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Direito Processual Penal 
Prof. Flavio Cardoso 
Matéria: Aplicação da Lei Processual Penal (revisão da aula passada)/ Prazo Processual/ 
Inquérito Policial. 
26/04/2011 
Aplicação da Lei Processual Penal (aula passada): A lei processual penal aplicar-se-á 
desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
Normas genuinamente processuais relacionam-se com a parte puramente procedimental 
ou técnica do processo (forma de intimação, modo de citação, forma de gravação dos atos 
processuais, formalidades dos atos etc.). Para elas vale o princípio da aplicação imediata. 
Os atos anteriores, entretanto, são válidos e devem ser preservados. 
Já as leis heterotópicas, também denominadas de híbrida – são aquelas que possuem um 
conteúdo processual e material (“jus puniendi”), razão pela qual à aplicação ocorre 
conforme o conteúdo penal – se for mais benéfica retroage e se não for mais benéfica não 
retroage. 
Ex.: Prisão Cautelar é um instituto processual, mas se uma norma referente a esta 
modalidade de prisão surgir será considerada uma lei heterotópica/híbrida – com 
conteúdo processual + material, razão pela qual se esta norma for mais benéfica atinge o 
acusado. 
Prazo no Processo Penal: Exclui o dia do começo e inclui o dia do final, contados 
apartir do primeiro dia útil, após a intimação e seu término será sempre em dia útil 
também. Obs.: Se o prazo iniciar ou terminar em um final de semana – prorroga-se para 
segunda-feira. Isto não significa que não será contado os finais de semana durante o 
período total da pena, pois o prazo é considerado contínuo. 
Obs.: O prazo é contado da intimação e não da juntada dos documentos ou da precatória. 
Inquérito Policial: Procedimento administrativo de caráter investigatório que tem por 
finalidade colher elementos para subsidiar a propositura da ação penal. 
Obs.: O conceito deixa claro que o inquérito não é um processo administrativo ou 
judicial, ou seja, trata-se apenas de um mero procedimento (expediente) com caráter 
investigatório (apurar o crime e a sua autoria). 
Obs.: O inquérito policial não é a única forma de investigação do sistema processual, 
p.exs: CPI/Comissão Parlamentar de Inquérito; Sindicância no âmbito administrativo. 
O que é colhido no inquérito não é chamado tecnicamente de prova (regra), mas de 
elemento de informação. 
Conclusões: 
- O valor probatório no inquérito é relativo. 
- Uma eventual irregularidade/vício no inquérito jamais irá se estender ao processo. 
 
Principais Características do Inquérito: 
1º Dispensável: O inquérito poderá ser dispensado quando o titular já tiver em mãos os 
elementos necessários para a propositura da ação. Ex.: Crime de apropriação indébita 
previdenciária (Art. 168-A, do CP). 
 
Art. 168-A – “Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo é forma legal ou convencional: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.” 
 
2º Procedimento Escrito: O inquérito é uma peça escrita que pode ser datilografada, 
desde que tenha suas folhas rubricadas pela autoridade policial. 
 
3º Sigiloso: O inquérito é sigiloso (não significa que será secreto, escondido). 
 
Art. 20 – “A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato 
ou exigido pelo interesse da sociedade. 
Parágrafo único - Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade 
policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de 
inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior.” 
 
O Art 20, do CPP confronta com o Art. 7º, XIV, da Lei 8.906/94, do Estatuto da OAB 
(Direitos e Prerrogativas do Advogado) – “dispõe ser direito do advogado examinar em 
qualquer órgão do Poder Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em 
geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não 
estejam sujeitos a sigilo, podendo obter cópias ou realizar anotações.” 
 
Partindo da premissa que este dispositivo legal se estende ao inquérito policial, pode-se 
entender que o advogado pode consultar os autos e o inquérito, independentemente de 
procuração, e se impedido poderá impetrar Mandado de Segurança. 
 
Tal confronto entre os dois artigos foi solucionado com o ponto de equilíbrio da súmula 
vinculante 14, do STF. 
Súmula Vinculante 14 – STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito 
ao exercício do direito de defesa.” 
 
Obs.: O material já produzido é de pleno acesso (documentado no inquérito), sendo que 
as demais provas que estão acontecendo ou prestes de acontecer estaram sujeitas ao sigilo 
(preservadas). 
 
