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Cadeia de Suprimentos Aula 2

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CADEIA DE SUPRIMENTOS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Rosinda Angela Silva 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Para que uma Cadeia de Abastecimento se torne efetiva, a mesma 
necessita de uma rede logística organizada e sólida, pois uma das 
características das Cadeias são os vínculos entre os elos. Como estruturar as 
redes que a compõem é uma das principais deliberações que uma Cadeia faz 
porque leva em consideração os seus processos-chave, os quais devem ser 
organizados de forma que sustente a sua estratégia competitiva. 
Para compreender o quão importante é a estrutura de uma rede logística 
dentro da Cadeia de Suprimentos, é necessário conhecimento, preparo e esforço 
por parte de todos os membros da cadeia. Os principais objetivos dessa aula 
serão apresentar em linhas gerais: 
• A importância da formação das redes na logística; 
• A formação das redes: Suprimentos, Produção, Distribuição e 
Reversa; 
• A concepção das redes globais e as cadeias colaborativas 
• A busca pela integração dos projetos de rede. 
 
TEMA 1 - A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE REDES 
Uma organização não sobrevive sozinha no mercado. Inúmeras 
atividades ocorrem desde a concepção do produto até chegar as áreas de 
vendas dos varejistas. É fato que parte dessas atividades ocorre internamente, 
entretanto operações vitais são de responsabilidade de entes externos à 
organização, representados pelos fornecedores e prestadores de serviços. 
Devido a isso, cada vez mais as empresas buscam desenvolver parcerias 
sólidas e confiáveis para colocar o seu produto mais rapidamente no mercado. 
Atualmente, esse conceito está ainda mais dinâmico e as empresas se 
organizado em redes para se tornarem mais competitivas. 
Ao pensar em um produto manufaturado qualquer, é possível imaginar a 
quantidade de provedores que se envolvem para garantir que esse produto 
chegue ao mercado consumidor. A imagem a seguir representa uma rede 
genérica onde é possível identificar a quantidade de elos participantes. 
 
Estrutura conceitual de redes de uma cadeia de suprimentos 
 
 
3 
 
Fonte: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-530X2005000100010&script=sci_arttext 
 
 
Analisando a figura é possível pensar na complexidade que é a 
companhia trabalhar em sistema de rede, mas o ganho para as empresas 
organizadas dessa maneira compensa o esforço inicial para a padronização 
exigida. Segundo Alain Martel e Darli Vieira (2008, p. 175): 
Uma empresa em rede se organiza e gerencia suas operações de 
maneira flexível, coordenando em sinergia suas redes internas e 
externas, visando melhorar sua competitividade. A empresa em rede é 
aquela que expande atuação ampliando suas ações, além de suas 
próprias atividades internas. 
As empresas necessitam desenvolver estratégias de trabalhos em redes 
que agreguem valor ao cliente de forma efetiva para não se comprometer com 
algo que não possam cumprir. 
 
Por exemplo 
Os clientes estão cada vez mais interativos com os fornecedores, ou seja, 
cada vez mais solicitam produtos customizados, muitas vezes, produtos únicos. 
Imagine que a empresa consiga atender o cliente nesse quesito, mas ocorre 
falha na entrega do produto. A insatisfação do cliente será com a empresa que 
vendeu o produto e não com a empresa responsável pela entrega. Dessa forma, 
vale a pena refletir sobre a qualidade dos relacionamentos entre os elos da 
Cadeia que estão envolvidos nessa rede. 
Segundo Ballou (2006, p. 485), os dados mínimos para o planejamento 
de redes são (clique no botão): 
 
 
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• Uma relação de todos os itens da linha de produtos; 
• Localizações de clientes, pontos de estocagem; 
• Demanda de cada produto conforme a localização dos clientes; 
• Tarifas ou custos dos transportes; 
• Tempos de viagem, tempos de transmissão de pedidos e tarifas de 
atendimento de pedidos; 
• Tarifas ou custos de armazenagem; 
• Custos de produção/entrega; 
• Tamanhos dos embarques por produto; 
• Níveis de estoques por local por produto, e os métodos para controlá-
los; 
• Padrões de pedidos por frequência, tamanho, sazonalidade e 
conteúdo; 
• Custos de processamento de pedidos e os pontos em que ocorrem; 
• Custo de capital; 
• Metas de serviço aos clientes; 
• Equipamento e instalações disponíveis, com os respectivos limites de 
capacidade; 
• Padrões de distribuição da realização das vendas. 
 
