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FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

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Botucatu 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALEX DE SOUZA MARQUEZINI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
LICENCIATURA EM MATEMÁTICA 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
 
Botucatu 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
 
Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - 
UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de 
média bimestral na disciplina de Atividades 
Interdisciplinares. 
 
 
ALEX DE SOUZA MARQUEZINI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 
 
2 O GOVERNO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS ................................................. 4 
 
3 A ESCOLA COM FUNÇÃO SOCIAL ...................................................................... 6 
 
4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 7 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 8 
 3 
1 INTRODUÇÃO 
Analisando os conceitos introduzidos por Bueno (2001), em seu 
artigo aqui discutido, notamos a defesa de uma escola para todos, inclusiva, e que 
ensina além das fronteiras do conhecimento científico, garantindo as relações 
sociais que impactam significativamente na construção do ser humano completo. 
As críticas feitas pelo autor supracitado, referem-se à diminuição da 
qualidade do ensino, que segundo ele é fruto da massificação da educação na 
década de 60 e a falta de investimentos proporcional na estrutura do ensino. Mesmo 
assim nota-se um aspecto positivo em sua narrativa considerando que: 
[...]em épocas passadas, os processos de seletividade escolar eram mais 
visíveis, como, por exemplo, a não-oferta de vagas a todos, ou os processos 
de reprovação nas séries iniciais [...] (BUENO, 2001, p. 3). 
 
É muito claro o seu apoio à progressão continuada (fruto da LDB – 
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que segundo ele é implementado 
heroicamente pelos profissionais da educação que atuam sem que se ofereça as 
mínimas condições para sua aplicação. 
Esse fato nos faz pensar em como a falta de recursos afeta o 
desempenho escolar dos indivíduos. Sabe-se que está em tramite no senado federal 
a Proposta de Emenda Constitucional n°241 (PEC 241), que afeta diretamente a 
viabilização de recursos para todas as pastas do governo – inclusive as políticas 
educacionais – pelos próximos 20 anos (TANNO, 2016). 
Ainda nesse aspecto vemos as mudanças propostas pelo poder 
executivo nacional para mudanças na LDB por meio de uma Medida Provisória 
n°746 (MP 746), que afeta diretamente o ensino médio (G1, 2016a). Diante de 
tantas mudanças como organizar o ensino nesse ambiente de volatilidade 
econômica? Como organizar as escolas para que não se perca sua principal função: 
A Função Social e Cultural? 
Esse artigo discute os obstáculos que a nova LDB podem colocar no 
âmbito sócio/cultural da escola e tenta minimizar seus possíveis efeitos com um 
programa educacional já existente: a Escola da Família. 
 
