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Bases_Admiministracao_Publica_5semestre

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Bases Procedimentares da Administração Pública – 5º semestre 
1) Serviço público: 
1. Conceito de serviço público - é a atividade de natureza prestativa atribuída ao Estado por opção do legislador, 
sob monopólio ou não, executada direta e indiretamente, e que desempenha a função de satisfazer as 
necessidades básicas da população, submetendo-a a um regime fortemente marcado pelo direito público em 
contraste com as meras atividades econômicas. 
2. Elementos, Titularidade e Prestação: 
a) Elementos do serviço público: 
• Subjetivo - titularidade do serviço público, ressaltando que ele é uma atividade prestada/titularizada pelo 
Estado, ainda que sua execução venha a ser delegada aos particulares. 
• Material - ressalta a essencialidade dos serviços públicos quanto ao atendimento das necessidades mais 
relevantes da vida social. O termo “público”, então, indica interesse da coletividade. 
• Formal - conjunto de normas exorbitantes (poderes e sujeições) direito administrativo que incide sobre os 
serviços públicos 
b) Titularidade - a titularidade será sempre estatal, mas por opção do legislador nem toda atividade será 
monopólio estatal. Isso porque determinada atividade pode ser aberta, simultaneamente, a ação dos 
agentes de mercado como atividade econômica, como se vê na saúde, educação e cultura. 
 
3. Princípios aplicáveis aos serviços públicos: 
a) Princípio da continuidade do serviço público - o serviço público não pode ser interrompido, sem qualquer 
justificativa. 
b) Princípio da mutabilidade - a Administração Pública pode realizar mudanças na execução do serviço, em 
razão do interesse público. 
c) Princípio da modicidade das tarifas - os serviços públicos devem ser acessíveis aos usuários. O custo do 
serviço não pode ser proibitivo. 
d) Princípio da generalidade - decorre do princípio da impessoalidade. Não se admite qualquer forma de 
discriminação tanto pelo titular do serviço, como por aquele que o esteja executando. 
 
4. Classificação e Serviços Públicos Federais, Estaduais e Municipais: 
• Classificação dos serviços públicos: 
➢ Quanto à entidade a que foram atribuídos: 
a) Federais - art. 21, X a XII da CF (serviço postal, geração de energia elétrica, transporte Ferroviário e 
aquaviário); 
b) Estaduais - art. 25, § 2º da CF (serviços locais de gás canalizado); 
c) Distritais - art. 25, § 2º e art. 30, V da CF (iluminação pública, limpeza urbana e outros serviços de 
interesse Predominantemente local, desde que não atribuídos expressamente aos Estados ou à União); 
d) Municipais - art. 30, V da CF. 
➢ Quanto à forma de execução: 
a) Execução direta - são os oferecidos diretamente pela Administração Pública por seus órgãos e agentes. 
Os serviços essenciais (em tese) devem ser prestados diretamente pela Administração Pública. 
b) Execução indireta - são serviços prestados por terceiros. 
 
▪ Ex.: entidades da administração indireta, concessionárias ou permissionárias de serviço público. 
Por exemplo, isso pode ocorrer: 
Por concessão comum (serviço integralmente custeado por tarifa) ou PPP (parceria público-privada 
administrativa ou patrocinada); 
Por contrato de permissão de serviço público (é um contrato precário, no qual a permissionária é uma entidade 
contratada pelo Estado, após um processo licitatório, para prestar o serviço público); 
Por ato de autorização administrativa (mais frequente para situações de curto prazo ou situações emergenciais); 
Por outros ajustes de delegação, como os contratos de gestão com organizações sociais (“OS”). 
➢ Quanto à essencialidade: 
a) Essenciais - são indispensáveis à sobrevivência do ser humano. Não podem faltar. 
Necessários à vida e à nossa convivência em sociedade. Em regra, não se admite a delegação destes serviços. 
b) Utilidade pública (não essenciais) - são serviços “úteis, mas não essenciais. São os que atendem ao interesse 
da comunidade, podendo ser prestados diretamente pelo Estado, ou por terceiros, mediante remuneração paga 
pelos usuários e sob constante fiscalização (transporte coletivo, telefonia etc.). São nominados de pro-
cidadão” (ROSA, 2018, p. 87). 
➢ Quanto aos usuários: 
a) Gerais, ou de fruição geral (uti universi) - “não possuem usuários ou destinatários específicos e são 
remunerados por tributos (calçamento público, iluminação pública)” (ROSA, 2018, p. 88). São considerados 
indivisíveis. 
b) Individuais, ou de fruição individual (uti singuli) - “(...) são os que possuem de antemão usuários conhecidos 
e predeterminados, como os serviços de telefonia, de iluminação domiciliar. São remunerados por taxa ou 
tarifa” (ROSA, 2018, p. 88). 
Estes serviços satisfazem usuários específicos que os utilizam individualmente, sendo possível mensurá-los. São 
designados por alguns autores de divisíveis. 
São delegáveis. 
➢ Quanto à obrigatoriedade da utilização: 
a) Compulsórios - São serviços obrigatórios. O usuário do serviço não possui a opção entre contratar ou 
não contratar este serviço. 
▪ Ex.: coleta de lixo. 
b) Facultativos - são colocados à disposição dos usuários que poderá contratar ou não estes serviços. 
▪ Ex.: serviços de transporte coletivo. 
 
• Serviços Divisíveis, Indivisíveis, Onerosos e Gratuitos: 
➢ Classificação pela fruição: 
a) Serviços públicos uti singuli ou divisíveis - são aqueles cuja fruição pessoal, familiar ou por outra unidade 
(ex.: por residência), aceita Mensuração objetiva, ou seja, a utilização pode ser calculada de forma 
individualizada. 
Essa capacidade de ser ou não mensurável é muito importante para a caracterização do Serviço, pois surgem, 
então, duas possibilidades de custeio: serviços gratuitos (custeados Pelas receitas orçamentárias do Estado – ex.: 
saúde) e serviços onerosos (taxas (execução Direta pelo titular) ou tarifas (execução indireta por um delegatário)). 
b) Serviços públicos uti universi ou indivisíveis - são aqueles cuja fruição pessoal, familiar ou por outra 
unidade não pode ser mensurada, em Razão de questões técnicas ou do conteúdo do próprio serviço. São 
serviços que beneficiam A sociedade de maneira difusa, sem que se possa mensurar em que medida uma 
ou outra Pessoa foi beneficiado. 
 
