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Crime Tentado Kennedy Carlos Prieto Junior TCC.pdf

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INFRAÇÕES PENAIS EM SUA MODALIDADE TENTADA 
 
KENNEDY CARLOS PRIETO JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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KENNEDY CARLOS PRIETO JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFRAÇÕES PENAIS EM SUA MODALIDADE TENTADA 
 
 
 
 
Artigo científico apresentado ao Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu da Facel, como requisito 
parcial para obtenção do certificado de Especialista 
em Direito Penal. 
Prof. Orientador: Especialista Adival José Reinert 
Junior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
KENNEDY CARLOS PRIETO JÚNIOR 
 
INFRAÇÕES PENAIS EM SUA MODALIDADE TENTADA 
 
 
Artigo científico apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da 
FACEL, como requisito parcial para obtenção do certificado de Especialista em 
Direito Penal e aprovado pelos seguintes professores: 
 
 
 
 
 
 
____________________________ 
 
 
 
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Goiânia – abril de 2018 
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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por 
qualquer meio, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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KENNEDY CARLOS PRIETO JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Kennedy Carlos Prieto Júnior 
INFRAÇÕES PENAIS EM SUA MODALIDADE TENTADA 
 
Carlos Prieto Júnior, Kennedy. Goiânia – Goiás, Brasil. 22 de Abril de 2018 
25p. 30cm 
Trabalho de Conclusão de Curso – Pós-Graduação Lato Senso - 420 horas 
aula. Especialização em Direito Penal – FACEL. 
Orientador: Especialista Adival José Reinert Junior 
 
 
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Dedico esta monografia a meu melhor amigo e apoiador, a quem 
orgulhosamente carrego o nome - Kennedy Carlos Prieto, pai. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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KENNEDY CARLOS PRIETO JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Agradeço à todos os grandes professores que tive durante minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Seria demais nascer na Terra e morrer em Marte” 
Elon Musk 
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METODOLOGIA 
 
 
ESTE TRABALHO DE PESQUISA FOI REALIZADO POR CERCA DE TRÊS 
MESES DE IMENSA PESQUISAS EM DIVERSOS MOTORES DE BUSCA NA 
INTERNET ATRAVÉS DE DIVERSOS SÍTIOS, ARTIGOS, CÓDIGOS 
INTERNACIONAIS, ARTIGOS PÚBLICOS, LIVROS EM BIBLIOTECAS E 
RECENTES JULGADOS DOS TRIBUNAIS SOBRE CRIMES TENTADOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFRAÇÕES PENAIS EM SUA MODALIDADE TENTADA 
 
KENNEDY CARLOS PRIETO JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
Art: Artigo 
 
CF: Constituição Federal da República Brasileira de 1988 
 
CP: Código Penal Brasileiro 
 
CPM: Código Penal Militar 
 
LCP: Lei das Contravenções Penais 
 
MP: Ministerio Público 
 
PM: Polícia Militar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
A sensação de insegurança assola nosso país, seja devido à corrupção 
ou à impressão de impunidade diante das baixas elucidações de crimes violentos 
e isto faz com que a sociedade pense ou deseje que certos em crimes, como 
portar uma arma indevidamente passem a ser penalizados de maneira mais 
gravossa, chegando a desejar que a pessoa cometa o crime de homicídio pelo 
simples fato de sair de casa com a má intenção. 
Mas o nossas leis e jurisprudência tratam a tentativa de um crime de 
maneira diferente, nelas é necessário que o agente criminoso comece a sua 
empreitada e que por algum motivo, que foge ao controle dele, como uma 
guarnição policial o abordar, ou sirenes no horizonte o afugentar, para que ele 
desista, ou seja impedido de continuar o crime. 
Como uma espécie de uma segunda chance, afinal ele ainda será punido 
ou uma proporcionalidade, pois tecnicamente ele não chegou a cometer ou 
terminar de cometer seu delito, a sua pena será substancialmente diminuída, 
podendo ir de um terço, passando da metade do original, chegando a até exatos 
dois terços a possibilidade de dimunição de sua sentença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras chaves: Tentativa, Crime, Contravenções, Direito Penal, Código Penal 
Brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ABSTRACT 
 
The sense of insecurity plagues our country, whether due to corruption or 
the impression of impunity in the face of the low elucidations of violent crimes, 
and this causes society to think or wish that certain in crimes, such as carrying a 
weapon unduly, should be penalized in a manner more gravely, even wishing that 
the person commit the crime of murder by the simple fact of leaving the house 
with the bad intention. 
But our laws and jurisprudence treat the attempt of a crime in a different 
way, in them it is necessary that the criminal agent begins its work and that for 
some reason, that it escapes to his control, as a police garrison approaches him, 
or sirens in the horizon to drive him away, so that he gives up, or is prevented 
from continuing the crime. 
As a sort of second chance, after all he will still be punished or a 
proportionality, since technically he did not commit or finish committing his crime, 
his sentence will be substantially diminished, being able to go from a third, 
passing from half of the original, up to two-thirds of the possibility of a sentence 
being passed. 
 