 
 4 
2 O GOVERNO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS 
A educação tem sido fonte de muitas discussões envolvendo 
pensadores desde seus primórdios; na sociologia, todos os sociólogos clássicos têm 
uma teoria de como deve ser a educação e de sua importância na sociedade: a 
educação politécnica de Karl Marx, a educação racional e racionalizada de Weber 
(BATTINI; ALBIAZZETTI; SILVA, 2013), mas qual educação é a ideal para a nossa 
sociedade? 
Para Bueno (2001), a educação: 
[...] não se limita ao acesso à cultura/ conhecimento socialmente valorizado 
(e, na moderna sociedade urbano-industrial, parece que ela nunca se 
limitou a isso), é preciso que, dentro de condições historicamente 
determinadas, ela procure dar conta tanto do acesso à cultura como de se 
constituir em espaço de convivência social que favoreça e estimule a 
formação da cidadania (BUENO, 2001). 
Porém para isso é necessário políticas educacionais elaboradas 
pelos governantes que permitam a criação desse ambiente nas escolas. 
Vivemos um ambiente Sócio/Econômico muito conturbado em nosso 
país, todos os dias vemos nos meios de comunicação casos de corrupção que, entre 
outros fatores, enfraqueceram a confiabilidade econômica de nosso pais, gerando 
um déficit muito grande nos cofres públicos (G1, 2016b). Isso fez com que o poder 
executivo tomasse providências para que a economia brasileira não entrasse em 
colapso, entre essas medidas está a PEC 241. 
A PEC 241 é uma medida que congela por 20 anos todos os gastos 
públicos na esperança de equilibrar as contas do governo, segundo especialistas 
como Tanno (2016) e Dabadia (2016) afirmam que a PEC irá colocar limites em 
gastos que historicamente crescem todos os anos em um ritmo acima da inflação, 
como educação e saúde. Esta medida prejudicaria o alcance e a qualidade dos 
serviços públicos oferecidos. Tanno (2016) e Dabadia (2016), apontam problemas 
para cumprir mecanismos já em vigor, como os investimentos do Plano Nacional de 
Educação (PNE). Aprovado em 2014, o PNE tem metas de universalização da 
educação e cria um plano de carreira para professores da rede pública, uma das 
categorias mais mal pagas do país. 
Segundo Dabadia (2016) o impacto no congelamento dos 
investimentos em educação que teria base orçamental do ano de 2017, afetaria de 
 5 
forma imediata os investimentos na pasta, mas não a longo prazo, pois há um 
envelhecimento da população brasileira que está diminuindo a demanda no sistema 
de ensino, porém segundo Tanno (2016), esse mesmo aspecto causaria um efeito 
de déficit de mão de obra qualificada para mercado de trabalho, já que a educação 
não receberia um investimento adequado por 20 anos. 
 Talvez tomando por base essa última afirmação de Tanno (2016), o 
poder executivo nacional propõe uma MP que muda a LDB e promove mudanças no 
ensino médio a MP 746, onde seria implementada como matérias obrigatórias: 
matemática, ciências, português e inglês, além de cursos de formação técnico 
profissional; e destaca-se a desobrigação das matérias como Educação Física, 
Artes, Sociologia e Filosofia (G1, 2016a). 
Todas essas medidas notadamente então sendo adotadas em 
adequação à condição dos cofres públicos, e espera-se fazer mais com menos. 
Porém há uma controvérsia nesse aspecto, como promover um aumento de 600 
horas na carga horária, – que é uma das mudanças que a MP 746 promove na LDB 
– que era de 800 horas e passa para 1400 horas. Com investimentos congelados 
essa afirmação mais parece uma falácia, e nos faz pensar no que diz Bueno (2001): 
Embora deva ficar claro que as políticas educacionais restringem o alcance 
das ações das escolas, uma unidade escolar efetivamente comprometida 
com a elevação da sua qualidade pode buscar, na adversidade das 
condições, atingir crescentemente, paulatinamente, controladamente e 
supervisionadamente as suas finalidades (Bueno,2001, p.7). 
 
Isso significa que apesar de tudo a escola é fruto das relações 
sociais locais, famílias, vizinhança e podem sim, buscar alternativas para a 
aculturação e racionalização promovida pelas políticas educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
3 A ESCOLA COM FUNÇÃO SOCIAL 
Apesar de tudo, os estados têm total liberdade para elaboração do 
seu currículo e podem aderir as mudanças conforme as suaspróprias necessidades, 
desde que condizentes com a nova LDB (G1, 2016a). Assim cria-se cada vez mais a 
necessidade de programas como a Escola da Família, do estado de São Paulo. 
Esse programa existe desde 2003 e permite a abertura de escolas da rede estadual 
de ensino nos finais de semana para promoção de atividades culturais (São Paulo, 
2016). 
Particularmente na cidade de Botucatu, São Paulo, temos várias 
escolas que aderiram o programa Escola da Família, entre elas está a escola Prof. 
Américo Virgínio dos Santos, que produz atividades culturais como: dança, 
artesanato, brinquedoteca, curso de violão, dança de rua; atividades esportivas 
como: futsal infantil, futsal masculino, jogos lúdicos, basquete, tênis de mesa e 
muitas outras. Além disso o programa permite que: 
Milhares de universitários, de todo o Estado de São Paulo, dedicam hoje, 
seus finais de semana ao Programa Escola da Família e, em contrapartida, 
têm seus estudos custeados por um dos maiores programas de concessão 
de bolsas de estudo do País, realizado em convênio com instituições 
particulares de Ensino Superior - o Programa Bolsa Universidade. (São 
Paulo, 2016). 
Programas como esses devem se tornar mais comuns para 
obtenção de escolas que deem a importância as relações sociais, levando em 
consideração aspectos culturais de cada região, baseado na convivência, no lúdico, 
que possam vir a faltar com as mudanças das políticas educacionais citadas nesse 
artigo. 
 