▪ Exemplo: drenagem de águas pluviais, limpeza de ruas e iluminação pública. Do ponto de Vista do 
custeio, há uma implicação relevante, na medida em que não há como cobrar do Usuário uma taxa ou um 
preço público (tarifa), pois não se sabe exatamente quanto cada um Consumiu, o serviço, então, é custeado 
pelo Estado com seus recursos orçamentários. 
➢ Classificação pela remuneração: 
a) Serviços onerosos ou pagos - custeados diretamente pelas pessoas que os utilizam como destinatárias 
finais. 
• Ex.: Distribuição domiciliar de energia ou água. Para que o serviço seja pago, é preciso que ele Seja divisível, 
mas isso não quer dizer que todo serviço divisível é oneroso, pois podem ser Gratuitos (exemplo: educação e 
saúde). 
b) Serviços gratuitos - em razão de serem insuscetíveis de cobrança (como no caso dos serviços indivisíveis) 
ou de Escolha do legislador. Tais serviços são, assim, custeados por outras fontes, como impostos, 
Subsídios e receitas alternativas. 
De forma geral, são três as situações possíveis, em se tratando da remuneração dos serviços Públicos: 
I. Serviço público remunerado integralmente pelos usuários por taxa ou tarifa; 
II. Serviço público remunerado parcialmente pelos usuários: os usuários pagam uma taxa ou tarifa, no entanto 
isso não é suficiente para cobrir todo o custo dos serviços por diversas razões, a exemplo: gratuidade para 
certos usuários, tarifa deficitária, Estado decide subsidiar ou entrar com contraprestação. 
III. Serviço público não custeado pelo usuário final. 
 
• Súmulas vinculantes importantes sobre a matéria: 
Súmula Vinculante nº 41 do STF - o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”, 
justamente porque não se trata de um serviço divisível. A solução encontrada,então, pelo sistema jurídico 
brasileiro foi instituir a CIP (EC nº 39/02 – Contribuição de Iluminação Pública), prevista no art. 149-A da CF. 
Súmula Vinculante nº 19 do STF - a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, 
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da 
Constituição Federal”. Tomando por base O RE nº 576.321, o STF considerou tais serviços divisíveis quando 
referentes unicamente a resíduos provenientes De imóveis e dissociados de serviços uti universi. 
• Serviço Adequado e Princípio da Continuidade - a Constituição Federal traz, expressamente, no art. 175, 
inciso IV, que o Estado deve oferecer serviços adequados. No mesmo sentido, temos a Lei de Concessões 
(Lei nº 8.987/95) que, no art. Art. 6º, § 1º, prevê que “serviço adequado é o que satisfaz as condições de 
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e 
modicidade das tarifas” (grifo nosso). 
A Lei nº 13.460/17 (Código de Defesa dos Usuários dos Serviços Públicos – “CDUSP”), em seu Art. 4º, também 
trouxe orientação nesse sentido, para esclarecer que “os serviços públicos e o atendimento do usuário serão 
realizados de forma adequada, observados os princípios da Regularidade, continuidade, efetividade, segurança, 
atualidade, generalidade, transparência e Cortesia”. 
 
• Formas de prestação de serviços públicos - os serviços públicos são de titularidade do Poder Público, a sua 
execução pode ser transferida a terceiros. Os serviços públicos podem ser prestados de duas formas, a saber: 
a) Centralizada - quando a prestação do serviço é executada pela própria Administração Pública. 
b) Descentralizada - a Administração pública transfere a execução do serviço público para terceiros (entidade 
da Administração indireta ou um particular). A descentralização administrativa pode ser feita sob duas 
modalidades: 
i. Por outorga – ocorre quando a Administração Pública transfere, por lei, a execução do serviço 
público para uma pessoa jurídica de direito público. Ex: autarquia ou fundação pública de direto 
público. 
ii. Por delegação – ocorre quando a Administração Pública transfere a execução do serviço público 
para uma pessoa jurídica de direito privado que integra a Administração indireta e para 
particulares. 
▪ Ex: concessionárias, permissionárias, empresa pública e sociedade de economia mista. 
 
