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Direito Tributário 
Prof. Guilherme Pedrozo 
da Silva 
OAB 
1ª Fase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB 1ª FASE 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
PROF. GUILHERME PEDROZO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Tributário 
Prof. Guilherme Pedrozo 
da Silva 
OAB 
1ª Fase 
 
 
 
DIREITO MATERIAL 
 
1) TRIBUTO: CONCEITO E ESPÉCIES 
 
Conceito de tributo está no artigo 3º do CTN. 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Lembre-se que tributo não constitui sanção de ato ilícito, ou seja, ninguém o 
paga por ter desrespeitado a lei, pois ele não é castigo. Ao contrário, paga-se 
tributo por incorrer em uma situação prevista em lei como hipótese de incidência 
tributária. 
 
A incidência sempre ocorrerá por fatos constituídos como lícitos. Agora não 
confunda: os frutos da atividade ilegal poderão ser objeto de tributação. Como 
por exemplo: o lucro auferido pela venda de cocaína ou com o jogo do bicho. 
Sobre isto leciona com magnitude Ricardo Alexandre1: 
 
“Aqui, uma importantíssima observação. O dever de pagar 
tributo – conforme será detalhado em momento oportuno – 
surge com a ocorrência, no mundo concreto, de uma hipótese 
abstratamente prevista em lei (o fato gerador). Portanto, se 
alguém obtém disponibilidade econômica ou jurídica de 
rendimentos, passa a ser devedor do imposto de renda (CTN, 
art. 43), mesmo se esses rendimentos forem oriundos de um ato 
 
1 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 72. 
 
 
 
 
Direito Tributário 
Prof. Guilherme Pedrozo 
da Silva 
OAB 
1ª Fase 
 
 
ilícito, ou até criminoso, como a corrupção, o tráfico ilícito de 
entorpecentes etc. A justificativa para o entendimento é que, 
nesses casos, não se está punindo o ato com o tributo (a 
punição ocorrerá na esfera penal e, se for o caso, na 
administrativa e civil). A cobrança ocorre porque o fato 
gerador (obtenção de rendimentos) aconteceu e deve ser 
interpretado abstraindo-se da validade jurídica dos atos 
praticados (CTN, art. 118, I).” 
 
Aqui temos, portanto, a presença do princípio da pecunia non olet, isto é, o 
dinheiro não tem cheiro. Não importa onde o contribuinte, portanto conseguiu seu 
dinheiro. Logo o que temos de pensar consequentemente é: existe uma abstração 
da validade dos atos jurídicos para o direito tributário. 
 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada 
abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da 
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
 
Tributo é também prestação = compulsória = porque a partir do momento 
que você pratica exatamente o que está previsto em lei = dizendo que é fato 
gerador = sou obrigado a pagar tributo = não tenho escolha. 
 
Ademais o tributo será pago em moeda ($) ou valor que nela possa se 
exprimir. Lembre-se da exceção: poderemos ter, mediante lei específica, o 
pagamento de tributo por meio de dação em pagamento de bem imóvel. 
Inclusive tal hipótese recomenda uma forma de extinção do crédito tributário. 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
 
 
 
 
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1ª Fase 
 
 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e 
condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 
2001) 
 
Lembre-se igualmente que TRIBUTO é gênero. Imposto é espécie. 
 
Conforme entendimento do STF, nós temos cinco espécies tributárias: 
Impostos, Taxas, Contribuição de Melhoria, Contribuições e Empréstimo 
Compulsório. 
 
O CTN prevê apenas três espécies: impostos, taxas e contribuições de 
melhoria (art. 5º do CTN). Ademais é importante ressaltar que a própria FGV já 
cobrou isto em prova. 
 
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de 
melhoria. 
 
Porém a Constituição Federal trouxe ainda as Contribuições e o Empréstimo 
Compulsório. 
 
2) COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
A Competência Tributária significa: é o poder concedido pela Constituição 
Federal aos Entes Federativos para que eles possam criar e majorar tributos. 
Portanto desde já tenha muito cuidado querido aluno: a Competência Tributária 
não cria tributo, mas sim delega a possibilidade para quem possa fazer. Leciona 
sobre isto Ricardo Alexandre2: 
 
 
2 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 106. 
 
 
 
 
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“A Constituição Federal não cria tributos, apenas atribui 
competência para que os entes políticos o façam. Da mesma 
forma que os penalistas dizem que não há crime sem lei 
anterior que o defina, pode-se afirmar que não há tributo sem 
lei anterior que o defina. Assim, apesar de a Constituição 
Federal atribuir à União a competência para a criação do 
imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII), a inércia 
legislativa faz com que esse tributo não exista no atual 
ordenamento jurídico. Enfim, para que sejam criados tributos, o 
ente tributante deve editar lei (ou ato normativo de igual 
hierarquia, diga-se, Medida Provisória) instituindo-os 
abstratamente, ou seja, definindo seus fatos geradores, bases 
de cálculo, alíquotas e contribuintes.” 
Inicialmente lembre-se que tal competência é indelegável, ou seja, o Ente 
Federativo não poderá transferir para nenhum outro ente. 
 
Mas atenção: a criação e majoração de tributo são indelegáveis, mas as 
funções administrativas de arrecadar, fiscalizar tributos e executar as leis, poderão 
ser delegadas. Tal delegação administração é chamada de Capacidade Ativa 
Tributária. 
 
A competência também será facultativa, ou seja, os Entes Federativos não 
estão obrigados a criar determinado tributo que lhe fora atribuída a competência. 
O melhor exemplo disto é o IGF que a União até agora não criou. 
 
A lei de Responsabilidade Fiscal (L. 101/2000) à previsão no art. 11 que os 
entes federativos são obrigados a criar todos os impostos. Como digo que a 
competência é facultativa? A CF em atenção a Lei Complementar ela é superior 
hierarquicamente. Logo se a minha CF diz que é facultativa, quem é a Lei 
Complementar para dizer que é obrigatória. Prevalece a Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
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1ª Fase 
 
 
A competência tributária igualmente será incaducável, ou seja, o Ente 
Federativo poderá instituir o tributo a qualquer tempo. Ele não perde o direito por 
não ter criado. 
 
Igualmente a competência tributária é inalterável, ou seja, lei 
infraconstitucional não poderá alterar a competência tributária. Só tenha um 
cuidado básico: a competência somente poderá ser alterada mediante Emenda 
Constitucional. 
 
Por fim, a competência tributária será irrenunciável, ou seja, o ente 
federativo não pode renunciar (abrir mão do direito) a competência tributária. 
Ainda, no que tange a competência para os mais variados tributos, faço-me uso 
da tabela retirada do livro Direito Tributário Esquematizado, do Professor Ricardo 
Alexandre3:CLASSIFICAÇÃO ESPÉCIES DEFINIÇÃO EXEMPLOS 
Quanto à competência 
impositiva 
Federais Criados privativamente pela União II; IE; IR; IPI; ITR; IOF; 
IGF 
Estaduais Criados privativamente pelos 
Estados e pelo DF 
ITCMD; ICMS; IPVA 
Municipais Criados privativamente pelos 
Municípios e pelo DF 
IPTU; ITBI; ISS 
Quanto ao exercício da 
competência 
Privativos A competência para criação é 
atribuída a determinado ente com 
caráter de exclusividade 
Impostos; empréstimos 
compulsórios; 
contribuições especiais 
Comuns A competência para criação é 
atribuída indiscriminadamente a 
todos os entes políticos 
Taxas e contribuições 
de melhoria 
Residuais A Constituição atribui à União 
competência para criar tributos não 
previstos ordinariamente 
Novos impostos e 
novas contribuições 
para a seguridade 
social 
Quanto à finalidade Fiscais Finalidade arrecadatória IR; IGF; IPVA; ICMS; 
ITCMD; IPTU; ITBI; 
ISS; IEG; empréstimos 
compulsórios 
Extrafiscais Finalidade interventiva II; IE; IPI, IOF; ITR; 
CIDE 
Parafiscais Finalidade de arrecadar para 
atividades específicas 
Contribuições sociais e 
corporativas 
 
3 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 237. 
 