Os dados apresentados são suficientes para que o gestor de logística 
consiga levantar inúmeras informações cruciais para o sucesso da 
implementação, mas vale destacar que não são os únicos. Outro aspecto 
importante é que as empresas podem desenvolver suas redes em: Redes de 
Suprimentos, de Distribuição, de Transporte, Redes Globais e outras. Os tipos 
de redes serão detalhados nos próximos tópicos. 
Para complementar seus estudos, leia o caso da Indústria Petroquímica 
Brasileira como exemplo de planejamento de redes logísticas: 
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_GOL127.pdf 
 
TEMA 2 - REDES DE SUPRIMENTOS 
Apenas para facilitar a compreensão, as redes serão apresentadas 
separadamente nesse material, pois já foi citado que, na realidade, a concepção 
de rede abrange todos os aspectos, desde a concepção do produto até a entrega 
do mesmo ao cliente final. 
 
 
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A Rede de Suprimentos será apresentada como os provedores da 
organização em foco. Esses fornecedores podem ser de matérias-primas, 
componentes, peças de reposição, materiais de uso e consumo e também 
provedores de serviços de diversas naturezas. Para saber mais, assista ao vídeo 
a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=i499kjCqLGA 
 
Em uma empresa de manufatura o número de fornecedores é mais restrito 
que em uma empresa de varejo, por exemplo. Isso ocorre porque as indústrias 
adquirem matérias-primas e componentes para abastecer suas linhas de 
produção. Sendo assim, é prática comum negociar apenas com fornecedores já 
desenvolvidos e homologados que garantam a qualidade da matéria-prima, o 
que resultará em um produto final de boa qualidade. 
Para trabalhar em rede de suprimentos, o foco atual é oferecer 
customização ao cliente, possuir visão sistêmica e colaborativa, investir em 
tecnologia, oferecer agilidade e flexibilidade, além de buscar constantemente a 
redução do fluxo de materiais. Para isso, a prática Just in Time (JIT) ainda é uma 
metodologia bastante útil para as indústrias. 
Os fatores-chave das cadeias de abastecimento (e das demais também) 
são: 
• Instalações; 
• Transportes; 
• Estoques; 
• Informação; 
• Sourcing; 
• Preços. 
 
Segundo Chopra (2011, p. 115), a configuração da rede na Cadeia de 
Suprimentos: 
Tem um impacto significativo no desempenho, pois estabelece 
restrições dentro das quais outros fatores-chave de cadeia podem ser 
usados ou para diminuir seu custo ou para aumentar a responsividade. 
Todas as decisões de projeto de rede afetam umas às outras e 
precisam ser feitas levando esse fato em consideração. 
 
 
 
6 
Dessa forma, a tomada de decisão deve ser no estilo colaborativo para 
atender às expectativas de todos os envolvidos. 
 
TEMA 3 - REDES DE DISTRIBUIÇÃO 
A rede de distribuição da Cadeia de Abastecimento é um passo 
determinante para o sucesso de uma cadeia, isso porque os atores dessa etapa 
são os responsáveis por colocar o produto no mercado. Chopra (2011, p. 73) 
define distribuição como “os passos tomados para mover e armazenar um 
produto desde o estágio do fornecedor até o estágio do cliente na cadeia de 
suprimentos”. 
Veja uma análise da rede dedistribuição de materiais para serviço de 
bordo: 
http://www.tecnologistica.com.br/artigos/analise-da-rede-de-distribuicao-
de-materiais-para-servico-de-bordo-atraves-de-programacao-linear/ 
 