• Concessão: 
a) Conceito - é o instituto através do qual o Estado atribui o exercício de um serviço público a alguém que 
aceite prestá-lo em nome próprio, por sua conta e risco, nas condições fixadas e alteráveis unilateralmente 
pelo Poder Público, mas sob garantia contratual de um equilíbrio econômico-financeiro, remunerando-se 
pela própria exploração do serviço, em geral e basicamente mediante tarifas cobradas diretamente dos 
usuários do serviço” (MELO, 2015, p. 725-726). 
b) Características da concessão: 
i. a concessão possui natureza contratual; 
ii. prazo determinado no contrato; 
iii. não precária; 
iv. Concedente - UF, Estados, Municípios e DF; 
v. Concessionário - pessoa jurídica ou consórcio de empresas; 
vi. O contrato de concessão deve ser precedido de licitação; 
vii. a remuneração na concessão comum é paga pelos usuários dos serviços públicos, através 
de tarifa. 
c) Extinção: 
i. Advento do Termo Contratual – com o término do prazo contratual. 
ii. Encampação ou Resgate – “Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante 
o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio 
pagamento da indenização (...).” (37 da Lei 8.987/95). 
iii. Caducidade – trata-se de inexecução total ou parcial do contrato que poderá acarretar, a critério do poder 
concedente, a declaração de caducidade da concessão e, em consequência, a sua extinção. 
iv. Rescisão – é a extinção da concessão, por iniciativa da concessionária; 
v. Anulação – por ilegalidade na licitação ou no contrato administrativo; 
vi. Falência ou Extinção da concessionária, falência e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de 
empresa individual. 
d) Permissão - é, tradicionalmente, considerada ato unilateral, discricionário e precário, pelo qual o Poder 
Público transfere a outrem a execução de um serviço público, para que o exerça em seu próprio nome e 
por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário” (DI PIETRO, 2016). 8.3.1) 
➢ Características da permissão: 
a) Na permissão o Poder público poderá contratar tanto uma pessoa física, como uma pessoa jurídica; 
b) Depende de prévia licitação; 
c) Será formalizada através de um contrato de adesão; 
d) A permissão é precária. “Precário é ato que pode ser desfeito sem que ao particular se assegure o 
direito à indenização” (NOHARA, 2020, p. 541). 
e) Autorização - trata-se de categoria muito controvertida na doutrina. Dos doutrinadores que a aceitam, 
há apenas o consenso de que é ato administrativo discricionário e precário. 
Assim, por ser ato unilateral, não demanda prévia realização da licitação. Há também uma certa tendência a 
admitir-se que o serviço será autorizado para que seja desempenhado no interesse do particular (NOHARA, 2020, 
p. 578). 
➢ Características: 
a) a autorização é delegada através de ato unilateral e discricionário; 
b) precariedade; 
c) na autorização a licitação é inexigível. 
2) Bens públicos: 
a) Conceito de bens públicos – Art. 98 - os bens públicos são bens que integram a dominialidade pública 
ou o domínio público. 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for 
a pessoa a que pertencerem. 
b) Classificação no Direito brasileiro: 
i. classificação bipartite - com critério negativo, determina-se que tudo o que não for bem 
público, conforme a definição dos arts. 98 e 99 do Código Civil, será bem particular (lembre-
se: com exceção aos bens difusos). 
ii. Bens de uso comum - o são aqueles que podem ser usados por todos indistintamente, em 
caráter geral e livre. Em outras palavras, são os de domínio público 
iii. Bens de uso especial (patrimônio administrativo indisponível) - têm seu uso determinado 
conforme uma função pública específica. 
iv. Bens dominicais (patrimônio disponível) - os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público interno que não sejam de uso comum nem especiais; que não possuem uma destinação 
pública determinada ou um fim administrativo específico. 
c) Regime jurídico dos bens públicos: 
i. Inalienabilidade - os bens públicos não podem ser alienados; 
Em regra, os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis enquanto conservarem 
sua qualificação, nos termos do art. 100 do Código Civil. Por sua vez, os bens dominicais, que não se encontram 
destinados a uma finalidade pública específica, podem ser objeto de alienação, conforme os requisitos da Lei nº 
8.666/93, que exige demonstração do interesse público, prévia avaliação, licitação e, caso se trate de bem imóvel, 
autorização legislativa (art. 17). 
ii. Imprescritibilidade - os imóveis públicos não podem ser adquiridos por usucapião (CF, 
art. 183, § 3o, e art. 191, parágrafo único; Súmula 340 do STF; CC, art. 102). 
A imprescritibilidade dos bens públicos representa a impossibilidade de serem adquiridos mediante usucapião 
(tida como prescrição aquisitiva do direito de propriedade, consolidada pelo decurso do tempo em posse mansa 
e pacífica do bem). Tanto bens públicos rurais como urbanos, bens móveis e imóveis são imprescritíveis, nos 
termos dos arts. 183, §3º e 191, parágrafo único da Constituição Federal, e do art. 102 do Código Civil. 
iii. Impenhorabilidade - os bens públicos não podem ser penhorados. 
Os bens públicos não se sujeitam à penhora, ou seja, não são passíveis deconstrição patrimonial para satisfazer 
eventual dívida. Esta característica é normatizada no art. 100 da Constituição Federal e no art. 910 do Código de 
Processo Civil. 
 
d) Bens públicos na Constituição - apresenta uma classificação destes bens conforme a natureza da 
pessoa titular. 
▪ bens da União (art. 20) 
▪ bens dos Estados Federados (art. 26). 
▪ não arrola os bens de titularidade dos Municípios 
 
e) Afetação e desafetação dos bens públicos: 
▪ Afetação - destinação, consagrar algo a determinado fim. 
A destinação específica de um bem à satisfação do interesse público”. 
A afetação deve ser expressa pela indicação via norma legislada do uso destinado ao bem. 
▪ Desafetação - retirar a destinação, desconsagrar. 
Fato ou a manifestação de vontade do poder público mediante a qual o bem do domínio público é subtraído à 
dominialidade pública para ser incorporado ao domínio privado, do Estado ou do administrado. 
f) Aquisição de bens públicos - Lei nº 8.666/93 arts. 17 a 19: 
Disciplina formas de aquisição dos bens públicos; 
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e 
obedecerá às seguintes normas: 
 
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive 
as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
a. Dação em pagamento; 
b. doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas 
alíneas f, h e i; 
c. permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; 
d. investidura; 
e. venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; 
 
f) Formas de utilização de bens públicos: 
➢ Conformidade - diz respeito à finalidade pública central do bem público, e permite analisar se o uso se dá 
conforme a destinação determinada ao bem. Por este critério, o uso dos bens públicos pode ser tido como 
normal ou anormal. 
Um mesmo bem pode ter seu uso considerado normal e anormal em diferentes ocasiões. Assim, uma via pública 
tem a finalidade de permitir o tráfego, sendo este seu uso normal. 
Contudo, se a mesma via pública for interditada para a realização de uma feira artesanal, tem-se um uso anormal 
do bem público – que, por sua vez, não deixa de ser lícito! 
➢ Exclusividade - trata da titularidade do uso, podendo-se definir o uso do bem público como comum ou 
privativo. Na avaliação da titularidade do uso do bem público, caso haja conflitos entre o uso privativo e 
o uso comum, deve-se analisar a situação conforme os princípios do Direito Administrativo, priorizando 
o uso que melhor representar o interesse público, com mais benefícios à coletividade. 
De modo geral, os bens públicos de uso comum e de uso especial são de acesso livre ao público, em igualdade 
de condições entre todos, mas podem haver restrições. Assim, diz-se de duas modalidades de uso de bens públicos 
de uso comum e de uso especial: ordinária, em que não se impõem exigências ou contrapartidas, e extraordinária, 
em que se verificam algumas restrições. 
 
g) Bens públicos em espécie: 
➢ União: 
Art. 20. São bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação 
ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se 
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a 
sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado 
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma 
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. 
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para 
defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. 
Ao definir os recursos naturais e minerais como bens da União, a Constituição também resguarda a participação 
da União na exploração de petróleo, gás natural e de recursos hídricos para fins de geração de energia. 
Para além da participação nos resultados ou de compensação financeira em favor da União, a exploração destes 
recursos apenas se pode dar por alguma espécie de concessão, permissão ou autorização da União a um 
particular, conforme o caso, mesmo que as jazidas se encontrem em terreno de entes particulares desvinculados 
do Estado! 
O §2º do art. 20 da Constituição também determina uma regulação especial para ocupação e utilização do 
território das faixas de fronteira, (faixas de até 150 Km de largura ao longo das fronteiras terrestres), por serem 
áreas fundamentais para a defesa do território nacional. 
 