 7 
4 CONCLUSÃO 
Apesar dos muitos obstáculos que podem ser promovidos pela 
situação político-econômica do pais, os estados e/ou municípios podem fazer um 
esforço para obtenção de um ensino melhor e criar uma escola que cumpra com sua 
função social. 
O programa Escola da Família mostrou ser um exemplo de 
programas que podem ajudar em uma possível aculturação promovida por políticas 
educacionais, voltadas para formação técnica de alunos – quase que 
exclusivamente para o mercado de trabalho – como a proposta por meio da MP 746 
do Ensino Médio propõe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
REFERÊNCIAS 
 
BATTINI, Okçana; ALBIAZZETTI, Giane; SILVA, Fábio Luiz da. Sociedade, 
Educação e Cultura. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. 180 p. 
 
BUENO, José Geraldo Silveira. Função social da escola e organização do trabalho 
pedagógico. Educar em Revista, Curitiba, n. 17, p.101-110, 2001. Disponível em: 
<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/educar/article/view/2070/1722>. Acesso em: 02 
nov. 2016. 
 
D'ABADIA, Bruno Magalhães. POSSÍVEIS IMPACTOS DA APROVAÇÃO DA PEC 
Nº 241/2016. Brasília: Câmara dos Deputados, 2016. 13 p. Disponível em: 
<http://bd.camara.leg.br/bd/handle/bdcamara/28999>. Acesso em: 02 nov. 2016. 
 
G1 (Brasil). Mateus Rodrigues (Ed.). Governo lança reforma do ensino médio: 
Conteúdo obrigatório básico deve ter metade da carga horária total. Apesar de já 
estar em vigor, MP precisa ser discutida e votada no Congresso em até 120 dias. 
2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/temer-apresenta-
medida-provisoria-da-reforma-do-ensino-medio-veja-destaques.ghtml>. Acesso em: 
02 nov. 2016a. 
 
G1 (Brasília). Alexandro Martello (Ed.). Contas públicas têm rombo recorde para 
setembro e acumulado do ano: Na parcial de 2016, foi registrado rombo fiscal 
inédito de R$ 85,5 bilhões. Dívida bruta avançou para R$ 4,32 trilhões, 70,7% do 
Produto Interno Bruto. 2016. Disponível em: 
<http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/contas-publicas-tem-rombo-recorde-
para-setembro-e-acumulado-do-ano.html>. Acesso em: 02 nov. 2016b. 
 
SÃO PAULO. Fundação Para O Desenvolvimento da Educação. Secretaria de 
Educação do Estado de São Paulo (Org.). Programa Escola da Família. 2003. 
Disponível em: <http://escoladafamilia.fde.sp.gov.br/v2/Subpages/sobre.html>. 
Acesso em: 02 nov. 2016. 
 
TANNO, Claudio Riyudi. NOVO REGIME FISCAL CONSTANTE DA PEC Nº 
241/2016: ANÁLISE DOS IMPACTOS NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS. 18. ed. 
Brasília: Câmara dos Deputados, 2016. 10 p. Disponível em: 
<http://bd.camara.leg.br/bd/handle/bdcamara/29679>. Acesso em: 02 nov. 2016.

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