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ESTUDO RADIOLÓGICO DO TÓRAX - AULA 1 - Todo clínico tem a necessidade de compreender um raio-X de tórax INCIDÊNCIAS RADIOGRÁFICAS - Rotina normal: • PA • Perfil esquerdo (ortostático) • Obs: PA pois não aumenta a área cardíaca como aconteceria no AP; Perfil esquerdo é pelo mesmo motivo - Normas: • Tórax mais próximo do filme possível • Distância foco/filme padrão de 1,80 m • Radiografia obtida em inspiração máxima - Incidência Perfil: • Útil para valiar zonas “mudas”, ocultas, do PA (regiões retroesternal, retrocardíaca, seios costofrênicos posteriores, posições posteriores aos arcos costais) • Auxiliar na localização anteroposterior de alterações vistas em PA - Incidências adicionais: • Apicolordótica • Decúbito lateral com raios horizontais (Incidência de Laurell) • Inspiração e expiração máximas • Radiografias penetradas • Oblíquas • Tórax com esôfago contrastado - Incidência Apicolordótica: • Paciente obliquada em sentido de lordose • Útil para dissociar estruturas muito sobrepostas (ex: clavícula), principalmente estruturas superiores (ápice pulmonar) - Decúbito lateral com raios horizontais (Incidência de Laurell): • Ajuda a avaliar derrame pleural • Pacientes com derrame pleural livre, o líquido vai cair de acordo com a gravidade • Fazer decúbito no lado da suspeita - Inspiração e expiração máximas: • Inspiração máxima é rotina normal • Entre a inspiração e a expiração máxima ocorrem de 5 a 10cm de diferença na altura do diafragma • Expiração é indicada quando: • Paciente com paralisia diafragmática • Avaliar expansibilidade pulmonar • Pequeno pneumotórax (pulmão expirado menos aerado – mais denso – aumento do contraste com ar livre + redução do volume pulmonar com aumento relativo do volume do pneumotórax) • O pulmão expirado acaba ficando mais branco (menos ar) - Radiografia Penetrada: • Aumenta-se a força de penetração do Rx propositalmente (acréscimo de 10 a 20 Kv) • Indicações: • Estruturas midiastinais • Arcos costais • Estruturas ósseas (ex: corpos vertebrais) • Acaba sacrificando a visualização do próprio pulmão - Oblíquas: • Ajuda a dissociar estruturas sobrepostas • Avaliar integridade dos arcos costas - Tórax com esôfago contrastado: • Fazer em perfil • Avalia compressões extrínsecas (íntima relação com o AE, linfonodomegalias) AVALIAÇÃO DA QUALIDADE RADIOGRÁFICA - Parâmetros a serem avaliados: • Identificação • Nome do paciente • Incidência (padrão = à direita do paciente e à esquerda do observador) • Sempre o lado direito do paciente fica do lado esquerdo do observador, independente da incidência • Rotação • Posicionamento “rodado” do paciente pode simular alterações, como aumento da área cardíaca • Avaliar pelas extremidades da clavícula (devem estar equidistante a linha média do paciente) • A linha média é dada por uma linha traçado entre os processos espinhosos da vértebra • Técnica adequada • PA = a coluna torácica retrocardíaca não deve ser visualizada • Perfil = observar gradiente de densidades da coluna torácica (hipotransparente superiormente; hipertransparente inferiormente) • Fase respiratória adequada • O padrão é inspiração máxima (RX deve ser tirado no final da inspiração) • É importante se certificar que a fase respiratória está correta para não tirar falsas conclusões • Radiografia expirada pode gerar erros de interpretação (ex: coração maior) • Centralização • O Rx de tórax deve conter: • Região cervical inferior • Porção proximal dos úmeros • Abdome superior ANÁLISE DO RX DE TÓRAX - Lembrar que RX de tórax não serve apenas para pulmão - Roteiro para análise: • Partes moles • Esqueleto torácico • Abdome superior • Sombra do mediastino • Pleura (espaço pleural) • Pulmões - Partes Moles: • Mamas, mamilos e fossas supraclaviculares • Atenção para pacientes mastectomizadas • Mamilos podem simular nódulos (os mamilos podem ser marcados com metal para identificação no RX) • Mamas remanescentes podem simular hipotransparência - Esqueleto torácico: • Costelas, coluna