➢ Estados: 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; 
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
Os principais bens em espécie são os terrenos reservados, os terrenos da marinha, as terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios, as terras devolutas, as faixas de fronteira, as ilhas, as águas públicas, as minas e as jazidas. 
➢ Terrenos reservados - correspondem às áreas denominadas terrenos marginais conforme o art. 4º do 
Decreto-Lei nº 9760/1946: 
Art. 4º São terrenos marginais os que banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance das marés, vão até a distância de 15 (quinze) metros, medidos horizontalmente 
para a parte da terra, contados desde a linha média das enchentes ordinárias. 
Sobre estas áreas, há controvérsia quanto à possibilidade de pertencerem a particulares. A esse respeito, o 
Supremo Tribunal Federal editou, sob a égide da Constituição Federal anterior, a Súmula nº 479, confirmando 
sua aplicabilidade no julgamento do RE 331.086/PR, em 2008: 
Súmula nº 479: As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização. 
EMENTA. Desapropriação. Terreno reservado. Súmula nº 479 da Suprema Corte. 1. A área de terreno reservado, como assentado pela Suprema Corte na Súmula nº 479, 
é insuscetível de indenização. 2. Recurso extraordinário conhecido eprovido. (RE 331.086/PR, re. Min. Menezes Direito, 02/09/2008). 
➢ Terrenos da marinha - a definição dos Terrenos da Marinha também se encontra no Decreto-Lei nº 
9760/46, em seus arts. 2º e 3º: 
Art. 2º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar-
médio de 1831: 
a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés; 
 b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo a influência das marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 (cinco) centímetros pelo menos, do nível das águas, 
que ocorra em qualquer época do ano. 
Art. 3º São terrenos acrescidos de marinha os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento aos 
terrenos de marinha. 
São, portanto, as áreas banhadas pelas águas do mar ou dos rios navegáveis, em sua foz, em extensão de 33 
metros para a área terrestre. 
Estas áreas são bens da União (art. 20, VII da Constituição Federal), e o entendimento jurisprudencial é pacífico 
no sentido de que não é possível reconhecer sua propriedade a particulares, ainda que estas áreas estejam 
inscritas em nomes de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado em registro imobiliário. Este entendimento 
foi consolidado pela Súmula nº 496 do Superior Tribunal de Justiça: 
Súmula nº 496: Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à União. 
 
➢ Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios - trata-se das terras habitadas pelos índios em caráter 
permanente, bem como as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à 
preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e as necessárias à sua reprodução física 
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições (definição contida no art. 231, §1º da Constituição 
Federal). 
Estas áreas são de titularidade da União (art. 20, XI da CF) e, dada a destinação específica de proteção e 
reconhecimento dos direitos originários dos índios, são classificadas como bens de uso especial. 
➢ Terras devolutas - o conceito de terras devolutas remonta à Lei de Terras de 1850, tratando-se de tudo 
que não fosse de titularidade particular nem estivesse afetado a algum uso público. Configura-se, 
assim, um critério negativo para a conceituação das Terras Devolutas, de modo que tudo aquilo que não 
estivesse adstrito ao desempenho de alguma função, sendo de titularidade desconhecida, seria do poder 
público: 
Lei 601/1850 (Lei de Terras) 
Art. 3º São terras devolutas: 
1º As que não se acharem aplicadas a algum uso público nacional, provincial, ou municipal. 
2º As que não se acharem no domínio particular por qualquer título legitimo, nem forem havidas por sesmarias e outras concessões do Governo Geral ou Provincial, 
não incursas em comisso por falta do cumprimento das condições de medição, confirmação e cultura. 
3º As que não se acharem dadas por sesmarias, ou outras concessões do Governo, que, apesar de incursas em comisso, forem revalidadas por esta Lei. 
4º As que não se acharem ocupadas por posses, que, apesar de não se fundarem em título legal, forem legitimadas por esta Lei. 
Historicamente, muitas destas terras foram passadas aos Estados e aos Municípios, e também aos particulares 
em função do uso e trabalho na terra (espécie de usucapião pro labore). 
Também historicamente há relatos recorrentes da incidência de grilagem nessas terras, casos em que particulares 
se apossavam de territórios de titularidade desconhecida, com falsificação dos documentos de sua propriedade. 
A discriminação das terras devolutas envolve procedimentos administrativos e jurídicos, conforme regula a Lei 
nº 6383/76, com a determinação de sua área e registro como bem público. 
➢ Faixas de fronteira - como definido pelo §2º do art. 20 da Constituição Federal, as faixas de fronteira são 
a área de até 150 Km de largura que corre paralelamente à linha de fronteira terrestre, considerada 
fundamental para a defesa do território nacional e com uso e ocupação de regulação especial por lei. 
➢ Ilhas - ilhas são extensões de terra firme localizadas em um corpo de água e por ele cercada em todo 
o seu perímetro – assim, há ilhas marítimas, fluviais e lacustres. Em regra, as ilhas são classificadas como 
bens dominicais, mas podem se enquadrar na definição de bens de uso comum do povo, se tiverem esta 
destinação específica. 
➢ Águas públicas - trata-se das águas de que se compõem os mares, os rios e os lagos do domínio público, 
e podem ser de uso comum ou dominicais. 
São de titularidade dos Estados, exceto se estiverem em território da União, se banharem mais de um Estado, 
se fizerem fronteira com outros países ou se se estenderem a território estrangeiro ou dele provierem, caso em 
que serão de titularidade da União (art. 20, III CF). 
➢ Minas e jazidas - como definido no §1º do art. 20 da Constituição Federal, as minas e jazidas de recursos 
naturais e minerais são de titularidade da União, que deverá autorizar, permitir ou conceder sua 
exploração, sendo-lhe resguardada uma participação ou indenização pela atividade de exploração. 
 
