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Direito Administrativo Prof. Celso Matéria: Remuneração dos Servidores (continuação)/ Licitação/ Hipóteses de Contratações Diretas/ Essência dos Contratos Administrativos 15/06/2011 Remuneração dos Servidores: Teto: Art. 37, XI, da CF. Destinatários: Art. 37, XI, da CF. São todos aqueles que se encontram dentro da Administração Pública. Obs.: Este teto também se aplica aos servidores que já se aposentaram. Deverão estar incluidos neste teto todas as vantagens, inclusive as de natureza pessoal. Sub-tetos do nível Estadual ou Municipal. Estadual: -Caso o servidor se encontre no Poder Legislativo, não poderá receber + do que 1 Deputado Estadual. - Caso esteja no Poder Executivo, não poderá receber + do que o Governador. - Caso esteja no Poder Judiciário, não poderá receber + do que 1 Desembargador do Tribunal de Justiça. Municipal: Não poderá receber a + do que o teto único que ganha o Prefeito. Art. 37 XI – “a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Es- taduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.” Redução: Art. 37, XV Como regra geral a remuneração do servidor é irredutível, a menos que esteja sendo percebida em desacordo com a CF. Obs.: A remuneração é considerada uma verba alimentícia. Art. 37 XV – “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.” Licitação: Objetivo: Assegurar contratações impessoais. Pressupostos para abertura: Deve existir a possibilidade de competição entre os interessados para ocorrer à abertura da licitação. Fundamento legal para a necessidade da abertura de licitação: Art. 37, XXI, da CF. Art. 37 XXI – “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.” A lei que rege as licitações é a 8.666/93, para as 4 esferas de Governo. Quem tem competência para legislar em matéria de licitação? Compete privativamente a União legislar sobre as matérias disciplinadas no Art. 22, XXVII, da CF. Obs.: Neste dispositivo encontra-se as normas gerais sobre licitação e contrato, logo trata- se de uma competência da União. Sendo que, estas normas estão pautadas na Lei 8.666/93. Art. 22 XXVII – “normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no Art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do Art. 173, § 1º, III.” Isto significa, que cada Município e Estados pode conter sua própria lei específica sobre licitações, desde que, não verse sobre as normas gerais. Conclusão: - Normas gerais sobre licitação = competência da União; - Normas específicas sobre licitações = competência Estadual ou Municipal. 1. Fases de uma licitação: 1º Edital; 2º Habilitação; 3º Classificação; 4º Homologação; 5º Adjudicação. Obs.: Esta ordem não pode ser alterada. Edital: Também denominado de instrumento convocatório. O edital é conhecido por uma lei interna das licitações. Todas as regras, uma vez publicadas deverão ser seguidas obrigatoriamente tanto pela Administração quanto pelos licitantes. O edital deverá conter todos os documentos que serão julgados e as regras que serão seguidas. Obs.: O edital não poderá ser alterado. Publicado o edital será marcado um prazo, para que os licitantes apresentem os documentos de natureza pessoal, tendo por finalidade, saber se o vencedor terá ou não condições de cumprir o objeto da licitação. Habilitação: Nesta fase serão juntados os documentos jurídicos, contrato social, documentos fiscais (certidão e negativo de débito), documentos financeiros (balanço dos últimos anos), documentos de caráter técnico (atestado de desempenho anterior). Se não forem juntados os documentos ou não serem aceitos os apresentados – serão considerados inabilitados os licitantes. Classificação: Serão analisadas as propostas comerciais dos aprovados na fase anterior (habilitação). O critério de julgamento da proposta tem que ser aquele previsto no edital e um daqueles que apareça no Art. 45, da lei 8.666/93. Homologação: O processo da licitação é encaminhado para à análise de uma autoridade superior, para que seja homologado ou não. Caso esta autoridade encontre algum vício/ilegalidade irá proceder à anulação da licitação. Adjudicação: Esta é a etapa que encerra a licitação, ocorrendo a entrega do seu objeto ao vencedor. Apartir do momento que o vencedor é adjudicado, ele se obriga a manter os termos da sua proposta por 60 dias, sobre pena de ser sancionado. 2. Modalidades de licitação (Art.22, da lei 8.666/98): - Concordância; - Tomada de preço; - Convite; - Concurso; - Leilão; - Pregão (previsto em lei específica 10.520/02). O que irá diferenciar cada uma destas modalidade é o valor da contratação e quem pode participar da modalidade licitatória. Concorrência: É a modalidade de licitação aberta à quaisquer interessados e utilizada para contraprestações de maior valor, para concessões de PPPs e para contratações internacionais. Tomada de Preços: É a modalidade de licitação aberta apenas à aqueles que estejam previamente cadastrados na Administração e utilizada para contratações de valores um pouco abaixo dos previstos para a concorrência. O CRC (Certificado de Registro Cadastral) tem validade de 1 ano, podendo o cadastrado participar de licitações, notoriamente podendo participar da