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Português Instrumental Sílvio Augusto Nascimento Rosemberg Rodrigues Ramalho Sílvia Barbalho Brito Português Instrumental Sílvio Augusto Nascimento Rosemberg Rodrigues Ramalho Sílvia Barbalho Brito Português Instrumental Natal/RN 2014 presidente PROF. PAULO DE PAULA diretor geral PROF. EDUARDO BENEVIDES diretora acadêmica PROFA. LEIDEANA BACURAU diretora de produção de projeto PROFA. JUREMA DANTAS FICHA TÉCNICA gestão de produção de materiais didáticos PROFA. LEIDEANA BACURAU coordenação de design instrucional PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA projeto gráfico ADAUTO HARLEY SILVA diagramação MAURIFRAN GALVÃO revisão de língua portuguesa PROFA. ANA AMÉLIA AGRA LOPES revisão das normas da ABNT SÍLVIA BARBALHO BRITO ilustração RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). Ficha Catalográfica elaborada por Heverton Thiago Luiz da Silva - CRB 710/15. N244p Nascimento, Sílvio Augusto. Português instrumental / Sílvio Augusto Nascimento, Rosemberg Rodrigues Ramalho, Sílvia Barbalho Brito. - edição e revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014. 89 p. : il. color. ISBN 978-85-68100-15-8 Inclui referências 1. Português Instrumental. 2. Gênero textual. 3. Produção textual. 4. Técnicas de redação. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II. Título. RN/ITB/HTLS CDU 811.134.3 “Cheio de méritos, mas poeticamente habita o homem sobre a terra”. (Friedrich Hölderlin) Índice iconográfico Diálogos Importante Querendo mais Internet Curiosidade Vocabulário Você conhece? Mídias Atividade O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim- ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es- tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. Observe-os na descrição a seguir: Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci- mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno. Importante – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja consi- derado muito relevante. Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, antes do resumo. Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no decorrer do estudo. Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas ao objeto de estudo. Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre- sentado ao final ou ao longo do texto. Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais. Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais. Apresentação institucional 09 Palavra do professor autor 11 Apresentação das competências 13 Competência 01 Como redigir comunicados corporativos: ofício, memorando e comunicação interna 17 Conhecer e praticar a arte do ofício 17 Como utilizar os pronomes de tratamento 20 Desenvolver a prática do memorando 23 Elaborar uma comunicação interna 26 Resumo 30 Autoavaliação 30 Competência 02 Como elaborar o relatório e o parecer 35 Como produzir um relatório 35 Desenvolver a prática do parecer 38 Resumo 42 Autoavaliação 43 Competência 03 Como utilizar o e-mail em ambientes corporativos 47 A importância do e-mail 48 Sumário A assinatura eletrônica 52 Resumo 53 Autoavaliação 53 Competência 04 Como empregar o Novo Acordo Ortográfico 57 I – O emprego do hífen 58 II – Acentos diferenciais reduzidos a casos bem específicos 61 III – A extinção do trema 62 IV – A extinção das consoantes mudas 62 V – A extinção do acento gráfico em palavras paroxítonas nos ditongos “ei” e “oi” 63 VI – Extinção do acento circunflexo em hiatos 63 VII – Mudanças em adjetivos pátrios 64 Resumo 65 Autoavaliação 65 Competência 05 Como aplicar os recursos tecnológicos para correção 69 Como utilizar o Word 69 Como revisar no Word 72 Resumo 73 Autoavaliação 73 Competência 06 Como aplicar a coesão e a coerência textual 77 A coesão textual 77 Definir a coerência textual 81 Resumo 84 Autoavaliação 84 Referências 86 Conheça o autor 88 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 9 O Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB) foi construído a partir do sonho de educadores e empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen- volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância. Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen- volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro- dutivo da nação. O Sistema ITB de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida- mente concorrer aos crescentes postos de trabalho. No Sistema ITB de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais. O ITB pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con- tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no Sistema ITB: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio- namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para o seu desenvolvimento pessoal e do seu país. Apresentação institucional Po rt ug uê s In st ru m en ta l 11 Olá. Seja bem-vindo! Neste estudo, você conhecerá alguns mecanismos importantes para um bom uso da linguagem no ambiente de trabalho, um requisito essencial para se alcançar o sucesso profissional. A comunicação, seja oral ou escrita, permite estabelecer vínculos e fortalecer compromissos. É com esse discurso que estamos lhe oferecendo este livro, para você pôr em prática, nas atividades da sua carreira, recursos técnicos que possibilitem-no agir de forma competente e segura. Saiba que Português Instrumental é um estudo abrangente e, por isso, pretendemos proporcionar a você conhecimentos teóricos e práticos pertencentes à língua portuguesa que permitam o aprofundamento em leitura e produção de textos variados, e motivem a sua boa atuação na vida profissional. Além disso, você deve possuir o domínio e o convívio necessário com a nossa língua para uma comunicação ser eficiente, adequada e que atinja ao seu objetivo. Norteados pela frase da nossa epígrafe, vamos aprender sobre o uso dos méritos téc- nicos na linguagem e (por que não?) pensar sobre a beleza de nossa língua portuguesa. Um grandeabraço. Palavra do professor autor Po rt ug uê s In st ru m en ta l 12 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 13 Com base neste estudo de Português Instrumental, você deverá dominar as técnicas de redação em língua portuguesa nos diversos meios de comunicação corporativos. A partir desse conhecimento amplo, estruturamos o nosso livro em seis competências que serão construídas por você. Na primeira competência, você será capacitado a redigir documentos de comunicação corporativa (também chamados de redação oficial) como o ofício, a comunicação interna e o memorando. Também assimilará os modelos, as aplicações e funções desses gêneros no ambiente