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A CRÍTICA DE CARR

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A CRÍTICA DE CARR
Segundo Carr, qualquer produção de conhecimento passa por duas fases:
1) Fase do objetivo (desejo): Parte de determinado questionamento e nos leva a sair em busca de conhecimento; não dura para sempre 2) Fase da análise: Onde temos que lidar com a realidade dos fatos que por mais que queiramos não podemos modificar. 
Nas ciências sociais a fase do desejo tende a durar mais e/ou se confundir com a fase da análise, pois para essas ciências, se todos concordarem a realidade pode ser modificada.
Carr não menospreza a utopia, pelo contrário, ele acha que “o desejo é o pai do pensamento”, porém não se deve parar apenas na fase do desejo, pois um pensamento focado apenas nessa fase é um pensamento ingênuo, imaturo. Por outro lado, um pensamento focado apenas na análise é um pensamento de velhice; o pensamento maduro deve combinar desejo + análise.
Outra crítica que Carr faz aos utópicos (posteriormente chamados idealistas), é a de que eles prescrevem padrões estritamente normativos aos quais os Estado devem se adequar. Para ele, a prática leva à teoria, e não o contrário como pensavam tais idealistas.
Ética e política: Não adianta definir padrões éticos para os Estados. A política tem um comportamento próprio que transcende tais padrões.
A política internacional é definida por relações de poder: Poder político é o que realmente conta nas relações entre os Estado. Os Estados sempre procuram o poder e isso faz com que conduzam a política internacional do jeito que a conduzem. Segundo Carr o poder pode ser avaliado a partir de três aspectos:
1) Militar: Capacidade bélica.
2) Econômico: Prover o bem estar da população, e é independente dos demais Estados. Eventualmente pode ser transformado em poder militar.
3) Sobre a opinião pública: Reduz os esforços para realizar alianças e acordos, principalmente quando se trata de uma democracia.
IDEALISMO
Período entre guerras: Duas vertentes
1) Idealismo Racional: Segundo eles, a guerra é um ato irracional e por isso não é algo próprio dos Estados (que são racionais). Ela é fruto de processos como falhas na comunicação e só trazem prejuízos. As poucas vantagens que a guerra traz são muito vulneráveis, como por exemplo, novos territórios. No sentido de se evitarem novas guerras tão desgastantes e responsáveis por tantos prejuízos, é criado o direito internacional, as normas e as instituições que tentam impor padrões de comportamento na tentativa de prever as ações dos Estados. - “Zoológico ao invés de selva”.
2) Idealismo liberal: Focado no livre comércio e na democracia que, segundo eles, podem gerar a paz.
Democracia: Geralmente as guerras são frutos de governos ditatoriais, monárquicos, dentre outros, e não de governos democráticos porque a população é a que sofre mais diretamente as conseqüências de uma guerra. Porém, muitas vezes esse é um argumento usado para fazer guerras - “levar a democracia a todos”.
Liberalismo: O livre comércio traz mais benefícios que a guerra porque se acreditava que com ele todos lucrariam.
Os 14 pontos de Woodrow Wilson: Destacamos apenas os pontos mais importantes para o entendimento do pensamento idealista; os demais pontos são acerca de temas mais específicos do contexto da 1ª guerra mundial. São eles: Fim da diplomacia secreta, liberalização comercial, direito das nações, criação da liga das nações (mais importante).
Críticas ao Idealismo:
1) O idealismo visa a manutenção do status quo político: Como o idealismo pregava que não deveria haver novas guerras, de certo modo ele legitimava a posição dos aliados (vencedores da 1ª guerra), na tentativa de desestimular os demais Estados a fazerem novas guerras para reaverem seus prejuízos.
2) Caráter normativo: Prescreve padrões de comportamento que devem ser seguidos por todos os Estados para que a paz seja alcançada, mas na prática isso não acontece. Cada Estado age de acordo com seus interesses.
REALISMO
Em busca de bases sólidas para sua teoria, os realistas fazem releituras de autores clássicos que possam oferecer tal aparato. A seguir seguem os principais autores e suas contribuições para a teoria realista:
• Tucídides: Anarquia, sobrevivência e balança de poder.
• Maquiavel: Estatocentrismo, razão de Estado (Prática - Teoria), poder como algo separado da ética e da moral.
• Hobbes: Estado de Natureza (guerra de todos contra todos), estatocentrismo, racionalismo, anarquia, sobrevivência, poder.
Premissas realistas:
1) O Estado é o principal ator - metáfora da bola de bilhar: o Estado é o único ator importante no Sistema Internacional, e não importa sua política doméstica, apenas sua ação no plano internacional. Metáfora da bola de bilhar - Não importa o que há dentro das bolinhas (no caso, dos Estados) e/ou do que elas são feitas, importa apenas como elas batem umas nas outras gerando a dinâmica do Sistema Internacional.