 
 
 
 
Keywords: Attempt of crime, crime, petit-crime, law code, Brazilian Criminal Code 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
No atual ordenamento majoritário brasileiro uma infração penal é definida 
como um gênero, do qual pode ser dividido tanto em crime, ou também chamado 
de delito, quanto em contravenção penal, também chamada de crime anão ou 
vagabundo, por ser considerada uma ação ilegal mais leve que um crime e está 
até mesmo ameaçada de extinção no próximo código penal em projeto. Os 
principais doutrinadores concordam que os elementos essenciais do crime são 
a antijuridicidade, tipicidade e culpabilidade, conhecida como teoria tripartida. 
O conceito formal de crimes consiste numa violação a uma lei penal. Para 
Damásio de Jesus (1980) resulta do aspecto tecnico-jurídico, ou seja, do ponto 
de vista legal, da lei escrita. Fragoso (1995) descreve crime como uma conduta 
contrária ao Direito, resultante de punição. Já Pimentel (1990) sabe de crime 
como todo fato que a lei proíba sobre ameaça de uma punição legítima por 
conseqeência. Contudo, já no conceito material de crimes é uma ação ou 
omissãoproibida e que deve ser evitada, e usa-se a pena como uma ameaça 
estatál para evitar que a mesma seja consumada, constitui um dano ou perigo a 
ao status quo de um bem jurídico pessoal ou da sociedade. Portanto os crime 
são no mínimo uma ato imoral e desprestigiado socialmente que resulta em 
malefícios a quem o provocou. De acordo com Machado (1987) o conceito 
material de crimes procura a essência do delito, com a fixação de limites criados 
pelo Poder Legislativo com a intenção de criminalizar os atos ilegais praticados 
pelo agente. De acordo com Noronha (1983) os crimes são as condutas 
praticadas pelo ser humano que destrói ou expõe a perigo o bens protegidos 
pela lei. 
Já a classificação das contravenções penais, que também são 
consideradas infrações penais, mudam de acordo com o tempo e interesse do 
legislador nacional, que são os Senadores da República e os Deputados 
Federais e também com a época em que a nação se encontra. Podemos ter 
como exemplo o atual crime de porte de arma de fogo ilegal, inacreditável pensar 
que a pouco mais de uma década era uma mera contravenção penal e hoje foi, 
felizmente, foi transformada em crime. Conforme vários doutrinadores a infração 
penal contida na LCP, embora de menor potencial ofensivo em relação ao crime, 
ainda é uma conduta humana que além de reprovável e imoral perante a 
sociedade é também probida por lei, lei esta que deve ter sido criada 
anteriormente à conduta praticada e deve ser punida pelo estado, composto 
dentre seus entes de um julgador imparcial, um acusador e promotor de justiça 
e obrigatoriamente o direito de se defender por advogado e de ser ouvido. 
Todas essas infrações para chegar a ser punida precisam sair da mente 
do criminoso e atingir um bem jurídico da sociedade. Portanto elas precisam ser 
praticadas, seja de maneira consumada ou ao menos tentada. De acordo com o 
nosso código penal brasileiro (CP. Decreto-Lei 2848 de 7 de dezembro de 1940) 
ou com leis penais especiais como o Código Penal Militar (CPM. Decreto-Lei Nº 
1.001, de 21 de outubro de 1969.) e leis extravagantes que tenham crimes 
definidos na mesma o crime consuma-se quando o tipo penal está inteiramente 
realizado, ou seja, quando o fato concreto que se atribui uma penalidade se 
exaure no tipo abstrato da lei penal em vigor e quando são preenchidos todos os 
elementos do tipo objeto ou pelo fato natural. O nosso principal Código 
Penal define o crime consumado de acordo com o artigo 14 inciso I como: 
quando quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. Ou 
15 
 