 
 
 
Direito Tributário 
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1ª Fase 
 
 
Quanto à hipótese de 
incidência 
Vinculados Cobrança depende de atividade 
estatal específica relativa ao 
contribuinte 
Taxas e contribuições 
de melhoria 
Não vinculados Cobrança independe de atividade 
estatal específica relativa ao 
contribuinte 
Impostos 
Quanto ao destino da 
arrecadação 
De 
arrecadação 
vinculada 
Os recursos arrecadados somente 
podem ser utilizados em atividades 
determinadas 
Empréstimos 
compulsórios; CPMF; 
custas e emolumentos 
De 
arrecadação 
não vinculada 
Os recursos arrecadados podem ser 
utilizados em qualquer despesa 
prevista no orçamento 
Impostos 
Quanto à possibilidade 
de repercussão 
Diretos Oneram diretamente a pessoa 
definida como sujeito passivo (não 
permitem a repercussão) 
IR; ITR; IPTU 
Indiretos Oneram pessoa diferente daquela 
definida como sujeito passivo 
(permitem a repercussão) 
ICMS; ISS; IPI; IOF 
Quanto aos aspectos 
subjetivos e objetivos da 
hipótese de incidência 
Reais Incidem objetivamente sobre coisas, 
desprezando aspectos subjetivos 
IPTU; ITR; ITCMD; IPI 
Pessoais Incidem de forma subjetiva, levando 
em consideração aspectos pessoais 
do sujeito passivo 
IR 
Quanto às bases 
econômicas tributadas 
Sobre o 
comércio 
exterior 
Incidem sobre as operações de 
importação e exportação 
II e IE 
Sobre o 
patrimônio e a 
renda 
Incidem sobre a propriedade de 
bens móveis ou imóveis e sobre o 
produto do capital, do trabalho ou da 
combinação de ambos 
ITR; IPTU; IPVA; IGF; 
IR 
Sobre a 
produçã o e a 
circulação 
Incidem sobre a circulação de bens 
ou valores e sobre a produção de 
bens 
ICMS; ISS; IPI; IOF 
 
3) REPARTIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Lembre-se que a Constituição Federal prevê algumas hipóteses de 
transferência obrigatória da arrecadação de impostos. 
 
Portanto, competem aos Estados e o Distrito Federal: 
 
 100% da arrecadação do IR (retido na fonte), sobre seus 
rendimentos pagos. 
 20% do produto de arrecadação de imposto residual. 
 
 Competem aos Municípios: 
 
 
 
 
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 100% da arrecadação do IR (retido na fonte), sobre 
rendimentos pagos. 
 50% do ITR, como regra. 
 100% do ITR, quando o Município detiver capacidade ativa 
tributária. 
 50% do IPVA. 
 25% do ICMS. 
 
4) EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
Os entes federativos irão criar os tributos e majorar = via de regra, por lei 
ordinária. Portanto é correto afirmar que, de regra, todo o tributo será criado via 
Lei Ordinária. 
 
Entretanto serão 4 (quatro) os tributos que somente poderão ser criados por 
meio de Lei Complementar: 
 Contribuição Social Residual. 
 Empréstimo Compulsório. 
 Imposto sobre Grandes Fortunas. 
 Imposto Residual. 
 
Quando eu falo que o tributo pode ser criado por meio de lei ordinária. Quer 
dizer que ele também pode ser criado por meio de Lei Complementar. Mas 
quando fala em Lei Complementar, é só complementar mesmo. Vale ressaltar 
aquela velha máxima: “quem pode mais, pode menos”. 
 
Já no que tange a Medida Provisória, será que a mesma poderá criar tributo? 
Reza o Art. 62, §2º, da CF, poderá instituir ou majorar impostos. Mas desde que 
obedeçam dois requisitos: 
 
 
 
 
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 Que o imposto possa ser instituído por Lei Ordinária. 
 
 Que a Medida Provisória seja convertida em lei até o final do 
exercício financeiro em que foi criada, para que possa 
produzir efeitos no exercício subsequente. 
 
Por fim atenção igualmente: Medida Provisória pode criar ou majorar 
impostos? Mas vamos lembrar que imposto é uma espécie dos 5 tributos. Será que 
uma MP pode instituir as demais espécies? O STF disse que a MP pode instituir e 
majorar qualquer espécie tributária, desde que é claro, observe os requisitos da CF 
(que o tributo seja instituído por lei ordinária + convertida em lei até o final de 
exercício em que ela foi criada/editada). 
 
5) LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR – PRINCÍPIOS 
 
5.1) Princípio da Legalidade 
 
Nenhum tributo será instituído ou aumentado, se não mediante LEI. 
 
Mas será que por meio de decreto posso reduzir ou excluir um tributo? Não 
em razão do paralelismo de formas. Através deste princípio, se a matéria for 
tratada por determinado ato normativo, ela só pode ser tratada por ato normativo 
de igual hierarquia ou de superior. 
 
Afirma o artigo 97 do CTN que Fato Gerador, Sujeito Passivo, Base de Cálculo 
e Alíquotas, Penalidades, Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito Tributário 
também só podem ser alterados por meio de lei. 
 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 
 
 
 
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I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o 
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária 
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, 
e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões 
contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos 
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua 
base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto 
no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da 
respectiva base de cálculo. 
 
Igualmente de acordo com o art. 97, §1º do CTN – a modificação de base 
de cálculo do tributo = equipara-se a majoração do tributo. Isto quer dizer que a 
modificação da base de cálculo que venha onerar só pode ocorrer por meio de 
lei. 
Atenção – Primeira Exceção ao Princípio da Legalidade: mera correção 
monetária (por indexadores oficiais) não se equipara a majoração detributo. Estas 
correções monetárias não querem dizer que o tributo foi majorado. Assim não 
preciso de lei, e poderá ocorrer por meio de Decreto. 
 
STJ – Súmula 160 – “É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, 
mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de 
correção monetária”. 
 
 
 
 
 
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1ª Fase 
 
 
Atenção – Segunda Exceção ao Princípio da Legalidade: A Constituição 
Federal, prevê alguns impostos que podem ter as alíquotas alteradas, inclusive 
majoradas, desde que observados os limites e as condições de lei, em virtude de 
ato do Poder Executivo, o que se faz comumente por decreto presidencial. São 
aqueles regulatórios de mercado: 
 
 Imposto Importação. 
 Imposto Exportação. 
 IPI. 
 IOF. 
 
 Atenção – Terceira Exceção ao Princípio da Legalidade: Por fim, entretanto, 
e também a título de exceção, o Poder Executivo poderá via decreto reduzir e 
reestabelecer as alíquotas da CIDE Combustível, por intermédio de ato próprio 
presidencial, e igualmente, reduzir e reestabelecer as alíquotas do ICMS 
Combustível, que será mediante convênio (participam todos os entes federativos). 
Sobre isto leciona Ricardo Alexandre4: 
 
“Com o advento da Emenda Constitucional 33/2001, foram 
previstas duas outras exceções ao princípio da legalidade no 
tocante a alterações de alíquotas. Ambas se referem à 
tributação de combustíveis. A primeira permite ao Poder 
Executivo reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE-
combustíveis (o Presidente da República tem usado o Decreto 
como via normativa para o exercício da competência prevista 
no art. 177, § 4.º, I, b, da CF/1988). A segunda permite aos 
Estados e ao Distrito Federal, mediante convênio (realizado no 
âmbito do CONFAZ, conforme será estudado em momento 
oportuno), definir as alíquotas do ICMS-monofásico incidente 
 
4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 263. 
 
 
 
 
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sobre combustíveis definidos em Lei Complementar (CF, art. 
155, § 4.º, IV).” 
 
5.2) Princípio da Isonomia 
 
É vedado aos entes instituir tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação em mesmo nível de igualdade. Fica proibida qualquer 
distinção em razão da ocupação profissional, função por eles exercida, cor, raça 
e sexo. 
 
5.3) Princípio da Irretroatividade 
 
É vedado aos entes cobrarem tributos em relação à fatos geradores 
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou majorado. 
Tenha cuidado, eis que à Constituição Federal não trás nenhuma exceção. 
 
