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SEMIOLOGIA MÉDICA – RADIOLOGIA MEDICINA – UFPI RAIOS-X 01. Conceito: São radiações eletromagnéticas de pequeno comprimento de onda que se propagem de forma reta. 02. Origem: São produzidas quando elétrons dotados de grande velocidade, acelerados por potenciais de milhares de volts (50 a 150.000), atingem uma placa metálica. Esse processo é feito a vácuo, dentro de um tubo de vidro contendo dois eltródios metálicos submetidos uma grande diferença de potencial elétrico. O eletrodo negativo (catodo) emite elétrons que bombardeiam o eletrodo positivo (anodo). O revestimento do invólucro é de chumbo, deixando apenas uma janela que permite o direcionamento da radiação X. O anodo é rotatório em alta frequência, permitindo uma maior distribuição do alvo de choque do elétron. Ao contrário da luz, que possui grande comprimento de onda, os raios X são invisíveis e apresentam grande capacidade de penetração em vários materiais opacos. 03. Capacidade de penetração: embora os raios X consigam atravessar vários tipos de matéria, grande parte deles é absorvida. Essa perda é diretamente proporcional à espessura da camada e ao número atômico da substância; o chumbo é praticamente impenetrável. Os tecidos delgados e menos densos são mais facilmente atravessados pelos raios X do que os tecidos mais espessos e densos; esse contraste permite visualizar os diferentes tecidos, e sobretudo o tecido ósseo, que é pouco penetrado. 04. Utilidade: diagnóstico, detecção de corpos estranhos, investigação óssea, tumores, internações, formações cavitárias, efusões líquidas, radioterapia, cálculos, acúmulos de líquidos, calcificações, estruturas internas. 05. Contrastes: - ar: pode ser usado como contraste negativo - radiografia de tórax (coração), pois absorve menor quantidade de raios que os tecidos; - sulfato de bário: contraste positivo que absorve maior quantidade de raios que água, cartilagens ou tecidos moles, é usado nas radiografias de trato digestivo (VO); - composto de iodo: contrastes positivos que absorvem maior quantidade de raios que água, cartilagens ou tecidos moles; são usados nos exames de vesícula, vias urinárias e vias aéreas (IV). 06. Fatores de radioproteção: - Tempo de exposição à radiação; - Distância do foco emissor (a radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância) Radiação = 1/d2; - Blindagem: chumbo é um bom material impermeabilizante. 07. Tipos de radiações: - Segundo a forma: ondulatória (luz, raios X) ou corpuscular (partícula alfa, beta e gama) – medicina nuclear. - Segundo o efeito: mão-ionizante ou ionizante. A radiação X depende de elétrons, depende de corrente elétrica; já a radiação corpuscular é intrínseca do elemento químico, e depende da meia-vida do material, independe da corrente elétrica. 08. Classificação das células dos mamíferos quanto à radiossensibilidade: - Quanto maior a capacidade de divisão e menor o nível de diferenciação, maior a sensibilidade. Ex: eritroblastos, células intestinais, células basais. - Células que não se dividem e com maior grau de diferenciação são menos radiossensíveis. Ex: neurônios, células musculares. - Controle da radiação em técnicos: hemograma. 09. Radiossensbilidade e efeitos biológicos: - Medula óssea: menor quantidade de hemácias; leucopeniamenor resistência a infecções. - Efeitos podem ser medidos experimentalmente. - Só aparecem após, no mínimo, 0,35 V para catarata e 0,5 V para outros efeitos. - Monitor 0,2 mSv – dosimetria mensal dos técnicos. - Catarata, leucopenia, radiodermite. - Geralmente são agudas (severidade proporcional à dose Efeito Determinístico). - Abaixo do limiar da dose não se observa efeito algum. - Deficiência plaquetária Hemorragia, Plaquetopenia - Diminuição de glóbulos vermelhos Anemia 10. Efeitos estocásticos: - Câncer, efeitos hereditários. - Tardios - Admite-se que qualquer dose (alta ou baixa) seja capaz de aumentar a probabilidade do aparecimento do efeito. - Não existe limiar de dose. - O dano causado pela radiação em uma única célula germinativa pode ser transmitido e manifestar-se como desordem hereditária nos descendentes do indivíduo exposto. Embora até o presente não se tenha verificado nenhum efeito deste tipo em seres humanos, estudos realizados em plantas e animais sugerem esses defeitos. 11. Risco de radiação comparado a risco normalmente aceitável: Fumar 20 cigarros por dia ....................................... 2300 dias de vida a menos Estar 20% acima do peso ........................................ 985 dias de vida a menos Dirigir um carro.......................................................200 dias de vida a menos Beber socialmente....................................................130 dias de vida a menos Mergulhar durante a natação..................................41 dias de vida a menos Radiação 3,5 mSv/ano ............................................ 8 dias de vida a menos Exposição ocupacional ........................................... 1 dia de vida a menos 12. Risco relativo de fatores de risco de câncer: Radiação ionizante .................................................. 1,0 Álcool ..................................................................... 1,5 Comportamento sexual .......................................... 