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Capítulo 3 – Transmissão de Sinais e Filtragem 3.1 Resposta de Sistemas Lineares Invariantes no Tempo No diagrama de blocos da Figura 3.1-1, x(t) é o sinal de entrada e y(t) é o sinal de saída. Elementos que armazenam energia e outros efeitos internos podem alterar o formato da forma de onda da entrada para a saída. Independentemente do que há dentro do bloco, o sistema é caracterizado por uma relação excitação- resposta entre a entrada e a saída. Neste capítulo existe interesse em estudar a classe de sistemas lineares e invariantes no tempo (SLIT). Resposta ao Impulso e Integral de Superposição Considera-se que o Sistema Linear Invariante no Tempo (SLIT) não tenha energia armazenada no instante em que o sinal de entrada x(t) é aplicado. Portanto, a saída y(t) é a resposta forçada devido exclusivamente à entrada x(t), ou seja: Linearidade: num SLIT, a eq. (3.1-1) obedece ao princípio de superposição de efeitos, ou seja, se onde ak são constantes, então, resulta em Invariância no tempo: num SLIT as características do sistema permanecem fixas com o tempo, e assim, uma entrada deslocada no tempo x(ttd) produz tal que, a saída também é deslocada no tempo, mas sua forma permanece inalterada. ])([)( k kk txaFty F é operador linear superposição de entradas individuais superposição de saídas individuais Resposta temporal de um SLIT A maioria dos SLITs consistem de elementos a parâmetros concentrados (como resistores, capacitores e indutores). A análise direta de um tal sistema, a partir das equações constitutivas de seus elementos, conduz a uma relação de entrada-saída, y = F(x), na forma de equação diferencial linear: onde an e bn são coeficientes constantes envolvendo os valores dos elementos. O número de elementos independentes armazenadores de energia estabelecem o valor de n, conhecido como ordem do sistema. Existe alguma dificuldade de se extrair a expressão de y(t) a partir de (3.1- 4), escrita implicitamente em termos de uma dada entrada x(t). Portanto, em princípio, a equação deve ser resolvida individualmente para cada nova entrada x(t): para cada x(t), altera-se a equação e, para cada uma existe uma caminho diferente para se atingir a solução. Procurar-se-á uma forma mais simples de se escrever y(t) explicita e diretamente em termos de x(t)! Recordando a propriedade de amostragem (2.5-7) de (t), qual seja: , pode-se escrever (3.1-1) em termos da integral de convolução: (A comutação acima é permitida pela linearidade do sistema: a propriedade de superposição.) Definição: função resposta impulsiva de um SLIT Quando a entrada do sistema é x(t)=(t), a saída y(t) é representada por h(t), tal que: Recordando que o SLIT é invariante no tempo: e então na qual se recorreu à propriedade comutativa da convolução. Operador sobre a integral Integral do operador _____________________________________________________ Integral de superposição: Resposta forçada de um SLIT: convolução da entrada x(t) com a resposta impulsiva h(t), ou seja: Como esta relação é válida para qualquer que seja x(t), conclui-se que o SLIT pode ser completamente caracterizado por sua resposta impulsiva. __________________________________________________________________ Pergunta: como se determina h(t)? Sugestão: usar x(t)=u(t) e determinar a resposta ao degrau: e, em seguida, calcular: __________________________________________________________________ Prova: Dado x(t)=u(t) e (3.1-7a), então, de (3.1-6c): . Usando , vem (6c) Exemplo 3.1-1: Resposta temporal de um sistema de primeira ordem Circuito RC como filtro passa-baixa. A equação diferencial do circuito é: Resposta ao degrau, x(t)=u(t) y(t)=g(t) = F[u(t)]: O capacitor começa com tensão inicial nula e se carrega em direção a g() =1 com constante de tempo RC. A resposta impulsiva é obtida a partir de: dt tdyCti )()( )()()( txtytRi (primeira ordem) (continua...) (mostrar isto: usar T. Laplace) i(t) g(t) e h(t) são causais pois x(t)=0 para t <0. ____________________________________________________ Considere-se agora a resposta do circuito RC à uma função porta/ pulso retangular, causal e de largura (o qual poderá assumir diferentes valores): 0 t A x(t) outside0 0for )( tA tx Resposta ao degrau Resposta impulsiva RC é fixado, é variável. dt tdgth )()( (continua...) aplicar a regra da cadeia mostrar isto! h(x(‐) 0 t=0 0<t< 0 0 0 t= t t= t t > )1()(1 /0/0 / RCttRCt RC eAeRCRCAdeRCA RCtRC RCtRCtt t RCt t RC eeA eeAeAde RC A /)(/ /)(/// )1( ][1 Cálculo da convolução: , ou *Convolução nula para t < 0 *Convolução para 0 < t < *Convolução para t > )(1)( / tue RC th RCt 0 t A x(t) (continua...) _____________________________________________________ sem superposição superposição parcial superposição total Para >>RC Para RC Para <<RC X(f) com grande largura de banda. X(f) com muito conteúdo de alta frequência. Filtragem da maior parte do espectro. Distorção severa do sinal de entrada. X(f) com pequena largura de banda. X(f) com pouco conteúdo de alta frequência. Filtragem das altas frequências, próximas às descontinuidades. Pouca distorção do sinal de entrada. X(f) com conteúdo espectral médio nas altas frequências. Distorção do sinal de entrada. Interpretação: 0 t A x(t) constante RC fixa, sinal de entrada variável ( varia) variar Resposta em Frequência A análise no domínio do tempo torna-se difícil para sistemas de ordem superior, e, as complicações matemáticas tendem a obscurecer os resultados significantes. A análise no domínio da frequência constitui uma ferramenta alternativa que pode proporcionar um ponto de vista mais claro da resposta do SLIT. Definição: função resposta em frequência de um SLIT (função de transferência??) Trata-se da TF da reposta impulsiva: Quando h(t) é uma função temporal real, H(f) exibe simetria hermitiana ou seja: ___________________________________________ Interpretação de H(f) : para . )( )()( 0 tx tyfH tfjetx 02)( (Estranho?? Ver discussão a seguir) (continua...) _____________________________________________________ Prova: considera-se o para o caso geral, onde a entrada é dada por (A afirmação de que (3.1-12a) persiste para todos os tempos significa que se opera em regime permanente.) A saída é obtida aplicando-se e usando (3.1-10): tal que H(f0) = H(f) para f = f0. ________________________________________________________________________________________________________________________________________ Convertendo H(f0) para a forma polar, tem-se: sendo e )()( 0 txfH )( )()( 0 tx tyfH tfjetx 02)( para c.q.d. integral em Interpretação de H(f) : H(f) em f=f0 por definição (continua...) )( )()( 0 tx tyfH fasor girante elementar ______________________________________________________________________________ Resposta em frequência: Considere-se um entrada dada por: ou, na forma de fasores conjugados: Aplicando-se (3.1.12b) e (3.1-13), em conjunto o princípio de superposição: ou Portanto: para e2 )( 00 22 tfjjtfjj x eeeeAtx xx 22 )()( 000000 222)](arg[2)](arg[ 0 tfjjtfjj y tfjfHjtfjfHj x eeeeAeeeefHAty yyxx 2 )()( 2 )()( )( 0000 0000 2)(arg 0 2)(arg 0 2)(arg 0 2)(arg 0 tfjjfHjtfjjfHj x tfjjfHjtfjjfHj x eeefHeeefH A eeefHeeefH Aty xx xx usando (3.1-11b) usando (3.1-13) (continua...) A razão é válida para qualquer frequência f0 H(f) é o gráfico de ganho. Da mesma forma, a defasagem arg H(f) é o gráfico de fase. Ganho em dB: Fase em graus (degrees): xy AAfH /log20)(log20 10010 ___________________________________ xyfH )(arg 0 Resposta em frequência: análise no domínio espectral Relembrando o teorema da convolução, se , então: a qual constitui a base da análise no domínio da frequência. Permite usar operações matemáticas simples: Se x(t) for um sinal de energia, então, y(t) também o será, tal que: (densidade espectral de energia) (energia total – teorema da energia de Rayleigh) ____________________________________________ Fica estabelecido um novo par de transformada de Fourier: Prova: se x(t)=(t) X(f)=1; portanto, aplicando (3.1-14) resulta: Y(f) = H(f).1 = H(f) y(t) = h(t), de acordo com a definição. Ponto de vista do domínio da frequência: o espectro plano de X(f)=1 contém todas as frequências em igual proporção e, consequentemente, o espectro de saída Y(f) assume a forma de H(f) . )( fGy dffGy )( (continua...) 1 Resumo: Uma vez conhecidos H(f) e X(f), a saída também pode ser determinada, através de: Infelizmente a integração acima pode ser tão difícil quanto a integral de convolução. A eficácia da análise de sistemas no domínio da frequência está em poder inferir sobre o sinal de saída sem precisar sair deste domínio. # )()(]1)2([ fXfYfjRC # 21 1 )( )()( RCfjfX fYfH Formas de se determinar H(f) sem envolver h(t): a) Conhecendo-se a equação diferencial do sistema aplica-se a TF (2.3-8), ou seja: para se obter [ ]: ___________________________________________ Exemplo: filtro RC passa-baixa )( )()( fX fYfH b) Aplicar a transformada de Laplace e substituir s=+j por s=j2f # ________________________________________________________________ c) Calcular a resposta do