Entretanto, afirma e leciona o CTN três exceções: 
 
 Art. 106, I, do CTN – poderá retroagir e encontrar fatos 
pretéritos a lei que for interpretativa e desde que não culmine 
em penalidade. O que é a lei interpretativa? É aquela que 
define o conceito e alcance da lei anterior. Mas para ser 
interpretativa ela não pode alterar o ordenamento jurídico 
vindo a causar qualquer espécie de onerosidade ao 
contribuinte. Ademais poderia ressaltar que trata-se de 
interpretação de obscuridade presente na norma anterior. 
 
 Art. 106, II, do CTN – poderá retroagir de ato não 
definitivamente julgado e sobrevir nova lei que exclua 
 
 
 
 
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infração ou reduza penalidade (penalidade no direito 
tributário é multa). 
 
 Art. 144, Parágrafo I, do CTN – poderá retroagir em se tratando 
de lançamento tributário, vier uma lei que crie novos métodos 
de fiscalizar e novos métodos de arrecadar. 
 
5.4) Princípio da Anterioridade e Anterioridade Nonagesimal 
 
 Aqui se faz presente a famosa regra: de quando eu pago o tributo que fora 
instituído ou majorado. 
 
Inicialmente colaciona-se a regra básica: o tributo que for instituído ou 
majorado em determinado exercício financeiro, somente poderá ser exigido no 
próximo exercício e desde que tenham transcorrido 90 dias da data da publicação 
da lei que houver instituído ou majorado o tributo. 
 
Muita atenção no momento da prova: redução, exclusão ou isenção, não 
preciso observar este princípio. 
 
Entretanto, o que mais desejo que vocês recordem, é a presente tabela: os 
tributos abaixo não precisam respeitar todas as normas de anterioridade. Portanto 
tenha muito cuidado eis que o examinador adora colocar problemáticos fáticos 
sobre a possibilidade ou não de exigência de tributo majorado. Recorte e grave: 
 
EXIGÊNCIA IMEDIATA SÓ 90 DIAS SÓ PRÓXIMO EXERCÍCIO 
 
- Imposto Extraordinário 
Guerra 
 
- IPI. 
 
- IMPOSTO DE RENDA 
(tudo). 
 
 
 
 
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- Empréstimo 
Compulsório de Guerra 
ou Calamidade Pública. 
- Imposto Importação. 
- Imposto Exportação. 
- IOF. 
 
- Redução e 
Restabelecimento da 
CIDE Combustível e 
ICMS Combustível. 
- Contribuição Social 
 
- ALTERAÇÃO DE BASE DE 
CÁLCULO DE IPVA E IPTU. 
 
Por fim MUITO CUIDADO: investimento público de caráter urgente e 
relevância nacional, em que pese o caráter urgente, este deverá respeitar a 
anterioridade + nonagesimal. Sendo assim este investimento deverá respeito as 
duas normas de anterioridade. 
 
5.5) Princípio do Não Confisco 
 
O tributo não pode inviabilizar o direito de propriedade. Assim como o tributo 
não poderá inviabilizar o livre exercício do comércio, aprender mercadorias ou 
impedir alguém de exercer seu labor. 
 
Este princípio é aplicável as multas, ou apenas os tributos? Será que as multas 
poderão ser tão elevadas a ponto de onerar o contribuinte em tamanha 
proporção? A resposta é não. O STF já concluiu que o princípio não confisco, em 
que pese conste na CF só os tributos devem respeitar, as multas também devem 
obediência ao princípio do não confisco. Assim quando o legislador trabalhar com 
a multa deverá olhar para este princípio. 
 
5.6) Princípio da Uniformidade Geográfica 
 
Este princípio é típico e velado para a União. Assim é vedado a mesma emitir 
tratamento diferenciado entre os entes federativos. A União não pode, portanto, 
 
 
 
 
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oferecer tratamento diferenciado em termos de tributação, salvo se for para 
conceder incentivo fiscal à fim de proporcionar desenvolvimento econômico a 
determinada região. 
 
Logo, por exemplo, por meio de lei federal, foi criado ITR a uma alíquota de 
5% para os imóveis rurais localizados no Rio de Janeiro. E fixou 7% nos demais 
Estados da Federação. Esta lei, fere quais princípios? Fere o Princípio da 
Uniformidade Geográfica. 
 
Mas cuidado: Zona Franca de Manaus, por exemplo, é um exemplo da 
exceção. 
 
5.7) Princípio da Capacidade Contributiva 
 
O cidadão tem o dever de contribuir na exata proporção da sua 
capacidade econômica, ou seja, da sua eficácia para suportar o encargo fiscal. 
 
Mas afinal de contas, este princípio é só aplicável aos impostos? O STF 
entende que o princípio deve ser aplicável a todas as espécies tributárias. 
 
A capacidade contributiva também poderá ser aplicada nos tributos 
indiretos (IPI, ICMS), por aplicação do princípio da seletividade. A seletividade é a 
tributação conforme a essencialidade do bem, isto é, quanto mais essencial for obem, menor será a tributação. No caso do IPI e do ICMS, verifica-se a aplicação 
da capacidade contributiva por decorrência do consumo. O fato do Sr. Matheus 
comprar uma Ferrari, demonstra que ele tem uma boa capacidade econômica, 
assim poderá pagar mais imposto. 
 
5.8) Princípio da Proibição das Isenções Heterônomas 
 
 
 
 
 
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A isenção corresponde a uma dispensa legal (de quem: do ente 
competente para instituir e majorar) do dever de pagar um tributo. É quando eu 
tenho uma lei que diz q eu não preciso pagar tributo. O que é vedado aqui é a 
isenção heterônoma: que é quando uma pessoa distinta tem o poder de criar um 
tributo, concede isenção. Ou seja, pessoa que não é competente, não pode dar 
isenção. 
 
Mas cuidado que temos exceções: 
 
 A União poderá conceder isenção, por lei complementar, de 
ISS nas exportações de serviços. 
 Segundo o STF, Tratados e Convenções Internacionais podem 
conceder isenções estaduais e municipais. 
 
5.9) Princípio da Liberdade de Tráfego 
 
É vedado aos entes federativos cobrarem tributos de modo de viabilizarem 
o direito de ir e vir das pessoas, salvo para cobrança de pedágio quando a via é 
mantida pelo poder público. 
 
Mas pedágio é tributo? STF disse que tributo. Quando eu tenho a via mantida 
pela poder público (tenho tributo, da espécie da taxa). Mas quando faço 
concessionárias (de direito privado), elas ao cobrarem pedágio, não cobram 
tributo, mas sim cobram pedágio na condição de preço público (tarifa). 
 
Outra questão que é importante trazer é aquela no que tange a cobrança 
de uma Taxa de Polícia para as pessoas adentrarem uma praia por exemplo. 
Compreende-se possível tal cobrança, e não seria infração ao presente princípio. 
Exemplo: praia de Bombinhas, em Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
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6) LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR – IMUNIDADES 
 
A imunidade tributária nada mais é do que a limitação ao poder de tributar 
e pagar tributo. Assim a imunidade tributária ocorre quando a Constituição Federal 
veda a criação e cobrança de tributos sobre determinadas situações ou sobre 
certos sujeitos. 
 
 Mas cuidado: não confunda imunidade com isenção. 
 
A imunidade impede a incidência do tributo porque a Constituição Federal 
assim determina. Já a isenção consiste na lei que estabelece que certas situações 
ou determinados sujeitos não serão tributados. 
 
As imunidades tributárias, por estarem na Constituição Federal e serem 
direitos fundamentais, são irrevogáveis (cláusulas pétreas inclusive). Já as isenções 
podem ser revogadas a qualquer tempo, salvo nos casos de isenções onerosas, 
com prazo determinado e em função de certas condições. 
 