administrativo, visando uma elaboração eficiente. A produção do relatório e do parecer será a sua meta na segunda competência. Você irá adquirir domínio sobre a estrutura desses gêneros, bem como a habilidade de produção, assegurando-se de que o emprego deles na rotina de trabalho é fundamental por sua dife- renciada aplicabilidade. Na terceira competência, você aprenderá como compor adequadamente um e-mail, o qual será analisado em seus variados contextos, mas focalizado para o trabalho. Além de reconhecê-lo como um rápido e usual substituto virtual do papel impresso nas instituições. Você estudará, na quarta competência, como executar as mudanças estabelecidas na ortografia da nossa língua e seus detalhes nos mais diversos aspectos e particularidades, pois trabalharemos o Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa. Na quinta competência, você será preparado para fazer uso dos recursos tecnológicos utilizados para a correção ortográfica e gramatical. Assim, você dominará o principal meio eletrônico disponível – o software Word – para, em momentos de necessidade no cotidia- no profissional, aplicar seus conhecimentos nessa ferramenta facilitadora e dinâmica de Apresentação das competências Po rt ug uê s In st ru m en ta l 14 produção de textos. Por fim, a última competência estudada será sobre coesão e coerência textual. Você será instruído para apreender como um texto deve ser organizado em sua composição e, sobretudo, em sua intenção comunicativa específica, para que a mensagem seja bem escrita e atinja ao seu objetivo. O domínio desses gêneros textuais, ferramentas, técnicas e conhecimentos serão tra- balhados em todas as competências de forma prática – a partir da leitura de casos e exemplos – para que você possa conhecê-los e perceber o seu uso e funcionalidade em contextos públicos e privados. Vamos lá? Competência 01 Como redigir comunicados corporativos: ofício, memorando e comunicação interna Po rt ug uê s In st ru m en ta l 17 Conhecer e praticar a arte do ofício Neste momento, você saberá um pouco mais sobre o processo de comunicação oficial e externa, uma poderosa ferramenta para que os órgãos da administração pública dialo- guem entre si e também com particulares. De uma maneira interpretativa, você conhecerá a estrutura e a função do ofício. Esse gênero textual pode fornecer informações, encaminhar documentos, reivindicar e solicitar providências, expressar propostas de convênios, ajustes e acordos, convidar al- guém para participar em eventos demonstrando total consideração para o destinatário do documento. Ou seja, ele estabelece a comunicação entre as partes interessadas, que sempre são organizações distintas (por isso é externa, vem de fora), de forma clara e com especial consideração. Você, então, é o signatário, o responsável por elaborar o ofício que será utilizado para regulamentar as solicitações de recursos complementares. Vamos ver o resultado do seu trabalho? Como redigir comunicados corporativos: ofício, memorando e comunicação interna Signatário: tem uma origem conjun- ta: o latim signatus, significa “assina- do”, e o francês signataire, adjetivo para aquele “que assinou”. Trata-se da pessoa que as- sina ou subscreve o documento. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 20 Uma característica importante é que existem dois tipos de ofício: o comum e o cha- mado “circular”, como no caso apresentado. Ambos possuem o mesmo padrão de for- ma e de estrutura. Entretanto, o ofício comum é produzido para informar um indivíduo específico. Já o ofício circular é multidirecional, utilizado para tratar um mesmo assunto com vários destinatários, de diferentes setores ou unidades, definindo apenas quem irá recebê-lo. Você percebeu que, mesmo sendo um ofício circular, ele é direcionado a uma pessoa em particular? Ele é o destinatário, o responsável em receber a mensagem comunicada. Então, o cargo e a função ocupada por esta pessoa determinam o pronome de tratamen- to e o vocativo empregado no ofício. Como utilizar os pronomes de tratamento Você já observou que nunca conversamos com uma criança tratando-a por “senhor”, bem como não nos comunicamos com alguém mais velho ou que não conhecemos fazen- do uso do pronome “você”? O pronome de tratamento é uma forma indireta (direta seria o uso do próprio nome) de nos dirigirmos ao interlocutor. Nossa cultura nos orienta para realizarmos a escolha desses pronomes quando vamos falar ou escrever. No ambiente de trabalho não é diferente, pois, para cada circunstância formal com a qual nos depara- mos, usamos um pronome adequado para a situação e para o interlocutor. Os pronomes de tratamento utilizados em redações oficiais possuem uma especifici- dade quanto à concordância nominal, verbal e pronominal. Ainda que eles se refiram a segunda pessoa (aquela com quem se estabelece a comunicação), toda sua concordância é realizada na terceira pessoa gramatical. Exemplos: “Vossa Senhoria [segunda pessoa] nomeará [verbo na terceira pessoa] o suplente”; “Vossa Excelência conhece o conteúdo”. Dessa forma, os pronomes possessivos que se refiram a esses pronomes de trata- mento também são utilizados na terceira pessoa: “Vossa Senhoria [segunda pessoa] indicará seu [pronome possessivo na terceira pessoa] auxiliar” (e não vosso); “Vossa 1. Qual é o objetivo do ofício citado? 2. Quais são os interlocutores envolvidos nesse processo de comunicação? 3. O que faz com que esse texto seja considerado um gênero de comuni- cação externa e oficial? Atividade 01 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 21 Quer algumas dicas gramaticais? Acesse ao canal “Gramática em vídeo”, do Prof. Fábio Alves. Ele ministra excelentes aulas gratuitas para assistir no Youtube. Acesse: <https://www.youtube.com/user/professorfabioalves Internet Excelência nomeará seu substituto”. Quanto ao uso de adjetivos, o gênero deve corres- ponder ao sexo daquele ao qual se refere. Ou seja, se o interlocutor for homem: “Vossa Excelência está ocupado”; “Vossa Senhoria deve estar convencido”. Se for mulher: “Vos- sa Excelência está ocupada”; “Vossa Senhoria deve estar convencida”. Emprego dos pronomes de tratamento Como identificamos, a utilização dos pronomes de tratamento corresponde a fatores sociais e culturais que se refletem na língua, determinando seu uso. Segundo o Manual de redação da Presidência da República (BRASIL, 2002, s. p.), “Vossa Excelência” é de emprego ratificado para estas autoridades: - Do Poder Executivo: • Presidente da República; • Vice-presidente da República; • Ministros de Estado; • Governadores e vice-governadores de estado e do Distrito