seja consuma-se o crime quando o agente delituoso realiza todos os elementos 
que compõem a descrição do tipo legal. Exemplo clássico. Art 121 do CP, 
homicídio. Matar alguem - o crime de homicídio se consome quando o cérebro 
de uma pessoa atacada por outra deixa de responder, ou seja, há uma morte 
encefálica na vítima. 
A consumação e exaurimento de um crime não se confundem. No 
exaurimento, que ocorre após a consumação, outros resultados lesivos ainda 
podem vir a ocorrer. A infração penal pode estar já consumada e dela não mais 
haver resultado em todo o dano que o agente inicialmente previa. Um exemplo 
disto é do crime chamado de Corrupção Passiva, previsto no artigo 317 do CP, 
no qual mostra que o crime é consumado com a mera solicitação ilegal de uma 
benefício pelo servidor público mas exaure-se com o recebimento de tal 
vantagem indevida, ou seja, um bônus, muito embora o agente irá responder por 
só um verbo nuclear do crime. 
No caso da simples tentativa dessas condutas há alguma diferençsa para 
o agente que as praticou. A tentativa de um fato definido como crime pela 
legislação é a realização incompleta do tipo penal descrito na lei. Na tentativa há 
prática de ato de execução, mas o sujeito não chega à consumação por 
circunstâncias independentes a sua vontade. A tentativa é o crime que entrou 
em execução, embora no seu caminho, ou como os doutrinadores chama em 
alemão iter krimĭnis, que é a sucessão dos vários atos praticados pelo criminoso 
para atingir o fim desejado, onde a consumação do crime é interrompida por 
circunstâncias que fogem ao controle do agente delituoso, que são alheias à 
vontade do criminoso, portanto a figura típica não se completa. De acordo com 
o CP, no seu artigo 14 e inciso dois o crime será tentado quando, iniciada a 
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Vale 
ressaltar que a nomeclatura correta é de tentativa de crime, e não de crime 
tentado, pois este dá a impressão de ser um crime separado, como se fosse um 
artigo do código, quando vemos que na verdade ele pode ser referir a uma 
modalidade de qualquer infração, mas ambas expressões são usadas por 
autoridades judiciais e doutrinadores com frequência para se referirem à mesma 
situação, mas por conveniência de estudo podemos dizer que o uso da 
expressão infração penal na sua modalidade penal é de uma precisão mais 
acurada. 
As infrações penais na sua modalidade tentada são realizações 
incompletas da figura tipificada como uma infração penal, tanto crimes previstos 
nos códigos penais comum e militar quanto nas legislações penais especiais, 
como a Lei de Drogas, Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 quanto na Lei de 
Contravenções Penais, que é o Decreto-Lei nº 3.688 de 3 de outubro de 1941 
quanto outros e se enquadram num plano penal amplo, aberto, incompleto de 
um crime, mas mesmo assim é, na maioria das vezes, considerado um crime 
assim como se situação em que o crime foi desejado tivesse ocorrido. 
As infrações penais na sua modalidade tentada é conhecido por vários 
rótulos por exemplo conatus, crime manco, crime imperfeito, ou, na preferência 
de Zaffaroni, um crime incompleto e são denunciadas pelo MP para a justiça 
julgar. As mesmas constituem uma ampliação temporal da figura típica que é 
conjugação de normas penais e decorrem da conjugação do tipo penal com o 
dispositivo que a define e prevê a sua punibilidade, que tem uma eficácia que se 
extende, uma vez que por força dele é que se amplia a proibição contida nas 
letras da lei a fatos que o agente realiza de forma incompleta por situações que 
16 
 