Outra diferença interessante entre imunidade e isenção é que esta última só 
pode ser interpretada literalmente, enquanto a imunidade, a teor dos precedentes 
do STF, admite análise ampla à luz dos princípios constitucionais. 
 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que 
disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
 
As imunidades tributárias (cuidado entre a diferença entre específicas e 
genéricas) alcançam várias espécies de tributos, como os impostos, as taxas, a 
 
 
 
 
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contribuição social, por exemplo. Inexistem, todavia, imunidades previstas para as 
contribuições de melhoria e empréstimo compulsório. 
 
Existem imunidades genéricas e específicas. As genéricas estão previstas no 
artigo 150, VI, da CF e referem-se apenas aos impostos. 
 
Já as específicas são relativas a um único tributo, como por exemplo, aquela 
imunidade do artigo 149, §2º, I, da CF, que aborda a não incidência da 
Contribuição Social e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico 
sobre receitas decorrentes de exportação. Mas guarde: toda vez que falarmos de 
imunidade específica ela poderá ser de qualquer tributo (gênero). 
 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir 
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e 
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado 
o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto 
no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o 
dispositivo. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio 
econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
 
6.1) Imunidade Recíproca (Genérica – portanto só Imposto) 
 
A presente imunidade veda a União, Estados, DF, e Municípios de instituírem 
impostos sobre o patrimônio, renda e serviços um dos outros. Ela alcança apenas 
os impostos, podendo incidir entre os entes, portanto, em outras espécies 
tributárias, como taxas, contribuições, etc. 
 
 
 
 
 
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Importante dizer: esta imunidade se estende às autarquias e fundações 
públicas desde que atendam a quatro requisitos: 
 
 cumpram suas finalidades essenciais ou qualquer uma delas 
decorrentes. 
 sejam instituídas ou mantidas pelo Poder Público. 
 não cobrem preços e nem tarifas. 
 não entrem na concorrência privada. 
 
Outra questão importante: já no que tange as empresas públicas e 
sociedades de economia mista, por serem detentoras de personalidade jurídica de 
direito privado, não gozam de imunidade tributária. 
 
Mas cuidado, principalmente por trata-se de prova discursiva: o STF tem 
entendido que algumas empresas públicas, bem como sociedades de economia 
mista, são merecedoras da imunidade, quando prestam serviço público de caráter 
obrigatório (essencial e que deveria ser prestado pelo Estado e de forma exclusiva 
(em caráter de Monopólio). Exemplo: Correios, Infraero. 
 
Por fim, já no tocante a tributação indireta, somente o contribuinte de direito 
gozará desta imunidade. Se o Ente Público for, portanto, contribuinte de fato 
(consumidor final, via de regra), terá que suportar o ônus fiscal. Tudo isto conforme 
precedentes do STF. 
 
6.2) Imunidade dos Templos de Qualquer Culto (Genérica – portanto só Imposto) 
 
Esta imunidade visa tutelar a liberdade religiosa, e por essa razão tudo, 
exatamente tudo, que estiver em nome da instituição religiosa e cumprir sua 
finalidade essencial terá imunidade, quer dizer, não terá de pagar impostos. 
 
 
 
 
 
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Assim mesmo prédio locado para terceiros, produção de pães (padaria), 
locação de espaço no cemitério, se o dinheiro auferido servir para a manutenção 
da instituição, gozará desta imunidade. 
 
Por fim, lembre-se, que em decisão de 2013, o STF compreendeu que loja 
maçônica não goza desta imunidade, porque não se trata de religião, mas sim 
uma ideologia (filosofia) de vida. 
 
Outra questão importante é lecionada pelo doutrinador Leandro Paulsen 
quando o mesmo afirma que Culto Satânico não teria êxito com este tipo de 
imunidade. 
 
6.3) Imunidade Subjetiva (Genérica – regra: só de Imposto) 
 
Conforme Constituição Federal quatro pessoas não irão pagar impostos 
sobre suas rendas, patrimônio e serviços. É que chamamos de imunidade subjetiva,ou seja, sobre determinas pessoas. 
 
 Entidades de Assistência Social sem Fins Lucrativos. 
 Entidade de Educação Sem Fins Lucrativos. 
 Partidos Políticos e suas Fundações. 
 Sindicato dos Trabalhadores. 
 
O artigo 14 do CTN prevê três requisitos que devem ser cumpridos pelas 
quatro pessoas jurídicas acima mencionadas poderem gozar da imunidade. São 
eles: 
 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é 
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas 
entidades nele referidas: 
 
 
 
 
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I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de 
suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, 
de 2001) 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na 
manutenção dos seus objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em 
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua 
exatidão. 
 
 Primeira questão importante: já existem julgados dos Tribunais Superiores 
afirmando ser possível que o inciso III deverá (ria) ser substituído por cumprir com as 
obrigações acessórias em dia em razão do atual cenária contábil e de obrigações 
existentes para as empresas e pessoas. 
 
Outra questão importante é: os Partidos Políticos, além dos três requisitos 
acima, devem cumprir mais dois: 
 
 Estar devidamente registrado no TSE. 
 Não atentar contra costumes e princípios da Federação. 
 
Aqui, na mesma levada dos Templos, conforme Súmula de nº 724 do STF, 
todas as pessoas que tenham imóveis locados para terceiros não irão pagar IPTU, 
desde que utilizem o valor dos aluguéis para o cumprimento de suas finalidades 
essenciais. 
 
STF também recentemente reconheceu que entidades de previdência 
privada que não exigirem de seus associados contribuições para o custeio do 
benefício, também têm direito a esta imunidade. 
 
 
 
 
 
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Por fim, atenção: Entidades de Assistência Social sem Fins Lucrativos, também 
gozam de imunidade das contribuições sociais. Até por isto, no título, coloquei em 
regra que seria somente imposto. 
 
6.4) Imunidade Objetiva (Genérica – portanto só Imposto) 
 
Quem goza desta imunidade não poderá sofrer da União, Estados, DF e 
Municípios qualquer cobrança de imposto sobre: livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado à sua impressão. Portanto estes 4 objetos gozarão de imunidade. 
 
Assim terão imunidade os livros, jornais, períodicos que transmitirem 
pensamentos e ideias formalmente orientadas, independente do conteúdo (pode 
ser até pornográfico). 
 
O STF já reconheceu imunidade de álbum de figurinha e das apostilas. 
 
Mas atenção: com relação aos periódicos e jornais, somente perderão a 
imunidade se apresentarem cunho eminentemente publicitário, sem qualquer 
destinação à cultura e à educação, como os encartes e catálogos. 
 
A lista telefônica tem esta imunidade por ter utilidade pública. 
 
Por fim, segundo o STF, a imunidade objetiva também alcança os filmes e 
papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. Entretanto 
tinta para impressão destes, não gozará de imunidade. 
 
6.5) Imunidade dos CD´s e DVD´s (Genérica – portanto só Imposto) 
 
CD´s e DVD´s produzidos no Brasil com obras musicais de autores nacionais 
não irão pagas os impostos. 
 
 
 
 
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Também há imunidade para as obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros e as mídias ou os arquivos digitais que as contenham. Logo, a imunidade 
alcança as músicas comercializadas pelas internet. 
 