4º Indisponível: O Delegado de Polícia não pode arquivar os autos de inquérito. Portanto, 
inquérito iniciado tem que proceder até o seu final (desfecho), sendo remetido para o juiz 
competente. Só pode ser arquivado pelo Judiciário, atendendo pedido do Ministério 
Público. 
 
 
5º Procedimento Inquisitivo: O inquérito é um procedimento inquisitivo. Significa, que 
todo o seu controle está concentrado em um único orgão, ou seja, presidido por uma 
única autoridade, conhecida por Polícia Judiciária. Obs.: No inquérito, inexiste a 
formulação de acusação, consequentemente não há contraditório nem ampla defesa. 
Art. 4º - “A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de 
suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua 
autoria. 
Parágrafo único - A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades 
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.” 
 
Art. 144 – “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.” 
 
O inquérito não tem um rito pré-estabelecido, ou seja, a autoridade tem uma certa 
discricionariedade para promover a sequência dos atos, porém o Códio de Processual 
Penal traça algumas regras de início e término do inquérito, bem como das providências 
que deverão serem realizadas pelo Delegado de Polícia. 
 
Formas de início do inquérito: 
1. De ofício – “Notitia Criminis” (notícia do crime), é o conhecimento, espontâneo ou 
provocado, pela Autoridade Policial de um fato criminoso, ao menos na aparência. 
 
2. Por requisição da autoridade judiciária ou do MP (Ex.: Crime de falso testemunho). 
 
3. A pedido da vítima ou de seu representante. A vítima pode requerer a instauração do 
inquérito policial. Rejeitado pelo Delegado o requerimento de instauração do inquérito, 
caberá recurso para o Chefe de Polícia. 
 
Art. 5º - § 2º - “Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito 
caberá recurso para o chefe de Polícia.” 
 
4. Representação do ofendido ou mediante requisição do Ministro da Justiça. Ex.: Crime 
contra a liberdade sexual. 
 
5. Auto de prisão em flagrante. Ocorre a lavratura do auto e automaticamente a abertura 
do inquérito. 
 
O Delegado deve cumprir uma série de providências e diligências. 
 
 
Providências que deveram ser tomadas no inquérito policial (Arts. 6º e 7º, do CPP): 
- Preservação do local: O Delegado deve dirigir-se ao local dos fatos e preservar a 
colheita das provas até chegar os peritos; 
- Incumbe ao Delegado à apreensão de todos os objetos relacionados ao crime; 
- Deve promover sempre que possível a oitiva do ofendido (vítima); 
- O Delegado devecuidar da produção de todas as provas necessárias à elucidação do 
fato e da sua autoria; Obs.: O delegado pode ouvir quantas testemunhas quiser (inexiste 
número para a oitiva), bem como poderá produzir quantas provas lícitas achar pertinente. 
- Promover acareações; 
- Reconhecimento de pessoas e coisas; 
- Reprodução simulada dos fatos (reconstituição – Art. 7º, do CPP); 
- Identificação e a oitiva do indiciado; Obs.: Indiretamente o CPP está propondo que o 
Delegado realize o indiciamento do investigado. Trata-se de um procedimento implícito 
no ordenamento processual penal. 
 
O indiciamento decorre de duas providências, são elas: 
- Oitiva = interrogatório do indiciado; 
- Identificação do indiciado. 
Indiciamento/conceito: É a imputação à alguém da pratica de uma infração penal por 
haver indícios da sua autoria. 
Consequências do Indiciamento: 
- Folha de Antecedentes Criminais: Ocorre à anotação a respeito do inquérito, sendo que 
jamais esta ficha ficará limpa novamente, independentemente do inquérito ser arquivado. 
A folha de antecedentes tem por finalidade promover a comunicação aos orgãos da 
situação do indivíduo. Obs.: Caso o ato seja ilegal, ou seja, o indiciamento for realizado 
de forma irregular, poderá ser promovido o cancelamento do indiciamento, 
consequentemente a folha de antecedentes poderá voltar a ficar limpa. 
Art. 6º - “Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade 
policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação 
das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III 
do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas) 
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer 
outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e 
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter.” 
 
Art. 7º - “Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de 
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos 
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.”