3,5 Infecção ................................................................. 5,0 Fumo ..................................................................... 15 Dieta ...................................................................... 18 13. Radiação: - Radiação primária espalhada: após parte do feixe de raios X atravessar o paciente, alguns feixes, ao invés de serem removidos da direção do feixe primário (ou do receptor de imagem), sofrem múltiplos espalhamento e retornam nesta direção, o que deteriora a qualidade da imagem radiográfica. - Radiação refletida: é a secundária refletida pelo corpo, e que nunca chega ao filme. - Imagem: raios X primários mias espalhados. - Branco: área em que os raios X não chegam; Preto: área de radiação X primária. - Entre o filme e a radiação existe um acessório chamado Grade (Bucky) que impede que a radiação refratada chegue ao filme. 14. Botões de comando: - Aumento do kV aumenta o poder de penetração (Quanto maior o kV do aparelho, mais escura a radiografia; quanto maior o mA, mais contraste entre as diferentes densidades). - mA: quantidade de raios X emitidos pela ampola (corrente). - S: tempo em segundos de exposição de radiação. - Quanto mais densa a estrutura, maior o kV e mA/s. - Maior densidade: maior mA/s. - Maior espessura: maior kV (poder de penetração). - Rx de tórax: Pulmão – 90 kV e 200 mA/s (cinzenta) Costelas – Menor potência e maior quantidade de radiação (preto/branco), radiação não passa pelas costelas e essas são destacadas. - Proteção da sala: 2,10 m de altura, porque a radiação não faz curvas. 15. Densidades: 1º Ar: pulmões 2º Cálcio: Ossos 3º Água ou partes moles 4º Gordura 5º Metálica (corpos estranhos) e contrastes 16. Princípio de Felson: - 2 imagens no mesmo plano com mesma densidade – não há separação das imagens; - 2 imagens no mesmo plano com densidades diferentes – separação visível; - 2 imagens em planos diferentes com mesma densidade – imagens visíveis. FORMAÇÃO DE IMAGENS RADIOLÓGICAS 01. Radiografia convencional: preto + branco – sombra radiológica. Quanto maior a dificuldade de atravessar, mais branco. Quanto maior o peso atômico, mais difícil de atravessar. Quanto mais rarefeito, mais fácil e mais escuro.- A imagem da radiografia é formada pela redução da prata da chapa radiográfica quando atingida pelos fótons do raio X. - Radiografia é formada por superposição de imagens. - Tomografia linear: visão oblíqua permite dissociar imagens. - Meios de contrastes radiopacos e radiotransparentes. 02. Sistema de aquisição de imagens Tomográficas Computadorizadas: movimento circular, com emissão de raios X, chegando a detectores que medem a quantidade de raios absorvida. 03. Princípios matemáticos: divisão em várias partes permite o cálculo do coeficiente de atenuação em cada parte. Depois, soma-se o que sobra no fim da passagem. 04. Desenvolvimento tecnológico: sistema rotação translação com detector simples sistema rotação translação com detector simples sistema rotação translação com múltiplos detectores scanner rotacional com detectores móveis scanner rotacional com detectores estacionários (mais caro) 05. Formação da imagem: pixel (quadrado) e voxel (volume). Quanto maior o número de pixels, maior a definição da imagem. 06. Densidade radiológica: escala de Herensfield (de +100 a -100) - Água = 0; - Maior densidade: osso esponjoso, osso compacto (±1000), ringer, transudato, exsudato, rim, pâncreas, baço, músculo, fígado, sangue total, FM, sangue coagulado; - Menor densidade: tecido, gordura, pulmão, ar. - Fluidos têm +- a mesma intensidade de sólidos; - Substância branca: menor densidade; Substância cinzenta: maior densidade; - Tecido encefálico mais escuro indica menor densidade por edema e lesão isquêmica; mais claro indica aumento da densidade por hemorragia (Hg – Fe); - Abscessos têm menor densidade; - Com adição de contraste, se não ocorrer impregnação – lesão isquêmica; se houver impregnação, indica ruptura da integridade da barreira hematoencefálica (drenagem de abcessos); - AVC com gliose (morte do tecido encefálico) aparece mais escuro; - Nódulo com anel de sinete: metástase, contraste impregna a parede do tumor por perda da barreira hematoencefálica na angiogênese; 07. Ressonância magnética: - Energia do átomo; Polarização do campo onda de radiofrequência H+ (prótons) vibram até a posição de repouso emitem ressonância magnética detector conversores analógico-digitais imagem. Tecido T1 T2 Osso cortical Claro Escuro Gordura Brilhante Escura LCR/água Escuro Claro - Leitura: sinal intenso, hiperintenso, hipointenso, ausência de sinal (vasos); - A imagem não é formada por sombras; - Os módulos de TC e RM são complementares. O ABC´S DAS ARTICULAÇÕES - Para cada tipo de exame é importante que se tenha uma metodologia de análise, um roteiro, que ajude a rastrear toda a área radiográfica evitando, assim, que alterações passem despercebidas. - Um método mnemônico prático de análise das articulações é o ABC’S (The Radiology of Joint Disease – Forrester Brown). - Alinhamento: avaliar sempre em mais de uma incidência buscando desvios laterais, antero-posteriores, hiperextensão e desalinhamentos complexos. As causas são variadas e incluem luxação, lesão de cápsula, ligamentos, desequilíbrio entre músculos antagônicos, entre outras. - Bone (Osso): analisar a forma e a estrutura na busca de irregularidades, osteófitos, fraturas (pós-traumáticas ou patológicas), sinais de deossificação, cistos, subcondrais, focos osteolíticos, de esclerose, erosões ou reações periosteais. - Cartilagem: como não é visibilizada na radiografia, a cartilagem deve ser avaliada indiretamente através da altura do espaço articular. É importante ressaltar que o aumento do espaço articular ocorre principalmente por aumento de volume seja por derrame inflamatório, sanguinolento ou infeccioso. A cartilagem está espessada aumentando o espaço articular apenas na acromegalia. O espaço articular se reduz no comprometimento da cartilagem por doenças degenerativas e menos frequentemente por doenças infecciosas ou inflamatórias. - Presença de ar no espaço articular (sinal do vácuo articular) é um sinal indireto de degeneração da cartilagem. Calcificação cartilaginosa (condrocalcinose) ocorre em doenças metabólicas como a pseudogota, hiperparatireoidismo, doença de Wilson, alterações no metabolismo de cátions (p. ex. hipercalcemia), secundária a trauma articular, hemocromatose, entre outras. - Soft Tissues (tecidos moles): estender a avaliação para fora da articulação. Embora a região periarticular seja mal visibilizada nas radiografias simples, muitas informações podem ser obtidas como aumento do volume de partes moles, borramentos ou desvios de planos gordurosos/ musculares por edema, coleções ou massas. Calcificações em vasos, pele, músculo ou fragmentos ósseos. 01. Ossos: - Diáfise (primeira área a calcificar) e epífise: parte cortical e medular, o periósteo não é visto na radiografia normal, apenas quando sofre espessamento (reacional à agressão). - Metáfise (crescimento do osso em comprimento, vasos terminais): osso esponjoso, sem medula óssea, cuja região cortical é muito fina. As doenças infecciosas acometem mais essa área; ocorre infarto ósseo na anemia falciforme. - Zona de calcificação provisória: parte espessa. A linha desaparece no raquitismo, ficando com aspecto de cerda de escova, espiculada. A linha cartilaginosa se alarga. - Entre as espífises, há cartilagem. Quando esta se calcifica, o crescimento pára. Na radiografia, cartilagem não aparece – fica escuro. 02. Tipos de doenças ósseas: Congênita, artropatia, trauma, hematológica, infecção, tumor, endócrina, nutricional, metabólica. - Osteopetrose: aumento da densidade óssea por calcificação endocondral. - Hematopoese extracelular: hepatomegalia. - Múltiplas fraturas, não-consolidação, pseudoartrose, calo ósseo: osteogênese imperfeita. - Artrite: comprometimento da articulação, da cartilagem, bicos de papagaio. - Condroma articular: pedaço de cartilagem calcificada solta na articulação. - Infecciosa: metafisite + periosite = sífilis congênita. Colônias de bactérias na metáfise com destruição óssea esclerose óssea reacional osteomielite (osteólise + osteosclerose). - Tumor: é como se fosse um pedaço do osso que se soltou e foi se alojar em outro local do osso. Osteocondroma ou osteocondromatose. Prejudica a função, estética. Potencialmente maligno (5%). Surgimento metáfise-diafisário da camada cortical. - Tumor osteolítico (preto): assimétrico, nasceu da cortical cisto ósseo aneurismático. Conteúdo hemorrágico, porções com células ósseas em aspecto de cisto. - Osteoma: tumor de osso de ossificação membranosa mais comum. - Tumor metáfise-epífise para na cartilagem, começa na medula. Se for permeativo maligno. Limites bem definidos benigno. Tumor de células gigantes. - Metabólicas: metáfise alterada, baixa densidade raquitismo. 03. Variáveis preditivas radiológicas: Análise preliminar: Dados clínicos (idade, sexo, raça, história) Número de lesões Simetria das lesões Sistemas envolvidos Análise das lesões: Localização no esqueleto Localização no osso Local de origem Margens Integridade da cortical Tipo de lesão (osteolítica, osteoblástica, mista) Reação periosteal Alterações de partes moles, alterações articulares Análise complementar: Outros procedimentos radiológicos Exames laboratoriais Biópsia TÉCNICAS E ANÁLISE DE RADIOGRAFIAS DE TÓRAX 01. Introdução A radiografia é um método de imagem que pode fornecer dados importantes a respeito de patologiastorácicas, tornando-se uma aliada dos médicos quanto à condução de um caso e correlações clínicas. Evidentemente, existem atualmente outros exames com definições de imagem bem melhores, como a Tomografia Computadorizada (TC), porém sabe-se que, infelizmente, nem sempre estão disponíveis para utilização. Baseia-se na observação de estruturas de diferentes densidades: Ar (preto), Gordura (cinza escuro), Músculos, vísceras, massas (cinza claro), Ossos (branco) e Metais (branco brilhante). 