nenhuma relevância também conhecido como 
crimes de bagatela. 
Após abordar o conceito de crime e entender que se considera crime todo fato 
típico, ilícito e culpável. Os crimes de bagatela por ser considerado insignificante 
sendo assim considerados incapazes de provocar lesão grave a um bem 
juridicamente tutelado ou a sociedade, torna inexistente a tipicidade conglobante e 
sem ela o fato deixa de ser típico e consequentemente deixa de ser crime. 
A grande maioria da jurisprudência tem entendido pela aplicação do princípio 
estudado. Como não há legislação especifica tratando do princípio da insignificância 
o STF definiu alguns requisitos para a aplicação do princípio da insignificância. 
O trabalho abordou também como o princípio da insignificância pode refletir 
no meio social, se é uma evolução social ou se é um modo de impunidade aqueles 
que cometem pequenos delitos. 
Diante de todo o exposto, chega-se à conclusão de que o princípio da 
insignificância é uma evolução social, um modo de obter justiça de acordo com cada 
caso concreto e suas respectivas características, um princípio no qual vem se 
desenvolvendo junto com a sociedade e sua aplicabilidade tem cada vez ganhando 
mais força e credibilidade diante de todo o ordenamento jurídico e perante a 
sociedade. 
36 
 
 
REFERÊNCIAS 
BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral 1. 17ª edição. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2012. E-book. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília: Senado Federal, 1988 
 
BRASIL. Vade Mecum: Código Penal. Coordenação de Camilla Furegato da 
Silva.16ªed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. 
 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Direito Penal. Atipicidade. Princípio da 
Insignificância. Parâmetros e critérios. Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Ausência. Inaplicabilidade. Habeas Corpus Denegado. Recurso em Habeas Corpus 
96813. Relator: Ministra Ellen Gracie, 31/03/2009. Diário da Justiça 24/04/2009. 
Decisão unanime. 
 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal, 2ª turma. Principio da Insignificância. 
Identificação dos vetores cuja presença legitima o reconhecimento desse postulado 
de politica criminal. Consequente descaracterização da tipicidade penal, em seu 
aspecto material. Considerações em torno da jurisprudência do STF. Medida liminar 
concedida. Relator: Ministro Celso de Mello, 26/06/2004. 
 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus. Penal Militar. Paciente 
condenado pelo crime de deserção. Absolvição. Principio da Insignificância. 
Inaplicabilidade. Razoável grau de reprovabilidade de conduta. Ordem denegada. 
Habeas Corpus. Adriano Alcides Pereira, Defensoria Publica da União, Defensor 
Público-Geral Federal, Superior Tribunal Militar. Relator: Ministro Ricardo 
Lewandowski. Acórdão 19/11/2013. Diário da Justiça 03/12/2013. Decisão unanime. 
 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus. Penal. Desenvolvimento de 
atividades clandestinas de telecomunicação. Artigo 183 da lei nº9472/97. Principio da 
insignificância. Possibilidade, em razão das particularidades do caso concreto. 
Procedente. Inexistência de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal 
incriminadora. Demonstração da ausência de periculosidade social da ação e do 
reduzido grau de reprovabilidade da conduta. Ordem concedida. Habeas Corpus 
122507. Renato da Conceição de Souza, Defensoria Publica da União, Defensor 
Público- Geral Federal. Relator: Ministro Dias Toffoli. Acórdão 19/08/2014. Diário da 
Justiça 07/10/2014. Vencidos os ministros Luiz Fux e Marco Aurélio. 
 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus. Crime de moeda falsa. 
Principio da Insignificância. Descaracterizada a mínima ofensividade da conduta. 
Habeas corpus denegado. Habeas Corpus 187.077. Gilvane da Silva Pereira, 
Defensoria Publica da União, Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Relatora: 
Ministra Laurita Vaz. Acórdão 07/02/2013. Diário da Justiça 18/02/2013. Decisão 
unanime. 
 
BUSATO, Paulo César. Fundamentos para um Direito Penal Democrático. 5ª 
edição. São Paulo: Editora Atlas, 2015. E-book. 
 
37 
 
 
DA SILVA, Ivan Luiz. Princípio da Insignificância no Direito Penal. 1ª edição. 
Curitiba: Juruá, 2004. 
 
FRANCELIN, Antônio Edison. O Instituto do Princípio da Insignificância.Jusbrasil. 
Disponível em:https://antoniofrancelin.jusbrasil.com.br/artigos/136366553/o-instituto-
do-principio-da-insignificancia-parte-i. Acesso em: 06 abril 2019. 
 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 19ª edição. Niterói- RJ: 
Editora Impetus,2017. E-book. 
 
GUIMARAES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Universitário Jurídico. 19ª edição. 
São Paulo: Editora Rideel,2014. p.225. 
 
MASSON, Cleber. Direito Penal: Parte Geral esquematizado. 4ª edição. São Paulo: 
Editora Método, 2011. 
 
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 31ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 
2015. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas. 4ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. 
https://antoniofrancelin.jusbrasil.com.br/artigos/136366553/o-instituto-do-principio-da-insignificancia-parte-i
https://antoniofrancelin.jusbrasil.com.br/artigos/136366553/o-instituto-do-principio-da-insignificancia-parte-i

Outros materiais