Federal; • Oficiais-generais das Forças Armadas; • Embaixadores; • Secretários-executivos de ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; • Secretários de estado dos governos estaduais; • Prefeitos. Po rtug uê s In st ru m en ta l 22 Já em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, o vocativo adequado é “Excelen- tíssimo Senhor”, acompanhado do devido cargo: • Excelentíssimo Senhor Presidente da República; • Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; • Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. Para as autoridades restantes faz-se uso do vocativo “Senhor”, seguido do cargo cor- respondente: • Senhor Senador; • Senhor Juiz; • Senhor Ministro; • Senhor Governador. Ainda conforme o Manual de redação... (BRASIL, 2002, s. p.), para o endereçamento das comunicações impressas dirigidas às autoridades tratadas por “Vossa Excelência”, no en- velope constará a seguinte forma: - Do Poder Legislativo: • Deputados federais e senadores; • Ministro do Tribunal de Contas da União; • Deputados estaduais e distritais; • Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; • Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. - Do Poder Judiciário: • Ministros dos Tribunais Superiores; • Membros de Tribunais; • Juízes; • Auditores da Justiça Militar. Vocativo: termo da oração (uma palavra ou ex- pressão) utilizado para chamar, para interpelar o interlocutor. Logo, ele não possui rela- ção sintática com outra expressão da oração, servindo apenas para garan- tir destaque àquele que se dirige a palavra. Além dis- so, ele geralmente direciona-se a segunda pessoa gramatical e sem- pre vem separado por vírgula. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 23 A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça 70.064-900 – Brasília. DF A Sua Excelência o Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70.165-900 – Brasília. DF A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 10a Vara Cível Rua ABC, no 123 01.010-000 – São Paulo. SP Fonte: Brasil (2002, s. p.). Desenvolver a prática do memorando Você já aprendeu que o ofício é um texto oficial e externo, um instrumento para o diálogo entre organizações públicas e privadas. Isso demarca a diferença entre ele e o memorando, visto este último ter como função estabelecer a comunicação entre departamentos e setores de um mesmo órgão. Ele também é um documento oficial, porém, interno: o signatário situa-se junto ao destinatário, dentro do órgão de origem. Assim, todas as regras do ofício são mantidas, mas é facultativo o uso de elementos muito formais como o timbre, o vocativo e o local (já que estas informações estão implícitas), sendo obrigatória apenas a data. O memorando é um documento que requer agilidade para ser eficiente nas atividades diárias das organizações. Você sabe o que significa “memorando”? Ele tem origem nas palavras la- tinas memini, “aquilo que deve ser lembrado”, e memorandum, “aquilo que é memorável, que deve permanecer na memória”. Por isso ele é uma comunicação tão importante! Curiosidade Agora, você é funcionário de uma determinada Universidade, mais precisamente do gabinete da reitoria, e precisa enviar alguns documentos para conhecimento de todos os colaboradores da instituição. Como comunicar a todos da Universidade? Enviar um memorando circular (aquele que é multidirecional, utilizado para tratar um mesmo assunto com destinatários de diferentes setores ou unidades, lembra-se?) é a ação correta a ser realizada. Vejamos como você redigiu o texto oficial para uma circunstância dessa natureza: Po rt ug uê s In st ru m en ta l 26 Vamos analisar juntos o memorando citado? Participe da nossa conversa no ambiente virtual, norteada pelas questões abaixo: 1. Quais itens da estrutura do ofício foram omitidos no memorando? Qual é a motivação disso? 2. Por se tratar de uma correspondência oficial, o memorando tem qual finalidade? Diálogos Elaborar uma comunicação interna Um memorando é uma comunicação interna, mas nem toda comunicação interna é um memorando. Para compreender a importância da comunicação interna em uma empresa, vamos imaginar um ambiente de trabalho onde os colaboradores não conhecem as regras que devem seguir, as mudanças ocorridas na corporação, suas conquistas e resultados. Esse clima organizacional seria instável e passível de desequilíbrios em função da falta de uma comunicação intrínseca clara e objetiva. Concorda? Pois é! É muito importante que você perceba a importância desse formato de comuni- cação e domine suas técnicas para utilizá-lo ao seu favor, na sua prática profissional. Mas, antes de abordarmos os detalhes dessa importante ferramenta, vamos a sua definição: Comunicação interna: todo processo comunicativo oficial utilizado como corres- pondência para divulgar informações, requisitar esclarecimentos e providências ao público interno de uma organização. Você pode estar se perguntando: e quais são os objetivos da comunicação interna? Vamos conhecê-los? Objetivos da comunicação interna O objetivo da CI é assegurar uma efetiva comunicação entre a empresa e seus colabora- dores, contribuindo para o bom clima organizacional através de uma maior interatividade. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 27 CI é a forma comumente adotada no meio corporativo para se referir à comunicação interna. Você conhece? Em geral, a CI tem como objetivo: • Tornar as equipes cientes das metas que devem ser alcançadas, envolvendo-as com o trabalho; • Divulgar conhecimentos, conquistas e vivências de todos os colaboradores; • Comunicar as ações da organização, seus resultados e êxitos; • Socializar regras e padrões de conduta corporativa, bem como novidades e eventos. Todo documento de comunicação corporativa precisa fazer uso do padrão culto da língua, ser impessoal (não expor impressões pessoais), ser claro, formal e conciso (transmitir da melhor forma com o mínimo de texto, o que demonstra domínio sobre o assunto), e garantir apenas única interpreta- ção (a mensagem deve ser recebida igualmente por todos os leitores). Importante Bem, agora que você já se apropriou da importância da comunicação interna no am- biente de trabalho, que tal conhecer as regras básicas de estrutura para uma boa re- dação desse gênero textual? Como exemplo, explicitaremos uma comunicação interna que informa sobre a contratação de um novo colaborador para o Instituto Tecnológico Brasileiro. Vamos lá? Po rt ug uê s In st ru m en ta l 28 1. Quais são as características que diferenciam o ofício do memorando? a) O ofício tem como função registrar as decisões que foram tomadas, tornando-as ofi- ciais. Já o memorando