6.6) Quadro – Demais Imunidades Previstas5 
Fundamento 
constitucional 
Objeto/Pessoa/Operação imunizados Tributos cuja 
incidência é 
impedida 
Art. 5.º, XXXIV - Obtenção de certidões, exercício do direito de petição Taxas em geral 
Art. 5.º, LXXIII - Ação popular, salvo comprovada má-fé Custas judiciais 
(consideradas taxas 
pelo STF) 
Art. 5.º, LXXVI - Registro civil de nascimento e certidão de óbito, para os 
reconhecidamente pobres 
Emolumentos 
(considerados taxas 
pelo STF) 
Art. 5.º, LXXVII - Habeas corpus, habeas data e, na forma da lei, atos 
necessários ao exercício da cidadania 
Custas judiciais e 
emolumentos 
(considerados taxas 
pelo STF) 
Art. 149, § 2.º, I - Receitas decorrentes de exportação Contribuições sociais 
e de intervenção no 
domínio econômico 
Art. 153, § 3.º, III - Exportação de produtos industrializados IPI 
Art. 153, § 4.º, II - Pequenas glebas rurais, definidas em lei, exploradas por 
proprietário que não possua outro imóvel 
ITR 
Art. 153, § 5.º c/c 
ADCT, art. 74, § 
2.º 
- Ouro definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
cambial 
Tributos em geral, 
salvo CPMF e IOF 
Art. 155, § 2.º, X - Exportações de mercadorias e serviços; 
- Operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e 
energia elétrica; 
- Prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e 
gratuita 
ICMS 
Art. 155, § 3.º - Operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais do País 
Impostos em geral, 
exceto II, IE e ICMS 
Art. 156, § 2.º, I - Transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de 
pessoa jurídica em realização de capital; 
- Transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, 
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, 
nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a 
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens 
imóveis ou arrendamento mercantil 
ITBI 
Art. 184, § 5.º - Operações de transferência de imóveis desapropriados para 
fins de reforma agrária 
Impostos em geral 
Art. 195, II - Rendimentos de aposentadoria e pensão concedidas pelo 
regime geral de previdência social 
Contribuição 
previdenciária 
 
5 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 509. 
 
 
 
 
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Art. 195, § 7.º - Entidades beneficentes de assistência social que atendam às 
exigências estabelecidas em lei 
Contribuições para 
financiamento da 
seguridade social 
Art. 226, § 1.º - Celebração do casamento civil Taxas em geral 
Art. 85 do ADCT - Contas-correntes de depósito especialmente abertas e 
exclusivamente utilizadas para operações de: 
a) câmaras e prestadoras de serviços de compensação e de 
liquidação de que trata o parágrafo único do art. 2.º da Lei 
10.214, de 27 de março de 2001; 
b) companhias securitizadoras de que trata a Lei 9.514, de 20 de 
novembro de 1997; 
c) sociedades anônimas que tenham por objeto exclusivo a 
aquisição de créditos oriundos de operações praticadas no 
mercado financeiro; 
- Contas-correntes de depósito, relativos a: 
a) operações de compra e venda de ações, realizadas em 
recintos ou sistemas de negociação de bolsas de valores e no 
mercado de balcão organizado; 
b) contratos referenciados em ações ou índices de ações, em 
suas diversas modalidades, negociados em bolsas de valores, de 
mercadorias e de futuros; 
- Contas de investidores estrangeiros, relativos a entradas no 
País e a remessas para o exterior de recursos financeiros 
empregados, exclusivamente, em operaçõese contratos 
referidos nas letras “a” e “b” do item anterior. 
CPMF 
 
7) LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Conforme artigo 96 do CTN, à legislação tributária compreende: leis, tratados 
e convenções internacionais, decretos e normas complementares. 
7.1) Lei Ordinária 
 
Em regra, é a lei ordinária que irá discorrer sobre matérias tributárias. 
 
7.2) Lei Complementar 
 
Lembre-se sempre: existem quatro tributos que só podem ser instituídos e 
majorados em decorrência de lei complementar: Contribuição Social Residual, 
Empréstimo Compulsório, IGF e Imposto Residual. 
 
 
 
 
 
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Além destes tributos, nossa Constituição determina que algumas matérias 
também só podem ser abordadas mediante lei complementar. Assim conforme 
artigo 146 da CF, só pode ser tratada por lei complementar: 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, 
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em 
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos 
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência 
tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo 
praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as 
microempresas e para as empresas de pequeno porte, 
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto 
previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I 
e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, 
também poderá instituir um regime único de arrecadação dos 
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento 
diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição 
da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes 
 
 
 
 
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federados será imediata, vedada qualquer retenção ou 
condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, 
de 19.12.2003) 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser 
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro 
nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios 
especiais de tributação, com o objetivo de prevenir 
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência 
de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
No tocante ao ISSQN, igualmente teremos necessidade de lei 
complementar: 
 
 fixar suas alíquotas máximas e mínimas. 
 excluir da sua incidência exportação de serviços para o 
exterior. 
 regular forma e condição como isenção, incentivos e 
benefícios serão concedidos e revogados. 
 
7.3) Tratados e Convenções Internacionais 
 
Lembre-se que Tratado Internacional é o nosso querido “rei”. Ademais em 
matéria tributária, são muito utilizados para evitar bitributação e estabelecer 
tributação de mercadorias exportadas e importadas. 
 
7.4) Decreto Legislativo 
 
 
 
 
 
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O Decreto Legislativo é utilizado em matéria tributária para aprovação dos 
tratados e convenções internacionais e para disciplinar os efeitos das medidas 
provisórias não convertidas em lei. 
 
7.5) Decreto 
 
Trata-se de instrumento normativo, utilizado pelo Presidente da República, 
para obter a correta aplicação e execução da lei, sem ampliar ou restringir o 
conteúdo por ela definido. 
 
8) INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Salvo as disposições previstas no artigo 111 do CTN, admite-se a utilização de 
todos os métodos de interpretação aceitos em direito, tais como o método literal, 
sistemático, teleológico e histórico. 
 
Já quanto as hipóteses de exclusão e suspensão do crédito tributário, bem 
como dispensa do cumprimento de obrigação acessória, de acordo com o artigo 
111 do CTN, somente poderá se valer o aplicador da interpretação literal. 
 
Ademais, nos que tange ao artigo 112 do CTN, afirma o mesmo que a lei 
tributária que define infrações, ou que comina penalidades, será interpretada da 
maneira mais favorável ao réu. 
 
Por fim, tenha cuidado: ninguém poderá se valer da analogia para cobrar 
tributo e nem tampouco utilizar a equidade para ser dispensado do pagamento 
do tributo. 
 
9) OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 
 
 
 
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A primeira questão que deverá ser de primordial compreensão de vocês: a 
obrigação tributária nasce à partir do acometimento de um fato gerador por 
determinada pessoa (sujeito passivo). 
 
Ademais a obrigação tributária poderá ser principal ou acessória. A 
obrigação principal tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade. Já a 
obrigação acessória, consiste em prestações positivas (fazer) ou negativas (não 
fazer) que irão facilitar a arrecadação e a fiscalização dos tributos. 
 
Por obrigações de fazer, tem-se o dever de emitir nota fiscal, escriturar livros, 
declarar impostos. Quanto às obrigações de não fazer, cita-se o dever de não 
receber mercadorias desacompanhadas da devida documentação fiscal. 
 
Atenção e cai em prova: a inobservância de uma obrigação acessória pelo 
sujeito passivo implica no surgimento de uma obrigação principal referente à 
penalidade tributária. 
 
O fato de o sujeito passivo não ter uma obrigação principal, por gozar de 
imunidade ou isenção tributária, por exemplo, não afasta a sua obrigação 
acessória, uma vez que esta é autônoma em relação àquela. Por fim, para finalizar 
tal item, coloca-se à disposição importante esquema traduzido da obra do 
professor Ricardo Alexandre6: 
 
OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA 
Espécies Natureza Modalidade Obrigacional Objeto 
Principal Patrimonial De dar (dinheiro) Pagamento de 
tributo 
Pagamento de 
penalidade 
pecuniária 
Acessória Não 
patrimonial 
De fazer (ex. escriturar livros fiscais e 
entregar declarações tributárias) ou 
de não fazer (ex. não rasurar a 
escrituração fiscal e não receber 
Prestações positivas 
ou negativas de 
interesse da 
 
6 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 713. 
 
 
 
 
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mercadorias desacompanhadas dos 
documentos fiscais) 
arrecadação ou 
fiscalização 
 
9.1 Sujeito Ativo da Obrigação Tributária 
 
É a pessoa jurídica de direito público que detém a competência para exigiro cumprimento da obrigação tributária. 
 
9.2) Sujeito Passivo da Obrigação Tributária 
 
É o indivíduo obrigado ao pagamento do tributo ou da penalidade tributária, 
pode ser contribuinte ou responsável. 
 
O contribuinte é aquele que tem relação direta e pessoal com a situação 
que constitua o fato gerador da obrigação. Na verdade, é quem pratica o fato 
gerador. 
 