torácica, escápulas, clavículas, esterno e porção proximal dos úmeros • Coluna torácica e esterno = melhor visualizados no perfil • Um bom RX de tórax retira a escápula do campo (ela fica afastada e não se sobrepõe) • “Sombra companheira da clavícula”: aparece acima da clavícula pela dissociação dos feixes de raios • Não confundir “sombra companheira da clavícula” com fratura • Atenção para: • A primeira costela é muito mais resistente que a última costela • Logo, uma fratura de primeira costela é resultante de um trauma de alta energia • Fraturas de arco costal: • Fraturas de arco costal superior —> traumas de alta energia —> lesões vasculares associadas • Fraturas de arco costal inferior —> traumas de menor energia —> órgãos abdominais - Abdome superior e Cúpulas Diafragmáticas: • Condições normais = cúpula direita (fígado) mais alta que a esquerda (coração) • Recessos/seios costofrênicos • Incidência em perfil: • Cúpula direita visualizada 100% • A cúpula direito é a linha superior • 1/3 anterior da cúpula esquerda não individualizada pela sobreposição com o coração - Mediastino: • Não é visualizado as estruturas em si, mas sim suas sombras (contorno mediastinal) • Visualização de traqueia e brônquios (mesma densidade) as demais estruturas apenas ficam visíveis os limites externos • Mediastino em PA: • Mediastino em Perfil: • Anterior: Ventrículo direito • Superior: Vasos da base • Posterior: Esôfago e Aorta descendente • Hilos pulmonares: • Composição: • Ramos das artérias e veias pulmonares • Brônquios lobares • Vasos linfáticos • À radiografia normal: • Visualizado essencialmente ramos principais das artérias pulmonares • Brônquios lobares não são individualizados • Linfonodos visualizados apenas se alterados • Veias pulmonares chegam ao coração em posição inferior ao hilo • Hilo pulmonar direito localizado pouco abaixo do hilo esquerdo • Aumento Hilar – pode ser causado pelo aumento de qualquer estrutura que componha o hilo pulmonar: dilatação das artérias pulmonares (hipertensão pulmonar) e linfonodomegalias • Divisão anatômica do mediastino: • Limite Superior: linha da junção entre o manúbrio e corpo do esterno até espaço T4- T5 • Limite Inferior: face anterior do pericárdio (mediastino anterior / médio) e linha posterior da traquéia e face posterior do pericárdio (mediastino médio / posterior) • Divisão radiológica/tomográfica do mediastino: • Pré-vascular (anterior) • visceral (médio) • paravertebral (posterior) - Pleura: • Espaço pleural visualizado apenas quando há material entre os folhetos pleurais • Cisuras: • Direita (horizontal ou menor e oblíqua ou maior) • Esquerda (oblíqua) • Incidência em perfil define se a lesão é no lobo inferior ou médio do pulmão direito - Pulmões: • Buscar diferenças na transparência (hipo ou hipertransparência) • Sempre comparar os dois pulmões (análise bilateral) • Vasos pulmonares: identificados até cerca de 1,5 cm da superfície pleural (exceto ápices ~ 3 cm). • Em ortostase: vasos dos lobos superiores tem menor calibre que nos lobos inferiores PADRÕES BÁSICOS EM RADIOLOGIA TORÁCICA E SEMIOLOGIA RADIOLÓGICA PADRÃO ALVEOLAR (ESPAÇO AÉREO): - Preenchimento do espaço aéreo (espaço alveolar) por material diferente de ar (ex: exsudato, transudato, sangue, materiais exógenos) - Poros de Kohn, Canais de Lambert e Canais de Martin: facilitam a disseminação entre alvéolos (mas não entre lobos) - Ocupação de espaços aéreos —> confluência —> densidade uniforme (consolidação) - Essa segmentação pode ser dentro de um segmento (consolidação subsegmentar), dentro de um lobo (consolidação lobar) ou em todo o pulmão (consolidação pulmonar) - Broncograma Aéreo: • Em condições normais os brônquios e bronquíolos estão preenchidos por ar e, no RX, eles não são distinguíveisdos alvéolos • Em consolidações, como o brônquio está cheio de líquido, é possível diferenciar brônquios de alvéolos - Patologias que causam padrão alveolar: • Pneumonia • Hemorragia pulmonar • Broncoaspiração PADRÃO INTERSTICIAL: - Interstício pulmonar: • Tecido de sustentação que mantém arquitetura alveolar + interface alvéolo-capilar • Contém vasos, brônquios e linfáticos - O interstício é dividido em: - Interstício peribroncovascular - Interstício subpleural - Interstício parenquimatoso (centrolobular / intralobular) - O padrão intersticial é marcado pelo espessamento das estruturas intersticiais, sendo visualizado na imagem com o aspecto de linhas (padrão reticular) - É um padrão difuso - Achados: • Linhas B de Kerley: • É o septo interlobular espessado, visualizado como linhas densas • Melhor visualizadas nas porções inferiores, próximo aos seios costofrênicos • Achado muito sutil - Além desse padrão de linhas (padrão reticular), pode assumir o padrão micronodular (“bolinhas”) ou padrão misto (reticulonodular) - Infiltração do interstício peribroncovascular: • Indefinição do contorno de paredes brônquicas, vasos e hilos pulmonares (por espessamento dessas estruturas) • Decorrente de processos de evolução rápida (ex: ICC) - Infiltração do interstício parenquimatoso: • Pode apresentar 3 padrões: • Padrão reticular (fibrose pulmonar, colagenose e abestose) • Padrão micronodular (tuberculose, paracoccidioidomicose, pneumonias virais ou germes atípicos, silicose) • Padrão reticulonodular (sarcoidose e disseminação neoplásica) - Infiltração do interstício subpleural: • Espessamento do tecido subpleural • Cisuras e limites pleurais bem marcados - Edema pulmonar e Pneumonias: • Combinação do padrão alveolar e intersticial SINAL DA SILHUETA: - Normalmente, o contorno do órgão é dado pela diferença de densidade entre estruturas adjacentes - Quando o parênquima pulmonar é acometido, a densidade de ar é substituída por densidade de partes moles - Dessa forma, o parênquima pulmonar fica com a mesma densidade do contorno cardíaco, do diafragma e da aorta, perdendo o contorno claro - A perda do contorno é definida então Sinal da Silhueta - Útil para reconhecer atelectasias de todo o pulmão • Exemplos: • Lesões no lobo médio – perda do contorno cardíaco direito • Lesão base pulmonar – perda do contorno diafragma • Lesão língula – perda do contorno cardíaco esquerdo ATELECTASIA: - É a expansão incompleta de um pulmão ou parte dele (subsegmentar, segmentar, lobar) por redução ou ausência de ar nos alvéolos (perda de volume) - Lesão secundária (consequência de alguma patologia e não doença em si) - Divisão de acordo com etiologia: • Atelectasia obstrutiva / de reabsorção (obstrução da luz brônquica) • Atelectasia compressiva / passiva (compressão impede a expansão) • Atelectasia discoide ou subsegmentar (diminuição da mobilidade do diafragma) • Atelectasia adesiva (deficiência de surfactante com colapso alveolar) • Atelectasia cicatricial (associado a fibrose focal ou difusa) - Achados radiográficos: • Redução volumétrica do segmento, lobo ou pulmão acometido • Deslocamento de cisuras (e brônquios) em direção a porção atelectasiada • Variação na opacidade pulmonar (atelectasia) de acordo com a extensão do parênquima acometido • Casos mais extensos: elevação da cúpula diafragmática, desvio do mediastino para o lado evolvido, redução dos espaços intercostais, hiperinsulflação compensatória • Presença de broncograma aéreo é incomum (principalmente atelectasias obstrutivas) NÓDULOS: - Nódulo VS. Massa: • Nódulo < 3cm • Massas > 3 cm - Causas: • Granulomas • Neoplasias primárias • Metástases solitárias • Tumores benignos - Nódulo pulmonar solitário: • Avaliar tamanho, contorno, forma, densidade e presença de calcificação ou escavação - Pequenos nódulos múltiplos: • IndicamTB miliar, silicose, sarcoidose, metástases • Nódulos múltiplos podem ser de localização intersticial ou alveolar / de espaço aéreo, porém de difícil diferenciação (nódulos de espaço aéreo tendem a confluir) - Grandes nódulos múltiplos: • Principal causa são as metástases hematogênicas • Outras causas: embolia séptica e doenças infecciosas (aspergilose) - Nódulo benigno X maligno: • Avaliar presença de calcificações e