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ARTIGO CROSS DOCKING

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ARTIGOS - A OPERAÇÃO DE CROSS-DOCKING 
 
Data: 02/09/2001 
Fábio Barroso 
INTRODUÇÃO 
O atual ambiente de negócios exige operações logísticas mais rápidas e de menor custo, 
capazes de suportar estratégias de marketing, gerenciar redes de fornecedores e clientes, e 
viabilizar práticas como Just-In-time. 
 
O cross-docking é um conceito de operação logística interessante como resposta a essas 
necessidades. Ele acelera o fluxo de mercadorias, reduz os custos por condensar cargas e, 
idealmente, dispensa armazenagem. Vejamos porquê. 
 
O fundamento básico do cross-docking é o roteamento dos produtos que vêm dos 
fornecedores para os consumidores sem estocagem. Para uma melhor compreensão do que 
se trata, vejamos o seguinte exemplo. 
 
Vamos considerar a operação de uma rede de mini-mercados instalados em postos de 
gasolina. Suponhamos que existem cinco tipos de produtos, cada um com seu fornecedor 
exclusivo: bebidas, biscoitos, chocolates, revistas e cigarros. Também consideremos que 
existam 20 lojas. 
 
Assim, cinco caminhões (um de cada fornecedor) chegam ao armazém pelo lado chamado 
“entrada”. Vinte caminhões entram pelo lado “saída”. Os produtos, à medida que são retirados 
dos caminhões dos fornecedores, são encaminhados (roteados) para os veículos que levarão 
as mercadorias para as lojas, na quantidade certa para cada cliente. Essa operação leva 
poucas horas e dispensa qualquer estocagem. 
 
Analisemos o que aconteceu nesse exemplo. O fluxo de mercadorias foi acelerado porque os 
fornecedores e clientes se “encontraram” todos no mesmo lugar, e não houve grandes esperas 
ou armazenagens. O custo foi reduzido porque tanto as cargas de entrada como de saída eram 
condensadas, tinham uma única origem (respectivamente fábrica e CD) e um único destino 
(respectivamente CD e loja). Tudo isso foi conseguido apesar de se trabalhar com cinco 
fornecedores e 20 lojas. Ou seja, verificamos através de um exemplo como o cross-docking 
pode oferecer respostas aos desafios logísticos que vimos no primeiro parágrafo. 
 
Alguns problemas, no entanto, podem acontecer. Um deles é conseguir toda essa coordenação 
para reunir cinco fornecedores sem grandes atrasos. Por outro lado, gerenciar as informações 
de seleção, arrumação e roteamento dos produtos com um mínimo de estocagem pode ser 
crítico. Esses são os principais problemas técnicos a serem solucionados para implementação 
do cross-docking. 
DEFINIÇÃO DE CROSS-DOCKING 
Uma definição bastante simplista de cross-docking é: “cross-docking é uma operação na qual 
os produtos são roteados aos seus destinos tão logo são recebidos em um armazém ou centro 
de distribuição”. 
Uma outra definição, mais elaborada, é: “cross-docking é um processo onde produtos são 
recebidos em uma dependência, ocasionalmente junto com outros produtos de mesmo destino, 
são enviados na primeira oportunidade, sem uma armazenagem longa. Isso requer alto 
conhecimento dos produtos de entrada, seus destinos, e um sistema para roteá-los 
apropriadamente aos veículos de saída”. 
Independente de qual frase seja adotada como definição, existem três pontos essenciais para 
que uma operação seja chamada de cross-docking. 
1. O tempo total de permanência da mercadoria nas dependências onde ocorre o cross-
docking deve ser levado ao mínimo. Alguns especialistas limitam o tempo máximo para que se 
considere cross-docking como um dia; alguns prestadores de serviços logísticos, por outro 
lado, não cobram taxas de estocagem se o produto permanecer até três dias. O que se deve 
ter em mente é que o tempo de permanência dos produtos é um fator crítico em um cross-
docking. 
2. Após o recebimento, o produto deve ser enviado diretamente ao veículo de saída ou 
permanecer em uma área de picking, mas nunca pode ser estocado. Estoque foi eliminado 
com o cross-docking. 
3. É indispensável um sistema capaz de coordenar as trocas de produtos e informação. É 
fundamental coordenação entre os diferentes participantes do cross-docking, especialmente 
quanto aos tempos em que os veículos chegarão ao operador de cross-docking. 
Por último, chamaremos a empresa que de fato realiza o cross-docking, coordenando e 
implementando as atividades de Operador de Cross-Docking (OCD). 
 
BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS DO CROSS-DOCKING 
Para que o cross-docking seja possível e atinja seus objetivos, alguns cuidados devem ser 
tomados, principalmente quanto à escolha dos produtos, fornecedores, fluxos de informação e 
produtos e das pessoas. Por exemplo, produtos que requerem um mínimo de manuseio, 
possuem alto custo de estocagem (perecibilidade, custo de oportunidade), possuem códigos de 
barras que auxiliam o processo de roteamento e possuem um padrão de demanda conhecido e 
de baixa variabilidade são ideais para serem distribuídos por cross-docking. 
Os fornecedores também devem ser escolhidos com cuidado. Os fornecedores ideais são 
capazes de disponibilizar a quantidade pedida do produto no tempo exato. São também 
capazes de configurar seus produtos de modo eficiente quanto ao manuseio e possuem um 
bom canal de comunicação com o OCD. Observe que a configuração física do produto é crítica 
para determinação da complexidade do cross-docking, porque produtos rotulados, arrumados e 
de fácil manuseio são trabalhados mais rapidamente e dispensam cuidados adicionais. 
O fluxo de informações ideal sincroniza os parceiros da operação, coordena o fluxo de 
materiais corretamente para suprir a demanda e, preferencialmente, dispensa papéis. O cross-
docking ideal possui uma rede de transporte, equipamentos e operações para dar suporte ao 
fluxo de produtos do fornecedor ao consumidor. Deve prover, sempre que necessário, 
embalagem, montagem de kits, ordenação e outros serviços. 
Enfim, as pessoas que trabalham no cross-docking ideal reconhecem a importância da 
movimentação dos produtos ao invés da sua estocagem. Sendo capazes de perceber pontos 
fortes e fracos, atualizar-se tecnologicamente e coordenar fornecedores e consumidores. 
Portanto, o cross-docking é um processo complexo, cheio de detalhes, e que por isso mesmo 
exige maturidade dos clientes e dos fornecedores, no sentido de saber especificar suas 
necessidades reais e suas limitações. 
Podemos então pensar nos principais benefícios e dificuldades do cross-docking. Os principais 
benefícios econômicos vêm da economia de trabalho (em movimentação e armazenagem), 
redução de custos em estocagem, redução das perdas em estoque e dos custos de 
oportunidade. As principais dificuldades ocorrem porque muitas pessoas não sabem operar 
cross-docking. 
Benefícios do cross-docking: 
• Aumenta velocidade do fluxo de produtos e circulação do estoque. 
• Reduz custo de manuseio. 
• Permite consolidação eficiente de produtos. 
• Dá suporte às estratégias de Just-In-Time. 
• Promove melhor utilização dos recursos. 
• Reduz necessidade de espaço. 
• Reduz danos aos produtos por causa do menor manuseio. 
• Reduz furtos e compressão dos produtos. 
• Reduz obsolescência (e problemas com prazo de validade) dos produtos. 
• Acelera pagamento ao fornecedor, logo melhora parcerias. 
• Diminui o uso de papéis associados ao processamento de estoque. 
Desvantagens do Cross-docking: 
• Dificuldade de determinação dos produtos candidatos. 
• Requer sincronização dos fornecedores e demanda. 
• Relações imperfeitas com fornecedores; pequena ou nenhuma credibilidade nos 
fornecedores; relutância dos fornecedores. 
• Sindicatos temem perda de empregos. 
• Dependências inadequadas ou retornos sobre investimentos insuficientes para justificar a 
compra, reforma ou construção de um CD apropriado. 
• Sistemas de informação inadequados.• Gerência nem sempre possui uma visão holística e orientada da cadeia de suprimentos. 
• Medo de stock-out pela ausência de estoque de segurança. 
 
REALIZAÇÃO DE UM CROSS-DOCKING 
Vistos os benefícios e as dificuldades de operação de um Cross-Docking, deve-se pensar em 
uma metodologia de projeto e operação de cross-docking. A tabela a seguir mostra os 
principais passos de uma dessas metodologias, proposta pelo Warehouse Education and 
Research Council. 
Fase 1: Negociação 
• Identificar produtos e fornecedores “candidatos” ‘a operação de Cross-Docking. 
• Identificar pontos fortes e fracos no atual sistema: operação atual, instalações e 
equipamentos, sistemas de informação, clientes e transportes. 
• Desenvolver recomendações preliminares para eliminação de fraquezas e fortalecimento. 
• Comunicar recomendações com fornecedores e negociar linhas gerais do Cross-Docking. 
• Determinar requisitos da Fase 2: Planejamento e Design. 
Fase 2: Planejamento e Design 
• Design do Cross-Docking. 
• Desenvolver análises econômicas das alternativas. 
• Selecionar a alternativa mais apropriada. 
Fase 3: Justificativa Econômica 
• Criar modelos de custos integrados e determinar retorno sobre investimento. 
• Criar modelos de custos dos produtos e determinar lucratividade. 
• Determinar custos e economias projetados e nível de compartilhamento ao longo da cadeia 
de suprimento. 
Fase 4: Implementação 
• Desenvolver um plano de implementação. 
• Implementar um programa-piloto. 
• Implementar um sistema amplo de cross-docking. 
• Desenvolver procedimentos e padrões para monitoramento periódico e expansão do 
programa.

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