02. Incidências - Póstero-anterior (PA): nesta incidência, os raios X penetram através do tórax posterior do paciente minimizando a sombra cardíaca, tornando-a mais próxima da realidade. - Antero-posterior (AP): os raios X penetram através do tórax anterior do paciente, o oposto da incidência vista acima. É geralmente feita em pacientes acamados impossibilitados de permanecerem em posição ortostática. Há ampliação da sombra cardíaca, o diafragma encontra-se mais alto e o volume pulmonar é menor. - Ápico-Lordótica: o paciente inclina-se para trás, fazendo uma lordose exacerbada, sendo que os raios X penetram através do tórax anterior. Objetiva-se remover as sombras das clavículas permitindo melhor visualizaçãodo ápice pulmonar - Perfil: geralmente é analisada em conjunto com a incidência PA. O perfil comumente feito é o perfil esquerdo em que os raios X penetram através da região lateral direita do tórax. - Oblíqua (Anterior Esquerda e Anterior Direita): objetiva melhor observação de anormalidades, inclusive dos arcos costais. - Laurell/ Laurell invertido: Utilizados para a observação de derrames pleurais. Na incidência Laurell, o paciente deita-se me decúbito lateral do mesmo lado em que suspeita de derrame pleural (derrame de pequena ou moderada monta); no Laurell invertido, deita-se no lado oposto ao suspeito (derrame de grande monta). 03. Indicações: São várias. Dentre as que podemos destacar, tem-se: - Investigação de sintomas respiratórios (por doenças infecciosas, doenças ocupacionais, insuficiência cardíaca congestiva, acometimento neoplásico, dentre outras causas); - Avaliação pré-operatória; - Após procedimentos torácicos; - Para estadiamento e evolução de tumores mediastínicos. 04. Como analisar a radiografia do tórax: - Identificação do paciente: devem constar nome, data da realização do exame, registro ou matricula da instituição. - Centralização: traçar um alinha vertical seguindo os processos espinhosos das vértebras cervicais e medir as distancias dos bordos da clavículas até esta linha, que devem ser de mesmo tamanho. - Inspiração: deve-se contar 10 arcos costais posteriores (que são mais horizontais), sendo que o décimo arco acompanha a hemicúpula diafragmática ou contar 7 arcos costais anteriores (que são oblíquos) sendo que o sétimo arco corta a hemicúpula diafragmática. - Penetração: deve-se observar a sombra da coluna vertebral, não devendo estar as vértebras nítidas demais; observar a nitidez do oco axilar. Quanto maior o kV do aparelho, mais escura a radiografia; quanto maior o mA, mais contraste entre as diferentes densidades. - Remoção das escápulas: devem estar fora do campo de observação. - Na radiografia em perfil: branco – coração, hilo, vasos; preto – mediastino; a cúpula diafragmática direita é mais visível e a esquerda se confunde com o coração, estando acima da bolha gástrica. O tórax não se restringe aos pulmões. Portanto, deve-se observar todas as estruturas expostas pela radiografia: corpos estranhos (moedas, cabelos, zíperes, marcapassos, fios cirúrgicos, sondas, tubos, cateteres), os ossos, partes moles (músculos, mamas, próteses mamárias), pescoço (massas, gânglios), mediastino (pleura, diafragma, área cardíaca e estruturas correlatas, pulmões), abdome (área hepática, bolha gástrica, algumas porções de alças intestinais). SÍNDROMES PLEUROPULMONARES - Asma Brônquica: Estreitamento difuso dos condutos aéreos de pequeno calibre, em consequência de edema da mucosa, constricção da musculatura lisa e hipersecreção das células brônquicas. - Bronquites: hipersecreção de muco na árvore brônquica. - Bronquiectasia: dilatação irreversível dos brônquios em consequência de destruição da parede destes ductos. - Consolidação: ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato. - Atelectasia: desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço seja ocupado por células ou exsudato, com colabamento. As causas mais comuns são neoplasias e corpos estranhos que ocupem a luz dos brônquios. - Enfisema pulmonar: hiperaeração que resulta de aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal. - Congestão pulmonar: líquido se acumula no interstício (ICVE e EM). - Escavação ou caverna pulmonar: consequência de eliminação do parênquima em uma área que sofreu necrobiose. (abscessos, neoplasias, micoses, tuberculose). - Derrames pleurais: líquido no espaço pleural; pleurites, neoplasias, pneumonias, neoplastas, colagenoses, síndrome nefrótica e ICC. - Pneumotórax: ar no espaço pleural, trauma, tuberculose, neoplasia. RADIOGRAFIA SIMPLES DO TÓRAX Deve ser feita em inspiração forçada, pois se obtém melhor contraste com maior quantidade de ar nos pulmões. Pulmão ultrapassando a décima primeira costela, com estruturas vasculares visíveis. Sempre em duas incidências: PA (póstero-anterior) e perfil. Analisa-se a radiografia da periferia para o centro: partes moles. Ósseas, pleura, diafragma, parênquima e hilos. Gás no fundo do estômago significa que a radiografia foi feita em pé. - Pontos de referência: cúpula diafragmática direita mais elevada (abaixo está o fígado); o hilo pulmonar direito é mais baixo e maior (+ visível); maior opacidade das bases; vascularização mais evidente na base (em pé); vértebras são pouco visíveis. - Alterações hipotransparentes: condensações ou opacidades – nodulares, em superfície (infiltrativas, ateletásicas, tumorais ou derrame de líquido), e lineares (cordoniformes). - Alterações hipertransparentes: anulares (cavernas e cistos) e em superfície (enfisema difuso, pneumotórax). - Quanto à extensão podem acometer todo o hemitórax, ser lobares, segmentares, ou subsegmentares. - Deslocamento ipsilateral do mediastino (retração): atelectasia, fibrose, estenose brônquica, disgenesia pulmonar, lobestomia, pneumectomia. - Deslocamento contralateral do mediastino: derrames, neoplasias, enfisema unilateral, pneumotórax