crescimento • Critérios de benignidade – Ausência de crescimento em 2 anos e presença de calcificações (puntiforme / central, em alvo, periférica, em pipoca e difusa) - Atenção: • O contorno regular não permite classificar o nódulo como benigno • Tumores benignos no pulmão são raros • O tumor benigno de pulmão mais comum é o hamartoma (nódulo arredondado, circunscrito, áreas com densidade de gordura e calcificações em pipoca) MASSAS: - Única diferença de nódulo é o tamanho (>3cm) - Massas pulmonares estão em grande parte associadas a malignidade (massas são sempre suspeitas) - Confunde menos que os nódulos ESCAVAÇÕES (CAVITAÇÕES): - Cavidade = área de necrose pulmonar que se comunica com via aérea pérvia, drenando o conteúdo - Relacionado a TB (principal causa de cavitações), histoplasmose, neoplasia, infecção estafilocócica - Analisar espessura de paredes e presença de conteúdo ou nível líquido - Incidência de Laurell pode elucidar presença de líquido ou crescente aéreo - Bola fúngica é causada por Aspergillus e se desenvolve em uma cavitação já tratada ENFISEMA PULMONAR: - Enfisema Pulmonar = Destruição dos espaços aéreos envolvidos nas trocas gasosas (bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos) - Ruptura e coalescência das paredes alveolares com destruição do leito capilar e distensão permanente dos alvéolos - Tabagismo principal fator de risco (outros: ocupacional, poluição, deficiência de alfa 1- antitripsina) - Achados radiográficos: • São só tardios (pacientes precoces não apresentam achados no RX) • Aumento do volume pulmonar / Hiperinsulflação compensatória • Hipertransparência (generalizada ou irregular conforme extensão e localização) • Rebaixamento e retificação do diafragma • Atenuação das marcas vasculares • Sinais de hipertensão pulmonar • Formação de bolhas (paredes finas, hipertransparentes, junto a superfície pleural, mais frequentes nos lobos superiores) PNEUMOTÓRAX: - Pneumotórax = Presença de ar no espaço pleural - Pode ser espontâneo (ruptura de bolhas subpleurais; fístula broncopleural) ou de natureza traumática (principal causa: penetrante ou não-penetrante) - Pneumotórax hipertensivo: • Ocorre quando há trauma torácico não comunicante (não há comunicação do pulmão com o meio externo) • Ocorre mecanismo valvar unidirecional = o ar vai se acumulando no espaço pleural —> atelectasia compressiva —> desvio mediastinal para o lado contrário. Se for de grande volume —> compressão dos grandes vasos —> choque por baixo débito - Achados radiográficos: • Espaço aéreo hipertransparente entre as pleuras (ausência de vasos) • Radiografia em expiração aumenta o volume relativo do pneumotórax em contraste com o pulmão menos insulflado • Pode estar associado a nível líquido (hidropneumotórax / hemopenumotórax) • Quando o pneumotórax é maior do que 1/3 do volume do hemitórax devemos fazer drenagem para evitar compressão de vasos DERRAME PLEURAL: - Derrame Pleural = É a manifestação mais comum dos acometimentos da pleura - No entanto, pode ter origem não pleural (origem cardíaca, etc) - Causas: • Aumento da pressão hidrostática capilar • Redução da pressão coloidosmótica capilar • Aumento da permeabilidade vascular • Alteração na drenagem linfática pleural • Passagem transdiafragmática de líquido peritoneal - Análise bioquímica do líquido: • Transudato (pleura normal) – ICC, Sd. Nefrótica, Cirrose hepática • Exsudato (pleura alterada) – Inflamação / Infeccção ou neoplasia - Em condições normais existem de 10 a 15 mL de líquido entre as pleuras - Inicialmente acúmulopor gravidade nos seios costofrênicos posteriores - Pequenos derrames (a partir de 50 mL) visualizados apenas nas incidências em perfil ou Laurell (pois pequenos volumes se acumulam apenas no seios costofrênicos posteriores, que é a porção mais inferior do nosso pulmão) - visualizados como um pequeno apagamento dos ângulos do seio (aspecto “em menisco”) - Tórax em PA é necessário para derrames mais volumosos para velamento (apagamento) dos seios costofrênicos (pelo menos 200 mL) - Atenção: • Mesmo derrames volumosos podem não ser notados na incidência em AP obtida em decúbito dorsal - derrame se distribui para as porções posteriores • Radiografia em decúbito lateral auxilia muito (incidência de Laurell) - Tipos de Derrame Pleural: • Livre: apagamento do seio costofrênico, indefinição do contorno diafragmático, derrames volumosos podem causar velamento de todo hemitórax com desvio mediastinal para o lado oposto • Interlobar: acumulam-se entre as cisuras (em geral cissura horizontal), formato elíptico ou biconvexo • Subpulmonares: podem passar despercebidos pois moldam-se a superfície do diafragma (podem ser notados pelo sinal da hemicupula elevada) • Loculados: acumulam-se entre as superfícies pleurais parcialmente aderidas (US e CT adequados na caracterização) • Empiema: líquido espesso / purulento no espaço pleural. Imóvel ou move-se lentamente (US: útil para avaliar septações e orientar drenagem) HEMOTÓRAX: - Em geral relacionado a trauma - Eventualmente pode ser ocasionado por coagulopatias, doenças vasculares ou causas iatrogênicas - RX tórax mostra imagem de derrame sem características típicas (pode organizar e assumir aspecto loculado–hemotórax coagulado) TÉCNICAS DE IMAGENS TRANSVERSAIS - AULA 2 TÉCNICAS DE IMAGENS TRANSVERSAIS: - Tomografia computadorizada (TC) - Ultrassonografia (US) - Ressonância magnética (MRI) - Cintilografia de tórax RELEMBRANDO: - A radiografia é uma técnica bidimensional que sobrepõe as estruturas, formando uma imagem de projeção - Por isso, normalmente essas imagens são interpretadas com incidências ortogonais, minimizando o efeito da sobreposição - Muitas vezes a imagem de projeção causa falsas interpretações INTRODUÇÃO: - Os métodos transversais são exames que realizam “fatias” das imagem, eliminando a sobreposição e possibilitando a visualização tridimensional em outros planos - Planos anatômicos: • Axial/transveral • Sagital • Coronal • Oblíqua - As imagens obtidas em métodos transversais são produto de leituras digitais individuais, de vários ângulos, sintetizado em uma imagem digital - O US também é um transversal, sendo que o plano da imagem vai ser definido pela orientação do transdutor - Na topografia computadorizada as imagens são habitualmente obtidas no plano axial. Feixes de RX atingem pequenos detectores na parede oposta à fonte de raios e passam em uma varredura contínua (helicoidal) - A ressonância magnética pode ser obtidas em várias planos (axial, coronal, sagital) - diferente da TC que é obtida apenas em axial TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: - OS dados obtidos são processados e as imagens geradas são produzidas no eixo axial - Os mesmos dados digitais produzidos podem ser manipulados para otimizar o contrate entre estruturas - No tórax, para detalhes do parênquima pulmonar, são criadas “janelas de pulmão” - Detalhes de partes moles e coração podem ser identificadas na “janela de mediastino” - Além disso são possíveis reformatações para “janela óssea” para avaliar tanto a cortical quando a medular óssea - Vale ressaltar que não são feitas 3 sequências de imagem. O que ocorre é o obtenção de uma sequência única de imagens e posteriormente eu posso aplicar um filtro (janela) específico nessa sequência DENSIDADE: - A TC utiliza as mesmas densidades radiográficas convencionais: • Ar (preto) • Gordura (cinza mais escuro) • Partes moles (cinza mais claro) • Osso (branco) - A densidade na tomografia é expressa em Unidades Hounsfield (U.H.) - •O aparelho é calibrado para que a água tenha 0 U.H. e o ar – 1000 U.H. - Os valores típicos são: • Pulmão = – 800 U.H. • Gordura = – 120 U.H. • Líquido = 0 U.H. • Músculo = 40 U.H. • Osso = 350 a 1000 U.H. CONTRASTE: - Embora a TC tenha melhor discriminação de contraste, o coração, os vasos mediastinais e estruturas do mediastino tem tons intermediários de cinza (“densidade de partes moles”) - Por esse motivo o contraste pode ser administrado por via endovenosa para aumentar a radiodensidade