fogem a seu controle. A letra de lei do nosso código penal criou novas situações 
para ampliar um crime, transformando em puníveis fatos que antes não o seriam. 
Por exemplo, o crime de furto, situado no Art. 155 do Código Penal só teria 
punibilidade se uma pessoa conseguisse de fato adquirir uma mercadoria sem 
pagar por exemplo, sem utilizar de violência, pois aí seria um roubo, descrito no 
art. 157 da referida lei. Mas se ele apenas tentasse e não obtivisse o bem o crime 
não existiria se a tentativa não fosse algo já criado e posto na lei. Portanto ela 
dá, no mínimo, o dobro de eficiência para todos os crimes do Código Penal e de 
outros mandamentos do ordenamento legal. 
Para que uma infração tenha início sua execução o nosso Código Penal 
adotou a teoria chamada de objetiva, de acordo com a maior parte dos juristas, 
exigindo que o crime seja doloso. Não há crime na sua modalidade tentada se o 
agente agiu sem querer, culposamente e o o início da execução de um fato típico, 
ou seja, o início do iter criminis, sendo uma ação que se dirija no sentido de levar 
à cabo, até o fim um crime definido na lei. 
A tentativa de uma infração penal somente é punida à partir do exato 
momento em que o fato delituoso entra na etapa essencial de execução mas 
para antes de entrar na consumação por alguma ou algumas circunstâncias que 
independem da vontade do agente que pratica o fato e estas circunstâncias 
podem ser qualquer uma desde que interrompa execução e desde que sejam 
separa, à parte, aquem, de encontro à vontade do suspeito. Podemos dar como 
exemplo, um defeito não esperado num armamento quando alguém quer tirar a 
vida do outro; uma reação de uma vítima, uma interferênciapolicial ou mesmo 
ele desistir de cometer uma invasão domiciliar por ouvir um alarme sonoro. 
Portanto não é necessário um meio físico impelindo o agente, mas qualquer 
situação que não parta dele é considerada como algo alheio à vonade dele. 
Algo que deve ser levado em consideração é saber que o agente fica 
insatisfeito com o acontecimento, pois a sua intenção ao começar a situação era 
uma, por exemplo, estuprar uma pessoa, artigo 213 do CP, e ao abordar uma 
vítima e começar a rasgar suas roupas houve gritos de uma multidão que de 
longe o observava e decide sair correndo, frustrando seus planos. Neste caso 
do exemplo temos o que se concorda em chamar de uma infração penal na sua 
modalidade tentada imperfeita, na qual o processo do crime é interrompido por 
circunstâncias estranhas à vontade do criminoso, ou seja, não chegou a realizar 
todos os fatos que julgava necessário à produção do delito. Já na sua irmã, a 
tentativa perfeita o malfeitor realizou tudo o que ele julgava necessário para obter 
o resultado, como por exemplo numa briga uma pessoa armada retira a mesma 
e disfere toda a munição de sua arma mas mesmo assim, para alegria de seu 
desafeto, não o atinge nenhuma vez ou se atinge não chega a matar. Vale 
destacar que neste exemplo seja a pessoa ferida de arranhão, ou não sendo 
ferida ou sendo ferida gravemente o criminoso irá responder em todos os casos 
pela tentativa do crime e se tivesse a pessoa vindo a óbito, é claro, que o 
criminoso não iria responder por tentativa de homicídio, mas por homicídio. 
Agora a parte mais importante sobre a tentativa é saber o que ela causa 
para o agente que a praticou. Quando pequenos aprendemos regras em casa e 
castigos são aplicados pelos pais de acordo com a bagunça ou mal criação 
aprontada pela criança e é de sabedoria popular e conhecimento comum de que 
uma criança que tentou aprontar, ir contra uma determinação parental merece 
uma punição, mas menor, do que a do irmão, por exemplo, que pegou um doce 
antes do jantar da geladeira, enquanto que o irmão menor apenas abriu a 
17 
 
