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Direito Comercial Prof. Marcelo Cometti Matéria: Estabalecimento Empresarial/ Propriedade Industrial. 28/02/2011 4. Estabelecimento Empresarial: 4.1. Conceito: É o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos organizado pelo empresário para a exploração de sua empresa (= atividade econômica organizada, no qual o empresário exercer com profissionalismo). 4.2. Alienação do Estabelecimento Empresarial: Trespasse: Nada mais é do que o contrato de alienação do estabelecimento empresarial, tendo por objeto a transferência do estabelecimento. Formalidades deste contrato de trespasse para que gere efeitos perante terceiros: deve ser averbado na Junta Comercial e publicado na imprensa oficial. Em regra o empresário é livre para alienar o seu estabelecimento empresarial, todavia se não lhe restarem outros bens que assegurem a satisfação de todos os seus credores a eficácia da alienação passará a depender do prévio pagamento destes ou da anuência expressa ou tácita de todos os seus credores no prazo de até 30 dias a contar de suas respectivas notificações. Quando o empresário não tiver bens para pagar todos os seus credores, e mesmo sem paga-los e sem anuência, ele resolver transferir – configura-se uma alienação irregular, consequentemente acarretando na ineficácia da transferência, conforme Art. 1.145, do CC. Além de ser ineficaz, irá acarretar uma possibilidade de falência, conforme Art. 94, III, “c”, da Lei 11.101/05. Art. 1.145. “Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.” Art. 94. “Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo.” Sucessão: Quando ocorre a transferência regular do estabelecimento. Nos termos do Art. 1.146, do CC o adquirente do estabelecimento empresarial responde por todas as dívidas relacionadas à atividade explorada, desde que devidamente contabilizadas (ressalvadas as dívidas de natureza tributária e trabalhista), permanecendo o alienante solidariamente responsável pelo prazo de até 1 ano. Art. 1.146. “O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.” Concorrência: Salvo autorização expressa o alienante não poderá fazer concorrência ao adquirente nos 5 anos subsequentes a transferência. 4.3 Ponto Empresarial: É o local utilizado pelo empresário para a exploração de sua atividade. Este ponto pode se dar tanto em imóvel de propriedade do empresário (direito de propriedade) quanto o ponto explorado em imóvel locado (de locação) – Lei 8.245/91. É evidente que o local (ponto) tem valor para o empresário sendo sujeito à proteção. Em imóvel locado: O direito de requer judicialmente o novo contrato ocorre através da Ação Renovatória (Art. 51, da Lei). Requisitos para pleitear a renovação do contrato: 1º Requisito formal: Que o Contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e por prazo determinado. 2º Requisito material: Vínculo locatício - o contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos celebrados por escrito seja no mínimo de 5 anos. 3º Exploração da mesma atividade de forma ininterrupta nos últimos 3 anos. Obs.: A ação renovatória tem que ser proposta durante a vigência do contrato, no período de 1 ano no máximo ou até 6 meses no prazo final do contrato (penúltimo semestre). A perda do prazo implicará em decadência. Ao ser citado o locador proprietário do imóvel poderá apresentar em sua contestação exceções para a retomada de seu imóvel, exemplificativamente previstas na Lei 8.245/91, dentre as quais destacam-se: 1º Uso proprietário. Obs.: Não é admitida quando se tratar de espaço em local de shopping center. 2º Realização de obras no imóvel que impliquem na sua valorização ou por determinação do Poder Público. 3º Melhor proposta de 3º. Obs.: O locatário atual tem o direito de propor igual proposta. Indenização: O locatário em virtude da não renovação do contrato de locação fará jus a indenização para o ressarcimento de todos os prejuízos e lucros cessantes decorrentes da mudança, perda do ponto e desvalorização do fundo de comércio quando verificada uma das seguintes hipóteses: a) Quando a não renovação se der em razão de melhor proposta apresentada por terceiro. b) Quando o locador não der ao imóvel a destinação alegada a sua defesa no prazo de 3 meses à contar da entrega do bem. Propriedade Industrial: Carta Patente: A invenção e o modelo de utilidade tem nos termos da Lei 9.279/96 sua tutela jurídica dada através da concessão pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) da carta patente. Diferença entre invenção e o modelo de utilidade: Invenção: A invenção é a criação que decorre do intelecto humano e que não está compreendida no estado da técnica, ou seja, absolutamente nova e desconhecida por todos, inclusive pelos especialistas da área. Modelo de Utilidade: O modelo de utilidade é a criação que decorre do intelecto humano, não compreendida do estado de técnica e que aperfeiçoa, ou seja, acarreta em uma melhoria funcional à algo já existente. Ex.: Chuveiro (invenção)/ ducha (modalidade de utilidade). 1.1 Requisitos (“Parentabilidade”): Requisitos para concessão da carta patente – quer seja de uma invenção ou de um modelo utilidade: 1º Novidade (Art. 11, LPI) – A invenção e o modelo de utilidade serão considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica (quando não fizer parte daquilo que já é conhecido). Art. 11. “A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica.” 2º Presença da atividade inventiva (Arts. 13 e 14, LPI) – A invenção e o modelo de utilidade são dotados de atividade inventiva quando não decorrerem de maneira obvia do estado da técnica, ou seja, quando não forem uma mera decorrência daquilo que já se conheça. Art. 13. “A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.” Art. 14. “O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica.” 3º Aplicação industrial (Art. 15, LPI): A invenção e o modelo de utilidade serão suscetíveis de aplicação industrial quando poderem ser produzidos ou utilizados por qualquer tipo de indústria, razão pela qual o INPI não concederá a patente de criações que não possam ser produzidas ou que sejam desprovidas de qualquer utilidade para o homem. Art. 15. “A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria.” 4º Desimpedimento (Art. 18, LPI): O INPI não concederá patente as criações que forem contrárias à moral, aos bens, costumes ou que comprometam a ordem, saúde e a segurança pública. Ademais, será vedada a concessão de patente de seres vivos, exceto microorganismos transgênicos. Art. 18. “Não são patenteáveis: I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas; II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtosde qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.” 1.2 Prazo de duração da carta patente para: a. Invenção = 20 anos contados desde o momento do depósito. Sendo assegurado ao requerente o prazo mínimo de 10 anos a contar da concessão. b. Modelo de Utilidade = 15 anos contados desde o momento do depósito. Sendo, assegurado ao requerente o prazo mínimo de 07 anos. Obs.: Carta patente (invenção e modelo de utilidade) jamais admitirá prorrogação, sendo expirado o prazo caíra em domínio público. 1.3 Criações que não são consideradas invenções ou modelo de utilidade (Art. 10): - Teorias, descobertas científicas e métodos matemáticos; - Esquemas, planos e métodos comerciais, contábeis, financeiros e educativos, de sorteio e de fiscalização. - Obras literárias, arquitetônicas e científicas. - Regras de jogos. - Programas de computador; - Métodos e técnicas operatórias e cirúrgicas, bem como métodos terapêuticos e de diagnóstico para aplicação no corpo humano ou animal.
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