Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
DPC SEMESTRAL Constitucional Flávio Martins Data: 17/06/2013 Aula 18 DPC SEMESTRAL – 2013 Anotador(a): Tiago Ferreira Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1) Direitos e garantias fundamentais...continuação; DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 13) Remédios Constitucionais (Art. 5º, LXVIII a LXXIII da CF/88): I) Habeas Corpus (Art. 5º, LXVIII da CF/88); II) Habeas Data (Art. 5º, LXXII da CF/88); III) Mandado de Segurança (Art. 5º, LXIX da CF/88); IV) Mandado de Segurança Coletivo (Art. 5º, LXX da CF/88); V) Mandado de Injunção (Art. 5º, LXXI da CF/88); VI) Ação Popular (Art. 5º, LXXIII da CF/88). I) HABEAS CORPUS (Art. 5º, LXVIII da CF/88): a) Origem: A origem mais remota do HC está na magna carta de 1215 (liberdade de ir e vir). No Brasil, a primeira lei a falar de HC foi o Código Criminal de 1832. Após, positivou-se o HC na CF/1891 (Atenção ao fato de que a primeira previsão legal do HC no Brasil estava no Código Criminal de 1832, e não em uma Constituição). HC na CF/1891 (“Teoria brasileira do HC”): Na CF/1891, o HC tutelava quaisquer direitos, e não apenas a liberdade de locomoção (Rui Barbosa). Em todas as demais constituições, após a de 1891, houve previsão expressa do HC. O direito tutelado pelo HC é a liberdade de locomoção (liberdade ambulatorial) - direito de ir, vir e ficar. b) Espécies de HC: i) HC preventivo: É aquele em que existe uma ameaça de constrangimento à liberdade de locomoção. ii) HC repressivo ou liberatório: Já existe o ato constrangedor. 2 de 7 c) Legitimidade Ativa: -Qualquer pessoa pode impetrar HC. -O HC é o único remédio constitucional que não precisa de advogado. -Brasileiro ou estrangeiro são legitimados. -Segundo o STF, deve ser impetrado em língua portuguesa. -O HC pode ser impetrado em favor de direito próprio ou de terceiro (pode-se impetrar HC em nome próprio, pleiteando direito alheio). Não precisa de procuração. Favorecidos: Pode-se impetrar HC em favor de qualquer pessoa humana. Segundo o STF, não cabe HC em favor de pessoa jurídica. Segundo o STF, não cabe HC em favor de animais. d) Autoridade coatora: Em 99% dos casos, é a autoridade pública. Pode-se impetrar HC contra ato de particular, como no exemplo do diretor do hospital que não libera paciente inadimplente. e) Disposições Gerais: -O HC é uma ação gratuita para todos. -Não cabe HC quando não houver risco de prisão, como por exemplo, no caso de infração penal apenada no máximo com multa (Art. 28 da L 11.343/06). -Não cabe HC contra a decisão que nega liminar em outro HC. -Segundo a doutrina, HC pode ser impetrado por pessoa jurídica em favor de pessoa física. No entanto, quando o STF mandou excluir a pessoa jurídica do polo passivo, também o fez quanto ao polo ativo (Observar a forma dos questionamentos em prova). -Segundo o STF, não é possível HC apócrifo, ou seja, HC anônimo – sem assinatura. II) HABEAS DATA (Art. 5º, LXXII da CF/88) - L 9.507/97: Em tradução literal, Habeas Data significa “Dá-me os dados”, “Dá-me as informações”. a) Finalidades: Garantir o acesso às informações sobre dados pessoais que estão em bancos de dados de órgãos governamentais ou de caráter público. Dados pessoais = Dados sobre a pessoa do impetrante. 3 de 7 Órgãos de caráter público - São aqueles órgãos que compartilham informações (Ex: SPC). Há outras duas finalidades do Habeas Data: *Corrigir as informações que estejam incorretas. *L 9.507/97 - Fazer anotações nos dados pessoais, caso estejam incorretos. Segundo a L 9.507/97 e segundo a jurisprudência, para se impetrar Habeas Data, é necessária negativa ou demora na via administrativa quando da tentativa de se obter as informações. INFORMAÇÃO Acesso 10 dias Retificação 15 dias Anotação 15 dias Assim como o HC, o Habeas Data é uma ação gratuita para todos (Art. 5º, LXXVII da CF/88). III) AÇÃO POPULAR (Art. 5º, LXXIII da CF/88). a) Legitimidade Ativa: Apenas o cidadão está legitimado a ajuizar a ação popular, ou seja, a pessoa que está no gozo de seus direitos políticos - quem pode votar e ser votado. Atenção: Para fins de ação popular, basta ter o direito de votar. Direito de voto se inicia aos 16 anos (não precisa ser assistido pelos pais). Não podem ajuizar ação popular: -Estrangeiro; -Pessoa Jurídica; -Menor de 16 anos; -Pessoas que perderam ou tiveram suspensos os direitos políticos. b) Finalidade: Possui a finalidade de evitar ou reparar lesão a/ao: -Patrimônio público; -Meio ambiente; -Moralidade administrativa; -Patrimônio histórico e cultural. O autor é isento de custas e ônus de sucumbência, salvo comprovada má-fé. 4 de 7 IV) MANDADO DE INJUNÇÃO (Art. 5º, LXXI da CF/88); a) Finalidade: Cabe MI quando a ausência de norma regulamentadora inviabilizar o exercício de um direito constitucional. Por exemplo, no caso da omissão legislativa que até hoje perdura a respeito do direito de greve do Art. 37, VII da CF/88. b) Legitimidade Ativa: Qualquer pessoa que se diga titular do direito constitucional (Necessidade de advogado). Segundo o STF, admite-se o Mandado de Injunção coletivo (O STF faz analogia