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DPC SEMESTRAL Direito Administrativo Roberto Baldacci Data: 15/04/2013 Aula 11 DPC SEMESTRAL – 2013 Anotador(a): Tiago Ferreira Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1) Contratos...continuação; 2) Bens Públicos. CONTRATOS 1) Contrato DA administração: 2) Contratos Administrativos: Cláusulas Exorbitantes: I) Alteração unilateral: II) Fiscalização III) Aplicação de Sanções: IV) Mitigação da Exceptio Non Adimplenti Contractus: V) Rescisão unilateral: A administração a qualquer pode declarar: a) Nulidade. b) Revogação. c) Caducidade: Trata-se da rescisão punitiva imposta mediante decreto, sem indenização ao contratado. Na lei, os descumprimentos graves do contrato ou das obrigações contratuais implicam nessa rescisão automática, com a aplicação cumulativa de 04 penas: -Multa; -Perda das garantias; -Decretação de inidoneidade (os dados da PJ e seus sócios são inscritos no cadastro nacional de inidôneos, impedindo a participação em qualquer outra licitação perante todos os entes e esferas administrativas, até sua reabilitação); -Proibição para firmar novos contratos por até 02 anos (Esta proibição refere-se a toda esfera administrativa do ente administrativo contratante que está aplicando a punição. Parte da doutrina entende que esta proibição só alcança o próprio ente contratante e outra corrente defende que esta proibição se estende perante toda a administração - estas duas últimas são minoritárias). d) Encampação: É a rescisão antecipada sem culpa de qualquer das partes. Em regra depende de lei autorizativa, impondo indenização prévia ao contratado. 2 de 4 Na encampação, situações especiais de interesse público levam a esta rescisão, em que, via de regra, a administração voltará a ser a prestadora daquele serviço ou exploradora daquela atividade. Em regra, para evitar a interrupção do serviço público ou atividade, a administração fará uso compulsório e indenizado das instalações, máquinas e equipamentos e até empregados do contradado - todos estes “sofreram encampação”. e) Fato do Príncipe: É a extinção do contrato em função de um ato geral decretado unilateralmente pela administração na defesa de interesses públicos relevantes. BENS PÚBLICOS A “regra da destinação” que definia bem público como sendo todo bem destinado a atender interesses públicos foi substituída pela Teoria ou Regra do Domínio, prevista hoje no Art. 98 do Código Civil: Bem público é todo aquele de domínio (que pertence) à União, aos Estados, DF e Municípios, Autarquias e Fundações públicas, independente de sua destinação. Parte da doutrina defende a “Teoria do domínio iminente”, a qual dispõe que qualquer bem é público ou está na iminência de ser, pois toda propriedade privada está vinculada à sua função social, e, surgindo interesse público, o Estado emprega poder de polícia, podendo desapropriar qualquer bem privado. Seguindo a Teoria ou Regra do Domínio, não são considerados bens públicos - mas sim bens privados: -Bens de empresa pública*; -Bens de sociedade de economia mista*; -Bens de concessionária ou permissionária; -Bens de serviço de sociedade autônomo (Sesc, Sesi) *Atenção: quando uma empresa pública ou uma sociedade de economia mista explorar serviços públicos, seus bens privados são protegidos como se públicos fossem. Regime Protetivo: Todo bem público, independente do seu uso ou destinação, é sempre protegido com: a) Impenhorabilidade (Pessoas políticas, autarquias e fundações públicas pagam seus credores através do regime constitucional de precatórios - por isso a impossibilidade de penhorar). b) Não oneráveis (Não podem ser dados em garantia - Lembrar que as principais formas de garantia são hipoteca, penhor ou anticrese). c) Imprescritíveis (Bem público não sofre usucapião) - parte da doutrina entende que “a legitimação da posse” prevista na Constituição não é aplicável em função da imprescritibilidade, mas, para a corrente majoritária pode haver “legitimação da posse” por famílias de agricultores na zona rural, pois neste caso apenas será garantido o direito de posse (não propriedade). Bem público é