sistema ao fasor elementar em regime permanente, usando Como foi visto anteriormente, a resposta deve ser do tipo , onde Ay é um coeficiente a ser determinado. Substituindo-se y(t) na equação diferencial: a partir da qual se extrai: # )()()1( sXsYsRC RCssX sYsH 1 1 )( )()( RCfj fH 21 1)( ftj yeAty 2)( ftjftj y ftj y eeAefjRCA 222)2( 1)12( fRCjAy )( 21 1)()( 2 tx RCfj txAeAty y ftj y RCfjtx tyfH 21 1 )( )()( )12/(1 fRCjAy d) A resposta do sistema ao fasor em regime permanente pode ser determinada usando-se Este método corresponde à análise de impedâncias (Z) em circuitos elétricos: Entrada: fasor: X = Ax arg(x) = 1 arg(0) = 1 0 (a frequência fica implícita) Saída: fasor: Y = Ay arg(y) = Ay y A solução de circuitos elétricos baseia-se na impedância, razão entre entrada e saída: Sabe-se que: c.q.d. (ver exemplo de aplicação a seguir) tjtjj x eeeAtx x .1)( tjj y eeAty y )( )arg(1. yyAZZZXYZX Y )(arg0)(arg)(arge)(1.)()( fHfHfHfHfHAfHA xyxy )()(arg)( fHfHfHZ Exemplo 3.1-2: Resposta em frequência de um sistema de primeira ordem O circuito RC do Exemplo 3.1-1 encontra-se desenhado abaixo, na forma de impedâncias ZR=R e ZC=1/jC, substituindo os parâmetros R e C. Desde que , resulta: # sendo O módulo e a fase de H(f) são: Filtro passa-baixa: Quase não afeta as amplitudes das componentes de baixa frequência, onde f <<B; Reduz drasticamente as amplitudes das componentes de alta frequência, onde f >>B; O parâmetro B serve como uma medida da banda de passagem ou largura de banda do filtro. )( fHZ ZZ Z X Y RC C divisor de tensão Análise em frequência do filtro de primeira ordem Seja x(t) um sinal arbitrário cujo conteúdo espectral é desprezível para f > W, e, um filtro de primeira ordem com largura de banda . Três casos precisam ser estudados: a) W<<B. b) WB. c) W>>B. a) o sinal de entrada não muda a constante de tempo RC do filtro varia B varia Espectro do sinal de entrada Resposta em frequência do filtro Espectro do sinal de saída Y(f) = H(f) X(f) Caso a) W<<B. H(f) 1 e arg H(f) 0 na banda f < W Y(f) = H(f) X(f) X(f) y(t) x(t) Ocorre transmissão sem distorção através do filtro. ___________________________________________ x(t) 0 t y(t) 0 t Exemplo: pulso retangular de largura Banda de sinal: W=1/ Se W<<B 1/<<1/(2RC) /RC RC Constante RC pequena: o circuito responde rapidamente ao sinal de entrada. (continua...) capítulo2 RC pequeno Domínio espectral Caso b) W B (aumentando-se RC). Cai a largura de banda B Y(f) depende de H(f) e X(f). A saída é fortemente distorcida. A saída y(t) difere da entrada x(t) __________________________________________ x(t) 0 t y(t) 0 t (continua...) Domínio espectral Domínio temporal Pulso de entrada do filtro Versão distorcida do sinal de entrada Caso c) W>>B (aumentando-se RC ainda mais). O espectro da entrada tem valor aproximadamente constante, X(0), para f < B. Assim, Y(f) H(f) X(0) y(t) X(0) h(t) O sinal de saída se parece com a resposta impulsiva. ___________________________________________ x(t) 0 t y(t) 0 t X(0) Neste caso, o sinal de entrada pode ser modelado aproximadamente como um impulso. W=1/ >> B Ocorre /RC RC >> Constante RC grande: o circuito responde lentamente ao sinal de entrada. X(0) é constante Domínio espectral Domínio temporal Recordação: resposta impulsiva resposta ao pulso, caso <<RC Conforme visto no Exemplo 3.1-1: ________________________________________________________ Conforme visto ainda há pouco (e também no Exemplo 3.1-1): Análise de diagrama de blocos Funções H(f) para operações primitivas no domínio do tempo: Associação de blocos Hipótese: os efeitos de carregamento já estão incorporados em cada bloco H(f). (Um simples seguidor de tensão com amplificador operacional pode ser usado para proporcionar isolação entre os blocos e evitar o carregamento.) Associações básicas: Negative feedback Exemplo 3.1-3: Zero-Order Hold (segurador de ordem zero) Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Associação paralela entre blocos 1 e 2: Bloco 1 = caminho direto Bloco 2 = retardo T Bloco 3 = integrador Associação série entre H12 e H3: , uma função sinc em frequência. (continua...) Exemplo 3.1-3: Zero-Order Hold Análise alternativa: obtenção de H(f) a partir de h(t) Por definição, y(t)=h(t)quando x(t)=(t), e então, O sinal de saída y(t)=h(t) é obtido integrando-se esta última expressão: ou então Usando o teorema do retardo (2.3-2): e a TF do sinc: obtém-se o resultado anterior: H(f) # )(tx )( Ttx (pulso de largura T) fTTTt sinc)/(
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