Normalmente, os custos de distribuição são representativos para toda e 
qualquer organização o que faz com que a busca pela redução seja constante e 
que o mesmo seja o vetor número um de qualquer projeto. Mas, mesmo assim, 
é necessária uma profunda análise dos outros fatores-chave também para que 
a configuração da rede de distribuição tenha o desempenho esperado. 
Segundo Chopra (2011, p. 74), dois pontos são cruciais no momento da 
configuração da rede de distribuição. São eles: a) as necessidades dos 
clientes que serão atendidas; b) o custo do atendimento dessas 
necessidades dos clientes. A partir desses dois pressupostos, é possível 
definir quais fatores impactam na formatação da rede. Ainda segundo o autor, 
os principais são: 
• Tempo de resposta; 
• Variedade de produto; 
• Disponibilidade de produto; 
• Experiência do cliente; 
• Tempo de lançamento ao mercado (time to Market); 
• Visibilidade do pedido; 
• Facilidade de devolução. 
 
 
 
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É natural as empresas buscarem equilibrar o que podem oferecer em 
termos de atendimento ao cliente e o custo que isso terá. É fato que quanto mais 
itens são considerados vitais pelo cliente, maior será o custo do processo, os 
quais devem ser identificados e contemplados no planejamento da operação em 
rede. 
 
TEMA 4 - REDES DE TRANSPORTE 
Um passo importante no projeto de redes de operações é a definição da 
“Rede de Transporte”. Quando se analisa o arquétipo de uma Cadeia de 
Abastecimento, percebe-se quão importante é o fator transporte para as 
organizações, pois geralmente o local da produção não coincide com o local de 
consumo. E se a empresa for uma exportadora ou importadora esse hiato é muito 
maior. 
Leia o artigo a seguir para entender mais sobre a importância da 
manutenção das rodovias para o sistema de redes logísticas: 
http://pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/ebook/2009/CONGRESSOS/Nacionai
s/2009%20-%20enegep/1.pdf 
 
Segundo Bertaglia (2009, p. 292): 
A atividade de transporte gera os fluxos físicos desses bens ou 
serviços ao longo dos canais de distribuição e é responsável pelos 
movimentos de produtos, utilizando modalidades de transporte que 
ligam as unidades físicas de produção ou armazenagem até os pontos 
de compra ou consumo. 
 
Os fatores de impacto no transporte são o tempo e a distância. Para um 
melhor planejamento, o gestor deve conhecer o tempo necessário para percorrer 
determinada distância. Isso será útil para definir o nível de serviço ao cliente, 
bem como o custo que incorrerá com essa operação. 
Para determinar como será organizada a rede de transporte algumas 
informações são necessárias tais como: 
1. Se a empresa utilizará frota própria ou terceirizará sua distribuição porque 
isso determinará o valor aplicado em ativo fixo (caminhões, equipamentos 
de movimentação interna); em pessoas (motoristas, ajudantes); e em 
custos envolvidos na operação de transporte, como combustíveis, 
manutenção, pedágio e outros. 
 
 
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2. Modais de transporte disponíveis nas regiões de atuação. Segundo 
Chopra (2011, p. 375), as Cadeias de Abastecimento costumam utilizar 
os seguintes modos de transporte (clique no botão): 
• Aéreo; 
• Transportadoras de encomendas expressas; 
• Caminhão; 
• Ferrovia; 
• Marítimo; 
• Dutoviário; 
• Intermodal. 
 
O fato é que nem sempre esses modais estão disponíveis na região, 
então, além da função custo (que sempre é a primeira a ser avaliada), as funções 
disponibilidade e frequência também tem sua importância. Mas, além dos 
modais de transporte, a infraestrutura logística também impacta nas decisões da 
rede de transporte tais como: 
• As condições das vias de acesso e rodovias; 
• As capacidades de portos e aeroportos; 
• A malha ferroviária e lacustre disponível. 
 
Chopra (2011, p. 383-387) cita, ainda, que as principais formatações de 
redes de transporte são: 
• Rede de remessa direta; 
• Rede de remessa direta com milk runs; 
• Todas as remessas via Centro de Distribuição Central (CD); 
• Rede de remessa via CD usando milk runs; 
• Rede de remessa interurbana com cross-docking; 
• Rede sob medida. 
 