do sangue, que então passa a ser mais branco que as demais estruturas - De acordo com o tempo de circulação e velocidade de injeção do contraste é possível visualizar uma ou outra estrutura (ex: existem tempos de circulação para ver aorta e tempos de circulação para ver veia cava superior) PADRÃO DE VISUALIZAÇÃO: - Em imagens axiais, pressupõe-se que estejamos vendo o paciente a partir de baixo - O lado direito do paciente está a sua esquerda - Ao olhar uma tomografia imagine que você está na posição de um médico realizando exame ginecológico TOMOGRAFIA TRIDIMENSIONAL: - Imagens tridimensionais a partir do conjunto de dados axiais originais que podem ser visualizados em qualquer direção (ângulo) - Inclusive podemos atribuir diferentes cores para valores diferentes na escala de densidade (U.H.) - Perceba como é possível manipular os dados crus obtidos (“raw data”) e, a partir deles, selecionar apenas as estruturas desejadas e aplicar a cor que você melhor julgar INDICAÇÕES DA TC DE TÓRAX: - Melhor caracterização dos achados identificados na radiografia de tórax (Para detalhamento do parênquima, utiliza-se técnica de alta resolução - TCAR) - Estadiamento do câncer de pulmão e esôfago - Detecção de metástases de neoplasias extratorácicas - Avaliação do nódulo pulmonar solitário (muitas vezes esse nódulo não consegue ser estudado no RX) - Suspeita de massa hilar ou mediastinal - Suspeita de tumor de origem pleural ou empiema - Exame de derrames pleurais complicados - Avaliação complementar para sinais/sintomas com achados inconclusivos ao exame físico e radiografia de tórax (ex: hemoptise) - Guias procedimentos diagnósticos e terapêuticos INDICAÇÕES DA ANGIOTOMO DE TÓRAX: - A principal diferença entre uma TC e uma ANGIOTOMO é o volume do contraste e o tempo de aquisição do exame - Vasos pulmonares são avaliados em aquisição precoce (menos tempo de circulação do contraste) - Vasos arterias (ex: aorta) são avaliados em aquisição tardia (mais tempo de circulação do contraste) - Indicações: • Suspeita de tromboembolismo pulmonar • Suspeita de dissecção de aorta • Sindrome da veia cava superior RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: FORMAÇÃO DA IMAGEM: - A RM utiliza diferentes propriedades físicas para a produção de imagem a partir da exposição do paciente a um campo magnético de alta intensidade, seguido de aplicação de pulsos de radiofrequência - As imagens se formam a partir da absorção e emissão de energia de radiofrequência e diferentes tipos de pulsos criam diferentes tipos de imagens - Esses diferentes tipos de imagem podem ser referidos como imagens ponderadas de acordo com cada sequência de pulso (T1 e T2) - T2 é uma sequência sensível a líquido (líquido “brilha”) - T1 não é sensível a líquido - A RM tem a vantagem de não utilizar radiação ionizante e contraste iodado - O contraste a base de gadolínio são menos propensos a reações adversas. No entanto é contraindicada em determinados grupos de pacientes - Na RM é possível fazer ponderações, ou seja, de acordo com cada tecido posso selecionar um tipo de imagem (ex: a gordura que é normalmente branca pode ficar preta no exame) - Cada sequencia de ressonância é relativamente demorada e várias sequencias não necessárias por exame. No entanto a grande quantidade de sequencias utilizadas pode fornecer um melhor levantamento anatômico - Por isso, aRM não é o melhor exame para avaliar tórax. O exame mais rápido e mais acessível é a TC - No entanto, em algumas situações a RM fornece a melhor imagem AVALIAÇÃO DE PARÊNQUIMA PULMONAR: - Como regra a imagem do parênquima pulmonar tem menor resolução e nitidez que a tomografia porque o ar dentro do pulmão fornece relativamente pouco sinal (pouca água) INDICAÇÕES: - Avaliação de massa mediastinal - Avaliação de doença cardíaca congênita e adquirida (RM Cardíaca) - Estadiamento do câncer de pulmão quando TC aponta invasão do coração, grandes vasos, parede torácica e diafragma - Na impossibilidade de realização de tomografia