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DIRETRIZES Educação Física no Século XXI

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Diretrizes da Educação Física no Século XXI
    Atualmente a educação física deve ser constituída não do “fazer por fazer”, mas pelo “saber fazer” e “compreender o que está a fazer”. O conhecimento, diferentemente dos métodos ultrapassados, deve ser parte fundamental da aula. Os movimentos mecânicos reproduzidos pelos alunos, através da ordem do professor devem ser guardados e esquecidos, pois, essa metodologia era uma característica militar de maneira adestradora e que nada vale nos dias atuais.
    Betti (2002), afirma que a função da disciplina é introduzir o aluno na cultura corporal de movimento, assim tornando-o um ser autônomo e crítico para que possa absorver o esporte-espetáculo. Assim, o esporte não será visto como produto acabado por si só, sendo exclusivo das aulas de educação física, dessa forma, não passará a ser visto como o esporte na escola, mas como o esporte da escola.
    No século XXI, segundo Darido (2001, p.21):
    O papel da Educação Física ultrapassa o ensinar esporte, ginástica, dança, jogos, atividades rítmicas, expressivas e conhecimento sobre o próprio corpo para todos, em seus fundamentos e técnicas (dimensão procedimental), mas inclui também os seus valores subjacentes, ou seja, quais atitudes os alunos devem ter nas e para as atividades corporais (dimensão atitudinal). E, finalmente, busca garantir o direito do aluno de saber por que ele está realizando este ou aquele movimento, isto é, quais conceitos estão ligados àqueles procedimentos (dimensão conceitual).
    Segundo Betti (1991) apud Lorenz e Tibeau (2003) a Educação Física deve ir além do simples “saber fazer”, isto é, segundo o autor, não adianta correr ao redor da quadra; mas é necessário o aluno saber o porquê ele está correndo, que benefício fisiológico e motor esse tipo de atividade vai proporcionar, como correr, de que maneira correr, que frequência, tempo necessário, intensidade, algumas noções de frequência cardíaca e princípios do sistema respiratório etc.. Esse tipo de entendimento sobre o corpo é fundamental na construção de identidade corporal que o aluno deve desenvolver de si mesmo
    Agir na prática educativa e negligenciar a utilização de referenciais teóricos significa reproduzir uma consciência concretamente conservadora e tradicionalista, pois atualmente esse tipo de prática pedagógica não conta com nenhum tipo de argumentação que a sustente (BETTI; ZULIANI, 2002).
    De acordo com Betti & Zuliani (2002) a concepção em torno da Educação Física e os seus objetivos em âmbito escolar devem ser repensados em decorrência de sua transformação e da sociedade que se modifica a cada instante. Assim, a disciplina hoje assume um papel ultrapassado e desorientado. Os mesmos autores citam que, as aulas deveriam ser divididas em duas partes: parte Teórica e parte Prática. Na primeira parte, o aluno vai conhecer os temas a serem desenvolvidos na prática como as regras, conceitos, além do professor explicar o porquê será elaborado aquela atividade e propondo soluções aos problemas que aparecerão.
    Na segunda parte será desenvolvida a prática, será nesse momento que o aluno irá vivenciar a atividade com movimentos corretos que possibilitarão um aprendizado concreto, através da supervisão do professor que irá sanar quaisquer dúvidas que surgir no decorrer da atividade. E sempre com uma visão crítica e analítica dos conteúdos abordados.
    Uma Educação Física desenvolvida para o “saber pensar” e “saber fazer”, e não que saiba somente fazer, pois acreditasse que o seu real sentido da disciplina na escola não é ser recreacionista ou um momento refúgio das salas de aula, mas uma disciplina que utiliza a cultura corporal para capacitar o intelecto do discente, assim, é através do conhecimento acreditamos que os significados das aulas serão absorvidos pelo aluno e ele utilizará por si só em sua vida, que seja praticando atividades e almejando qualidade de vida, que seja para saber viver em sociedade.
Considerações finais
    A Educação Física sofreu mudanças significativas desde o princípio com embasamento médico/ortopédico e higiênico até os momentos atuais, onde ela ainda defende sua importância no âmbito escolar, utilizando método conservador e tradicionalista, mas buscando uma nova metodologia embasada na cultura corporal do movimento.
    Apesar de ser alienada aos processos políticos extrínsecos, a Educação Física modificou-se para servir aos ideais Estatais que sempre existiram. Porém, atualmente, no contexto em que vivemos, além de desenvolver a capacidade motora, afetiva e social do aluno, ela necessita ampliar a capacidade cognitiva e intelectual do discente e, portanto, a práxis pedagógica se torna a melhor escolha.
    A pesquisa histórica proporcionou uma melhor compreensão de ideologias e influências que a disciplina utilizou para desenvolver as capacidades dos alunos. Cada momento histórico resultou numa abordagem prática diferente, provocadas por intervenções extrínsecas, geralmente políticas. A utilização da Ginástica tinha um propósito de eugenizar o corpo, isto é, melhorar a raça humana através de atividades físicas, assim, tornando o Homem forte, tornaria a Pátria igualmente forte. A utilização do Esportivismo, tendo em vista o alto rendimento, buscava outra finalidade.
    A disciplina de Educação Física, hoje, deve desvincular a sua imagem de uma “Atividade” sem importância na grade curricular e se apresentar como “Aula”. Visando uma aula onde o aluno saiba o que está fazendo, porque está fazendo e como se deve fazer, e não apenas fazendo com que os alunos executem mecanicamente as atividades através do fazer por fazer, onde ele (aluno) finge que aprende e o professor finge que “ensina”. Atualmente necessitamos de uma práxis em Educação Física, isto é, fundir a Teoria e a Prática nas aulas, para desenvolver tanto as capacidades motoras e afetivas, quanto às cognitivas, além de expor a importância científica e educacional que a disciplina deveria representar em seu contexto.

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