As redes de transporte devem ser configuradas de forma que atenda o 
maior número de objetivos definidos pela organização envolvida no projeto em 
redes (ou pelas organizações envolvidas nos projetos). 
 
 
 
 
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TEMA 5 - REDES REVERSAS 
Um tema que deve ser incorporado à realidade das redes da Cadeia de 
Abastecimento é o Reverso da Logística. As empresas costumam se preocupar 
em abastecer as indústrias, atacadistas, distribuidores e varejistas, entretanto, 
poucas estão habituadas a incluir em seus planejamentos estratégicos o 
caminho inverso dos seus produtos após o consumo. 
Lentamente, percebe-se um movimento de mudança da visão de que a 
logística reversa é um problema para as organizações e passa a ser vista como 
uma oportunidade de aumentar a competitividade e melhoria na imagem da 
empresa. Para saber mais sobre a implementação da logística reversa, leia o 
artigo a seguir: 
http://www.uniabeu.edu.br/publica/index.php/gs/article/view/407/pdf_192 
 
Os autores Figueiredo, Fleury e Wanke (2008, p. 476) apresentam 
algumas causas que têm feito com que as empresas tenham mudado de visão. 
O texto abaixo parte dos títulos dos autores, mas com proposições da autora 
desse material. As causas são: 
 
Questões ambientais: por força da legislação ambiental que tem se 
consolidado e pela fiscalização dos órgãos competentes, as empresas têm 
buscado se qualificar para reduzir cada vez mais os impactos no meio ambiente. 
Além disso, a própria sociedade, por mais consumista que seja atualmente, 
demonstra certa preocupação com os fatores ecológicos e de preservação. 
 
Concorrência – diferenciação por serviço: Os profissionais de marketing 
perceberam que o cliente simpatiza com as empresas que se responsabilizam 
pelo retorno dos produtos, principalmente no tocante à devolução dos produtos 
que chegam às suas mãos danificados ou que necessitam de troca. Isso é muito 
importante quando o cliente da indústria é o distribuidor ou varejista, o qual se 
sente mais seguro quando a negociação de devolução é facilitada. Esse 
sentimento de segurança por parte do varejista é transmitido ao cliente final. 
 
Redução de Custo: sem dúvida que a palavra custo tem efeito imediato sobre 
as empresas que buscam reduzi-los constantemente por questões até de 
sobrevivência. Fazer com que a logística reversa se transforme em fator de 
 
 
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redução de custo é o sonho de consumo de qualquer gestor e isso é possível 
com as economias alcançadas através da reutilização de embalagens e 
materiais que apresentam essa possibilidade. 
 
Ainda segundo os autores, o processo de logística reversa é geralmente 
composto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar 
e expedir itens usados, danificados ou obsoletos, dos pontos de consumo até os 
locais de reprocessamento, revenda ou de descarte. Observe abaixo a 
representação gráfica das atividades envolvidas na logística reversa de uma 
organização. 
 
Modelo Conceitual das atividades típicas do processo logístico reverso 
 
Fonte: Figueiredo, Fleury e Wanke, 2008, p. 478 
 
A partir do esquema apresentado, é possível pensar o quanto é complexo 
para a Cadeia de Abastecimento, que está desenhada para levar o produto para 
o mercado, se responsabilizarpela rede de retorno dos produtos em várias 
categorias (obsoletos, devoluções, pós-uso, pós-consumo, embalagens 
contaminadas, resíduos de medicamentos e outros) para seus pontos de origem. 
No cenário atual, é possível observar que as Cadeias não estão 
preparadas para assumir todo o complexo do reverso da logística. O que o 
mercado tem no momento são algumas empresas que conseguem utilizar o 
mesmo canal de distribuição para fazer sua logística reversa “leve” (embalagens 
limpas, leves ou retráteis, devoluções e trocas dos seus produtos). 
Mas em um futuro próximo, não apenas por conta da legislação, mas sim 
por necessidades das próprias organizações, serão desenvolvidas novas 
soluções para as Cadeias de Abastecimento incorporarem definitivamente a 
rede reversa. 
 