arquiva essas decisões, tornando-as parte da memória da organização; b) O ofício é um texto externo, um instrumento para o diálogo entre órgãos distintos. Já o memorando estabelece a comunicação entre departamentos e setores de um mesmo órgão, por isso é facultativo o uso de elementos formais como o timbre, o vocativo e o local; c) O ofício estabelece a comunicação entre os departamentos e setores de um mesmo órgão, já o memorando é um documento externo, para diálogo entre órgãos da adminis- tração pública; d) Ofício e memorando são o mesmo tipo de documento oficial, sem nenhuma diferença entre eles. 2. O que objetiva uma comunicação interna? a) Garantir a comunicação efetiva entre todos os colaboradores de uma organização, pro- movendo uma maior interatividade; b) Anunciar promoções e descontos na compra de produtos que sejam do interesse de todos os envolvidos de uma organização; c) Comunicar as ações da empresa, seus resultados e êxitos apenas entre seus diretores; d) Divulgar conhecimentos, conquistase vivências dos dirigentes da organização. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 30 Resumo Autoavaliação Nesta competência, você desenvolveu a aptidão necessária para redigir três documen- tos de comunicação corporativa: ofício, memorando e comunicação interna. Também ob- servou como eles se estruturam e como assumem uma função primordial na transmissão de informações entre organizações, de forma interna e externa. Com isso, sabemos que você se tornará um profissional competente em situações de interação formais, em am- bientes públicos e privados. 3. No memorando, deve-se anunciar o destinatário da seguinte forma: a) Pelo nome completo, tendo em vista a pessoalidade do documento; b) Pelo cargo seguido do nome, tal como no ofício; c) Pelo cargo apenas, tendo em vista a agilidade do documento; d) Pelo nome completo, devido à simplicidade e ao caráter meramente administrativo. 4. O ofício e o memorando possuem uma característica que define o público a quem se destina a mensagem. Como ela é intitulada e qual é a sua importância? a) É acrescentado ao ofício ou ao memorando o termo “particular”, informando que este é um documento privado; b) É acrescentado ao ofício ou ao memorando o termo “circular”, determinando sua multi- direcionalidade; c) É acrescentado ao ofício ou ao memorando o termo “público”, assegurando que este é um documento aberto para a leitura de todos; d) É acrescentado ao ofício ou ao memorando o termo “emergência”, quando este trata de um assunto urgente. 5. Quais regras são comuns a todo documento de comunicação corporativa? a) Apresentar timbre, local, data e assinatura; b) Informar sobre assuntos pertinentes ao público interno de uma organização; c) Garantir diálogo entre organizações, assegurando uma eficiente comunicação externa; d) Fazer uso do padrão culto da língua, ser impessoal, claro, formal e conciso, e garantir apenas única interpretação. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 31 Como elaborar o relatório e o parecer Competência 02 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 35 Neste momento, você conhecerá o relatório, gênero textual essencial para descrever fatos verificados a partir de pesquisas ou de relatos de execução de serviços e experiên- cias, ratificado com a devida comprovação dos elementos demonstrativos como tabelas, gráficos e dados estatísticos. Como elaborar o relatório e o parecer Como produzir um relatório O relatório é, enquanto um documento oficial de administração públi- ca ou privada, uma descrição de fatos que foram analisados para infor- mar o funcionário ou setor interessado, bem como o superior imediato. Consequentemente, ele aborda a exposição de situações de serviço, resul- tados de exames, eventos ocorridos em relação ao planejamento, presta- ção de contas ao término de uma ação etc. Importante Vamos analisar um caso? Como deve agir uma instituição para oficializar uma reforma em suas instalações? Ela precisa comprovar que todo o procedimento foi realizado com cuidado e conforme as normas. Que documento deve ser feito para demonstrar conheci- mento e as providenciadas realizadas para um caso desse tipo? Exato! Um relatório, uma vez que se trata de um texto que tem por finalidade expor o de- senrolar de algo, no caso, uma reforma. O texto demonstra todo o processo ocorrido desde a solicitação até o esclarecimento final do problema, com a sua solução. Vamos apreciar o documento: Po rt ug uê s In st ru m en ta l 36 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 38 Pesquise na web modelos de relatórios utilizados no meio corporativo e compare com a estrutura indicada. Compartilhe suas impressões em nos- so fórum, no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem. Assista ao vídeo “Estudo da estrutura de um relatório administrativo”, do canal Preparação Digital, no Youtube. Ele tem orientações interessantes sobre a elaboração de um relatório para situações de trabalho. Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=y6hWUDYwMSo>. Atividade 01 Internet Em casos mais complexos, o relatório seguirá um padrão mais exigente, com um texto mais desenvolvido e, consequentemente, um maior número de páginas. Ele também pode conter gráficos, tabelas, quadros e figuras, para fundamentar os argumentos apresentados. Além dessa estrutura de construção do texto, relatórios mais complexos podem incluir elementos pré-textuais (capa, folha de rosto, equipe técnica, sumário, listas e resumo), textuais e pós-textuais (anexo, glossário, referências bibliográficas e índice). Desenvolver a prática do parecer Em algumas situações do universo administrativo, existe a necessidade de consultar um profissional especializado para garantir uma resposta adequada ao assunto de sua competência. A esse gênero textual cabe a denominação de parecer. Ele é necessário para eliminar dúvidas, instruir sobre um processo ou esclarecer acerca de alguma incerteza, para que uma autoridade tome a decisão mais acertada. Dessa forma, um parecer precisa ter delimitado seu conteúdo e objetivo, expor informa- ções organizadas, apresentar alternativas bem avaliadas (discutindo seus prós e contras), Po rt ug uê s In st ru m en ta l 39 orientar quais são os procedimentos a seguir, fazer recomendações e manter a neutrali- dade, assegurando que sua análise limita-se a critérios técnicos. Deste modo, cuide para garantir essas características ao produzir um parecer. Existem diversos tipos de parecer, de acordo com a área em questão: téc- nico, jurídico, médico, social... Identifique na Internet um caso interessan- te que tenha feito uso do parecer, produza