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1 Introdução
O gerenciamento das empresas evoluiu de forma marcante no último meio século, inovações tecnológicas e novos processos produtivos foram implantados nas empresas dos mais diversos setores e nos mais diferentes países do mundo. 
Nesse contexto, a concorrência tornou-se cada vez mais acirrada e verificou-se um processo de concentração de poder, percebido pelo número de fusões e incorporações ocorridas nos mais diversos setores, desde siderurgia e petróleo até a indústria alimentícia.
Logo, empresas que não tinham a possibilidade (quer financeira, quer operacional) de utilizar-se de tais estratégias desenvolveram um mecanismo diferenciado, mas eficiente que as tornava grades players do mercado, sem, contudo, gerar a necessidade de grandes investimentos. A estratégia foi a criação de redes de empresas. A idéia das redes é fazer com que os parceiros atuem em conjunto, como um único agente, sem perder a identidade.
O agronegócio, como um importante setor econômico do Brasil, não ficou a parte dessas questões, vivenciando da mesma forma, mas nem sempre com a mesma intensidade, as mudanças ocorridas na forma de se gerenciar as empresas e as estratégias buscadas por estas para ampliar suas vantagens competitivas ou consolidar suas posições de mercado.
Entretanto, independentemente da forma como se organizam, as empresas estão incluídas em uma cadeia produtiva, pois utilizam e necessitam de insumos e serviços de outras para desenvolverem seus produtos e serviços e distribuí-los aos consumidores. Nesse sentido, identificar e avaliar os agentes econômicos da cadeia do agronegócio e o papel que cada um exerce no contexto de redes de empresas, justifica-se, acadêmica e economicamente, pois dá subsídios à formulação de políticas públicas para o desenvolvimento regional.
2 - Nascimento do conceito de cadeias produtivas e sua evolução
O enfoque sistêmico foi utilizado no processo de planejamento estratégico da Embrapa no início da década de 90, quando se buscava um marco conceitual capaz de lidar com a análise do ambiente externo e a determinação de estratégias que pudessem orientar a mudança institucional. Buscava-se alinhar a instituição com o seu ambiente externo relevante, em processo de mudança acelerada, conseqüentemente de alta turbulência (Johnson et al., 1994).
A idéia central é que a visão de cliente da Empresa deveria ser revista, para incluir novos e importantes atores que participavam do desenvolvimento da agricultura e tinham relevância para a instituição. De início, estes atores foram caracterizados como os atores “fora-da porteira da fazenda” (antes da porteira e depois da porteira): os fornecedores de insumos, as agroindústrias, as estruturas de comercialização, os consumidores finais e as estruturas de apoio à produção.
Durante o processo, recuperou-se o trabalho onde se apresentava uma visão sistêmica da agricultura, proposta nos anos 50 pelos professores Davis & Goldberg (1957), quando desenvolveram o conceito de agribusiness. Este conceito foi, nos anos seguintes, introduzido no Brasil com a denominação de complexo agroindustrial, negócio agrícola e agronegócio e é definido não apenas em relação ao que ocorre dentro dos limites das propriedades rurais, mas a todos os processos interligados que propiciam a oferta dos produtos da agricultura aos seus consumidores. (Zylbersztajn, 1994). Esta base conceitual era adequada para as necessidades do planejamento estratégico da Empresa e foi por isso adotada.
Os primeiros trabalhos aplicando este enfoque surgiram na década de 80, tendo sido amplamente expandidos na década de 90. Contribuiu para esta expansão o desenvolvimento de ferramentas analíticas consistentes (Castro et al., 1995 e 1998; Zylbersztajn, 1994; Batalha, 1998). Estas contribuições ampliaram o uso do enfoque sistêmico e de cadeias produtivas em estudos e projetos de desenvolvimento, para ampliar a compreensão, a intervenção e a gestão no desempenho da agricultura.
O enfoque de cadeia produtiva provou sua utilidade, para organizar a análise e aumentar a compreensão dos complexos macros processos de produção e para se examinar desempenho desses sistemas, determinar gargalos ao desempenho, oportunidades não exploradas, processos produtivos, gerenciais e tecnológicos. Ao incorporar na metodologia alternativas para análise de diferentes dimensões de desempenho das cadeias produtivas ou de seus componentes individualmente, como a eficiência, qualidade, competitividade, sustentabilidade e a equidade, esta tornou-se capaz de abranger campos sociais, econômicos, biológicos, gerenciais, tecnológicos, o que ampliou possíveis aplicações desse enfoque para um grande número profissionais e de instituições. Entre estas aplicações, aquelas relacionadas com a prospecção tecnológica e não tecnológica.
