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Internacional 2 - Damásio

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Direito Internacional 
Prof. Emerson Malheiros 
Matéria: Posição Hierárquica dos Tratados Internacionais no Brasil/ Representantes dos 
Estados e das O.I.I./ Responsabilidade e Conflitos Internacionais/ Cooperação Jurídica 
Internacional em Matéria Penal. 
 
19/05/2011 
 
Posição Hierárquica dos Tratados Internacionais no Brasil: 
Os tratados internacionais ao ingressarem no ordenamento jurídico interno passam a 
obedecer uma hierarquia, logo entram no direito interno com equivalência de lei 
ordinária, conforme decisão do julgamento do RE 80.004, no STF (decisão pacífica). 
 
Conforme, o Art. 5º, § 2º do texto constitucional, os tratados sobre os direitos humanos 
tem o status de norma constitucional. Portanto, isto significa que os tratados 
internacionais são cláusulas pétreas. 
 
Art. 5 § 2º “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a República Federativa do Brasil seja parte”. 
 
Conclusão: Os tratados que obedecem o disposto no Art. 5º, p. 2º são materialmente 
constitucionais, pois cuidam de matéria da CF e pertencem ao bloco de 
constitucionalidade (cláusula pétrea). Estes terão o mesmo quorum de aprovação de Lei 
Ordinária, tendo o valor jurídico de supralegalidade (abaixo da Constituição, mas acima 
de toda a legislação infraconstitucional – como espécie sui genere), podendo ser objeto de 
denúncia. 
 
Aspectos dos Tratados: 
1. Tratados em Geral (não versam sobre Direitos Humanos) – Lei Ordinária. 
 
2. Tratados de Direitos Humanos (obedecem o disposto no Art.5, p.3º, da CF) – Quorum 
de aprovação qualificado de Emendas Constitucionais, razão pela qual detém o valor de 
EC e não pode ser objeto de denúncia. 
Art. 5. § 3º “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” 
 
3. Tratados de Direitos Humanos (obedecem o disposto no Art. 5º, p.2º, da CF) – Detém 
o caráter de supralegalidade e pode ser objeto de denúncia. 
 
Celebram os Tratados - Estados e as O.I.I (Organizações Internacionais Intergovernamentais). 
 
Representantes dos Estados: 
Quem pode representar os Estados em Tratados Internacionais? 
 
1. Chefe de Estado e/ou Chefe de Governo: Configura-se como representação originária 
do Estado. 
 
2. Plenipotenciário : Detém plenos poderes para negociar e celebrar tratados, através da 
carta de plenos poderes. 
O plenipotenciário é uma pessoa, escolhida pelo Chefe de Estado e/ou Chefe de Governo 
com a confirmação do Ministro das Relações Exteriores – para negociar e assinar 
Tratados Internacionais. 
Configura-se como representação derivada. 
 
O que é carta de plenos poderes? 
Resp. É um instrumento de mandato, composto por limites de atuação. 
 
3. Delegação Nacional: Trata-se de um grupo em missão especial, escolhido pelo Chefe 
de Estado e/ou Chefe de Governo com a confirmação do Ministro das Relações 
Exteriores – para negociar e assinar Tratados Internacionais. 
Configura-se também por representação derivada. 
O único que detém a carta de plenos poderes é o Chefe da Delegação, ou seja, sempre 
prevalecendo a sua decisão diante de decisões divergentes entre o grupo. 
 
4. Ministro das Relações Exteriores: Constitui-se por representação intermediária, para 
negociar e assinar tratados internacionais. 
 
Representantes das Organizações Internacionais Intergovernamentais (O.I.I.): 
Quem pode representar as O.I.I. em Tratados Internacionais? 
 
1. Secretário Geral: Trata-se do representante originário das O.I.I. 
 
2. Altos Funcionários: São escolhidos pelo Secretário Geral, conforme o estatuto. 
Configuram-se como representantes derivados. 
 
Responsabilidade e Conflitos Internacionais: 
O Estado quando realiza condutas no cenário internacional – deve responder por elas. 
Sendo que, para que se opere a responsabilidade e a efetiva aplicação das sanções – 
temos os mecanismos de soluções de controvérsias. 
 
Mecanismos de Soluções de Controvérsias: 
- Diplomáticos; 
- Políticos 
- Jurisdicionais; 
- Coercitivos. 
 