hipertensivo, hérnia diafragmática. Partes moles: - Panículo adiposo e imagem tumoral; - Cisticercose: larvas com imagens densas, alongadas; - Adenomegalias: aumento da densidade das partes moles; - Mastectomia: maior luminosidade do lado operado; Partes ósseas: - Coluna vertebral mal vista (apenas algumas vértebras atrás da sombra da traquéia); - Cartilagem da primeira costela é a que se calcifica primeiro, servindo para avaliar a idade do paciente; - Arcos costais posteriores são sinais visíveis pela maior densidade radiológica de suas camadas corticais; - Costelas nos brevelíneos são mais horizontais e mais próximas, nos longilíneos, mais verticais com espaços intercostais mais largos; - Alargam os espaços intercostais: enfisema, derrame, pneumotórax, hipertensivo, neoplasias; - Reduzem os espaços intercostais: espessamentos pleurais, fibrotórax, atelectasias maciças, e pneumectomia; - Nos homes, a calcificação predomina nas bordas das cartilagens, e nas mulheres, é mais central e extensa. Parênquima: - O pulmão é limitado na parte superior pela cúpula pleural; na inferior, pelo diafragma, lateralmente, pela parede costal;na frente pelo esterno e arcos costais anteriores e atrás, pelos arcos costais posteriores e coluna vertebral; as pleuras não são visíveis. - Os campos pulmonares aparecem como áreas escuras, hipertransparentes, separadas por uma imagem central clara, de densidade elevada – o mediastino; - A imagem radiológica do hilo deve-se a artérias e veias pulmonares, paredes dos grossos brônquios, nervos e demais tecidos; - O hilo direito é mais visível, mais baixo e maior que o esquerdo, já que este último é recoberto pelo ventrículo esquerdo; - O brônquio aparece como imagem circular hipertransparente (conteúdo aéreo circundado pelo anel claro), enquanto o vaso se apresenta hipotransparente (conteúdo sanguíneo). Brônquios só são visíveis quando o raio tem incidência perpendicular a sua luz ou quando estão com as paredes espessadas. Diafragma: - Espessura de 2 cm. - Na radiografia de frente, as hemicúpulas diafragmáticas formam com o gradil costal ângulo agudo e profundo chamado seio costofrênico; - Na radiografia de perfil, formada pelas hemicúpulas e a coluna vertebral há o seio costovertebral; Lesões Pulmonares: - Dois padrões básicos: alveolar e intertiscial; patologias alveolares são mais comuns, mas as intertisciais são de maior número de tipos. - Padrão alveolar: definido como alterações radiográficas que indicam o acometimento âmago do lóbulo, espaço aéreo terminal (sacos alveolares e brônquios): edema pulmonar e SARA – proteinose alveolar, carcinoma de células alveolares, tuberculose, micoses pulmonares. - Padrão intersticial (reticular): é constituído de imagens que indicam acometimento do tecido conjuntivo do interstício pulmonar, edema pulmonar intersticial, pneumonia intersticial crônica, SARA, tuberculose, sarcoidose. Quando há acometimento do conjuntivo broncovascular, acrescentam-se bronquiectasia, doença fibrocística e linfangite inelástica. - Padrão nodular: é constituído por aumentos de densidade arredondados devido ao comprometimento do interstício, do espaço aéreo terminal ou de ambos; podem ser ou não bem definidos (benignos e malignos, respectivamente), pequenos ou grandes (até 3 cm – nódulo, acima de 3 cm – massa). Tuberculose miliar, micose pulmonar, pneumonia viral, SARA, metástase, sarcoidose, micose, pneumoconiose, carcinoma de células alveolares. - Imagens infiltrativas: apresentam-se como hipotransparências de limites imprecisos, únicas ou múltiplas, de densidade uniforme ou não. Edema intersticial com espessamento conjuntivo. Pode ocorrer por reação inflamatória (colagenoses), infiltração neoplásica, tuberculose. Imagem radiológica: pulmão coma aspecto reticular (rede de malha fina opaca onde os malhos já não são visíveis; vemos, sob a malha, a hipertransparência alveolar normal). - Imagens de condensação: podem ser retráteis, não retráteis ou expansivas. A retrátil, também chamada de colapso atelectásico, inclui a atelectasia propriamente dita, a maioria das pneumonias bacterianas, as pneumonias obstrutivas e a fibrose pulmonar. - Imagens cavitárias ou cavernas: são encontradas na tuberculose, nos abscessos nas pneumonias estafilocócicas e de Friedlander e no câncer abscedado. A tuberculose tem localização preferencial nos segmentos apicais e ápico-posteriores dos lobos superiores e no segmento apical do lobo inferior. - Imagens hipertransparentes são devidas ao aumento do conteúdo aéreo. As unilaterais são as do enfisema pulmonar compensador,da síndrome do pulmão hiperlucente, das bolhas ou cistos aéreos, do pneumotórax e da fase inicial da obstrução brônquica. A hipertransparência bilateral difusa ocorre nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema, bronquite, asma. Exemplos de patologias pulmonares: - Consolidação alveolar: substituição do ar por líquidos ou células, como pneumonia, edema pulmonar, afogamento, sangramento (áreas hipotransparentes irregulares). Não afeta brônquios – no meio da área branca, há regiões escuras (ar nos brônquios), chamado broncograma aéreo “tubulações”. Sinal da silhueta: quando todos os alvéolos consolidam não há separação pulmão-diafragma-coração (mesma densidade radiológica). - Atelectasia: colapso