2) Anarquia do Sistema Internacional: O Estado é soberano e não existe nenhuma autoridade que o transcenda, ou seja, não há um “leviatã” internacional.
3) Sobrevivência: É o interesse último dos Estados, sem o qual é impossível atingir qualquer outro objetivo. (vem acompanhada pelo poder e segurança)
4) Poder = capacidades dos Estados - balança/equilíbrio de poder: É o poder de cada Estado que vai determinar sua posição no Sistema Internacional. Cada autor traduz a idéia de poder de um jeito. Para que um Estado garanta sua segurança, ele pode se aliar a outros para fazer frente a um Estado mais forte e assim equilibrar a balança de poder.
5) Auto-ajuda (self help): Os Estados agem de forma egoísta porque nenhum outro Estado vai tentar protegê-lo ou ajudá-lo. Nenhum Estado age buscando o bem comum.
Realismo Contemporâneo:
Carr: Fase do desejo e da análise e as relações de poder na política internacional.
John Herz: o “dilema da segurança” - Um Estado, preocupado com sua segurança, se arma, inicialmente, para sua defesa. Os outros Estados vizinhos, vendo essa atitude daquele primeiro Estado também começam a se armar, e assim sucessivamente; ou seja, todos se preocupam com a segurança, mas acabam gerando um mundo muito mais perigoso e inseguro do que o mundo inicial, por outro lado, se um Estado não se arma, ele acaba se tornado vulnerável.
Morgenthau: Os seis princípios da política internacional.
1) A política é governada por leis objetivas que refletem a natureza humana: Os Estados se comportam como um reflexo do ser humano, e a política internacional é regida por leis que refletem essa natureza, logo, para que a política internacional possa ser alterada, é preciso que a natureza humana seja modificada (o que é extremamente difícil, senão impossível, já que o homem é egoísta, ruim, etc, como afirma Hobbes).
2) Estados agem tendo por base interesses definidos em termos de poder: O poder é algo muito perseguido pelos Estados porque sem o poder, um Estado não consegue alcançar seus objetivos, ou pelo menos eles se tornam mais difíceis de serem atingidos.
3) A expressão de poder varia no tempo e no espaço, mas possui validade universal: A perspectiva de poder na Grécia Antiga e no mundo atual, por exemplo, são completamente diferentes, mas ambas correspondem à realidade de seu tempo como formas de Poder.
4) Os princípios morais servem como guia da ação política, mas devem sempre estar submetidos a ela: A moral e/ou ética não podem determinar a forma como os Estados agem, porque a preocupação primordial de um Estado é com sua segurança e sobrevivência, devendo ele sempre agir pensando nas conseqüências de seus atos. Se for possível agir de acordo com tais princípios, o governante o deve fazer, mas caso contrário, deve sempre agir visando os interesses primordiais de seu Estado.
5) Princípios morais de uma ação não são universais: Uma determinada ação embasada em determinados valores de um determinado povo, não resolverá problemas universais, não poderá ser aplicada igualmente para todos.
6) A esfera política é autônoma e, em princípio, independe das outras esferas: A política internacional não é definida por aspectoseconômicos, do direito internacional, dentre outros; é definida por relações de poder. (Com isso o autor enfatiza a independência do campo).
Política internacional: Os Estados agem com base em três finalidades, sendo todas elas motivadas pela segurança. 1) Manutenção do status quo (a situação como ela é) 2) Expansão e 3) Política de prestígio (demonstração de poder)
Críticas ao realismo:
1) Dificuldade em medir poder: A mensuração de poder segundo a perspectiva realista é bastante complexa pois cada autor aponta determinadas características e diferentes componentes da idéia de poder difíceis de serem ponderados e medidos. É uma idéia um tanto quanto abstrata.
2) Profecia que se autocumpre: Por mais que o mundo não funcione da maneira como os realistas prescrevem, ao prescrever tal comportamento, o mundo fatalmente funcionará dessa maneira.
3) Críticas feministas: O universo analisado pelos realistas só demonstra aspectos da natureza do homem (O). Se as relações internacionais fossem vistas por mulheres, seriam interpretadas de maneira diferente, mais harmoniosa.
4) Primazia do Estado e da questão da segurança (crítica pluralista): O realismo analisa apenas o papel do Estado, e a única questão levada em conta é a segurança. Existem outros atores e temas também relevantes para a política intencional.
TRADICIONALISTAS X CIENTIFICISTAS
Abordagem clássica ou tradicional: Métodos qualitativos, aproximando-se de áreas como direito, história, filosofia, etc, para analisar a política internacional a partir de tais áreas.

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