um pequeno texto apresentan- do as suas observações e compartilhe ambos em nosso fórum. Vamos analisar os detalhes de elaboração desses pareceres em grupo! Diálogos Vamos ver um exemplo de parecer? Imagine que você precisa definir se é pertinente ou não adquirir impressoras para o setor de informática da empresa solicitante. O que fazer? Como agir diante dessa circunstância? Um parecer técnico deve ser produzido, argu- mentando sobre a compra do melhor equipamento para essa situação. Você, profissional especializado, tem a autoridade para proferir o argumento final que justifique a aquisição do equipamento. Perceba que não se faz necessário discorrer sobre as funções técnicas do aparelho para justificar a sua decisão (fundamentar os argumentos é característica do relatório!). Suas competências já validam o seu parecer. Segue o resultado do seu trabalho: Po rt ug uê s In st ru m en ta l 40 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 42 Que tal praticar a elaboração de um parecer? Como novo especialista em Português Instrumental, desenvolva um parecer técnico sobre a aquisição de dicionários e gramáticas para a biblioteca (física e virtual) da sua insti- tuição de ensino. Lembre-se desses pontos norteadores: a pergunta que deve ser respondida pelo seu parecer (se a aquisição desses materiais é necessária ou não); a situação atual do acervo (resultado da sua investiga- ção); a recomendação do seu parecer, com a descrição dos materiais indi- cados por você (apresentar a eficiência e atualidade de obras), abordando o impacto da incorporação deles no acervo. Você quer se aprofundar mais sobre a elaboração de documentos de co- municação corporativa? O Manual de Redação Oficial é um ótimo livro para você! Referências: OLIVEIRA LIMA, A. Manual de Redação Oficial. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus-Elsevier, 2009. Atividade 02 Mídia Mais uma competência construída!Viu como é simples a elaboração de redações ofi- ciais? Só mais uma dica: tenha sempre em mente que a aplicação dos princípios básicos do Português Instrumental será extremamente útil na sua vida profissional. Pratique pro- duzindo textos! Resumo Nesta competência, você desenvolveu a habilidade necessária para realizar a redação do relatório e do parecer. No primeiro caso, você relata, reporta, descreve fatos para com- partilhar os resultados (parciais ou totais) de determinada ação, experimento, projeto, pes- quisa ou outro acontecimento. No segundo, o destaque é para a sua opinião, sua análise sobre o fato. Orientados por ela, autoridades definem suas decisões. Dessa forma, ambos os gêneros textuais e a sua competência de produção são essenciais para uma eficiente realização das suas atividades como profissional de excelência. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 43 Autoavaliação 1. Qual é o objetivo de um relatório? a) Descrever os fatos verificados a partir de pesquisas ou de relatos de execução de servi- ços e experiências; b) Estabelecer diálogo entre órgãos da administração pública; c) Garantir comunicação entre departamentos e setores de um mesmo órgão; d) Assegurar uma resposta adequada, de um profissional especializado, para orientar uma decisão. 2. O texto de um relatório deve conter quais etapas? a) Timbre, cabeçalho, assunto ou ementa, texto, local, data e assinatura; b) Fato, tempo, lugar, personagens, causa, modo e consequências; c) Fato motivador, o posicionamento do órgão, O encaminhamento realizado, o percurso narrativo e a conclusão; d) Título, data, destinatário, assunto, texto, fecho e assinatura. 3. Qual é a diferença conceitual entre o relatório e o parecer? a) O relatório compartilha os resultados (parciais ou totais) de um acontecimento a partir de um relato, de uma descrição. Já o parecer garante a opinião, a análise de um espe- cialista sobre um fato para orientar uma tomada de decisão; b) O relatório apenas informa novidades aos dirigentes da organização. O parecer garante que tais informações estão corretas; c) O relatório arquiva as atividades que foram realizadas. Já o parecer registra essas ativi- dades, sem esboçar análise ou opinião; d) O relatório e o parecer são o mesmo tipo de documento oficial, sem nenhuma diferença entre eles. 4. Quais características devem garantir a produção de um parecer? a) Fornecer uma opinião pessoal de forma impositiva, uma vez que o autor é a autoridade maior sobre o assunto em questão; Po rt ug uê s In st ru m en ta l 44 b) Assegurar a boa comunicação entre departamentos e setores de um mesmo órgão ou entre órgãos da administração pública ou privada; c) Noticiar sobre atividades e ações a partir de pesquisas ou de relatos de execução de tarefas e experiências; d) Delimitar seu conteúdo e objetivo, expor informações organizadas, apresentar alternati- vas bem avaliadas, orientar quais são os procedimentos a seguir, fazer recomendações e manter a neutralidade. 5. Um parecer adequado requer quais etapas? a) Fato motivador, o posicionamento do órgão, O encaminhamento realizado, o percurso narrativo e a conclusão; b) Título, data, destinatário, assunto, texto, fecho e assinatura; c) Timbre, cabeçalho, assunto ou ementa, texto, local, data e assinatura; d) Fato, tempo, lugar, personagens, causa, modo e consequências. Como utilizar o e-mail em ambientes corporativos Competência 03 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 47 Eis mais um gênero textual para estudarmos. Desta vez, trata-se de uma modalidade que nós utilizamos mais frequentemente, não é verdade? De acordo com Duarte (2014), as novas tecnologias estão em efervescente avanço, o que provoca mudanças no dia a dia dos seus usuários. Hoje, a presença dessas inovações é absoluta, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional, graças a sua extensa série de recursos. Assim, a sociedade exige um bom domínio desses mecanismos, para todos usu- fruirmos de seu dinamismo eficientemente. Como utilizar o e-mail em ambientes corporativos Você deve cuidar, como um profissional de excelência, para não subestimar a importância dessas tecnologias. Não corra o risco de ser ultrapassado! É preciso adequar-se sempre às necessidades do mercado de trabalho, e, cla- ro, garantir o seu próprio aperfeiçoamento. Não pense que atualizar-se ou aprimorar-se nas novas tecnologias é uma tarefa difícil. Essas ferramentas surgiram para contribuir, para facilitar a realização das atividades cotidia- nas. Por isso, sinta-se orgulhoso e estimulado em acompanhar essa evolu- ção. Reconheça: você já está fazendo isso com este estudo! Continue! Importante Com o surgimento da Internet, a interação entre as pessoas foi facilitada. Diversos ser- viços surgiram para uma melhor comunicação e partilha de mensagens e documentos, tais como o e-mail, os sites de relacionamento (como o Orkut, o Facebook, o Twitter), de compartilhamento de arquivos (como o Youtube, que compartilha vídeos), de colaboração (como a Wikipédia), entre outros. Por isso, todos têm a oportunidade de socializar informa- ções, trocar ideias e experiências, sem a limitação do local em que se encontram. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 48 Você sabe o que significa e-mail? Ele provém da redução de eletronic mail, expressão inglesa que significa “correio eletrônico”. Curiosidade Fonte: Oliveira (2014). A importância do e-mail Como o correio comum, o e-mail é um sistema de comunicação que compreende o envio e o recebimento de mensagens e documentos entre o remetente e o destinatário, neste caso, no ambiente virtual. Ele também nomeia o endereço no qual enviamos e recebemos essas mensagens. Normalmente, o endereço de e-mail costuma obedecer ao seguinte padrão: nome@servidor.com.br: o “nome” se refere ao usuário (o proprietário daquele endereço); o símbolo @ informa ao computador que este conjunto de caracteres é um endereço de e-mail; o “servidor” é a empresa que possibilita a troca de informações pela web; o termo “com” significa comercial (um organização gover- namental usará “org”, por exemplo) e “br”, Brasil (ou seja, isso muda conforme o país: Argentina = “ar”, França = “fr”). Caracteres: neste contexto da informática, são representações gráficas (símbolos de linguagem, como letras, nú- meros e sinais de pontuação) utiliza- dos para codificar e produzir textos e imagens na tela do computador. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 49 Fonte: Oliveira (2014). O e-mail em instituições públicas e privadas O e-mail foi rapidamente aderido nas atividades de trabalho por ser um recurso ágil e econômico, além de promover a sustentabilidade, preservando o meio ambiente. Um número cada vez maior de instituições públicas e privadas está fazendo uso dessa ferra- menta para comunicar-se sem burocracia, substituindo grande parte das correspondên- cias físicas (em papel), internas ou até mesmo externas, por mensagens enviadas pelo correio eletrônico. Você sabe quem inventou o e-mail? Raymound Samuel Tomlinson (1941) é o programador nor- te-americano que elaborou o primeiro correio eletrônico, em 1971. Ray criou o sistema que possibilita enviar mensagens entre diferentes computadores conectados a uma rede e, assim, ele enviou o primeiro e-mail da história. Você conhece? Po rt ug uê s In st ru m en ta l 50 Estrutura do e-mail O e-mail possui algumas características linguísticas estruturais semelhantes a outros gêneros textuais como o bilhete, o memorando e, principalmente,a carta. Analisaremos cada um de seus elementos juntamente com as funções desempenhadas por eles, de modo a efetivarmos plenamente os nossos conhecimentos. - Título – Frase que expõe resumidamente o teor do e-mail; - Saudação e vocativo – Cumprimento ao destinatário do e-mail; - Texto – A mensagem em si. O conteúdo desenvolvido no e-mail; - Despedida; - Assinatura – Nome, cargo e telefones do responsável pelo e-mail. Atente para não deixar o espaço do assunto em branco ou inadequado (que não apresente o conteúdo da sua mensagem). Isso prejudica a compreen- são e aceitação da sua mensagem. Importante Quanto à linguagem, considerando que o e-mail será utilizado como ferramenta de co- municação corporativa, ele também requer o bom uso do padrão culto da língua, precisa ser sucinto, impessoal, compreensível (com início, meio e fim, bem argumentado) e permi- tir somente única interpretação da mensagem. Além disso, tenha sempre cuidado com a grafia! Por mais importante que seja a men- sagem, nunca digite seu e-mail apenas com letras maiúsculas, dessa forma a sua mensa- gem pode adquirir um tom agressivo (pois aparenta que você está GRITANDO pelo e-mail). Também não faça uso exclusivamente de letras minúsculas, visto que transparece certo descaso com a escrita. Lembre-se: utilize o padrão culto da língua, e, em caso de dúvidas, consulte um dicionário ou uma gramática. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 51 Elabore um e-mail informando a todos os colegas de classe sobre a pró- xima atividade avaliativa. Compartilhe seu texto em nosso fórum, no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem. Atividade 01 Características do e-mail corporativo Vamos agora compreender como um e-mail é escrito, de forma a torná-lo um texto mais compreensível e bem recebido pelo destinatário: - Identifique seu destinatário. A mensagem deve ser elaborada de acordo com o receptor que irá recebê-la, para proporcionar a sua total compreensão; - Escreva somente o necessário. O e-mail, por ser um texto prático e direto, permite men- sagens mais curtas (se for o caso, ele pode conter apenas uma única palavra, como “aprovo”, “concordo”, “discordo”); - Em e-mails longos, como toda comunicação eficiente, apresente introdução, desen- volvimento e conclusão (organize os parágrafos de forma que assegurem a coerência de seu texto); - Utilize linhas em branco entre a saudação, os parágrafos e a assinatura (isso garante uma visualização mais clara do seu e-mail); - Conclua a mensagem com “Atenciosamente”, “Respeitosamente” ou “Saudações”. O e-mail é “aparentemente” informal, mas não se engane, isso depende do contexto! Quando ele é um recurso comunicativo em instituições públicas ou privadas, requer a formalidade correspondente a um ambiente de trabalho. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 52 Os principais portais brasileiros de notícias (como O Globo, Universia, Ig) já publicaram matérias acerca do bom uso do e-mail em ambientes cor- porativos. Realize uma pesquisa nos portais indicados para aprofundar- -se sobre as práticas do mercado de trabalho relacionadas a esse gênero textual, e elabore um pequeno texto. Vamos marcar uma conversa virtual para debatermos nossas observações por meio do chat! Diálogos A assinatura eletrônica A assinatura eletrônica é um mecanismo que identifica o remetente de uma comunica- ção virtual. Ela é criada pelo próprio usuário nas configurações do seu correio eletrônico, expondo os dados salvos, automaticamente, em todo e-mail enviado. Por isso, inclua uma assinatura eletrônica em suas mensagens! Apresente seu nome completo, titularidade, cargo, número de telefone e o site da sua instituição de trabalho. Porém, coloque apenas esses dados relevantes: mantenha a sua assinatura curta, com no máximo quatro linhas. Figura 1 – Assinatura eletrônica Fonte: Oliveira (2014). Po rt ug uê s In st ru m en ta l 53 Elabore uma assinatura eletrônica para o seu e-mail e compartilhe com seus colegas de estudo em nosso fórum! Atividade 02 Indicamos uma ótima gramática e um prático dicionário, ambos on-line, para você consultar sempre que for necessário na elaboração de um e- -mail ou de qualquer outro texto! Acesse: <http://www.gramaticaonline. com.br/> e <http://michaelis.uol.com.br/>. Mídia Nesta competência, você se apropriou dos conhecimentos necessários para utilizar o e-mail de forma adequada ao ambiente de trabalho. Ele é um recurso moderno, necessário e exigente de cuidados, uma vez que seu uso indiscriminado (graças aos apelos pessoais e informais) pode acarretar problemas para uma eficiente comunicação profissional. Espe- ramos que, com ele, você possa estar em sintonia com as ferramentas digitais que comple- mentam os textos oficias clássicos das organizações. Resumo 1. Um e-mail, como recurso de comunicação de instituições públicas e privadas, deve conter: a) Texto curto, com poucas informações, para agilizar a comunicação; b) Linguagem coloquial (como gírias e abreviações), uma vez que é um recurso informal; c) Título, apresentando o conteúdo da sua mensagem, escrito no local indicado pelo pró- prio servidor do e-mail; d) Elementos idênticos ao padrão ofício, já que se trata de uma situação formal de comunicação. Autoavaliação Po rt ug uê s In st ru m en ta l 54 2. Quais são os elementos estruturais de um e-mail? a) Título, saudação e vocativo, texto, despedida e assinatura; b) Timbre, cabeçalho, assunto ou ementa, texto, local, data e assinatura; c) Fato motivador, o posicionamento do órgão, o encaminhamento realizado, o percurso nar- rativo e a conclusão; d) Não há estrutura definida, visto tratar-se de um gênero textual informal. 3. Em qual gênero textual abaixo o e-mail é apenas veículo da mensagem (ferramenta que a envia), justamente por não manter nenhuma característica semelhante quanto à estrutura textual? a) Carta; b) Parecer; c) Ofício; d) Memorando. 4. Qual a importância e o que deve abranger uma assinatura eletrônica? a) A assinatura eletrônica não é tão relevante, por isso o seu uso é facultativo; b) A assinatura eletrônica é idêntica a um autógrafo, é a assinatura de uma autoridade ou celebridade, sendo valorosa por confirmar a presença dessa pessoa em determinado evento. Por isso, deve conter apenas o nome da pessoa, escrito à mão; c) A assinatura eletrônica é um mecanismo essencial, pois identifica o remetente de uma mensagem eletrônica. Ela deve incluir o nome completo, titularidade, cargo, número de telefone e site da instituição de trabalho do remetente; d) A assinatura eletrônica é importante porque apresenta documento. Ela contém o número de ordem, ano e sigla da unidade organizacional. 5. E o que é um e-mail? a) O e-mail é um sistema de comunicação que compreende o envio e o recebimento de men- sagens e documentos virtuais entre o remetente e o destinatário; b) O e-mail é um texto externo, um instrumento para o diálogo entre órgãos da administração pública; c) O e-mail estabelece a comunicação entre departamentos e setores de um mesmo órgão, por isso é facultativo o uso de elementos formais como o timbre, o vocativo e o local; d) O e-mail é um sistema de comunicação que compreende o envio físico de documentos e encomendas entre um remetente e um destinatário. Competência 04 Como empregar o Novo Acordo Ortográfico Po rt ug uê s In st ru m en ta l 57 O tratado instituído entre os países lusófonos para a criação de uma norma ortográfica comum (oficial) para a língua portuguesa, com o intuito político de promover a integração sociocultural das naçõesfalantes do português é chamado de Novo Acordo Ortográfico. Todavia, você sabe o que são países lusófonos? Lusofonia significa “de língua portuguesa”, refere-se ao conjunto das identidades culturais dos países que falam a língua portugue- sa. As nações integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Mas, atenção: não confunda lusofonia com lusitano ou luso. Essas palavras significam “de origem da Lusitânia”, isto é, o português nascido em Portugal. Figura 2 – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa Fonte: Oliveira (2014). Como empregar o Novo Acordo Ortográfico O Novo Acordo Ortográfico está em vigor desde 2009, porém, a necessidade de assimilar suas aplicações requer hábito e cuidado constante. Por isso, as mudanças (que deveriam ser obrigatórias a partir de 2013) se tornarão indispensáveis em 2016. As charges que ilustram esta competência demonstram, com humor e leveza, essa fase de adaptação que todos nós presenciamos. Você precisa, como profissional de excelência, adequar-se a essa realidade e aplicar esse conhecimento em suas produções textuais o quanto antes. Este é um grande diferencial! Po rt ug uê s In st ru m en ta l 58 Você sabia que o português é a 6ª língua mais falada do mundo? Assista à entrevista com Margarita Correia, professora da Universidade de Lisboa, e informe-se mais sobre a importância da nossa língua! Acesse: <https:// www.youtube.com/watch?v=N-QRyXjNOAI>. Curiosidade O Novo Acordo não instaura alterações na pronúncia e nos vocábulos. As modificações são sutis, apenas em alguns pontos da grafia da língua. Essas mudanças são relativas ao emprego do hífen, à extinção do trema, à redução dos acentos diferenciais... Você conhece- rá tudo em seguida! Vários termos ganharam uma estrutura ou composição mais simples, no que tange ao propósito de unificação ortográfica. Além disso, oficializou-se a adição do “k”, “w” e “y” ao nosso alfabeto, que se configura então com 26 letras. Por isso, é importante que você possua, para a elaboração adequada de textos no âm- bito profissional, domínio sobre as regras do Novo Acordo Ortográfico. Nossa intenção é capacitá-lo e esclarecer sobre as principais mudanças e sua adaptação à prática ortográ- fica vigente. Você verá que as alterações foram simples e de fácil assimilação. Vamos lá? I – O emprego do hífen Apropriando-se das situações que listaremos abaixo, seus documentos não apresenta- rão erros quanto ao uso do hífen: 1º) Elimina-se o hífen, duplicando as letras, quando o prefixo/radical é terminado em vogal e a segunda palavra é iniciada pelas letras “r” ou “s”: Ex. 1: Auto-retrato = autorretrato; Ex. 2: Extra-sensorial = extrassensorial; Ex. 3: Ultra-som = ultrassom. 2º) Elimina-se o hífen quando o prefixo/radical é terminado em vogal e a segunda palavra é iniciada por uma vogal diferente de sua antecedente: Po rt ug uê s In st ru m en ta l 59 Ex. 1: Auto + estima = autoestima; Ex. 2: Co+ autor = coautor; Ex. 3: Infra + estrutura = infraestrutura. 