do pulmão por obstrução dos brônquios. Pode acometer segmentos pulmonares, lobos ou pulmão inteiro. Ocorre opacificação sem broncograma aéreo. - Enfisema: dilatação alveolar com ar e diminuição do interstício e vasos. Áreas bolhosas separadas por finas paredes. Observa-se áreas totalmente escuras sem vascularização visível. - Derrame pleural: maior densidade periférica regular sem broncograma aéreo com contorno medial parabólico. - Pneumotórax: diminuição da densidade periférica com colabamento do pulmão. - Pneumoperitônio: separação visível diafragma-peritônio por abertura ou perfuração abdominal, com entrada de ar na cúpula. - Hérnias diafragmáticas: opacificação sem sintomatologia podem ser vistas com ingestão de contraste. - Abscesso ou necrose pulmonar: bolha com ar em cima e restos necróticos opacos em baixo. - Tuberculose: quando consolidação pulmonar com broncograma aéreo no ápice do pulmão apresenta uma área hipotransparente. ULTRA-SOM 01. Conceito: vibração mecânica acima de 20.000 ciclos/segundo. Necessitam de um meio de propagação e interagem de diversas formas, como: - Refração - Reflexão - Atenuação - Espessamento 02. Ondas sonoras: - Comprimento de onda: λ = c / f - Frequência: f= c / λ - Velocidade do som: c = λ x f - Amplitude 03. Velocidade (meios biológicos) Ar = 340m/s; Osso = 4000m/s; Órgão/músculo = 1500m/s 04. Impedância acústica: grau de dificuldade ou resistência oferecida pelo meio á condução do som. A maior parte dos elementos do corpo humano, á exceção do osso e do ar, tem impedância acústica semelhante. 05. Transdutores: transformam um tipo de energia em outra baseado no princípio físico piezoelétrico: materiais cerâmicos submetidos a um pulso elétrico geram uma onda mecânica e vice-versa. O efeito piezoelétrico foi descoberto por Pierre e Jacques Curie em 1830 e consiste na variação das dimensões físicas de certos materiais sujeitos a campos elétricos. O contrário também ocorre, ou seja, a aplicação de pressões. Por exemplo, pressões acústicas que causam variações nas dimensões de materiais piezoelétricos provocam o aparecimento de campos elétricos neles. Ao se colocar um material piezoelétrico num campo elétrico, as cargas elétricas da rede cristalina interagem com o mesmo e produzem tensões mecânicas. O quartzo e a turmalina, cristais naturais são piezoelétricos. O cristal, para ser usado como transdutor, deve ser cortado de forma que um campo elétrico alternado, quando nele aplicado, produza variações em sua espessura. Dessa variação resulta um movimento nas faces do cristal, originando as ondas sonoras. Cada transdutor possui um redutor de frequência de ressonância natural, tal que quanto menor a espessura do cristal, maior será a sua frequência de vibração. O mesmo transdutor que emite o sinal ultra-sônico pode funcionar como detector, pois os ecos que voltam a ele produzem vibração no cristal, fazendo variar suas dimensões físicas que, por sua vez, acarretam o aparecimento de um campo elétrico. Esse campo gera sinais que podem ser amplificados e mostrados em um osciloscópio ou registrador. 06. Efeitos biológicos do ultrassom: Os resultados obtidos até agora conduzem à suposição de que nenhum bioefeito substancial tem sido verificado com feixe ultra-sônico de intensidade inferior a 100mW/cm². Para resumir, podemos enumerar os seguintes efeitos de interesse biológico:1) Efeito técnico: a energia intrínseca das ondas sonoras gera calor ao atravessar o tecido. 2) Efeito mecânico-ventilatório: empregado no preparo dos canais radiculares através da instrumentação, coadjuvado pela irrigação simultânea. 3) Efeito químico:pela liberação de substâncias ionizantes. 4) Efeito reflexivo: característica de atingir o objeto e retornar (como no ecograma) 5) Fenômeno de cavitação: termo utilizado para descrever a formação de cavidades ou bolhas no meio líquido, contendo quantidades variáveis de gás ou vapor. No caso de células biológicas ou macromoléculas em suspensão aquosa, o ultra-som pode alterá-las estruturalmente e/ou funcionalmente através da cavitação. 07. Processamento do Sinal: Sistema pulsado com duração de cerca de um microssegundo para cada pulso de alguns ciclos; com intervalos de 500 microssegundos para receber os ecos, primeiro os superficiais, depois os profundos. Cada eco corresponde a um ponto brilhante no monitor (modo B). calibragem dos aparelhos para 1540 m/s de velocidade de propagação do som. 08. Transmissão da onda sonora: Reflexão: a transmissão do som através do meio causa perda sucessiva do sinal em função da reflexão, calor e outros fatores. Atenuação (dB) = Frequência (MHz) x Distância 09. Reflexão total: Quando a diferença de impedância acústica entre os meios é muito grande (estruturas calcificadas, por exemplo). Artefatos de reflexão total: sombra acústica posterior. TGC – time-gain compensation: amplificação maior para ecos gerados nas regiões mais profundas. 10. Resolução: Capacidade de distinguir dois pontos separados em uma imagem (quanto maior a frequência, menor o comprimento de onda e maior a resolução). - Resolução lateral - Resolução axial 11. Análise ultra-sonográfica: Só é capaz de identificar patologias se produzirem alteração de: - Topografia dos órgãos - Dimensões - Contorno - Textura-impedância acústica - Fluxo vascular (Doppler) 12. Geometria dos transdutores: - Em leque: imagens de localização mais profunda, tem menor frequência. - Linear: exames mais superficiais (mamografia), tem alta frequência. - Setorial: intermediário, de frequência também intermediária. 