do MS coletivo). Atualmente, o STF adota posição concretista do Mandado de Injunção, ou seja, o MI pode produzir efeitos concretos. EX: Segundo o STF, até que seja editada a lei específica sobre a greve do servidor público, aplica-se a lei geral da greve (L 7.783/89). V) MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL (Art. 5º, LXIX da CF/88): a) Finalidade: MS é cabível para tutelar qualquer direito líquido e certo, não amparado por HC ou Habeas Data, contra ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de função pública. Direito Líquido e Certo: É o direito que já está provado, ou é o direito que basta uma mera prova documental. O texto constitucional expressa que o MS é uma ação residual, ou seja, quando não couber HC ou HD. VI) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (Art. 5º, LXX da CF/88): a) Direitos Tutelados: São os direitos coletivos e individuais homogêneos (Atentar que os direitos difusos ficaram de fora - previsão também na L 12.016/09). b) Legitimidade Ativa: b.1) Partido político com representação no congresso nacional; b.2) Entidade de classe; b.3) Organização sindical; b.4) Associação devidamente constituída e em funcionamento há pelo menos 01 ano. 5 de 7 DIREITO DE NACIONALIDADE: I) Conceito: Nacionalidade é o vínculo jurídico e político de uma pessoa com um Estado. Apátridas são pessoas sem nacionalidade. O direito de nacionalidade é um direito fundamental previsto na CF/88 e em tratados internacionais sobre direitos humanos. II) Espécies de Nacionalidade: -Nacionalidade originária / primária; -Nacionalidade adquirida / secundária. Nacionalidade Originária / Primária: É aquela adquirida com o nascimento. Tal espécie somente é encontrada na CF/88, não em leis esparsas. Nacionalidade Adquirida / Secundária: É aquela adquirida por um ato posterior de vontade (Naturalização). As hipóteses de naturalização podem estar na CF/88 e na lei infraconstitucional (Estatuto do Estrangeiro). Nacionalidade Originária / Primária: São brasileiros natos (Art. 12, I da CF/88): 1) Nascidos no território brasileiro (Jus solis), salvo se de pais estrangeiros a serviço de seu país. 2) Nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil (Jus sanguinis + critério funcional). 3) Nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileiro, desde que seja registrado em repartição brasileira competente - EC 54/2007 - (Jus sanguinis + registro). Tal repartição pode ser o consulado ou embaixada brasileiros. 4) Nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venha a residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira (Jus sanguinis + residência no Brasil + opção). Não há prazo para fixar a residência no Brasil. 6 de 7 A opção deve ser feita na justiça federal (Art. 109, X da CF/88). Trata-se de ato personalíssimo (não pode ser feito por procuração), que só pode ser feito depois de atingida a maioridade. Nacionalidade Adquirida / Secundária - Naturalização: São naturalizados (Art. 12, II da CF/88): 1) Naturalização Ordinária: Seus requisitos estão na lei infraconstitucional (Art. 112 do Estatuto do Estrangeiro), exigindo-se dos estrangeiros oriundos dos países de língua portuguesa apenas residência por 01 ano e idoneidade moral. São os países de língua portuguesa: Angola, Moçambique, Cabe Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Art. 112 do Estatuto: -Residência por 04 anos; -Visto de permanência; -Ler e escrever português; -Possuir boa saúde; -Condições de se manter. 2) Naturalização Extraordinária / Quinzenária: Todos os estrangeiros, desde que residam no Brasil por mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação criminal. Cargos privativos de brasileiro nato: -Presidente da República; -Vice-Presidente; -Presidente da Câmara dos Deputados; -Presidente do Senado Federal; -Ministros do STF; -Diplomata; -Oficial das forças armadas (Tenente para cima); -Ministro do Estado da Defesa. Extradição: Brasileiro nato nunca poderá ser extraditado do Brasil. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em duas situações: i) Crime anterior à naturalização; ii) Tráfico de drogas (qualquer tempo). Rol Taxativo 7 de 7 Propriedade de empresas jornalísticas (Art. 222 da CF/88): O brasileiro nato pode ser proprietário de empresas jornalísticas. Quanto ao naturalizado, este só poderá ser proprietário de empresas jornalísticas após 10 anos de sua naturalização. Perda da nacionalidade: São dois casos: 1) Ação para cancelamento da naturalização: -Só recai sobre brasileiros naturalizados; -Essa ação tramita na justiça federal, sendo ajuizada pelo MPF; -Cabível no caso da prática de atividade nociva ao interesse nacional; -Momento da perda: Na sentença transitada em julgado; -Para readquirir a nacionalidade, deve-se propor ação rescisória. 2) Aquisição voluntária de outra nacionalidade: -Recai sobre brasileiros natos e naturalizados; Há duas exceções (dupla nacionalidade permitida): a) Aquisição de outra nacionalidade originária. b) Quando o Estado estrangeiro exige a naturalização do brasileiro como condição de permanência no país ou para exercer algum direito.
Compartilhar