 
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TEMA 6 - REDES GLOBAIS 
Um dos desafios atuais das Cadeias de Abastecimento é desenvolver 
projetos de redes que atuem globalmente, pois os riscos são altos e o 
gerenciamento precisa ser muito efetivo para garantir que não faltem matérias-
primas, componentes ou até mesmo produtos para venda. 
É sabido que a globalização trouxe inúmeras benesses para as empresas 
que iniciaram o processo de internacionalização, mas por outro lado tornou o 
risco da falta dos produtos mais latente e isso faz com que muitas organizações 
se protejam acumulando estoques. O fato é que dependendo do tipo do produto, 
manter estoques também é arriscado e, dessa forma, o trade off logístico é de 
difícil equilíbrio. 
Saiba mais sobre o assunto, lendo o artigo a seguir: 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2000_E0082.PDF 
 
Segundo Chopra (2011, p. 154-155), os principais riscos das cadeias que 
atuam globalmente, os quais devem ser contemplados nos projetos de redes, 
são: 
• Interrupções de fornecimento – podem ocorrer por inúmeras razões; 
• Atrasos no fornecimento – fatores internos e externos ao fornecedor; 
• Flutuações na demanda – se o lead time for muito longo; 
• Flutuações no preço – práticas internacionais diferentes do Brasil; 
• Riscos de sistema – falha na infraestrutura de informação; 
• Riscos de previsão – ciclos de vida curtos, entre outros; 
• Risco de propriedade intelectual – terceirização e mercados globais; 
• Risco de aquisição – fornecedor único, preço, frete e outros; 
• Risco de contas a receber – número de clientes, poder financeiro dos 
mesmos; 
• Risco de estoques – taxa de obsolescência; 
• Risco de capacidade – custo e flexibilidade dessa capacidade; 
• Taxa cambial – uma incógnita! 
 
Para a formatação de uma rede global para Cadeia de Abastecimento, o 
gestor de logística precisa ter conhecimento e informação sobre todos esses 
assuntos e muitos outros. Uma alternativa é fazer benchmarking com redes já 
em funcionamento e, claro, idealizar essa rede global através de um projeto para 
 
 
12 
organizar as informações necessárias e pensar em todos os recursos 
necessários. 
 
TEMA 7 - INTEGRAÇÃO DAS REDES DE OPERAÇÕES 
Agora que as principais partes de uma rede logística foram apresentadas, 
é possível entender a necessidade de integração entre elas. As empresas 
querem evoluir e chegar ao status de Cadeia Colaborativa e, para isso, é preciso 
compreender que é através da sincronicidade de todas as partes apresentadas 
que os serviços de qualidade acontecem. Isso deve ser um dos princípios 
norteadores do processo decisório. 
A seguir conheça um exemplo de integração das redes de operações. Boa 
leitura! 
http://www.dhl.com.br/content/dam/downloads/br/logistics/CaseStudy_Su
pplyChainIntegration_Nike_Retail_Brazil_DHL_Port.pdf 
 
As Cadeias de Suprimentos que estão no mercado no momento são 
extremamente eficientes, mas ainda precisam melhorar alguns aspectos porque 
muitas empresas ainda trabalham em formatações antigas e burocráticas que 
levam aos desperdícios de tempo, pessoas e recursos de outras naturezas. As 
principais oportunidades de melhorias são: 
 
Problemas com organizações convencionais: a empresa quer atuar de forma 
flexível e dinâmica, mas não quer mudar seu modelo de gestão arcaico, onde há 
centralização de poder. 
 
A formação de estoques: por falta de confiança nos provedores da Cadeia, 
optam por fazer estoques, aplicar programas de melhorias e indicadores de 
performance para com seus fornecedores. 
 
Falta de transparência: as empresas que fazem parte da Cadeia não são 
transparentes em vários aspectos, principalmente em custos. 
 
Sentimento de pertencimento: a partir de uma visão tradicional de setor, os 
colaboradores agem como se os mesmos os pertencessem, sem levar em 
 
 
13 
consideração que é a empresa que perde com essa postura e 
consequentemente o cliente final. 
 
Falta de uniformidade e unicidade: dentro da própria empresa é possível 
encontrar diversos pontos de vista sob o mesmo assunto, diversas ordens e 
diversas informações, demonstrando falta de convergência com os objetivos da 
organização. 
 