13. Aparelho US básico: tem três transdutores: um linear (superficial), um trapezoidal ou setorial (abdômen); e um em leque (intracavitário: próstata, útero, ovários – endorretal ou endovaginal). 14. Janela acústica: - Líquida: encher a bexiga de urina (afasta o intestino) - Sólida: usar fígado para visualizar a vesícula 15. Imagens - Hipoecóicas: escuras, representando uma menor densidade - Hiperecóicas: claras, representando uma maior densidade - Anecóicas: pretas com parte brilhante posterior, chamada reforço acústico posterior. ULTRA-SOM GINECOLÓGICO 01. Estruturas analisadas: - Útero - Posições: AVF, RVF, MVF - Volume Normal: 25 a 160 ml( em multíparas) - Endométrio - Anexos: Ovários e Trompas 02. Tipos de US: - US suprapúbico - US transvaginal - Histerossonografia 03. Transdutor: Quanto maior o MHz, maior a resolução e menor a penetração 04. US suprapúbico - Vantagens: estudo de grandes massas pélvicas; - Ovário em topografia alta; - Avaliar melhor a bexiga; - Mensuração uterina mais correta; - Boa medida da TN (transnucência nucal – da 11ª a 13ª semana. Há acúmulo de líquidos atrás da nuca do bebê, podendo denunciar anomalias). - Desvantagens: Útero retrovertido; - Paciente obesa; - Menopausa; - Avaliação de pequenas lesões ovarianas; - O diagnóstico diferencial das texturas é mais difícil; - Desconforto (bexiga cheia). 05. US transvaginal: - Vantagens: maior resolução; - Confortável; - Útero retrovertido; - Menopausa; - 1º trimestre da gravidez; - Avaliação textural; - Desvantagens: - Curto Alcance - Menor amplitude de movimentos - Dor pélvica aguda - Recusa da paciente - Contra-indicações : - Paciente virgem - CA de colo 06. Anomalias uterinas: congênitas e adquiridas - Útero: bicorno, septal, bidelfo - Miomas (nódulo hipoecóico): intramural (no miométrio), submucoso (para dentro da cavidade uterina), subseroso (cresce para fora do útero) 07. Anomalias do endométrio: - Pólipos: foco (nódulo) ecogênico no interior da cavidade uterina - Espessamento: normal é até de 14mm na fase secretora; nas mulheres em menopausa sem reposição hormonal, o normal é de 5mm e com reposição é de 10mm. 08. Ovários: estrutura ovalar com textura não homogênea pela presença dos folículos, que se apresentam como coleções líquidas. 09. Trompas: processos inflamatórios agudos e crônicos (estes como hidrossalpingite) ULTRASSOM EM OBSTETRÍCIA 01. US no 1º trimestre: - Saco gestacional - Vesícula vitelínica - Saco amniótico - Concepto - Placenta - Cordão umbilical Questionamentos a serem feitos: é gravidez ectópica? Qual a idade gestacional? (Margem de erro para o dia do parto: 3 a 5 dias). Com o passar do tempo, aumenta a margem de erro em até 15 dias. - Saco gestacional (visto em 4 semanas no US transvaginal e em 5 semanas no suprapúbico; no início, tem crescimento acelerado de 1mm por dia). - Em 5 semanas, visualiza-se o embrião trilaminar cuja lâmina mediana bate (coração). - Em 8 semanas, o embrião adquire a forma de castanha, obtém-se o CCN (comprimento craniocaudal) e observam-se movimentos do crânio. - Em 9 semanas, o SN surge e passa a controlar a FC (que então diminui). - Em 10 semanas, o embrião já possui a fora humana e é possível determinar o sexo – se o falos estiver dirigido para cima, é homem, se para baixo, é mulher. 02. US no 2º e 3º trimestres: - Parâmetros para mensuração da idade gestacional: - DBP – diâmetro bi-parietal - Tamanho do fêmur - CA – circunferência abdominal - CC – circunferência cranial - O US no 2º trimestre permite analisar a morfologia fetal - Analisar face - Coluna vertebral - Higroma cístico: coleção líquida atrás da nuca - Coração e aorta anecoica - Derrame pleural (imagem cística anecoica circundando pulmão e coração) - Derrame pericárdico (imagem cística anecoica circundando apenas o coração) - Rins isoecoicos, com o tempo tornam-se hipoecoicos) ULTRA-SOM URINÁRIO 01. Rins - Dimensões: 11 x 2,5 x 5 cm - Peso: 120 a 170 g - Rim esquerdo é 1 a 2 cm mais alto que rim direito - Localização: retroperitônio, rim esquerdo entre 12ª vértebra torácica e 3ª lombar 02. Método de exame: - Raio X de abdome - Ultra-som - Urografia excretora - Tomografia computadorizada - Cintilografia - Ressonância magnética - Uretrocistografia 03. Rx simples de abdome: procurar calcificações 04. US: analisa morfologia e textura - Rim é uma massa hipoecoica com centro ecogênico (parte central branca e periferia escura) - Rim ectópico - Pionefrose (hipoecóico) - Hidronefrose (anecóico) - Massa renal - Doença Policística renal (coleções líquidas – imagens císticas anecóicas parenquimatosas) 05. Urografia excretora: analisa morfologia e função - Utiliza-se contraste iodado intravenoso, realizando-se vários Rx para examinar a excreção (análise funcional) e a morfologia. 