O responsável é aquele que sem revestir a condição de contribuinte, mas 
por ter relação indireta com a situação que constitua o fato gerador, a lei lhe atribui 
o dever de pagar o tributo. 
 
Atenção: as convenções particulares (contrato de compra e venda, por 
exemplo), salvo disposição legal em contrário, relativas à modificação da sujeição 
passiva quanto à responsabilidade pelo pagamento dos tributos, não podem ser 
opostas ao Fisco. 
 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções 
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de 
tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para 
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações 
tributárias correspondentes. 
 
 
 
 
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Os sujeitos passivos podem ser solidários, desde que haja interesse comum na 
situação que constitua o fato gerador do tributo, ou sempre que a lei assim 
determinar. 
 
Por fim, o CTN determina quatro efeitos da solidariedade, salvo disposição 
de lei em contrário: 
 
 Não comporta benefício de ordem. 
 O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita 
os demais. 
 A isenção ou remissão de crédito exonera todos os 
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente à um deles, 
subsistindo assim, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo. 
 A interrupção da prescrição, em favor de um ou contra 
um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. 
 
10) CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Com o surgimento da obrigação tributária aparece o crédito tributário. E será 
apenas com a existência do crédito tributário é que o Fisco poderá exigir o tributo. 
Mas vale ressaltar: o crédito tributária não é exigível à partir da obrigação. Ele 
dependerá de um fato, ou seja, a sua constituição. 
 
Assim é fundamental salientar que o crédito tributário é constituído por meio 
de lançamento tributário. 
 
 
 
 
 
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Ademais o lançamento tributário reporta-se à data da ocorrência do fato 
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada. 
 
Existem no nosso ordenamento jurídico 3 modalidades de lançamento 
tributário: ofício, declaração e homologação. 
 
O lançamento de ofício é realizado pela autoridade administrativa 
independentemente de qualquer atuação ou participação do sujeito passivo. É a 
própria autoridade que verifica a ocorrência do fato gerador, determina a matéria 
tributável, calculo o montante devido, identifica o sujeito. Exemplo: IPTU, IPVA, 
Contribuição de Melhoria, CIP. 
 
Já o lançamento por declaração é efetuado pela autoridade administrativa 
com base em informações prestadas pelo sujeito passivo sobre a ocorrência do 
fato gerador. Exemplo: ITBI, I. Importação em Bagagem. 
 
Por fim, o terceiro e último, o lançamento por homologação ocorre quando 
o próprio sujeito passivo verifica a ocorrência do fato gerador, calculo o tributo e 
executa o pagamento, independentemente de qualquer atuação prévia da 
autoridade administrativa. Exemplo: ICMS, IPI, IR, PIS, COFINS. 
 
11) SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
As formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário tem previsão 
legal: no Artigo – 151 do CTN. 
 
São as causas que suspendem a exigibilidade do crédito: 
 
 Moratória. 
 
 
 
 
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 Depósito do Montante Integral. 
 Reclamações e Recursos Administrativos. 
 Concessão de Liminar. 
 Concessão de Antecipação de Tutela. 
 Parcelamento. 
 
Outrossim reza o artigo 141 do CTN – este rol é taxativo (não é 
exemplificativo). 
 
Outra questão importante: as causas de suspensão não impedirão o 
lançamento do crédito tributário. Isto porque a Fazenda Pública acaso não lançar 
poderá ocorrer o instituto da decadência (5 anos). Lembre-se que a Fazenda está 
vinculada à lei, logo ocorrendo fato gerador, deverá fazer o lançamento. Sobre 
isto colaciona importante esquema de Ricardo Alexandre7: 
 
 
 
Exemplo: contribuinte (sujeito passivo) entra com Ação Declaratória de 
Inexigibilidade de Tributo, sem ter o fisco efetuado o lançamento. Obtém o 
contribuinte concessão de liminar e está suspensa a exigibilidade do crédito. 
Deverá a Fazenda Pública efetuar o lançamento, mesmo com o crédito suspenso? 
Sim, eis que acaso não vier a fazer, estará descumprimento a lei e poderá ao final 
do processo ocorrer o instituto da decadência em face de derrota do contribuinte. 
 
 
7 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 1005. 
 
 
 
 
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Agora se o contribuinte preferir depositar judicialmente o valor integral do 
tributo, o Fisco não precisará se preocupar em realizar o lançamento conforme 
posição do STJ. Agora é importante dizer: se o Fisco mesmo compreender que o 
depósito realizado pelo contribuinte é inferior que o tributo devido, deverá efetuar 
o lançamento da diferença, sob pena de decadência da diferença não 
depositada. 
 
Outro ponto importante: a suspensão da exigibilidade do crédito, não 
significa automaticamente a suspensão do cumprimento das obrigações 
acessórias, conforme artigo 151, Parágrafo Único. 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de 
segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, 
em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, 
de 2001) 
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o 
cumprimento das obrigações assessórios dependentes da 
obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela 
conseqüentes. 
 
11.1) Moratória 
 
A Moratória nada mais é do que a dilatação (aumento) do prazo para 
pagamento de tributo. Vale lembrar que se trata de um aumento e não de 
dispensa de pagamento. 
 
 
 
 
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 A moratória sempre ocorrerá por meio de lei do ente competente. Ela 
poderá ser individual ou geral. 
 
A moratória individual alcança apenas algumas pessoas que preenchem 
determinados critérios estabelecidos em lei e sempre dependerá de despacho de 
Autoridade Administrativa. Também a moratória individual não gerará direito 
adquirido. 
 
Já a moratória geral alcança uma generalidade de pessoas indistintamente, 
e por essa razão, não dependerá de despacho de Autoridade Administrativa. 
 
Via de regra, a moratória somente poderá ser concedida (art. 152, I, do CNT) 
pelo Ente Federativo competente para instituir o tributo. 
 
Entretanto, existe uma exceção (art. 152,II, do CTN), que prevê que a União 
poderá criar moratória para tributos municipais e estaduais, desde que crie 
moratória simultaneamente para um tributo de sua competência. É a chamada 
moratória heterônoma. 
 
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: 
I - em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para 
instituir o tributo a que se refira; 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, 
do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente 
concedida quanto aos tributos de competência federal e às 
obrigações de direito privado; 
II - em caráter individual, por despacho da autoridade 
administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do 
inciso anterior. 
 
 
 
 
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Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode 
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à 
determinada região do território da pessoa jurídica de direito 
público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria 
de sujeitos passivos. 
 
 Sobre moratório, trago importante esquema de Ricardo Alexandre8: 
 
 
 
Por fim, e o mais importante, a moratória já vai abranger créditos já 
definitivamente constituídos (já lançados). 
 
11.2) Depósito Integral do Tributo 
 
Depósito é faculdade do sujeito passivo, muito utilizado quando do ingresso 
de ação judicial. 
 
Primeira questão importante: o mero ajuizamento da ação não suspenderá 
a exigibilidade do crédito. Ademais o depósito somente irá suspender a 
exigibilidade, se for realizado em montante integral. (vide Súmula 112 do STJ). 
 
 
8 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 1037. 
 
 
 
 
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Ademais o depósito integral não configura condição de admissibilidade de 
ação, mas sim apenas uma forma de suspender a exigibilidade do crédito. 
 
Muito cuidado: o artigo 38 da LEF condiciona a existência de depósito 
judicial para que o contribuinte possa ingressar com Ação Anulatória. O STF já se 
pronunciou e compreender ser ilegal, vindo a editar posteriormente a Súmula 
Vinculante de nº 28. 
 
No mesmo sentido o STF afirmou ser inconstitucional a exigência de depósito 
prévio para a propositura de recurso na esfera administrativa. Vide Súmula 
Vinculante de nº 21. 
 
Então muito cuidado com a seguinte questão de prova: não será 
exclusivamente o depósito no montante integral na esfera administrativa que irá 
suspender a exigibilidade do crédito. A mera interposição de recurso, tempestivo, 
igualmente suspenderá, não sendo necessário portanto o depósito. 
 