Esses obstáculos devem ser vencidos pelas empresas que desejam 
trabalhar em redes, principalmente as Colaborativas, e a Tecnologia da 
Informação (T.I.) é o elemento-chave para promover isso, pois é fato que para 
integrar diversas atividades e empresas, a T.I torna-se imprescindível. 
Para Chopra (2011, p. 468-469), a informação precisa ter as 
características a seguir para ser útil na tomada de decisões por todos na Cadeia: 
• A informação precisa ser exata; 
• A informação precisa ser acessível de maneira oportuna; 
• A informação precisa ser do tipo correto; 
• A informação precisa ser compartilhada. 
 
Se as informações não apresentarem essas características, elas podem 
mais atrapalhar o processo decisório do que auxiliar, por isso há preocupação 
em investir em ferramentas tecnológicas capazes de acelerar com qualidade o 
fluxo das informações pela Cadeia. É essa a principal função da T.I dentro da 
Cadeia de Suprimentos: disponibilizar as informações de tal forma que embase 
as tomadas de decisões estratégicas, táticas e operacionais. 
A partir do entendimento desses conceitos as empresas que trabalham 
nos sistemas de Redes/Cadeias buscam melhorar seus desempenhos e 
relacionamentos constantemente, o que é positivo, pois a velocidade das 
mudanças faz com que as empresas de melhores práticas estejam sempre 
alerta. Entretanto, para que a integração dos elementos da rede logística seja 
efetiva, a Cadeia de Suprimentos necessita de gerenciamento. 
Furlanetto (2002) fez uma comparação do desempenho de várias Cadeias 
em sua tese de doutorado e, de acordo com suas pesquisas, concluiu que um 
modelo ideal de gerenciamento da Cadeia de Suprimentos possui os seguintes 
elementos: 
 
 
14 
 
• Os agentes são identificados e possuem preferência nas transações 
futuras; 
• Há a existência de ações conjuntas que envolvem cooperação entre 
os agentes; 
• Os contratos são predominantemente de longo prazo, flexíveis e 
renegociáveis; 
• As informações fluem nos dois sentidos (a montante e a jusante); 
• As ações ao longo da cadeia seguem uma padronização própria; 
• Existe um responsável pela coordenação – o coordenador da cadeia; 
• Os conflitos são geralmente negociados entre as partes; 
• Há uma estratégia para a cadeia; 
• Existem esforços no sentido de construir-se uma marca para cadeia; 
• As recompensas decorrentes dos esforços cooperativos são 
repassadas a todos os segmentos. 
 
Nas conclusões do pesquisador, é possível perceber que a integração 
entre os elos da Cadeia/Rede é bastante influenciada pelos modelos de 
negociações comerciais de longo prazo e espera-se colaboração, parceria e 
gerenciamento porparte da empresa coordenadora. 
A integração e excelência da gestão da Cadeia serão atingidas através de 
alianças sérias entre as empresas que fazem parte da rede e que possuem como 
objetivo comum o atendimento ao cliente, o crescimento das organizações e a 
perpetuidade dos negócios. 
 O material completo para consulta encontra-se disponível a seguir: 
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4871/000416579.pdf?s
equence=1&locale=en 
 
SÍNTESE 
Na aula de hoje, foram abordados assuntos relacionados à formação e 
desenvolvimento das redes logísticas para suportar a Cadeia de Abastecimento. 
Inicialmente foi comentado sobre a importância da formação das redes e 
posteriormente foram apresentadas as principais características de cada parte 
para que o aluno consiga identificar as diferenças e também quais tipos de 
decisões são tomados em cada fase da rede que compõe a Cadeia. 
 
 
15 
Além das redes tradicionais (abastecimento, distribuição e transporte), 
foram apresentadas também as redes reversas, globais e colaborativas, as quais 
fomentam a integração dessas redes. 
 
REFERÊNCIAS 
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de 
Suprimentos/Logística Empresarial. Porto Alegre, 20066. 
BERTAGLIA, Paulo R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de 
Abastecimento. 2º ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. (4ª tiragem – 
2011).

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