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ANÁLISE DE SWOT A análise de SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na formulação da estratégia das empresas. Foi desenvolvida nos anos 1960 por Kenneth Andrews e Roland Christesen, professores da Harvard Business Scholl, e difundiu-se mais fortemente a partir da década de 1970, tanto no meio acadêmico como empresarial,sendo atualmente utilizada para analisar empresas,indústrias,países e mesmo programas específicos. A vantagem da análise de SWOT, enquanto instrumento, é que é um quadro de referência que propicia uma orientação para a procura de soluções, é simples, fácil de entender e consistente. A matriz ajuda a pensar e a tomar decisões sobre a informação disponível quer referente ao meio externo quer ao meio interno. Usando a análise de SWOT, é possível relacionar sistematicamente, numa tabela (matriz SWOT), quais as forças e as fraquezas, as oportunidades e as ameaças a que a empresa está sujeita. O nome SWOT é um acrônimo que tem origem em quatro palavras do idioma inglês Strengts (Forças), Weakness (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) Threats (Ameaças). A SWOT procura apresentar uma sobreposição entre o ambiente de negócios (fatores externos) e os recursos da organização (fatores internos). A sua função primordial é sistematizar a análise e, assim, possibilitar a escolha de uma estratégia adequada, face as condicionantes impostas pelo ambiente (externo e interno), mas também pelas oportunidades emergentes e forças da empresa, para que consiga atingir os objetivos a que se propõe. As forças e fraquezas são identificadas na análise interna. Uma força é algo que a empresa faz bem ou alguma característica que aumente a sua competitividade. Exemplos de forças incluem: atributos específicos da empresa, competências ou Know How, ativos físicos, recursos humanos, ativos organizacionais, ativos intangíveis, imagem de marca, um atributo que dá uma vantagem no mercado à empresa ou mesmo alianças com parceiros competentes, quer em novos negócios quer novos mercados. Uma fraqueza é algo que a empresa não tem, que execute mal ou que a coloque numa situação de desvantagem relativamente aos concorrentes. As fraquezas em geral, podem ser identificadas como elementos que faltam às forças e que são importantes para competir na indústria, como seja um fraco know-how, canais de distribuição pouco desenvolvidos, de competências etc. As oportunidades e as ameaças prendem-se com os fatores externos que estão fora do controle direto da empresa, isto é, têm origem no ambiente externo. Estas podem ser oriundas de mudanças tecnológicas, de alterações no comportamento dos consumidores, na maior concentração dos canais de distribuição, da alteração de políticas governamentais em matéria de ambiente, fiscal e monetário etc. Aspectos a serem considerados na análise de SWOT Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças - Boa condição financeira - Marca (imagem ou reputação forte) - Liderança de mercado (reconhecido) - Tecnologia própria - Vantagens de custo - Notoriedade da marca - Talento para inovação - Bem serviço ao cliente - Melhor qualidade do produto - Alianças ou parcerias estratégicas - Estratégia clara e bem definida - Capacidade de produção - Localização -Desempenho financeiro forte - Falta de estratégia clara - Instalações obsoletas -Fraca condição financeira -Custos mais altos que os dos competidores -Falta de habilidades importantes -Lucros reduzidos -Problemas e dificuldades operacionais -Fraco investimento e I & D (inovação e desenvolvimento) -Linha de produtos -Falta de talento em marketing -Novos clientes -Expansão geográfica -Expansão da linha de produtos -Transferência de habilidades para novos produtos -Integração vertical -Capturar participação de mercado de outros competidores -Aquisição de rivais -Alianças ou parcerias estratégicas (explorar mercado, desenvolver produtos, distribuir etc) -Explorar novas tecnologias -Abertura para extensão de marca -Novos concorrentes potenciais -Perda de vendas para produtos substitutos -Queda de crescimento do mercado -Mudanças nas taxas de câmbio e políticas de comércio -Regulação que aumenta os custos ou reduz a competição -Crescimento do poder dos clientes ou dos fornecedores -Necessidades reduzidas do produto para os clientes -Mudanças geográficas -Exigências ambientais -Nível de endividamento -Produtividade por funcionário A análise de SWOT e a estratégia Resolver as limitações da análise de SWOT é o primeiro desafio. Em primeiro lugar, apesar da intuição e ideias anteriores dos executivos, a matriz não deve ser preenchida com base no brainstorming da equipe executiva apenas. Sendo assim, recomenda-se que a análise externa de onde são extraídas as oportunidades e ameaças seja efetuada com o auxílio de instrumentos para a análise do ambiente externo e análise da indústria/setor e dos grupos estratégicos. A análise interna tende a ser mais complexa, não só por ser difícil determinar quais são as forças e fraquezas, mas por haver ideais preconcebidas. Assim, sugere-se que verifique os fatores críticos de sucesso na indústria/setor, e faça a análise das competências distintivas e dos recursos da empresa. Assim como também a utilização de ferramentas como a Matriz BCG e Ciclo de Vida do