alienável? Resp: Dependerá da “regra pública de uso e destinação” que recairá sobre o bem público - esta regra é chamada de “afetação administrativa”, regida em parte pelo Art. 99 do CC. 3 de 4 Afetações Administrativas: I) Afetação para uso comum: O bem público é destinado a interesses genéricos e gerais de todos para um uso, em regra, livre, por todo o povo. Exemplos: Praias, praças, parques, viadutos, rodovias etc. OBS: É possível que uma lei ou ato normativo institua uma determinada finalidade de interesse geral para um bem de uso comum, restringindo ou até proibindo o acesso pelo povo. Exemplo: praia transformada em reserva ambiental. II) Afetação para “uso especial”: São bens públicos destinados a atender interesses específicos ou concretos da administração. Exemplos: a delegacia, o fórum, a viatura de polícia. ***Os bens públicos afetados são classificados como “bens públicos de domínio público” e não podem ser alienados! Já o bem público em desuso, chamado de “dominial ou dominical”, é classificado como “bem público de domínio privado do Estado”, formando o patrimônio disponível do Estado. Para alienar um bem público é necessário, portanto: 1º - Desafetação (Mas nem todo bem público é desafetável - aqueles de “uso comum” podem ser afetados por sua própria natureza, não admitindo desafetação. Exemplo: mar, praias etc). 2º - Motivação, mostrando que alienar será mais vantajoso ao interesse público. 3º - Avaliação de mercado. 4º - Autorização legislativa para bens imóveis ou de grande valor. 5º - Licitação. -Licitação por concorrência na venda de imóveis públicos em geral. -Licitação por leilão para a venda de móveis, mercadorias apreendidas e para privatizar empresas estatais (neste caso o leilão pode ocorrer na bolsa de valores - atenção). Bens Públicos em Espécie: 1) Bens dos Índios: São bens públicos da União. Todas as áreas tradicionalmente ocupadas pelos índios são demarcadas pelo Congresso Nacional e revertidas como reserva indígena através de lei (comum). 4 de 4 Para o homem civilizado entrar na reserva ou explorar suas riquezas deverá obter resolução autorizativa do Congresso Nacional, repassando à tribo envolvida parte dos lucros. 2) Terrenos de Marinha: São bens públicos da União. A faixa de 33 metros a partir da “linha de preamar” (linha imaginária da média das marés altas ao longo do litoral) e a partir da borda dos rios navegáveis que sofrem influências das marés, pertencem à União, mas estão sob fiscalização e gestão da Marinha. Nesta faixa o particular pode ter o direito real de posse (registrada em cartório e transferível em regime de “enfiteuse especial”). Pagará a taxa de ocupação chamada de “foro”, e na transferência paga a taxa de “laudêmio”. *Não confundir com os “terrenos reservados” - que é a faixa de 15 metros a partir da borda de rios navegáveis, sem influência das marés. Estes terrenos pertencem aos Estados, e estão sob “servidão de passagem”. 3) Riquezas minerais (inclui todos os minérios, petróleo e gás) e potencial hídrico para gerar energia: Estes sempre se distinguem da propriedade onde são encontrados e são bens públicos da União. A União intervirá na propriedade através de ocupação temporária, e mediante licitação na modalidade concorrência, definirá um particular que explorará esta riqueza durante prazo determinado. Exploração de petróleo: No “regime anterior ao pré-sal”, a empresa exploradora assinava contrato de concessão em que o óleo extraído pertencia integralmentea ela, e a União recebia parte dos lucros. E ao Estado e ao Município onde o petróleo era extraído a concessionária pagava um percentual chamado “Royalties” para o ressarcimento dos danos ambientais e custos sociais. *Novo marco regulatório do petróleo*: A partir do pré-sal foi aprovada a lei regulatória que troca de concessão para Regime de Partilha, em que o óleo extraído é repartido entre a empresa exploradora e a União (o pagamento é em óleo). E os “Royalties” deixam de ter natureza de “ressarcimento”, passando a ser repartido a todos os Estados e Municípios (produtores ou não produtores).
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