computadorizada por alergia grave ao contraste iodado na suspeita de disseção de aorta ou TEP ULTRASSONOGRAFIA: FORMAÇÃO DA IMAGEM: - Transdutor direciona as ondas sonoras de alta frequência —> ondas refletem de maneira variada nos diferentes tecidos —> transdutor detecta as ondas refletidas e sintetiza as imagens - Líquidos causam reflexão mínima, por isso aparecem como área homogênea de baixa ecogenicidade - As ondas sonoras se dispõem mal no osso e no ar, por isso, pulmões cheios de ar são difíceis de avaliar com US - Por isso, a principal indicação do US é o derrame pleural - Além disso, interfaces entre ossos-tecidos e ar-tecidos são hiperreflexivas e muitas vezes causam artefatos MEDICINA NUCLEAR (CINTILOGRAFIA PULMONAR): - Durante muito tempo a cintilografia pulmonar foi o padrão outro para a avaliação de TEP - Atualmente o padrão ouro é a angiotomografia do tórax FORMAÇÃO DA IMAGEM: - Cintilografias pulmonares são utilizadas para avaliar a ventilação e a perfusão pulmonar - Um radioisótopo (Tc99m) é marcado com albumina e administrado por via endovenosa - As partículas de albumina são aprisionadas nos capilares pulmonares - Detectores mapeiam a distribuição do isótopo no interior do pulmão - Outro radioisótopo é aspirado pelo paciente para avaliar a ventilação pulmonar - Existem regiões pulmonares que podem ser ventilados mas não perfundidas (ex: TEP) - Ex: na imagem A nota-se que ambos os pulmões estão sendo ventilados. No entanto, na imagem nota-se que o pulmão direito não está sendo perfundido. Logo, fecha-se o diagnóstico de TEP TÉCNICA DE ALTA RESOLUÇÃO DOS PULMÕES: - Exame tem inicio com uma visão geral chamada de escanograma ou scout view (lembra muito uma radiografia) - Na sequência são feitas as aquisições de tórax - Relembrando: • Para avaliação do parênquima pulmonar utiliza-se a janela de pulmão • Para avaliação do mediastino utiliza-se a janela de mediastino • Para avaliação das estruturas ósseas utiliza-se a janela óssea • Em algumas situações, a avaliação das estruturas mediastinais podem ser melhor caracterizadas com a utilização do meio de contraste endovenoso - A pleura e o pericárdio são identificados na janela de mediastino - Habitualmente não há líquido visível no espaço pleural mas pode haver em pequena quantidade no espaço pericárdico - Janela de Pulmão: • Alta resolução do parênquima pulmonar • Nota: quando a imagem de TC está perpendicular a uma estrutura cilíndrica (vaso ou brônquio) ela aparece como um círculo (não confundir com nódulos ou massas) - Para maximizar os detalhes anatômicos pulmonares e avaliar doença intersticial pulmonar, utilizamos duas estratégias: • Obtenção de cortes tomográficos mais finos (0,5 - 1,25mm em vez de 2,5 - 5mm), diminuindo a sobreposição com os tecidos adjacentes (reduz o efeito de volume parcial) • Usamos algoritmo de reconstrução a fim de aumentar a nitidez as interfaces (algoritmo de frequência espacial alta ou ALTA RESOLUÇÃO) - Além da técnica de alta resolução é possível realizar EXAMES EM EXPIRAÇÃO: • Normalmente os exames são feitos em apnéia e em inspiração máxima para reduzir artefatos • No entanto, quando há suspeita de obstrução de pequenas vias aérea, as imagens podem ser obtidas também em expiração (ex: asma, vasculites e DPOC) - RX de Tórax VS. TC de tórax: • RX = ramificações das artérias e veias são o único ponto de observação do interstício e em geral não são mais visualizadas no terço externo do pulmão pois ultrapassam o limite de resolução da imagem do método • TC = brônquios se distribuem do centro para a periferia, bifurcando-se e afilando-se progressivamente. Usualmente não são visualizados nas proximidades da superfície pleural. Da mesma forma ocorre com as artérias que, usualmente acompanham os brônquios (proporção 1:1 - o calibre de um brônquio segmentar é muito parecido com o calibre de u segmento arterial) • Esse relação 1:1 se perde em situações de bronquiectasia ou distúrbios da circulação pulmonar
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