3) Restrições do estado sobre a propriedade privada: 
a) Fundamentos. 
b) Modalidades: 
i. Limitação administrativa – é uma forma de intervenção do Estado na propriedade de bem imóvel, 
que se manifesta por meio de ato administrativo unilateral geral da Administração Pública e 
representada por: 
a. obrigações de fazer, 
b. obrigações de não fazer ou 
c. obrigações de suportar, instituídas pela Administração Pública sobre a propriedade privada” (GOMES, 
2012, p. 214). 
➢ São exemplos de limitação administrativa: 
a. a restrição de zoneamento para atividades comerciais ou industriais em certas áreas do Município; 
b. a proibição de desmatar acima de certo porcentual de reserva natural existente em determinado 
terreno; 
c. a proibição de construir edifícios acima de certa altura em áreas próximas a aeroportos (GOMES, 
2012, p. 214). 
Em regra, a limitação não gera direito à indenização ao proprietário do imóvel justamente por se tratar de um ato 
administrativo geral. 
ii. Ocupação temporária - a forma de limitação do Estado à propriedade privada que se caracteriza 
pela utilização transitória, gratuita ou remunerada, de imóvel de propriedade particular, para fins 
de interesse público” (DI PIETRO, 2016, p. 171). 
➢ Características: 
a. Utilização transitória de terreno não edificado; 
b. A necessidade de ocupação está vinculada à obra ou serviço público: o imóvel não edificado pode ser ocupado 
temporariamente pelo Poder Público para armazenamento de equipamentos a serem utilizados em uma obra 
pública vizinha a este bem, ou para possibilitar escavações e pesquisas, no interesse da arqueologia e da pré-
história como autoriza o art. 13 da Lei n. 3924/61. 
 
iii. Requisição administrativa - (art. 5º, inciso XXV da CF) - “no caso de perigo público iminente, a 
autoridade competente poderá usar da propriedade particular, assegurada ao proprietário 
indenização ulterior, se houver danos”. 
➢ Características: 
a. utilização transitória de bens ou serviços pela Administração Pública na hipótese de perigo público; 
b. A requisição poderá ser civil (em caso de perigo público) ou militar (em caso de guerra); 
c. A requisição é um ato administrativo unilateral; 
d. A Administração Pública não depende de autorização prévia do Poder Judiciário para requisitar um bem 
(autoexecutoriedade); 
e. Em regra, a requisição é temporária; 
f. Incide em bens móveis, imóveis ou serviços; 
g. Em caso de danos, a indenização será ulterior; 
h. Cessada a causa que levou à requisição, o bem deverá ser restituído ao seu proprietário. 
iv. Tombamento- o tombamento objetiva a proteção de um bem, em razão do seu valor histórico, 
cultural, arqueológica, artístico, turístico ou paisagístico (art. 23 da CF). 
Segundo Alexandre Mazza (2019), “o nome tombamento deriva do processo utilizado em Portugal de registrar 
os bens sujeitos a regime especial de proteção nos arquivos existentes na Torre do Tombo”. 
➢ Objeto - o tombamento pode recair sobre: 
a. Bens móveis ou imóveis; 
b. Bens públicos ou privados; 
c. Bens determinados (uma determinada casa histórica) ou indeterminados (todos os imóveis do Centro histórico 
e um Município); 
d. Total (sobre a casa e todos os seus bens) ou parcial (apenas sobre a fachada do bem imóvel). 
➢ Características do tombamento: 
a. Com o tombamento, o proprietário do imóvel não perde a sua propriedade. Ele continua sendo o proprietário 
do bem, tendo, porém, o dever de conservar, preservar a sua propriedade. 
b. Indenização - a princípio, o proprietário do bem tombado não será indenizado. Entretanto, como ensina Fabio 
Bellotte Gomes (2012), “(...) havendo prejuízo comprovado ao proprietário do bem tombado, caberá indenização 
(...)”. 
➢ Espécies: 
a. voluntário - neste caso o próprio proprietário do bem pleitea o tombamento ao Poder Público ou concorda com 
a notificação que lhe é encaminhada pela Administração Pública para a inscrição do bem no Livro do Tombo. 
b. compulsório - quando o proprietário discorda do tombamento de seu bem que será realizado pelo Poder 
Público, conforme notificação que lhe foi enviada. 
c. de ofício - incidente sobre bens públicos. Maria Sylvia Di Pietro explica que este tombamento “(...) se processa 
mediante simples notificação à entidade a quem pertencer (União, Estado ou Município) ou sob cuja guarda 
estiver a coisa tombada; com a notificação, a medida começa a produzir efeitos” (DI PIETRO, 2016, p. 178). 
v. Servidão administrativa - o direito real de gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de 
propriedade alheia, com base em lei, por entidade pública ou por seus delegados, em favor de um 
serviço público ou de um bem afetado a fim de utilidade pública” (DI PIETRO, 2016, p. 186). 
➢ Características: 
a. Trata-se direito de gozo de natureza pública: “O ônus imposto pela Administração Pública caracteriza-se por 
obrigação de não fazer e de suportar, cabendo indenização ao administrado pelos prejuízos sofridos em 
decorrência de tal obrigação” (GOMES, 2012, p. 215) 
b. Atinge bens imóveis; 
c. Decorrem da lei (como acontece com a servidão sobre as margens dos rios navegáveis e servidão ao redor dos 
aeroportos) ou efetuam-se também através de acordo (precedido do ato declaratório, como é o caso da servidão 
de energia elétrica) ou sentença judicial (quando não for firmado o acordo). 
d. Perpetuidade: “(...) as servidões administrativas são perpétuas no sentido de que perduram enquanto subsiste 
a necessidade do Poder Público e a utilidade do prédio serviente. Cessada esta ou aquela, extingue-se a servidão” 
(DI PIETRO, 2016, p. 188). 
e. Pode ter com objeto um bem afetado a fim de utilidade pública ou serviço público. 
vi. Parcelamento, edificação ou utilização compulsória: 
a. Conceito - é o instituto jurídico que busca garantir o princípio da função social da propriedade, 
no qual o poder público obriga o proprietário a parcelar, edificar ou utilizar o imóvel que não 
tiver aproveitamento adequado. 
b. Objetivos - busca combater a injustiça gerada pelo uso meramente especulativo da terra, 
forçando o proprietário a dar uma função ao seu imóvel que também beneficie a coletividade. 
▪ Bem-estar da coletividade 
▪ Evitar atitudes meramente especulativas 
▪ Evitar os enriquecimentos ilícito e sem causa 
c. Previsão Legal - o art. 182, par. 4, I, CF, prevê como obrigação de fazer do proprietário a 
promoção do adequado aproveitamento do imóvel, sob pena de: 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. 
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano 
não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
▪ PEUC (providências impostas pelo poder público, que não possuem caráter de sanção), 
▪ IPTU progressivo (sanção) 
▪ Desapropriação (sanção) 
 