geladeira e nem mesmo isto conseguiu. Felizmente, para o autor, e não para a 
vítima que muitas vezes irá ver quem atentou, por exemplo, contra sua vida mais 
cedo nas ruas novamente, o crime quando tentado tem, sim, sua pena diminuída 
no Brasil. A punibilidade da tentativa utiliza duas teorias, uma se chama teoria 
subjetiva, que pesam a moral e a vontade do agente simplesmente, por 
consideram como imperfeito o delito sob o aspecto já que não chegou a 
consumar-se por tanto sua pena também deve ser imperfeita, ou seja, parcial 
mas que depende muito do arrependimento e consciência do infrator, algo que 
pode ser muito bem maquiado. Já a teoria objetiva é mais direta e transparente 
e é a utilizada no nosso ordenamento penal e se fundamenta no perigo danoso 
que a vida ou bem foi exposto, e a punição, o castigo justifica-se à partir do 
momento que o crime começou. 
Aprendemos no nosso código Penal, no mesmo artigo onde se definem o 
crime consumado e o crime tentado em seu único parágrafo que, salvo 
disposição em contrário, existe em algumas infrações, pune-se a tentativa com 
a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços, 
fração esta que será variada de acordo com o tanto que o suspeito chegou perto 
de realizar sua intenção delituosa, ficando mais tempo preso se ele quase 
consumou sua intenção ou mais tempo em liberdade se a vítima, por exemplo, 
quase não sofreu com o fato ou se o bem não foi furtado. 
As contravenções penais estão descriminadas em lei própria, chamada 
Lei das Contravenções penais (LCP – Decreto-Lei nº 3.688 de 3 de outubro de 
1941). Geralmente são condutas de menor gravidade e por opção do Congresso 
Nacional elas não podem ser punidas na sua modalidade tentada. Por mais que 
alguém possa tentar, por exemplo, jogar o jogo do bicho, que por mais que seja 
muito comum dá uma pena de até um ano e está no Art 58 ela não será punida 
se antes de começar o jogo ela desistir ao ver uma viatura chegando. 
Todo crime, mesmo tentado produz resultado no mundo jurídico mesmo 
que não no mundo dos fatos, no dia a dia. Por mais que, por exemplo, um ladrão 
tente roubar um celular de um pedestre e não consiga, e a pessoa continua com 
seus béns ela estará afetada psicologicamente por um bom tempo. 
Sobre a origem das infrações penais em sua modalidade tentada de que 
se há relato nem mesmo os antigos romanos, famosos por suas criações e 
evoluções na área do direito e das leis, estas que foram copiadas e adaptadas 
mundialmente, não utilizavam do instituto da tentativa, não da maneira que 
conhecemos. Dos primordios das cavernas, nas quais as civilizações resolviam 
seus problemas por dentes por dentes, não parece que tentar quebrar o dente 
de alguém iria fazer com que a quase vítima, que hoje enxergamos como vítima 
de um crime, iria poupar seu adversário, até várias civilizações mais modernas 
posteriores um crime consumado, tentado ou outra denominação era tratado 
sempre, da mesma forma. Apenas o crime culposo era tratado de uma maneira 
um pouco mais distinta, existindo na história até cidades inteiras de de refúgios 
e regras especícias para quem cometeu um crime não intencional pudesse ficar 
exilado sem segurança por um período ou por toda a vida dependendo da 
gravidade de sua ação, mesmo que não intencional, sendo até mesmo punido 
quem tentar vingar a vítima ao tentar fazer justiça com suas próprias mãos 
ferindo o exilado. Já no numa infração penal em sua modalidade tentada não 
havia distinção de um crime que chegasse ao fim. Podemos tirar como exemplo 
Roma, um dos berços da civilização, lá se um jovem ladrão roubasse os bens de 
uma senhora idosa ou se ele tentasse e no mesmo instânte uma turba o 
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perseguisse por já ser um conhecido ladrão e ele mal conseguisse tocar nos 
pertecences da senhora ele ao ser detido seria julgado e provavelmente 
condenado rapidamente, com as mesmas alguras se tivesse saqueado com 
sucesso. 
O desenvolvimento do instituto da tentativa moderna surgiu apenas no fim 
do século dezesseis após cristo com os conhecidos Práticos ou glosadores 
posteriores romanos, podemos citar o famoso Próspero Farinacius, onde em seu 
texto chamado de Tratado Criminal chamava o que mais se aproxima de uma 
espécia de tentativa o conatus, palavra muito utilizado ainda hoje em doutrina e 
sentenças, que nada mais é o iter criminis na qual distinguia entre a conatus 
proximus e a conatus remotus no qual a remotus são os atos preparatórios e a 
proximus são os de execução e embora não temos registros espefícicos 
podemos concluir que de alguma forma eles diferenciavam um crime terminado 
de outro interrompido. De toda forma foi uma evolução e passaram a ver o crime 
dividido em partes e não mais como um único fato. 
 Apesar de serem vanguardas nas leis os romanos não adotaram a 
tentativa, mas algo parecido, bem próximo do que conhecemos hoje como ação 
penal privada, lá os crimes eram também separados em públicos, onde 
realmente não fazia diferença se tentado ou não e os privados, onde os ricos e 
poderosos quando sofriam um crime de sua alçada particular e percebia que o 
agente delituoso produziu nenhum ou quase nenhum prejuízo ou dano ao seu 
bolso optava por não punir, não levar à diante a história ou dar uma pequena 
correção ou exigir uma retratação ou restituição dos prejuízos. Assim a pessoa 
que tentasse, por exemplo, furtar um gado de um rebanho alheio e não 
conseguisse e fosse pego poderia, em tese, ter uma punição menor, ou nula, em 
detrimento da boa vontade do senhorio, diferente de alguém que cometesse um 
crime de alçada pública e caísse nas mãos do poder público romano, aí não teria 
diferença se a infração foi culposa, dolosa, consumada ou tentada. 
Mesmo na Bíblia sagrada temos várias situações de provas e testes 
divinos ondea mera tentativa ou mesmo intenção já foi suficiente para mostrar 
o ponto neufrágico da história, peguemos o caso de abraão, que fui instruído por 
Deus a fazer um sacrifício de seu próprio filho – antes dele consumar o ato e 
matar seu descendente Deus o impediu e disse que ele tinha passado no teste 