O depósito integral suspenderá a exigibilidade dos juros para o contribuinte. 
Outrossim, em caso de vitória do sujeito passivo, e ele vindo a receber o dinheiro 
corrigido + juros, tais encargos ocorrerá a incidência de Imposto de Renda 
conforme entendimento do STJ. 
 
11.3) Reclamação & Recursos Administrativos 
 
Considerando que o Exame da OAB é unificado, e os entes federativos 
poderão tratar seus recursos administrativos com regras próprias, irei limitar-me a 
trabalhar sobre as reclamações na esfera federal. 
 
Assim inicialmente vale ressaltar que: a reclamação é o ato de impugnar no 
âmbito federal, no prazo de 30 dias, a notificação fiscal de lançamento. Seria 
 
 
 
 
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como fosse realizado o recurso em primeira instância. Quem julgará é a Delegacia 
da Receita Federal de Julgamento. 
 
Caso esta primeira decisão seja desfavorável, caberá agora sim RECURSO, 
para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Aqui teríamos o 
julgamento como segunda instância. 
 
E desta decisão do CARF, poderemos ter um recurso especial, no prazo de 
15 dias, quando houver interpretação divergente em outra Câmara ou Turma. Tal 
recurso será encaminhado a Câmara Superior de Recursos Especiais. 
 
Vale lembrar que enquanto houver discussão administrativa, teremos a 
suspensão da exigibilidade do crédito. 
 
11.4) Concessão da Medida Liminar 
 
Suspenderá igualmente à exigibilidade do crédito a concessão de medida 
liminar. Será concedida sempre quando houver: fundamento relevante (fumus 
bonis juris) e do ato impugnado puder resultar ineficácia da medida (periculum in 
mora). 
 
Poderá o magistrado exigir do impetrante caução, depósito ou fiança para 
concessão. 
 
Lembre-se que: se concedida a liminar antes do lançamento, o fisco deverá 
fazê-lo sob pena de posteriormente pagar com a decadência. 
 
Uma vez cassada, anulada ou reformada a liminar, o crédito voltará a ser 
exigido, acrescido de juros apenas, mas LIVRE de multa. 
 
 
 
 
 
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11.5) Concessão de Antecipação de Tutela 
 
A suspensão também poderá ocorrer com o deferimento de tutela 
antecipada em ação judicial, com fulcro no artigo 273 do CPC. Será a concedida 
a antecipação quando houver presentes dois requisitos: verossimilhança da 
alegação e fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. 
 
Atenção: aqui não existe previsão legal para exigência de depósito, fiança 
ou caução. Basta que sejam atendidos os requisitos acima trabalhados. 
 
11.6) Parcelamento 
Tem previsão legal no artigo 155-A do CTN. Consiste na dilatação (aumento) 
do prazo legal para pagamento, sendo lhe possibilitado o pagamento fracionado 
(em parcelas). 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e 
condição estabelecidas em lei específica. (Incluído pela Lcp 
nº 104, de 2001) 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do 
crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. 
(Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as 
disposições desta Lei, relativas à moratória. (Incluído pela Lcp 
nº 104, de 2001) 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de 
parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste 
artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento 
do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, 
não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior 
ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
 
 
 
 
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O parcelamento deve ser concedido por lei específica edita pelo Ente 
Federativo competente para instituir o tributo. 
 
Uma vez concedido o parcelamento, de acordo com lei própria, poderá o 
ordenamento não excluir a exigibilidade de eventuais juros e multa. Mas também 
nada obstará a exclusão dos mesmos, seja em parcialmente ou em sua totalidade. 
 
A exigibilidade do crédito somente permanecerá suspensa enquanto o 
parcelamento for adimplido. No que tange a legislação federal, conforme Lei 
10.522/2002, art. 14-B, se aponta como fator de rescisão automática o não 
pagamento de três (3) parcelas. 
12) EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
As causas de extinção do crédito tributário estão no artigo 156 do CTN. 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação;IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do 
lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º 
e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no 
§ 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a 
definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser 
objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
 
 
 
 
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XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e 
condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 
2001) 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção 
total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da 
irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos 
artigos 144 e 149. 
 
O rol é taxativo, portanto não pode lei ordinária criar nova forma de 
extinção. Lembre-se sempre que: caberá a lei complementar a edição de normais 
gerais de direito tributário. 
 
Ademais jamais confunda as formas de extinção do Direito Civil com estas 
do Direito Tributário. Eis que, por exemplo, o instituto da confusão não estará 
presente, de regra, no Tributário. Entretanto, em questões dissertativas você já 
poderá demonstrar conhecimento ao examinador exemplificando caso de 
confusão no Direito Tributário. 
 
Agora nas provas objetivas têm-se adotado posição rígida, sendo 
considerada correta a questão que afirma que a confusão não é apta a extinguir 
o crédito tributário. 
 
Assim, vamos as formas de extinção do crédito tributário. 
 
12.1) Pagamento 
 
O pagamento é a causa mais natural da extinção das obrigações. Lembre-
se que via de regra ele será realizado em dinheiro ou valor que nele possa se 
exprimir. 
 
 
 
 
 
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A imposição da penalidade não ilide o pagamento integral do crédito 
tributário. Por conta desta regra, a multa é sempre cumulativa, jamais substituindo 
o pagamento do respectivo tributo. 
 
Cuidado com a seguinte questão: se não posso pagar somente o tributo, 
sendo cumulativa a multa, em processo falimentar o tributo e a multa tem 
preferência na ordem de pagamento: não, eis que a preferência é apenas no que 
tange ao tributo, não se aplicando no que diz respeito as multas. 
 
Ademais diferentemente do Direito Civil que o pagamento da última parcela 
gera presunção do pagamento das demais, no Direito Tributário o pagamento da 
última quota ou parcela não gera presunção do pagamento das parcelas 
anteriores. 
 
Não havendo regra específica na legislação tributária do ente competente, 
o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito 
passivo. 
 
Quanto ao prazo de pagamento, igualmente acaso não houver regra 
específica na legislação tributária do ente competente, o vencimento do crédito 
ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado 
do lançamento. Lembre-se ainda sobre o prazo para pagamento9: 
 
 
9 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 1067. 
 
 
 
 
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Lembre-se que em Tributos Federais (âmbito federal), a correção monetária 
e os juros de mora estão reunidos em único índice, a taxa SELIC. Sendo assim, 
conforme orientação pacífica do STJ, não posso cumular SELIC com qualquer outro 
índice de correção monetária. 
 
Conforme o artigo 162 do CTN o pagamento poderá ser efetuado em 
moeda corrente, cheque ou vale postal. E nos casos previstos em lei, em 
estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, 
ou por processo mecânico. 
 
Estampilha e Papel Selado são espécies de selos com os quais o sujeito 
passivo comprova o pagamento do tributo, feito em dinheiro, no momento da 
aquisição. O exemplo mais recente, é o selo-pedágio (via de regra uma taxa), que 
o sujeito compra e coloca no veículo, de forma a comprovar o pagamento de 
pedágio. 
 
Como era de esperar: o pagamento feito por cheque depende de posterior 
resgate pelo sacado (compensação bancária). 
 
 
 
 
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Por fim, quem pagou equivocadamente ou erroneamente tem o direito a 
restituição. O fundamento da regra é o princípio da vedação ao enriquecimento 
ilícito. 
 
12.2) Compensação 
 
Opera-se a compensação quando duas pessoas forem ao mesmo tempo 
credor e devedor uma de outra. 
 
Lembre-se que será necessária lei específica, não sendo suficiente a simples 
existência de reciprocidade de dívidas para que a compensação se imponha. 
 
Ademais em Direito Tributário, o valor do crédito que o particular quer 
compensar com o crédito tributário deve ser líquido, certo, e em dinheiro. Ademais 
o crédito pode estar vencido ou até mesmo vincendo. 
 
12.3) Transação 
 
Transação é o negócio jurídico em que as partes, mediante concessões 
mútuas, extinguem obrigações, prevenindo ou terminando litígios. 
 
Mas atenção: no Direito Tributário não existe a figura da transação 
preventiva. 
 