2.1 Agronegócio
No Brasil, cerca de 33% do PIB está, de algum modo, ligado às atividades do agronegócio, com ações de fabricação de insumos, produção de produtos agrosilvopastoris, ou processamento industrial dos produtos (WAACK e MACHADO FILHO, 1999).
Vale destacar que a agricultura e a pecuária brasileira foram de fundamental importância para o crescimento das exportações e a entrada de dólares na economia, contribuindo para a blindagem da mesma em relação às pressões especulativas externas.
Assim, independente do grande volume de mão-de-obra ligada ao campo, o agronegócio brasileiro é uma área estratégica para qualquer política de desenvolvimento, e como tal deve ser tratado pelos órgãos oficiais.
3 Matemática Financeira
3.1 Conceitos básicos
A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de investimentos ou financiamentos de bens de consumo. Consiste em empregar procedimentos matemáticos para simplificar a operação financeira a um fluxo de caixa.
3.2 Capital
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras).
3.3 Juros
Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma atividade produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou compostos.
Juros simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado.
Juros compostos: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.
O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a maioria das pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado, quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu desejo, e neste ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver.
O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais conhecida como taxa de juros.
Quando usamos juros simples e juros compostos?
A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas.
3.4 Taxa de juros
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, seguida da especificação do período de tempo a que se refere:
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é iguala taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)
4 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
A movimentação e armazenagem tratam de etapas fundamentais do fluxo logístico, isto é, da preparação, da colocação e do posicionamento dos materiais de forma que os processos logísticos sejam facilitados; levando em conta os equipamentos e os sistemas empregados em cada operação logística. Estes itens são constituídos por um conjunto de funções de recepção, de descarga, de carregamento, de arrumação e da conservação de matérias-primas, mas este processo apenas produz resultados quando é realizada uma operação com objetivo de acrescentar valor. Pode-se “definir a missão da armazenagem como o compromisso entre os custos e a melhor solução para empresas” (CASADEVANTE Y MÚJICA, 1974, p. 26).
Na prática, isto só é possível se levar em conta todos os fatores que influenciam os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos mesmos. A armazenagem quando efetuada de uma forma organizada poderá trazer inúmeros benefícios, os quais se traduzem diretamente em reduções de custos. Ronald Ballou afirma que: Existem quatro razões básicas para uma organização utilizar espaço físico de armazenagem. Elas são: (01) reduzir custos de transporte e produção, (2) coordenar suprimentos de demanda, (3) auxiliar o processo de produção e (4) auxiliar o processo de marketing. (BALLOU, 2009, p. 155).
O processo de movimentação e armazenagem de materiais possui sua concepção histórica há muito tempo, pois sempre houve necessidade de armazenar alimentos para o restante do ano, Reinaldo Moura (1997) diz que muito cedo, mais ou menos 1800 a.c. José aos 30 anos foi possivelmente o primeiro a estocar e a movimentar produtos nomeado pelo Rei do Egito, isto aconteceu por causa de um sonho que o rei teve, interpretado por José da seguinte forma, sete anos de abundância seguidas por sete anos de fome na localidade. José começou a construir e estocar um quinto da colheita de cada ano em armazéns e celeiros, em cada cidade do Egito. Este país sobreviveu nos anos de fome, através de bons planejamento e distribuição.
Nos dias atuais, trata-se de uma combinação de métodos e processos, capazes de movimentar toda a mercadoria, matérias-primas e produto final com objetivo de acomodá- los da melhor forma possível para que o objetivo final seja alcançado e o atendimento ao cliente flua forma eficaz. Este objetivo é especificado quando Reinaldo Moura (1997), diz que o propósito de qualquer armazenagem é a de prover estoque de matérias: do tipo especifico; na quantidade certa; para o lugar certo; no tempo certo e pelo mínimo de custo (MOURA, 1997, p. 66). Em uma sequência definida por este teórico, significa transportar pequenas ou grandes quantidades de bens, em distâncias relativamente pequenas como, por exemplo, no interior do local de produção, como fábricas, armazéns dentre outros. Estes processos são indispensáveis para obtenção do sucesso da empresa tendo como caráter principal a redução dos custos dos processos logísticos.