de lealdade. Na mente de Abrão tudo indica que ele iria até o fim, mas não foi 
necessário. Deus viu em seu coração que se Ele pediu algo desta natureza era 
porque Ele teria seus motivos e Abraão deveria confiar. Esta história mostra que 
não é necessário acontencer todo o fato para que uma situação tenha 
acontecido. Da mesma forma podemos trazer para o estudo da tentativa que se 
em um outro contexto, alguém com uma faca estivesse a milésimos de segundos 
para tirar a vida de alguém indefesso não seria necessário esperar a pessoa dar 
o primeiro golpe ou chegar ainda mais perto de começar a tentativa para que 
uma autoridade e seus agentes ou mesmo uma pessoa comum em condições 
possa fazer algo para impedir tal fato. 
 As infrações penais na sua modalidade tentada como conhecemos 
hoje surgiram bastante recentemente, mais especificadamente em 1810 em 
París, na França, com o seu famoso Código Penal, que foi copiado por diversas 
nações e o Brasil não foi diferente. No código de leis criminais e suas punições 
parisiense em ser Art. 2º dizia claramente que só existia um crime tentatado se 
fosse iniciado a execução do mesmo, mas que a infração descrita no diploma 
legal não poderia de maneira alguma chegar a se consumar desde que sem 
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intermédio do agente delituoso, mas de algo que fugia ao seu controle. Muito 
embora fosse revolucionário a explicação para o mundo do que seria um crime 
tentado, mesmo na época houve críticas duras por acharem o texto rebuscado 
e inútil, pois punia da mesma forma quem tentasse ou consumasse. Servindo 
apenas nas escolas de direito européias e nos parlamentos as discussões entre 
os eruditos de sua época, enquanto que o agente recebia a mesma punição no 
seu julgamento mas com a descrição se foi tentado ou consumado seu crime e 
nada mais. 
Alguns grandes doutrinadores enxergam a tentativa de um crime de 
maneiras distintas. Por exemplo para Alberto Silva Franco o crime tentado é um 
tipo manco que de um lado, exige o ripo subjetivo completo correspondente à 
fase consumativa, de outro, não realiza plenamente o tipo objetivo. Para 
Fernando Galvão o crime tentado não se distingue do consumado, mas 
objetivamente corresponde a um fragmento da conduta típica. Edgar Noronha 
aponta os elementos da infração penal tentada é a ação interrupção da execução 
por circunstâncias alheias ao agente. Para Cezar Roberto Bitencourt a tentativa 
é o crime que entrou em execução, mas no seu caminho para a consumação, é 
interrompido por circunstancias acidentais. Fernando Capez fala que a tentativa 
é não consumação de um crime, cuja execução foi iniciada Paulo José da Costa 
Jr fala que a tentativa tem tudo do crime consumado, menos a consumação. Já 
Guilherme de Souza Nucci diz que a tentativa é a realização incompleta da 
conduta típica, que não é punida como crime autônomo. 
Um Exemplo prático de uma tentativa de crime é o Art 121 do Código 
Penal, matar alguem, no qual a pena de reclusão é de de seis a vinte anos. Já 
no seu parágrafo 1º diz que se o agente cometer o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto 
a um terço. Conhecemos como Homicídio privilegiado. Podemos citar como 
ilustração um pai de família chegar mais cedo do trabalho e encontrar sua filha 
ou esposa sendo abusada sexualmente por um vizinho e ele utilizando de 
alguma arma efetua disparos ou golpes contra a vítima que outrora era 
estuprador de sua família, se ele executar a vítima poderia ser punido de seis a 
vinte anos diminuído de um sexto a um terço. Olhando na melhor das hipóteses, 
seis anos, dividido por um terço daria dois anos. E se ele não tivesse matado a 
vítima mas apenas tentado o juíz que, é quem decide, poderia diminuir mais um 
terço a dois terços da pena. Novamente olhando na melhor hipótese para o 
agente delituoso e imaginando em dois terços a pena mínima não seria mais seis 
anos, mas dois e somando a tentativa de homicídio privilegiado com um terço de 
uma tentativa de homicídio privilegiado daria um ano apenas de pena comunida, 
sendo bem vantajosa para o agente criminoso. Esta poderia sucitar um sursis 
simples (A suspensão condicional da execução da pena (sursis) é um instituto 
de política criminal que se destina a evitar o recolhimento à prisão do condenado, 
submetendo-o à observância de certos requisitos legais e condições 
estabelecidas pelo juiz, durante tempo por ele determinado, findo o qual, se não 
revogada a concessão, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.) 
O sursis simples tem previsão nos artigo artigo 77 do Código Penal que diz que 
a execução da pena privativa de liberdade, não superior a dois anos, poderá ser 
suspensa, de dois a quatro anos, desde queno condenado não seja reincidente 
em crime doloso e a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a 
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concessão do benefício. E também pode sucitar a Suspensão Condicional do 
Processo (sursis processual) situada no artigo 89 da lei 9099 de 1995, conhecida 
como lei dos Juizados Especiais Civis e Criminais, no qual os crimes em que 
a pena mínima cominada pelo magistrado, não pela congresso, for igual ou 
inferior a um ano, o parquet ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão 
do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo 
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais 
requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. Portanto em 
certas circunstâncias uma tentativa de crime consegue transformar algo que 
poderia chegar a trinta anos em apenas um ano. 
As Infrações penais nas suas modalidades tentada mudam com o tempo, 
no Brasil o instituto da infração penal na sua modalidade tentada apareceu pela 
primeria vez no Código Criminal do Império do Brazil de 1830 no artigo segundo 
e parágrafo segundo com a seguinte frase “a tentativa do crime, quando for 
manifestada por atos exteriores, e princípio de execução, que não teve efeito por 
circunstâncias independentes da vontade do delinqüente”. 
Já no Código Penal dos Estados Unidos do Brasil de 1890 estáva situado no 
artigo treze, com a seguinte frase “Haverá tentativa de crime sempre que, com 