vii. Desapropriação: 
 
a. Conceito - a desapropriação, segundo Spitzcovsky (2021), “(...) surge como um meio de 
intervenção na propriedade, de caráter compulsório, por meio do qual o Poder Público a retira 
de terceiros por razões de interesse público ou pelo não cumprimento de sua função social, 
mediante o pagamento de uma contrapartida, nos termos previstos pela CF, sendo essa matéria 
disciplinada pelo Decreto-lei n. 3.365/41 e pela Lei n. 4.132/62” (SPITZCOVSKY, 2021, p. 
361). 
 
b. Fundamentos constitucionais - art. 5º, XXIV, art. 182, § 4º e arts. 184 e 186 da CF. 
 
c. Espécies: 
➢ Desapropriação Ordinária - (art. 5º, inciso XXIV da CF) - na hipótese de necessidade ou utilidade pública, 
a União Federal, os Estados, os Municípios e o DF poderão desapropriar a propriedade privada, mediante 
o pagamento de uma indenização prévia, justa e em dinheiro. 
Esta desapropriação está regulada pelo Decreto-Lei 3.365/41 (Lei Geral de Desapropriações). 
➢ Desapropriação extraordinária: trata-se da desapropriação por interesse social realizada quando o imóvel 
descumpre a função social da propriedade. 
▪ Imóvel urbano que descumpre a função social da propriedade - o imóvel urbano que não atende à função 
social da propriedade poderá ser desapropriado pelo Município mediante o pagamento de uma 
indenização em títulos da dívida pública, conforme art. 182, parágrafo 4º da CF: 
▪ Imóvel rural que descumpre a função social da propriedade - Na hipótese de imóvel rural que descumpre 
a função social da propriedade, a indenização será paga em títulos da dívida agrária, resgatáveis em até 
20 (vinte) anos, conforme arts.184 a 186 da CF. 
De acordo com o art. 186 da CF: “A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência 
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I – aproveitamento racional e adequado; 
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.” 
 
Conforme o art. 185 da CF “São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: 
I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; 
II – a propriedade produtiva.” 
d. Procedimento: 
➢ Fase Declaratória - a fase declaratória, segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, caracteriza-se por ser 
o momento em que ocorre a declaração de utilidade pública do bem a ser expropriado, que é o ato através 
do qual o Poder Público manifesta sua intenção de adquirir compulsoriamente um determinado bem, 
submetendo-o a força expropriatória (MELO, 2015, p. 887). 
Trata-se de ato administrativo, manifestado através de decreto proveniente do Chefe do poder Executivo da UF, 
Estados, Municípios e DF. 
Os efeitos da declaração de utilidade pública, segundo Celso Antônio Bandeira de Melo (2015, p. 887), são: 
a. submeter o bem a força expropriatória; 
b. fixar o estado do bem (o que significa depois da declaração de utilidade pública só serão indenizadas as 
benfeitorias necessárias e as úteis autorizadas pelo Poder Público); 
c. permitir ao Poder Público a entrada no bem, a fim de que possa realizar as verificações e medições necessárias;d. dar início ao prazo de caducidade da própria declaração, que terá validade de cinco anos nos casos de 
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, e de dois anos, nos casos de desapropriação por interesse 
social. 
➢ Fase Executória - esta fase constitui-se dos atos concretos de execução da desapropriação, que deverá 
necessariamente ser precedida da declaração. 
Tais atos de execução poderão ser realizados diretamente pelo Poder Público, através de seus órgãos, ou por 
outras pessoas jurídicas autorizadas por lei ou por contrato administrativo, como é o caso, por exemplo, das 
concessionárias de serviço público. 
poderá ser extrajudicial ou judicial. 
▪ Extrajudicial - quando o Poder Público e o proprietário realizam um acordo em relação ao valor da 
indenização, efetivando-se a desapropriação sem a intervenção do Judiciário. 
▪ Judicial - quando proposta ação de desapropriação. 
a. judicial amigável - o acordo deverá ser homologado judicialmente. 
b. judicial contenciosa - quando ajuizada ação de desapropriação, já que não houve um acordo entre as partes em 
relação ao preço. Nesta hipótese, o preço justo será arbitrado através de sentença a ser proferida pelo juiz na 
mencionada ação. 
▪ A desapropriação só se consuma, ou seja, a transferência do bem ao Poder Público só se efetiva com o 
pagamento de indenização justa. 
▪ Indenização justa é aquela que habilita o proprietário a adquirir outro bem equivalente ao bem que lhe foi 
desapropriado. 
e. Imissão provisória na posse - caso o Poder Público declare urgência da posse do bem e ele 
deposite em Juízo o valor correspondente, o Juiz poderá conceder liminarmente, ao 
expropriante, a posse provisória do bem, até a definitiva transmissão da propriedade. 
f. Retrocessão - o art. 519 CC dispõe que: “se a coisa expropriada para fins de necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não 
for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo 
preço atual da coisa”. 
É o direito de preferência do ex proprietário em readquirir o imóvel expropriado, caso o expropriante deixe dar a 
ele o destino que motivou a desapropriação (interesse público ou necessidade pública ou interesse social). 
Entretanto, se o Poder Público desapropriou o imóvel por interesse público e ao invés de dar a respectiva 
destinação pública ele dá destinação diversa, mas também pública, não há que se falar em retrocessão. 
g. Desvio de finalidade e anulação: 
▪ Tredestinação - trata-se do desvio de finalidade. Segundo Maria Sylvia Di Pietro, a tredestinação 
ocorrerá “(...) quando o expropriante der ao imóvel uma destinação pública diversa daquela 
mencionada no ato expropriatório” (DI PIETRO, 2016, p. 222). 
 
