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Universidade do Grande Rio Escola de Ciência e Tecnologia Arquitetura e Urbanismo Objetivo de Intervenção Igreja da Matriz de São João de Meriti. Trabalho apresentado à professora Priscilla Peixoto, pela matéria Conservação e Restauro do Patrimônio Arquitetônico pelos alunos Karoline Feitosa 6300017, Louise Alencar 6300121 e Lucas Duarte 6300035. Duque de Caxias 20 de maio de 2016 Objetivo da intervenção A igreja em questão sofreu consideráveis intervenções. No entanto, sendo encontrada grande quantidade de material de registro sobre as interferências feitas na igreja, ou mesmo sobre sua construção, optou-se pelo mantimento do estado atual de suas estruturas e interferências apenas as necessárias à conformação dos espaços da Igreja. Diante deste fato, foi-se pensado os objetivos gerais, tais como: a. preservação total da maior quantidade possível de materiais originais, como a pia batismal doado pela Princesa Isabel, os vitrais doados pelas famílias influentes locais na época da construção da igreja, portas, sino e relógio, de forma a preservar a essência artística e histórica; Vitral original doado por família influente na época da construção da igreja. Vitral original doado por família influente na época da construção da igreja. Pia batismal original doada pela princesa Isabel. Porta original doado por família influente na época da construção da igreja. Sino original da igreja. Vitrais originais doados por famílias influentes na época da construção da igreja. Vitral da porta original doado por família influente na época da construção da igreja. Relógio original da igreja. b. na impossibilidade de preservação de material original, sua substituição será feita por materiais similares e de natureza reversível, no caso das artes sacras sem valor histórico relevante e adquiridos pela igreja ao passar dos anos; c. a preservação da autenticidade do espaço envolvente, de modo que o mesmo não seja alterado de forma contundente e descaracterizadora; d. a compatibilização do bem ao novo uso deve contribuir para sua manutenção e conservação. Referencial teórico-metodológico John Ruskin Os movimentos intelectuais sobre conservação dos monumentos históricos começaram a ter mais força com a presença John Ruskin, onde teve um papel importantíssimo na preservação das obras do passado, enriquecendo o conceito de patrimônio histórico tanto na área material quanto na imaterial. Ruskin acreditava que a conservação da arquitetura do passado nos permitiria entender a relação existente entre os estilos arquitetônicos e as técnicas construtivas como a resultante do fruto do trabalho de determinada cultura, utilizando-se da história dessas construções como o veículo de comunicação dos processos de desenvolvimento cultural. Para Ruskin, era essencial manter viva a memória cultural do passado no cotidiano da cidade, ou seja, para ele as edificações pertenciam ao seu primeiro construtor: “Ele deve possuir não só o que os homens têm pensado e sentido, mas o que suas mãos tocaram, a força com que executaram, e o que seus olhos viram todos os dias de sua vida.” (RUSKIN, John. Las Siete Lámparas de la Arquitectura. Valencia, 1910. P. 212.) Para Ruskin apenas poderiam ser feitas pequenas intervenções, partindo do princípio que essa ação não resultasse em nenhuma mudança drásdica visível. Para Ruskin o edifício só ganhava vida, tornando-se reconhecido como algo de valor, após ter servido de testemunho da morte de várias gerações, ter sido abençoado com a pátina do tempo e assistido a evolução da cidade resistindo mais que todos os seres vivos. John Ruskin defendia que o ínicio da restauração se dava com a conservação periódica, que cada época daria uma “alma” diferente para aquele prédio. O arquiteto deveria projetar/construir pensando nas gerações futuras, deixar um legado para as pessoas que ainda virão, fazer com que aquele edifício se torne um testemunho histórico. [...] Quando construímos dizemos, então, que nós construímos para sempre [...]. Torná-lo um trabalho pelo qual somos gratos aos nossos descendentes; pensar, colocando uma pedra sobre pedra, que vai chegar um momento em que estas pedras serão conceituadas de sagradas, porque nossas mãos tocaram e que os homens considerem um trabalho importante: - Olhe, aqui está o que nossos pais fizeram por nós! A maior glória de um edifício não depende, de fato, da sua pedra ou ouro, sua toda glória está em sua idade [...]”(RUSKIN, John. Las Siete Lámparas de la Arquitectura. Valencia, 1910. P. 222-223.) Camillo Boito Boito distanciava-se da teoria de Ruskin por não aceitar a morte certa de alguns monumentos. Apesar disso, concordava que quanto menos intervenções no monumento, melhor era. Boito acreditava que restaurações eram necessárias, mas não sucessivamente e cheia de acréscimos. Deveriam saber a hora certa de parar. Além do mais, defendia e respeitava a matéria original da pré-existência, dando um ar artístico e pitoresco aquela edificação. “ Deve ser evitado acréscimos e renovações, e se for necessário, deve-se ter caráter diverso do original, mas sem destoar do conjunto.” (BOITO, 1884). Para Boito (1884), haviam alguns princípios básicos de restauração: Os monumentos antigos deveriam ser preferencialmente consolidados e reparados e depois, reparados e restaurados; Os complementos de partes deterioradas ou faltantes mesmo se seguissem forma primitiva, ser de material diverso; Obras de consolidação deveriam limitar-se ao estritamento necessário, evitando a perda de elementos característicos; Respeitar as várias fases do monumento, sendo a remoção de elementos somente admitida se tivesse qualidades artísticas manifestantes inferiores a do edifício; Registrar as obras apontando-se a utilidade da fotografia para documentar a fase antes, durante e depois da intervenção, devendo ser acompanhada de justificativa; Colocar uma lápide com inscrições para apontar a data e as obras de restauro realizadas.
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