intenção de cometê-lo, executar alguém atos exteriores que, pela sua relação 
direta com o fato punível, constituam começo de execução, e esta não tiver lugar 
por circunstâncias independentes da vontade do criminoso”. 
Atualmente como sabemos está conceituado no artigo quatoze, inciso segundo 
do CP, nestes termos: “Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma 
por circunstâncias alheias à vontade do agente” 
O crime tentado, como exemplo ao redor do mundo, está descrito em 
Portugal, de acordo com o seu Código Penal de 15 de março 1982 e trás uma 
situação peculiar, na qual diz que a tentativa só é punível se ao crime consumado 
respectivo corresponder a uma pena superior a 3 anos de prisão. Já o codigo 
penal espanhol de 1995 diz que estão isentos de responsabilidade criminal por 
tentativa de crime que voluntariamente evitar a consumação do crime, bem 
parecido com nossa desistência eficáz. 
A tentativa faz parte do Iter Criminis, classificada como terceira parte, após 
a cogitação e os atos preparatórios e óbviamente antes da consumação. Ela se 
encontra na execução. 
Alguns tipos de tentativa merecem nossa atenção como o caso em que o 
legislador se contenta com a exteriorização da vontade. São os chamadoscrimes de atentado ou crime de empreendimento como exemplo o crime de 
evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de 
segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa do art. 352 do CP e 
também o de votar ou tentar votar mais de uma vez, em lugar de outrem do 
Código Eleitoral, lei 47.37 de 15 de julho de 1965. 
Muito interessante saber que o nosso Código Penal da caserna no 
trigéssimo artigo prevê que no caso de excepcional gravidade da conduta 
praticada pune-se a tentativa com a a mesma pena correspondente ao crime 
consumado. 
Há também casos específicos em que o legislador pune apenas a 
tentativa, não havendo previsão de crime na forma consumada. Exemplos disso 
são os artigos 11 e 17 da lei de Segurança Nacional (Lei n° 7.170/83) . que diz 
que quem tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país 
independente ou tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a 
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ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito. Nota-se que não existe a 
situação consumada, mas apenas tentada. 
Um exemplo curioso de tentativa é a de tentativa supersticiosa ou falsa, 
que é aquela em que o agente acredita estar incurso numa situação típica que, 
na prática, não é realizável. Como querer matar alguém com uma arma de 
brinquedo, mesmo sabendo que é de brinquedo, mas a raiva e a vontade por ter 
somente aquili em seu poder ele ora e dispara com muito gosto a arma de 
brinquedo, mas não faz nenhum dano em seu inimigo. Diferente do crime 
impossível a pessoa tem noção que a ferramenta que usa não funciona mas ela 
acredita que por algum motivo sobrenatural poderá acontecer e também não 
será punida como no caso do crime impossível. E por falar nisso existem alguns 
crimes que não admitem tentativa como os crimes unissubsistentes que 
dependem de um único ato executório e logo já existe a consumação e não 
passa pela tentativa. Também os crimes omissivos próprios, contudo os crime 
omissivos impróprios admitem, pois o agente pode se omitir dolosamente e o 
resultado não ocorrer por circunstâncias alheias a vontade dele. 
Os crimes preterdolosos também não aceitam a modalidade tentada pois o 
resultado é culposo e não aceita tentativa. Os crime habituais também não 
aceitam tentativa pois são crimes que exigem uma reiteração da conduta para 
serem tipificados e tentativa geralmente acontece apenas uma única vez. Como 
já foi explanao as contravenções penais, puramente por opção do congresso 
nacional, não possuem modalidade tentada conforme o próprio artigo quarto dela 
diz. 
 A tentativa também é importante como ferramenta fundamental em outros 
institutos do CP como no termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado 
a sentença final do artigo 111 do CP, que diz que a prescrição, antes de transitar 
em julgado a sentença final, começa a correr no caso de tentativa, do dia em que 
cessou a atividade criminosa. Outra situação é na instigação ao suicídio, 
localizado no Art 122 do CP que mostra que a tentativa somente restará 
configurada se da tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. 
Um instituto muito valioso é a conhecido tentativa qualificada ou 
abandonada da qual se refere à desistência voluntária e o arrependimento eficaz 
ou qualificada encontrada no artigo quinze do CP que diz que o agente que, 
voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, desistência voluntária, ou 
impede que o resultado se produza, arrependimento eficaz, só responde pelos 
atos já praticados, ou seja, não responderá pela tentativa. A não ser é claro, que 
na dosimetria da pena pelo magistrado a primeira se mostrar mais benéfica ao 
agente. 
A tentativa inidônea, ou conhecida como crime impossível está previsto 
no artigo dezessete do Código Criminal e diz que não se pune a tentativa 
quando, por ineficácia do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é 
impossível consumar-se o crime, como quando uma pessoa vai furtar objetos de 
uma bolsa, mas ao por a mão ela está completamente vazia. 
 Vale ressaltar que o crime tentado pode ser dividida em branco ou 
incruenta quando a vítima, por exemplo, foi pouco ou nada ferida na tentativa ou 
por vermelha ou crueta, que relembra sangue, quando o sujeito passivo do crime 
sofre bastante com a empreitada, vindo a quase perder a vida. 
A fixação da pena cuminada do crime tentado está claro no artigo 59 do 
Código Penal que diz que o juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, 
à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
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consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, 
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime e 
no fim irá reduzir de um a dois terços de acordo se a tentativa foi perto ou longe 
de se consumar o crime tentado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
 