A transação somente pode ser celebrada com base em lei autorizativa, 
editada pelo ente competente pela instituição do tributo. 
 
 
 
 
 
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Exemplo clássico que costuma aparecer no Exame de OAB: lei que concede 
desconto de multas moratórias de 80% aplicadas contra os contribuintes que 
desistissem das ações ajuizadas no tocante a legalidade de determinado tributo. 
 
12.4) Remissão 
 
Remissão é a dispensa gratuita da dívida, feita pelo credor em benefício do 
devedor. 
 
Tal dispensa somente poderá ser concedida mediante lei específica. 
Ademais tal dispensa poderá ser tanto de tributos, juros e multas. 
 
Cuidado para não confundir com a anistia: porque anistia é forma de 
exclusão do crédito tributário, ou seja, visa impedir o lançamento referente à multa. 
Já a remissão é a forma de extinção de algo que já está constituído, referente à 
multa, juros e o tributo. 
 
12.5) Decadência 
 
O prazo para que a Administração Tributária, por meio da autoridade 
competente, promova o lançamento é decadencial. O prazo para que se ajuíze 
a ação de execução fiscal é prescricional. 
 
Operada a decadência, tem-se por extinto o direito de lançar. Verificada a 
prescrição, tem-se impossibilitado o manejo da execução fiscal. 
 
Lembre-se que diferentemente do direito civil, aqui no Direito Tributário o 
pagamento de débito prescrito gera direito a sua repetição, na medida em que, 
muito embora exista o direito material, a pretensão estará extinta quando da 
ocorrência do pagamento. 
 
 
 
 
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Ademais ressalta-se: o lançamento é exatamente o marco que separa, na 
linha do tempo, a prescrição da decadência. 
 
Mais importante ainda dizer que: o termo inicial do prazo decadencial não 
é exatamente a data da ocorrência do fato gerador, mas uma data em torno 
deste momento (via de regra, o primeiroexercício financeiro subsequente). Mas no 
caso do lançamento por homologação, contudo, o termo inicial pode coincidir 
com precisão com data do fato gerador. 
 
O prazo decadencial é de 5 anos. Outrossim a decadência tem algumas 
regras próprias que veremos abaixo. 
 
12.5.1) Regra Geral do Prazo Decadencial 
 
O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 
cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado. 
 
Percebe-se nitidamente que a Administração Pública acaba tendo mais de 
cinco anos para exercer o direito de constituir o crédito. Mas na OAB = o prazo 
decadencial é 5 anos. 
 
12.5.2) Regra da Antecipação da Contagem do Prazo Decadencial 
 
Uma vez iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao 
sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento, 
considera-se como fato que antecipa a contagem do prazo decadencial. 
 
 
 
 
 
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É quando a Administração Pública adota medida preparatória para o 
lançamento. Como por exemplo o início de uma fiscalização ou até mesmo a 
notificação. Assim à partir da data em que o sujeito passivo toma ciência do termo, 
inicia-se a contagem do prazo decadencial. 
 
É importante dizer que: qualquer ato posterior cometido pela Administração 
Pública não inibirá a contagem do prazo decadencial já iniciado anteriormente. 
 
12.5.3) Regra da Anulação de Lançamento – Vício Formal – Decadência 
 
Contada da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, 
por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, apresenta-se como 
consequência a devolução do prazo para que se constitua o crédito. 
 
Lembre-se que é vício de forma e não de matéria. 
 
12.5.4) Regra do Lançamento por Homologação 
 
O término do prazo para a homologação, sem que esta tenha sido 
expressamente realizada, não apenas configura homologação tácita, mas 
também decadência do direito de constituir o crédito relativo a qualquer 
diferença. 
 
Aqui, no lançamento por homologação, a regra é: único caso em que o 
prazo decadencial é contado exatamente da data da ocorrência do fato 
gerador. 
 
Assim, se o contribuinte antecipou o pagamento dentro do prazo legal, 
mesmo que o valor recolhido tenha sido ínfimo, a homologação tácita ocorrerá 
em cinco anos, contados da data do fato gerador. 
 
 
 
 
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Mas atenção nos casos de lançamento por homologação onde não houver 
pagamento ou ele for realizado com dolo, fraude ou simulação, o prazo 
decadencial passará para a regra geral, ou seja, 1º dia do exercício subsequente. 
 
Cuidado que a FGV ainda insiste em cobrar o prazo decadencial para a 
realização do lançamento das contribuições para financiamento da seguridade 
social. A lei própria fala em 10 anos, mas o STJ em 2007 e o STF em 2008 (súmula 
vinculante nº 8), decidiu que tal prazo é inconstitucional, sendo o mesmo igual aos 
demais (5 anos). 
 
12.6) Prescrição 
 
Opera-se a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo 
legalmente estipulado, a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa 
do crédito tributário. 
 
Conforme o artigo 174 do CTN o prazo de prescrição é de cinco anos, 
iniciando sua contagem da data da constituição definitiva do crédito tributário. 
 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário 
prescreve em cinco anos, contados da data da sua 
constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução 
fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que 
importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 
 
 
 
 
 
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Mas cuidado que não será com a notificação que o crédito estará 
definitivamente constituído. Mas sim, não havendo pagamento ou impugnação 
(ou após o processo administrativo), e ultrapassado o prazo para pagamento do 
crédito tributário sem pagamento, é que começará a fluir o prazo prescricional. 
 
Lembre-se que a prescrição se interromperá quando: houver despacho do 
juiz ordenando citação em execução, qualquer protesto judicial ou ato judicial que 
constitua o devedor em mora e por qualquer ato inequívoco (mesmo que seja 
extrajudicial) que importe reconhecimento do débito pelo devedor. 
 
12.7) Conversão do Depósito em Renda 
 
Quando o sujeito passivo discorda do lançamento e resolve contestá-lo 
judicialmente ou administrativamente, poderá ele suspender a exigibilidade do 
crédito tributário para discutir tranquilamente efetuando o depósito do montante 
integral do crédito. 
 
E, não obtendo sucesso no litígio instaurado, a importância depositada será 
convertida em renda para Fazenda Pública interessada, de forma que o crédito 
tributário estará extinto. 
 
12.8) Pagamento Antecipado e a Homologação do Lançamento 
 
O sujeito passivo aqui calcula o montante devido, antecipa o pagamento e 
fica no aguardo da homologação do seu proceder pela autoridade 
administrativa. Assim, havendo a antecipação e a devida homologação da 
autoridade administrativa, o crédito estará extinto. 
Consignação em Pagamento Julgada pela Procedência 
 
 
 
 
 
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A ação de Consignação em Pagamento é o meio processual adequado 
para que o sujeito passivo exerça o direito de pagar e obter a quitação do tributo, 
quando tal providência está sendo obstada por fato imputável ao credor. 
 
E em caso de julgamento pela procedência, ocorrerá a extinção do crédito 
tributário. 
 
12.9) Decisão Administrativa Irreformável & Decisão Judicial Transitada em Julgado 
 
Se o sujeito passivo, irresignado com lançamento efetuado pela autoridade 
administrativa, oferece impugnação, acaba por instaurar um litígio que seguirá as 
regras da lei do processo administrativo fiscal do respectivo ente tributante. 
 
E, acaso no final do litígio, a decisão for pela improcedência do lançamento, 
o crédito estará definitivamente extinto. 
 
O mesmo caso valerá quando da discussão de exigibilidade de crédito 
tributário, houver ganho de causa para o sujeito passivo. 
 
12.10) Dação em Pagamento de Bens Imóveis 
 
A dação em pagamento em bem imóvel é a forma de pagamento em 
substituição ao dinheiro e, portanto extinção do crédito tributário. Irá depender de 
lei específica e do ente competente para que seja realizada. E jamais poderá ser 
realizada através de dação em pagamento de bem móvel. 
 
13) EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
As causas de exclusão do crédito tributário estão no artigo 175 do CTN. 
 
 
 
 
 
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Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa 
o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da 
obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela 
consequente. 
 
Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição, não podendo 
haver assim o lançamento, não existindo, portanto a obrigação de pagamento. 
 
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