Obs.: Não existe a obrigatoriedade de seguir a ordem apresentada destes mecanismos 
(trata-se apenas de uma recomendação). 
 
 
 
1. Mecanimos Diplomáticos: 
1º Negociação Direta: Os próprios conflitantes decidem se aproximar para tentar compor 
uma solução ao conflito. 
 
2º Sistema de Consultas: É uma negociação direta pré-ordenada. Isto significa, que as 
partes, mediante Tratados Internacionais, estabelecem encontros/reuniões periódicas para 
a solução de eventuais conflitos. 
 
3º Bons Ofícios: Constituem na tentativa de um terceiro estranho, que não tenha nenhuma 
relação com o conflito, reunir os litigantes, a um acordo. O terceiro confiado pelas partes 
pode oferecer a sua atuação (instrumental), ou seja, não toma parte direta nas 
negociações, bem como não emitindo opiniões ou parecer para a solução da contenda, 
apenas propícia o contato daqueles em conflito. A mediação é muito semelhante, 
diferenciando-se apenas pelo fato de consistir numa participação direta nas negociações 
entre os litigantes. 
 
4º Mediação: O terceiro aproxima as parte – emitindo uma opinião (parecer), bem como 
promovendo uma solução para o conflito. Sendo que, as partes não estarão obrigadas a 
seguir o parecer. A atuação deste terceiro é considerada substancial. 
 
5º Conciliação: As partes em conflito escolhem conciliadores (número ímpar e no 
mínimo 3 conciliadores). Estes conciliadores se reunem e formam uma solução para a 
contenda. Sendo que, as partes não estarão obrigadas a seguir a decisão. 
 
6º Inquérito: Compõe-se por uma série de documentos (informações) – que serviram de 
subsídio para a aplicação dos demais mecanimos de solução da controvérsia. 
 
2. Mecanimos Políticos: 
Sempre que uma Organização Internacional Intergovernamental (O.I.I.) atuar (ex.: ONU, 
OEA, estc) – o mecanimos será denominado político. 
 
3. Mecanismos Jurisdicionais: 
1º Arbitragem Internacional Pública: As partes em conflito escolhem os árbitros (sempre 
em número ímpar e no mínimo 3 árbitros) que irão propor uma solução para o conflito. 
Sendo que, os conflitantes são obrigados à atender a solução proposta pelos árbitros. 
Portanto, a atuação dos árbitros é substancial e vinculativa. 
 
2º Solução Judicial: O conflito entre as partes será enviado a uma Corte Internacional de 
Justiça (composta por juizes togados) – que irá julgar. Devendo as partes seguir à decisão 
judicial. 
 
4. Mecanimos Coercitivos: 
As sanções são mecanimos coercitivos de solução de controvérsias. 
 
 
 
1º Represálias: É gênero do qual são espécies: 
- Bloqueio Pacífico; 
- Boicotagem; 
- Embargo. 
 
a) Bloqueio Pacífico/Bloqueio Comercial: No bloqueio pacífico, sem declaração de 
guerra – um Estado com o uso das forças impede que as embarcações do seu adverso se 
retire do mar territorial. 
Portanto, ocorre quando um Estado impede o bloqueio com a comunicação comercial de 
outro Estado com os demais integrantes da sociedade internacional. 
 
b) Boicotagem: A boicotagem, ocorre quando o Estado conflitante rompe parcial ou 
totalmente com o outro – as relações econômicas e/ou financeiras, buscando com isso a 
solução para o confronto. 
 
c) Embargo: É um ato inamistoso constituído pelo sequestro em tempo de paz de 
embarcações e aeronaves que estejam no território próprio. 
Obs.: Diferente do direito de angária – também há sequestro, porém para o uso próprio 
do Estado. 
 
2º Retorsão: Um Estado retribui ao outro, com os mesmos métodos a medida que lhe for 
aplicada e trouxera-lhe prejuízos. 
 
3º Ruptura das RelaçõesDiplomáticas: É o ultimo mecanismo empregado antes da 
declaração de guerra. 
 
4º Exclusão da O.I.I.: Quando o Estado é expulso de uma Organização Internacional 
Intergovernamental, não podendo mais reintegrá-lo. 
 
 
Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal. 
É necessário que os Estados flexibilizem seus princípios basilares (principalmente no que 
tange a soberania) para a existência do TPI (Tribunal Penal Internacional), bem como dos 
institutos de – deportação, extradição e expulsão.

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