tomada de preços. Podem participar também os que preencham os requisitos para o cadastramento - até 30 dias antes da data marcada para à apresentação das propostas. Convite: É a modalidade de licitação utilizada para contratações de valores um pouco abaixo dos previstos para as tomadas de preço. Obs.: O convite é a única modalidade de licitação em que o Poder Público toma a iniciativa de convidar previamente as pessoas interessadas em participar – no mínimo 3 pessoas. Os não convidados que queiram participar: deverão estarem cadastrados e manifestarem a sua intenção em participar dentro do período de 24 hrs da data marcada para apresentação das propostas. Concurso: É a modalidade de licitação voltada acontratação de trabalhos técnicos, artísticos ou científicos, mediante remuneração. Obs.: É a única modalidade de licitação com objeto específico. Qualquer pessoa pode participar e não tem faixa de valores. Leilão: É uma modalidade de licitação utilizada para alienação de bens públicos inservíveis ou aqueles legalmente apreendidos. Qualquer pessoa pode participar e não tem faixa de valores. Pregão (Lei 10.520/02) Objeto: Para à aquisição de bens e serviços comuns - a preços de mercado. O pregão é mais agil e transparente, razão pela qual tem substituído a concorrência. É considerado mais agil, porque a fase de habilitação se resume ao preenchimento de uma declaração. Na fase de classificação a lei do pregão prevê um critério único – menor preço. Apurado o menor preço, abre-se uma segunda rodada de competição, participando dela aquele que tiver o menor preço e as propostas que estiverem até 10% acima. Obs.: Os lances podem ser dados on-line (não sendo exigida a presença física). Fechada a fase de classificação serão analisados os documentos (apenas do vencedor). Se tiverem em ordem – entrega o objeto da licitação. Se não tiverem em ordem – chama o 2º colocado. Hipóteses de Contratações Diretas: 1. Inexigibilidade – Art. 25 2. Dispensa da licitação – Art. 24 A inexigibilidade é caracterizada pela inviabilidade da competição, logo não dá para abrir a licitação. Hipóteses de Inexigibilidade: - Fornecedor exclusivo: Contrata direto, por inexibilidade de licitação. - Contratação de um profissional notório para uma atividade singula. Obs.: Para viabilizar os dois requisitos devem estar preenchidos. Profissional notório: É aquele que se destacou perante os demais profissionais na área em que atua. Atividade singular: É aquela que não é comum, razão pela qual exige os conhecimento de um profissional notório (relacionadas no Art. 13, da lei), p.ex: consultoria, elaboração de um parecer etc. - Contratação de profissionais no setor artístico, reconhecidos pela crítica ou pela opinião pública. Na dispensa existe a viabilidade de competição. Ex.: Em razão do momento da contratação – Brasil está em guerra necessitando de armamentos, e existem vários fabricantes de armamentos, mas pelo fato de ser uma situação emergencial ocorrerá a dispensa da licitação. Essência dos Contratos Administrativos: 1. Características comum à todos os contratos administrativos. A Administraçao se encontra em uma posição diferenciada em relação ao contratado, ou seja, as partes não estão no mesmo patamar de igualdade. Portanto à Adminitração pode tomar medidas de forma unilateral (Art. 58, da lei), como: - Elaborar sozinha os seus contratos. - Alterar sozinha estes contratos. - Rescindir sozinha. Estas prerrogativas da Administração são denominadas de cláusulas exorbitantes. 2. Execução dos Contratos: a) Regra geral – Art. 66, da lei. Celebrado o contrato, as partes deverão cumpri-lo fielmente, sobre pena de responsabilidade, enquanto as condições iniciais forem as mesmas (pacta sunt servanda). b) Exceção: Se durante a execução do contrato as condições iniciais mudarem, por um fato imprevisível – as cláusulas poderão ser alteradas/modificadas (teoria da imprevisão). Fatos imprevisíveis que autorizam à aplicação da Teoria da Imprevisão: - Caso fortuito; - Força maior; - Fato do príncipe; - Fato da Administração. Fato do Príncipe: O fato imprevisível foi criado pelo Poder Público, incidindo sobre todos os seus contratos. Ex.: Celebrado o contrato, cria um novo tributo ou aumenta à aliquota de um tributo já existente. Fato da Adminitração: O fato imprevisível é criado também pelo Poder Público, incidindo apenas sobre um ou alguns contratos. 3. Modalides de Rescisão (Art. 79, da lei) Formas: - Rescisão Administrativa; - Rescisão Consensual; - Rescisão Judicial. Rescisão Administrativa é aquela promovida unilateralmente pela Administração. Motivos: Por razões de interesse público (tem direito a indenização) ou por descumprimento de cláusulas contratuais (tem direito à abertura de um processo administrativo, com contraditório e ampla defesa). A Rescisão Consensual ocorre por acordo entre as partes. A Rescisão Judicial é aquela promovida pelo contrato, por descumprimento de obrigações pelo Poder Público. Ex.: Art. 78, XV, da lei – quando não paga ou atrasa os pagamentos por + de 90 dias. Ex.: Quando o Poder Público suspende unilateralmente a execução do contrato por + de 120 dias.
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