4) Improbidade administrativa: 
a) Conceito - as hipóteses que tipificam a improbidade administrativa encontram-se previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa – Lei n. 8.429/92 com as alterações introduzidas pela Lei n. 14.230/2021. 
De acordo com o art. 1º, § 1º da Lei n. 8.429/92, “consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas 
dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.” 
b) Espécies de improbidade administrativa - os atos que configuram improbidade administrativa estão 
previstos nos arts. 9º a 11 e podem ser classificados da seguinte forma: 
i. Ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito: art. 9º da Lei n. 
8.429/92. 
ii. Ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário: art. 10 da Lei n. 8.429/92. 
iii. Ato de improbidade administrativa que viola os princípios da administração pública: art. 11 da 
Lei n. 8.429/92. 
 
5) Processo administrativo - o Princípio do devido processo legal se aplica tanto aos processos judiciais, quanto aos 
processos administrativos, de modo que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal” (art. 5º, inciso LIV da CF). 
A Lei n. 9.784/99 estabelece normas gerais para os processos administrativos em geral no âmbito da 
Administração pública federal, direta e indireta. 
a) Conceito - é uma sequência racional de atos, com efeitos jurídicos, materiais, opinativos e outros, que a 
Administração Pública utiliza para a consecução de certa tarefa. 
b) Procedimento E Processo - o que diferencia procedimento e processo, espécie daquele gênero, é a 
existência de conflito e a presença de garantias e direitos fundamentais. Portanto, são o conflito e suas 
consequências o critério distintivo. 
c) Classificação: 
➢ Quanto a finalidade: 
a. Liberatório - que é aquele cujo fim é a permissão de que uma pessoa, física ou jurídica, exerça direito ou 
liberdade, como licença ambiental ou urbanística. 
b. Seleção - que busca escolher a melhor PF ou PJ para se vincular de alguma maneira à Administração Pública, 
como no concurso e na licitação. 
c. Sancionador - aquele que visa a aplicação de uma punição ao seu final, como o processo administrativo disciplinar 
(o acusado pode ser PF ou PJ). 
d. Declaratório - como aquele que reconhece o diploma estrangeiro. 
 
d) Princípios do Processo Administrativo: 
i. Princípio da Ampla Defesa - previsto no art. 5º, LV, CF: 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; 
A ampla defesa importa o direito de apresentar uma denúncia ou representação, bem como a requisição de atos 
administrativos, certidões e manifestações, assim como anulação e revogação de atos. Ainda, o direito de produzir 
provas, de permanecer calado, apresentar alegações finais, recorrer e solicitar a revisão de sanções inadequadas. 
Súmula Vinculante nº 5: a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende 
a Constituição. 
ii. Princípio do Contraditório - o contraditório se explicita em um importante tripé: deve o sujeito, 
ator processual, ter o conhecimento dos atos e fatos que possam lhe interessar e afetar, se 
manifestar acerca deles, a fim de tentar influir na decisão e na condução do processo, e ter sua 
manifestação considerada. A simples ciência sobre a decisão sem garantia dos demais itens faz 
com que não haja um contraditório efetivo. 
 
iii. Princípio da Gratuidade - visando o amplo acesso aos direitos exercidos dentro do processo 
administrativo, seu condicionamento à situação financeira é inadmissível. Logo, eventual barreira 
financeira que dificulte o direito de defesa é ilegal e inconstitucional. A Lei de Processo 
Administrativo prevê, nos arts. 2º, parágrafo único, XI e art. 56, § 2º, a gratuidade do processo. 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. 
iv. Princípio da Transparência - através deste, se traduz em legalidade e publicidade. É através dela 
que as pessoas e a própria Administração conseguem controlar a atividade administrativa e suas 
decisões. Além da Lei de Processo Administrativo, outras leis, como a Lei de Acesso à 
Informação, a Lei Geral de Licitações e a Lei de Transparência Financeira preveem a 
transparência. 
 
v. Princípio da Oficialidade - o princípio da oficialidade determina que a Administração Pública 
pode agir de ofício no processo administrativo, pois o interesse público é indisponível e cabe à 
Administração tutelar por ele, como se dá na promoção da saúde coletiva, da educação, do 
ambiente etc. 
 
É um poder-dever, portanto, que faz com que a Administração proteja os interesses primários da Administração. 
Ao mesmo tempo, transparece como faculdade da Administração de agir com os mesmos fins. Em certos 
momentos, a ação de ofício é impositiva; em outros, é uma faculdade, uma discricionariedade do administrador 
público. 
Nestesentido, a Súmula 611 do STJ admite que, desde que haja sindicância prévia, a Administração Pública 
instaure processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima. 
 
vi. Princípio do Formalismo Mitigado - art. 2º, parágrafo único, VIII e IX: 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; 
A Administração não é regida por um formalismo exacerbado, mas sim pela instrumentalidade das formas, ou 
seja, não se deve valorizar em demasia as formas, mas sim seus objetivos. 
Logo, se a forma não é respeitada, mas o objetivo daquele ato administrativo é atingido, deve o mesmo ser 
mantido. Claro que situações específicas fazem ser exigida uma forma específica, mas a regra é a liberdade das 
formas. 
vii. Princípio da Isonomia - quando existe, além da Administração, dois ou mais interessados em 
conflito, é possível que as partes sejam assimétricas. 
Assim, a condução do processo administrativo com isonomia e imparcialidade é fundamental. 
Existem várias maneiras de garantir a isonomia, como a utilização das regras de impedimento e suspeição, de 
forma que sujeitos que possam ser imparciais sejam afastados do processo, regras sobre ônus da prova, quando é 
muito custoso ou difícil que uma das partes produza a prova, sendo capaz a inversão do ônus. 
 
viii. Princípio da Boa-fé e Proteção da Confiança: 
a. Boa-fé objetiva - que se refere aos comportamentos que a Administração e os administrados devem ter nas 
relações. É um standard de comportamento que vai além da intenção. 
➢ Lei de Processo Administrativo: 
art. 2º, parágrafo único, IV: atuação conforme os padrões de probidade, decoro e boa-fé; 
art. 2º, parágrafo único, XIII: a impossibilidade de que uma nova interpretação venha a retroagir, a fim de proteger 
a confiança legítima depositada pelo interessado; 
art. 3º, I: o dever de cooperação entre as partes; 
art. 4º, II: de agir conforme padrões de lealdade, urbanidade e boa-fé; 
art. 50, VII: a necessidade de que toda alteração jurisprudencial seja motivada; 
art. 54: a decadência do poder que a Administração tem de anular seus atos; 
art. 65: e a revisão de sanções impostas. 
b. Boa-fé subjetiva - que é a confiança legítima sobre a conduta do Estado. 
O administrado cria confiança em ato ou expectativa no mesmo, sobre o qual se pautará a boa-fé subjetiva. 
 