Produto/Indústria, auxiliam na análise estratégica externa com impacto direto na análise interna. Outro aspecto que ajuda na reflexão e potencializará a implementação futura da estratégia definida é a participação e o compromisso de todas as pessoas, em todos os níveis da organização.Ou seja, além do líder (gestor,administrador ou responsável pela estratégia) e da equipe executiva, é importante constituir um grupo de trabalho que reúna todas as pessoas que seja fundamentais, quer para pensar melhor a estratégia da empresa, quer para melhorar a sua implementação futura. Execução da análise de SWOT Fatores internos Fatores externos Alavancagem Fatores Favoráveis Limitações Vulnerabilidade Fatores Desfavoráveis Problemas Os quatro fatores SWOT podem ser vistos segundo duas dimensões principais: - Dimensão interna/externa: os fatores internos da organização estão relacionados com suas forças (que podem estar relacionadas com uma competência central, ou algo que a empresa tem e que faz particularmente bem e possivelmente melhores que seus concorrentes); e as suas fraquezas (que podem ser fontes de desvantagens competitivas face às concorrentes). Esses fatores devem ser sempre analisados avaliando o status em relação aos aspectos ambientais externos, que são as oportunidades e ameaças. - Dimensão positiva/negativa: considera-se positiva ou alavancadora, a relação entre as forças e as oportunidades; e negativa, ou mais “problemática”, a relação entre as ameaças e as Forças -Boa situação financeira -Notoriedade da marca e reputação --Tecnologia proprietária - Qualidade do produto reconhecida Oportunidades - Novos clientes - Novos mercados - Clientes com perfis variados - Empresas com tecnologias complementares - Novas tecnologias Fraquezas - Equipamentos e instalações obsoletos - Custos mais altos que os dos competidores -Fraco investimento em I&D- Linha estreita de produtos Ameaças - Novos concorrentes potenciais - Perda de venda para produtos substitutos - Mercado em declínio - Regulação governamental aumenta custos - Alterações demográficas fraquezas. A relação entre as forças e as ameaças pode indicar vulnerabilidade; entre as fraquezas e as oportunidades pode evitar uma limitação que a empresa tem. Para avaliar as forças e as fraquezas, os executivos responsáveis pelo planejamento devem considerar cada função realizada pela empresa (recursos humanos, finanças, marketing, produção, tecnologias e sistemas de informação, Inovação e Desenvolvimento, serviço pós- venda etc). Note que, no caso de um novo empreendimento, pode parecer difícil avaliar forças e fraquezas, mas efetivamente não é. Por exemplo, o empreendedor não terá uma marca bem estabelecida, pode ter fraca capacidade financeira ou não ter ainda uma força de vendas bem preparada. Esses são exemplos de fraquezas. As forças poderão residir nos contatos (redes relacionais) do empreendedor, nos seus conhecimentos técnicos, na detenção de uma patente ou na experiência anterior em empresas concorrentes. Analisadas as forças e as fraquezas, as oportunidades e ameaças, é importante estabelecer as linhas de ação.Isso significa identificar o que deve fazer para aproveitar as oportunidades de alavancagem, resolver os problemas, ultrapassar as limitações.O que pode se pretende é que construa um quadro, em que se estabelecem linhas possíveis de ação. Sugestões estratégicas da análise de SWOT Oportunidades O1- Novos clientes e novos mercados O2- Clientes com perfil variado O3-Empresas com tecnologia e mercados complementares O4- Novas tecnologias Ameaças T1- Novos concorrentes potenciais T2- Perda de vendas para produtos substitutos T4- Mercado em declínio T5- Regulação governamental aumenta os custos T6- Alterações demográficas Forças S1- Boa situação financeira S2- Notoriedade da marca e reputação S3- Tecnologia proprietária S4- Qualidade do produto reconhecida Ações possíveis: Alavancagem A1 (S2,S3,S4/O1,03-Expandir mercados para América Latina com parceiros locais A2 (S1,S2/O2,03,04)- Alianças para desenvolvimento de novos produtos-expansão da linha de produtos. Ações possíveis: Limitações L1(S1/T1,T2,T4,T6)- Avaliar aquisição de concorrentes (com produtos substitutos) L2(S1,S2/T4,T5,T6)- Concentrar nos segmentos menos sujeitos a regulamentação. Fraquezas W1- Equipamentos e instalações obsoletas W2- Custos mais altos que os dos competidores W3- Fraco investimento em I&D (inovação e desenvolvimento) W4- Linha estreita de produtos. Ações possíveis: Vulnerabilidade V1(W1,W2/03,04)- Modernizar instalações V2 (W3,W4/03,04)- Alianças para I&D V3 (W1,W2/03/04)-Investir nos processo produtivos para reduzir custos e aumentar qualidade. Ações possíveis: Problemas P1 (W1,W2/T4,T5,T6)- Avaliar possível encerramento de alguma fábrica. P2(W1,W2,W3,W4/A1,T2,T3,T3)- Abandonar produtos mais onerados pela regulação e diversificar linha. Através da análise de SWOT e da identificação das possíveis ações, entende-se o que fazer e que a empresa não está “presa” a fatores internos e externos que são determinísticos. Cabe ao executivo mudar a dotação de fatores e recursos para aproveitar oportunidades e proteger as ameaças. Mas, é através da estratégia que mesmo as ameaças podem converter-se em oportunidades futuras. Referências Serra, Fernando R. et al.Gestão Estratégicas:conceitos e casos.São Paulo: Atlas, 2014.