Vimos que o iter criminis constitui o percurso para a realização do crime e 
que são as fases que o agente delituoso vai percorrer para consumar o delito. É 
por meio desse caminho que se verifica se o crime foi consumado e se não 
A tentativa entra na terceira fase, na chamada execução, e não ocorre 
consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente delituoso, ou seja, 
o autor não consegue consumar o crime em virtude de algo que foge de seu controle. A 
tentativa é um delito incompleto e não um crime específico, mas uma molidade que 
abrange a maioria dos crimes do ordenamento brasileiro, ou seja, uma realização 
imperfeita de algum tipo penal. 
Por mais que a mídia e as vítimas dos crimes exigam que o criminoso seja 
punido pela mesma pena se tivesse cometido o crime nossa nação utiliza o 
modelo legal, aquilo que está na lei, para punir um crime tentado e a dignidade 
da pessoa humana exige que seja cumprido à risca, portanto exceto quando a 
lei dizer de forma diferente, será punido a infração penal na modalidade tentada 
com a mesma pena do crime consumado diminuída de um a dois terços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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acessado em 1º de abril de 2018 
 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/direito-penal-militar-2-4/ 
 acessado em 14 de abril de 2018 
 
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acessado em 20 de abril de 2018 
 
 
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PIERANGELLI, José Henrique.( um pequeno estudo sobre a tentativa). Justitia. 
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NOTAS 
 
 - Zaffaroni, Eugênio Raúl e José Henrique Pierangelli – Da tentativa : doutrina 
e jurisprudência : 3ª ed. rev. e atual. – São Paulo : Editora Revista dos 
Tribunais, 1992. 
 
Bruno, Aníbal. Direito Penal . T. II. Rio de Janeiro, Forense, p.237, 1967. 
 
In RT 705, Julho de 1994 – Da Tentativa. 
 
Vasconcelos, Vasco Smith de. Da Tentativa, 1932, pp.15/16, apud. Tratado de 
direito penal, V.II, 1ª ed. editora bookseller,1997.

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