06. TC: - Utiliza-se contraste via oral e intravenosa - Pielonefrite: xantogranulomatosa - Normal: Rim opacificado (excretando contraste) 07. Cintilografia: análise da função 08. Uretrocistografia - Válvula de uretra posterior: hidronefrose, refluxo, aumento da pressão, apresentandobexiga dilatada por esforço. MAMOGRAFIA 01. Mama: tem densidade de partes moles; a compressão da mama é indispensável, pois seu parênquima é compressível, mas um tumor não. 02. Mamografia digital: o filme é substituído por detectores; diferente da mamografia tradicional, que tem relação 1:1, o mamógrafo digital tem relação 1:3; portanto a imgaem digitalizada perde detalhes, porém tem melhor contraste. A mamografia tem elevada frequência no transdutor (com menor poder de penetração, porém maior de resolução). 03. Divisões: 4 quadrantes – superior esquerdo e direito, inferior esquerdo e direito 2 incidências – crânio-caudal e medial-lateral 04. Densidades Radiológicas: - Branco: tecido glandular e estroma - Preto: gordura (retromamária) - Branco anormal: nódulos - Branco brilhante: calcificações 05. Calcificações: - Benignas: lineares, em bastão, arredondadas. - Malignas: irregulares, segmentares, em letras – pleomórficas (Tem uma anotação de uma seta apontando para “pleomorficas” e dizendo “idade”, mas não sei ao certo a relação exata). 06. Padrão de lipossubstituição da mama: - Padrão I: mama lipossubstituída uniformemente; - Padrão II: mama com 75% de lipossubstituição; - Padrão III: mama heterogeneamente densa; - Padrão IV: mama densa (comum em jovens); Na mulher mutípara, ocorre maior involução glandular e maior grau de lipossubstituição. 07. Alterações inflamatórias da mama - Eczema areolar (pode haver associação com tumor) - Mastites (área densa, edema intersticial, necrose) - Abscessos mamários - Mastites crônicas (calcificações) - Ectasia ductal (melhor pelo US) - Mastite plasmocitária (calcificações nos ductos) - Necrose gordurosa Distorção da arquitetura glandular + Calcificações + Densidade Irregular = Neoplasia 08. Ectasia ductal: ductos dilatados, presença frequente de pólipos, pode ser apenas processo inflamatório; se for papilomatosa, pode ocorrer “descarga papilar hemorrágica”. 09. Cisto mamário: coleção anecóica, contornos regulares, presença de sinal acústico posterior, o diâmetro transversal é maior que o ântero-posterior (ao contrário do tumor), deve-se procurar vegetações. 10. Ductografia: através de um cateter introduzido no mamilo é injetado um contraste fino que realça o ducto mamário; se houver falha no enchimento do ducto, desconfiar de papiloma; se houver aumento do diâmetro do ducto, é ectasia ductal. 11. Alterações hormonais - Hiperplasia pré-puberal - Ginecomastia - Mastopatia: fibrosa, fibrocística (nódulos calcificados), hiperplasia epitelial típica ou atípica. 12. Indicações para US Mamário - Identificar matriz na mama - Mamografia equívoca - Superposição de dados - Próteses mamárias - Problemas clínicos nos adolescentes 13. Parâmetros para classificação de massas mamárias Aspecto Benigno Maligno Contorno Liso Irregular Padrão ecogênico central Homogêneo ou Anecóico (cisto) Não-uniforme Visibilidade da parede posterior Intensa (aumentada, reflexão – conteúdo anecóico com parede posterior com reforço acústico posterior Não visível (pobremente visível, sombra acústica posterior) Obs: O reforço acústico é formado porque a radiação, ao percorrer um conteúdo anecócio, não sofre perda de energia (atenuação), mas quando o feixe atinge o limite posterior, há grande atenuação, resultando na imagem hipotransparente. 14. Neoplasia benigna - Papiloma intraductal - Fibroadenoma - Adenoma - Lipoma - Hemangioma Tumor sólido + Calcificação = Benigno Diâmetro transversal maior que o longitudinal = Benigno Contorno regular + Reforço acústico posterior + Padrão ecogênico heterogêneo = Cisto hemorrágico - Sombra acústica: nódulo calcificado (fibroadenoma possui alto grau de calcificação); -Calcificação em pipoca: fibroadenoma calcificado -Tumor gigante de mama: adenoma gigante e cistosarcoma fibrótico; textura sólida, hipoecóica, heterogênea, com reforço acústico posterior. 15. Sinais primários de câncer de mama - Densidade assimétrica - Tamanho relativo - Contorno - Calcificação 16. Sinais secundários de câncer de mama - Alterações do mamilo e da aréola - Espessamento da pele (em casca de laranja) - Retração da pele - Aumento da vascularização - Hiperplasia ductal - Assimetria: distorção da arquitetura, aumento da densidade do estroma, trabeculado espessado. - Proeminência dos ductos - Linfonodos axilares e mamários (aumentados e mais densos) Obs: Massa de contorno irregular anecóico com sombra Carcinoma mamário CÂNCER DE MAMA 01. Sinais mamográficos que aumentam a probabilidade de neoplasia maligna - Neodensidade - Calcificação 02. Achados que sugerem aumento de probabilidade de neoplasia maligna - Lesões espiculadas - Calcificações ramificantes finas e lineares 03. Achados que devem levantar suspeita - Lesão de margens mal definidas - Lesão de margens microlobuladas - Distorção da arquitetura - Borda parenquimatosa distorcida 04. Diagnóstico Diferencial - O câncer invasivo é um nódulo espiculado - A necrose gordurosa apresenta retração periférica - A cicatriz radial é uma lesão com distorção da arquitetura e área central gordurosa (ao contrário do tumor, com parte central densa) - Cicatriz pós-cirúrgica - Tumores raros - Massa espiculada que não é cicatriz pede biópsia 05. Calcificações pleomórficas Calcificações Finas Padrão Nodular Padrão Ductal
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