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11 DO EMPRÉSTIMO COMODATO E MÚTUO

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Profª Cristiane Maluf Rodrigues Correia
DIREITO CIVIL IV – CONTRATOS
ROTEIRO DE AULA
DO EMPRÉSTIMO
CONCEITO: é o contrato pelo qual uma das partes entrega à outra coisa fungível ou infungível com a obrigação de restituí-la.
NATUREZA: real – aperfeiçoa-se com a tradição, antes ocorre apenas promessa de empréstimo.
ESPÉCIES: 
Comodato (de uso – infungível) – não há transferência de domínio da coisa emprestada (perda por caso fourtuito ou força é suportada pelo comodante). 
Mútuo (de consumo – fungível) – mutuário torna-se proprietário da coisa emprestada assumindo o risco pela coisa. 
1 - DO COMODATO
CONCEITO: art. 579,CC.
NATUREZA: 
Intuitu personae: em regra. É incedível a terceiro, salvo permissão do comodante.
* Em regra extingue com a morte do comodatário (sucessores têm o direito de continuar no uso da coisa até quando o prazo se determinar pelo o uso outorgado - até quando se termine o serviço a que se prestou) – art. 581, CC.
Real – aperfeiçoa-se com a tradição, antes ocorre apenas promessa de empréstimo.
Unilateral – entrega da coisa pelo comodante é condição para a sua formação – a obrigação do comodatário em devolver a coisa. 
Temporário – se perpétuo configurar-se-ia doação. Segundo o art. 581, CC o prazo pode determinado ou indeterminado.
Não solene – a lei não exige forma especial – pode ser até verbal.
CARACTERÍSTICAS: gratuidade, infungibilidade do objeto, aperfeiçoamento com a tradição.
Gratuidade – é da natureza do comodato – caso contrário seria contrato inominado.
- Pagamento de impostos e condomínio – não desconfigura comodato.
- Comodato Modal – impõe uso e encargo.
Infungibilidade – restituição da mesma coisa (móvel / imóvel / incorpóreo).
Aperfeiçoamento – se dá com a tradição – contrato real (CC, art. 579, 2ª parte).
* posse direta e indireta (art. 1197, CC). 
* Promessa de dar em comodato – caráter de gratuidade – inviabiliza a execução coativa da promessa.
* Responsáveis legais de bens alheios podem dar em comodato bens confiados à sua guarda? – art. 580, CC.
* Subcomodato – vedado – desvio de finalidade – salvo autorização expressa.
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO - Art. 582, CC
 a) Conservar a coisa: benfeitorias (STJ) – serão indenizáveis somente se urgentes e necessários = extraordinários.
- art. 583,CC – priorizar a guarda dos bens do comodante. Havendo pluralidade de comodatários a responsabilidade é solidária – art. 585,CC.
b) Uso adequado da coisa: caso contrário, comete ato ilícito (art. 187,CC) – desobediência aos princípios ditados no art. 422, CC.
c) Restituir a coisa.
 - Prazo convencionado (determinado).
 - Prazo indeterminado – finda o uso necessário da coisa.
 - Recusa indevida do destinatário = ESBULHO – viabilização ação de reintegração de posse (comodatário responde pelos riscos da mora e paga aluguel - natureza de perdas e danos - arbitrada pelo comodante – CC, art. 582, 2ª parte).
 Prazo indeterminado – a mora só ocorre depois de tê-la usado e de ter sido interpelado judicial ou extrajudicial (art. 397, parágrafo único).
 - Exceção: comodante pode exigir restituição da coisa antes de findo o prazo convencionado ou necessário se provar NECESSIDADES IMPREVISTAS E URGENTES, reconhecidas pelo juiz (art. 581,CC).
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMODANTE
Em regra não tem obrigações – dicção legal – se aperfeiçoa com a tradição do objeto (CC, art. 579). No entanto, EVENTUALMENTE podem surgir as seguintes hipóteses:
a) Reembolsar o comodatário de despesas extraordinárias e urgentes – que importem em gastos excedentes à conservação normal da coisa.
b) Indenizar por prejuízos causados em razão de vícios ocultos dos quais tinha conhecimento e dolosamente omitiu.
c) Receber a coisa em restituição ao final do comodato – recusa dá direito ao mandatário de consignar e o comodante arca com todas as despesas advindas da mora.
* Os direitos do comodante equivalem às obrigações do comodatário.
EXTINÇÃO DO COMODATO
a) Advento de termo convencionado ou fim de estipulação de utilização da coisa de acordo com a finalidade a que foi emprestada.
b) Pela resolução – iniciativa do comodante em caso de descumprimento.
c) Por sentença – pedido do comodante - prova de necessidade imprevista e urgente (CC, art. 581).
d) Morte do comodatário - se intuitu personae.
e) Resilição unilateral – duração indeterminada sem destinação ou finalidade específica.
f) Pelo perecimento do objeto do contrato – comodatário responde por perdas e danos se a perda se deu por sua culpa – ainda que seja por caso fortuito ou força maior se priorizar a salvação de seus pertences abandonando os do comodante (CC, art. 583) ou se incorrer em mora de devolver (CC, art. 399).
2 - DO MÚTUO
CONCEITO: art. 586,CC.
Há a transferência de domínio da coisa emprestada ao mutuário, por conta deste que se torna proprietário correm todos os riscos desde a tradição (art. 587, CC) – Contrato translativo.
Empréstimo de consumo – o mutuário não é obrigado a devolver o mesmo bem do qual se tornou dono (pode consumi-lo; aliená-lo; abandoná-lo), mas sim coisa da mesma espécie. 
Fungibilidade da coisa emprestada – arts. 85 e 86, CC.
CARACTERÍSTICAS:
Real – aperfeiçoa-se com a entrega da coisa emprestada (transferência de domínio). Não basta o acordo de vontades ou promessa de emprestar.
Gratuito em regra - empréstimo em dinheiro em regra é oneroso devido à cobrança de juros = mútuo feneratício – art. 591, CC – finalidade econômica define a onerosidade do mútuo. 
Unilateral – entregue a coisa emprestada – instante em que se aperfeiçoa – nada mais cabe ao mutuante, recaindo as obrigações somente sobre o mutuário – é o único contrato unilateral, oneroso quando feneratício.
Não solene – não exige forma especial.
Obs – os artigos 227 do Código Civil e 401 do CPC/1973 tratavam da prova exclusivamente testemunhal que somente seria aceita nos contratos cujo valor não excedesse o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo ao tempo em que foram celebrados.
Com a vigência do CPC/2015, o artigo 227 do Código Civil foi REVOGADO e o CPC passou a tratar o assunto no artigo 444 com a seguinte redação:
“Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal, quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova”.
Assim, deixa de existir regra de exclusão da prova testemunhal com base no valor do negócio jurídico.
Temporário - pois será doação se for perpétuo. – Ver art. 592, CC.
REQUISITOS SUBJETIVOS: PROPRIEDADE E CAPACIDADE
Ver arts. 588 e 589 do CC.
OBJETO DO MÚTUO
- Coisas Fungíveis – mais comum é coisa em dinheiro.
- Mútuo bancário – aplicação do CDC (súmula 297 do STJ e ADI – 2.591 - STF).
DIREITOS E OBRIGAÇÕES 
Em regra cabe ao mutuário depois da tradição (é real e unilateral) a obrigação de devolução de coisa idêntica (gênero, quantidade e qualidade). 
- Se no prazo convencionado não for possível devolução de coisa idêntica, devolver valor referente devidamente corrigido.
- Mutuante (CC, art. 590) - possibilidade do mutuante exigir devolução antes do vencimento.
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