As atividades de movimentação e armazenagem envolvem vários itens, como: transporte, estocagem do material de consumo e manutenção, embalagem, movimentação de materiais, atendimento ao pedido, previsão de estoques, planejamento da produção, suprimentos, serviços ao cliente, localização, controle de estoque/inventario, produção, controle de qualidade, distribuição física e segurança, como cita Ballou.
O manuseio ou movimentação interna de produtos e materiais significa transportar pequenas quantidades de bens por distancias relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação de longo curso executada pelas companhias transportadoras. É atividade executada em depósitos, fabricas e lojas, assim como no transbordo entre modais de transporte. Seu interesse concentra se na movimentação rápida e de baixo custo das mercadorias. (BALLOU, 2009, p. 172).
5 Considerações Finais
Pelo estudo desenvolvido percebe-se uma clara atuação de todos os agentes dentro da cadeia, os papéis que eles desenvolvem e a viabilidade do modelo de referência para agrupar os agentes de acordo com seu papel.
Vale ressaltar algumas considerações quanto à atuação dos agentes na cadeia. Em primeiro lugar, ressalta-se a importância do produtor rural como motor das três redes (física, valor e negócios), sem, contudo, poder generalizar sua atuação devido à diversidade cultural, econômica, financeira e tecnológica dos produtores da região. Outro agente a ser destacado são as cooperativas, criadas a priori para tornar os produtores mais fortes no processo de comercialização, hoje são potências econômicas também em atividades de processamento e distribuição dos produtos, através de um processo bem sucedido de integração vertical.
No decorrer deste trabalho, foi descrito diversos conceitos que deixa nítida a importância da administração de materiais para uma empresa, é talvez hoje uma das mais importantes responsabilidades do gestor de logística, afinal retém a função de vários departamentos administrativos ou de produção da empresa. Deve-se compreender que esta convergência dos departamentos torna-se um objetivo em todos os níveis, por isso desde a coleta de informações o gestor tem a função de manter essa convergência para um rendimento eficiente visando reduzir custos e colaborando com o crescimento da empresa. O controle de movimentação e de armazenagem é mais uma ferramenta que possibilita uma melhor e maior eficiência no controle logístico, facilitando assim, as entradas e saídas das mercadorias evitando que algumas possam ficar por um longo período estocado, dessa forma a empresa consegue maior retorno sobre os recursos que foram alocados e maior qualidade nos seus produtos e serviços, e com isso adquire um grande potencial competitivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2009.
CASADEVANTE Y MÚJICA, J. L. F. A armazenagem na prática. Lisboa: Editorial Pórtico, 1974
CASTRO, A.M.G. de, COBBE, R.V., GOEDERT, W.J. Prospecção de demandas tecnológicas - Manual metodológico para o SNPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Departamento de Pesquisa e Difusão de Tecnologia. Brasília: Embrapa-DPD, março, 1995. 82 p.
DAVIS J. A. & GOLDBERG, R. A. A concept of agribusiness. Boston, Harvard University, 1957.
JONHSON, B. B.; CASTRO, A. M. G. DE; PAEZ, M. L. & FREITAS FILHO, A. Projetos para a mudança estratégica em instituições de P&D. Anais do XVII Simpósio Nacional de Gestão da Inovação Tecnológica, FEA\USP, São Paulo, 1992.
JUNIOR ROBERTO JOSÉ M. Matemática Financeira 2012 Curitiba-PR
MOURA, R. A. Armazenagem do recebimento à expedição e, almoxarifados ou centros de distribuição. São Paulo: Imam, 1997.
WAACK, R. S.; MACHADO FILHO, C. A. P. Administração Estratégica em Cooperativas Agroalimentares. In: WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTÃO DE SISTEMAS AGROALIMENTARES, II, Ribeirão Preto, 1999. Anais ... Riberão Preto, 1999.
ZYLBERSZTAJN. D. Políticas agrícolas e comércio mundial. "Agribusiness": conceito,dimensões e tendências. In: Fagundes. H. H. (org). Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas. Brasília: IPEA, 1994 (Estudos de Política Agrícola nº 28)

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