ix. Princípio da Razoabilidade - art. 2º, parágrafo único, caput, VI e IX - adequação, necessidade e 
proporcionalidade em sentido estrito. 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do 
interesse público; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados. 
e) Fases do Processo administrativo: 
a. Instauração - a instauração do processo administrativo pode se dar através de portaria, da lavratura de um auto 
de infração, de representação de terceiro ou de despacho da autoridade competente. 
b. Instrução. 
c. Defesa (art. 5.º, inciso LV da CF). 
d. Relatório. 
e. Julgamento. 
 
f) Processo disciplinar: 
i. Conceito - o processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor 
por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições 
do cargo em que se encontre investido. 
ii. Fases do Processo Disciplinar: 
a. instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; 
b. inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; 
c. julgamento. 
 
g) Processo sumário: 
i. Conceito - art. 133 da Lei nº 8.112/1990 - procedimento é aplicável na apuração de acumulação 
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, de abandono de cargo e de inassiduidade habitual, 
sendo a todas cabível a pena de demissão. A regra geral é de que se trata de rito com instrução 
célere, pois visa a apurar casos em que já se tem materialidade pré-constituída. 
O art. 140 da Lei nº 8.112/1990, porém, prevê que deverá ser adotado também na apuração de abandono de cargo 
ou inassiduidade habitual. 
ii. Fases do PAD de rito sumário: 
a. instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores 
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; 
b. instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; 
c. julgamento. 
▪ Obs.: Especificamente em relação à apuração de acumulação ilegal de cargos, empregos ou 
funções públicas, a lei prevê uma fase pré-processual, em que a autoridade deverá notificar o 
servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de 
dez dias, contados da data da ciência. Na hipótese de omissão, será instaurado o processo 
disciplinar, pelo rito sumário. 
 
iii. Duração do PAD de rito sumário - nos termos do §7º do art. 133 da Lei nº 8.112/1990, o prazo 
para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá 
trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua 
prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. 
 
6) Responsabilidade civil, penal e administrativa: 
a) Evolução da responsabilidade: 
i. Teoria do Risco Administrativo: na qual há excludentes de responsabilização 
ii. Teoria do Risco Integral: não há excludentes. 
o Estado responde sob qualquer hipótese, são os casos de acidente de trabalho ou atentados terroristas em 
aeronaves. 
 
b) Dano indenizável - atos que decorrem de condutas que estão de acordo com o ordenamento 
jurídico, sendo irrelevante a licitude ou ilicitude do ato lesivo, bastando que haja um prejuízo decorrente 
da ação ou omissão do agente público. Nesse aspecto, por exemplo, a Administração Pública age 
legalmente causando prejuízos indenizáveis, o que acarreta dever de indenizar. 
Aqui temos uma especificidade: Se houver lesão patrimonial causada por empreiteiro contratado pelo Estado para 
a execução de uma obra, o empreiteiro tem responsabilidade primária (sendo acionado diretamente pele vítima), 
o Estado responde subsidiariamente. 
 
c) Causas excludentes da responsabilidade - excludentes de causalidade: culpa exclusiva da vítima, 
força maior, ou culpa de terceiros. 
A culpa do Estado decorre pela inexistência, mau funcionamento ou retardamento do serviço prestado, sendo o 
Estado – e nunca o agente – o responsável por arcar com as responsabilidades. 
 
d) Ação regressiva - para a proposição da Ação Regressiva, não pode ter havido denunciação da lide 
na Ação Indenizatória. Cabe ao Estado (autor) o ônus da prova acerca do ato do agente (dano, nexo e 
culpa/dolo). 
▪ Princípio da Indisponibilidade: somente o Estado pode propor Ação Regressiva. 
É imprescritível (Art. 37, par 5º, CF), exceto quando o dano for causado por agente público de pessoa jurídica de 
direito privado, cujo prazo é de 3 anos (art. 206, parágrafo 3º, Código Civil). 
 
7) Controle da administração pública: 
a) Controle Interno - controle realizado pela própria Administração Pública, no exercício da autotutela. 
i. de ofício - controle realizado pela própria Administração Pública, independente de provocação. A 
Administração Pública pode anular um ato administrativo em caso de ilegalidade ou revogá-lo por 
razões de conveniência ou oportunidade. 
▪ Observação:anulação não se confunde com revogação. 
ii. Provocado - a Administração Pública realiza o controle dos seus próprios atos mediante 
provocação de terceiros. Esta provocação geralmente se dá através de: 
a. Pedido de Reconsideração - (arts. 106 e seguintes da Lei 8.112/90) - trata-se de pedido de reexame da decisão 
dirigido à mesma autoridade que a proferiu. 
b. Recurso administrativo hierárquico - (arts. 56 a 65 da Lei 9.784/99) - trata-se de pedido de reexame dirigido 
inicialmente à mesma autoridade que proferiu a decisão, que, se optar por sua não reconsideração, encaminhará 
o pedido à autoridade superior. 
c. Representação - trata-se de denúncia acerca de irregularidades feita perante a Administração Pública, o Ministério 
Público ou o Tribunal de Contas. 
d. Reclamação - (art. 103-A, § 3º da CF) - trata-se de instrumento utilizado na hipótese de um ato administrativo 
contrariar uma Súmula do STF. 
 
b) Controle Externo - controle de legalidade realizado pelo Legislativo e pelo Judiciário. 
i. Controle político - realizado pelo Legislativo. 
▪ Convocação de autoridades para prestar informações (art. 50 da CF) 
▪ CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito (art. 58, § 3º da CF) 
▪ Julgamento pelo Senado de processo de crime de responsabilidade (art. 52, I e II da CF) 
 
ii. Controle financeiro - realizado pelo Poder Legislativo com auxílio do Tribunal de Contas - (art. 
71 da CF). 
iii. Controle judicial: trata-se de controle de legalidade realizado pelo Judiciário. O Judiciário, se 
provocado, poderá anular um ato ou uma decisão administrativa por ilegalidade - (art. 5º, XXXV 
da CF).

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