3º) Elimina-se o hífen, unido as palavras, quando o prefixo/radical é terminado em vogal e a segunda palavra é iniciada por consoante (diferente de “r” e “s”, quem têm um caso específico, já citado): Ex. 1: Auto + controle = autocontrole; Ex. 2: Micro + computador = microcomputador; Ex. 3: Semi+ novo = seminovo. Existe exceção! No prefixo “vice” usa-se sempre o hífen. Exs.: vice-rei, vice-almirante, vice-versa. Figura 3 – Reforma Ortográfica: trema e hífen Fonte: adaptado de J. Robson. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/ima- gens/2011/portugues/abril/trema_hifen.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2014. 4º) Mantém-se o hífen quando há prefixo/radical e a segunda palavra é iniciada pela letra “h”: Ex. 1: Sub + humano = sub-humano; Ex. 2: Anti+ higiênico = anti-higiênico; Ex. 3: Co+ herdeiro = co-herdeiro. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 60 Vamos praticar as regras do Novo Acordo? Elabore uma lista com mais 10 palavras em que o hífen permanece, com prefixo/radical e a segunda palavra é iniciada pela letra “h”. Atividade 01 5º) Mantém-se o hífen quando há o prefixo/radical “bem”, “sem”, “recém”, “além” ou “aquém” e a segunda palavra é iniciada por vogal ou consoante: Ex. 1: Bem + humorado = bem-humorado; Ex. 2: Recém + casado = Recém-casado; Ex. 3: Sem + vergonha = sem-vergonha. 6º) Mantém-se o hífen quando a palavra é representada por verbo + substantivo: Ex. 1: Beija + flor = beija-flor; Ex. 2: Lava + louças = lava-louças; Ex. 3: Pisca + pisca = pisca-pisca. O fato de a palavra composta ser formada por verbo (não é prefixo ou radical), seguido de substantivo, se diferencia de outros casos. Isto é, permanecerá o em- prego do hífen, sem dobrar as letras “r” ou “s”. Ex.: guarda + roupa = guarda-roupa. 7º) Mantém-se o hífen quando o prefixo/radical é terminado em vogal e a segunda palavra é iniciada por vogal igual a sua antecedente: Ex. 1: Anti+ inflamatório = anti-inflamatório; Ex. 2: Micro + ônibus = micro-ônibus; Ex. 3: Semi+ interno = semi-interno. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 61 II – Acentos diferenciais reduzidos a casos bem específicos Vale salientar o caso especial em que não há mais o emprego do hífen: as palavras compostas interligadas por preposição. Exs.: mão de obra; dia a dia; pé de mole- que; mula sem cabeça... Figura 4 – Reforma Ortográfica: uso do hífen Fonte: Adaptado de Fábio Nienow. Disponível em: <http://esabelsalazar.pt/portal/images/stories/AO_ cartoons/01novaortografia.jpg>. Acesso em: 28 maio 2014. 8º) Mantém-se o hífen quando o prefixo/radical é terminado com consoante e a segunda palavra iniciada por consoante igual a sua antecedente: Ex. 1: Inter + raciais = inter-raciais; Ex. 2: Sub + base = sub-base; Ex. 3: Super+ resistente = super-resistente. A existência de um acento diferencial em um idioma marca a distinção gráfica ou fonéti- ca nos vocábulos iguais com significados diferentes. Assim, ele torna a tonalidade de uma sílaba em aberta ou fechada, o que distingue a classe gramatical desses termos. Deixaram de ser acentuados: Ex. 1: Pára = para (verbo parar), agora grafado como para (preposição); Ex. 2: Péla = pela (verbo pelar), agora grafado como pela (preposição); Po rt ug uê s In st ru m en ta l 62 Ex. 3: Pélo = pelo (verbo pelar) e Pêlo = pelo (substantivo), agora grafado como pelo (preposição). Entretanto, existem exceções! Ex. 1: Pôde (verbo poder no pretérito perfeito) permanece acentuado para se distinguir de pode (verbo poder no presente indicativo); Ex. 2: Pôr (verbo no presente) permanece acentuado para se distinguir de preposição por (preposição). III – A extinção do trema O sinal gráfico que marcava a pronúncia da vogal “u” átona nos grupos GU(e); GU(i); QU(e); QU(i), o trema, não existe mais: Ex. 1: Sagüi = sagui; Ex. 2: Frequência = frequência; Ex. 3: Tranqüilo = tranquilo. Entretanto, o trema continua em palavras de línguas estrangeiras e seus derivados: Exs.: Müller, mülleriano, Bündchen... Figura 5 – Grump e o Novo Acordo Ortográfico Fonte: adaptado de Orlandeli. Disponível em: < http://blogdoorlandeli.zip.net/images/965.jpg >. Acesso em: 28 maio 2014. IV – A extinção das consoantes mudas É conhecido de todos que a língua portuguesa em Portugal conserva a pronúncia de consoantes mudas em algumas palavras. No entanto, com a nova ortografia, fica esta- belecida a redução de termos que apresentam essa particularidade. Claroque ainda há resistência a essa adaptação em terras lusitanas e, por tabela, também no Brasil. Convi- vemos hoje com as duas grafias (e com a alteração na pronúncia), inclusive com sentidos sutilmente distintos. Ex. 1: Secção passou a ser seção; Po rt ug uê s In st ru m en ta l 63 Ex. 2: Acção passou a ser ação; Ex. 3: Facto passou a ser fato. Pesquise na Internet um breve texto que ainda não esteja normatizado conforme o Novo Acordo Ortográfico. Realize as adequações e compartilhe ambos os textos no nosso fórum. Vamos analisar as nossas produções juntos, partilhando dúvidas e dicas! Diálogos V – A extinção do acento gráfico em palavras paroxítonas nos ditongos “ei” e “oi” Durante muito tempo, o acento agudo nos ditongos abertos tônicos “ei” e “oi” era o marcador de tonicidade da sílaba. No entanto, a partir da aprovação do Novo Acordo Orto- gráfico, oficializou-se a queda desse emprego somente nas palavras paroxítonas (aquelas que possuem acentuação na penúltima sílaba). Ex. 1: Idéia= ideia; Ex. 2: Platéia = plateia; Ex. 3: Heróico = heroico. Vamos praticar as regras do Novo Acordo? Elabore uma lista com mais 10 palavras paroxítonas que perderam o acento agudo em ditongos. Atividade 02 VI – Extinção do acento circunflexo em hiatos Palavras como crêem e vôo, como se sabe, foram conhecidas como paroxítonas acen- tuadas devido à existência do hiato “oo” ou “ee”. Depois do Acordo Ortográfico, porém, nenhuma palavra com esse fenômeno vocálico será acentuada graficamente: Hiato: aconte- ce quando há repetição de vogais que pertencem a sílabas distintas. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 64 Ex. 1: Acreano = acriano (quem nasce no Acre); Ex. 2: Cabo-verdiano = cabo-verdiano (quem nasce no Cabo Verde); Ex. 3: Açoreano = açoriano (quem nasce no arquipélago dos Açores). Você possui uma dúvida sobre o Novo Acordo Ortográfico? Vá ao site da Academia Brasileira de Letras e clique em “ABL Responde”. Lá, você pode consultar os acadêmicos do nosso país sobre o significado de uma pala- vra, grafia de palavras, pronúncia e acentuação, emprego de maiúscula e minúscula, uso do hífen, pontuação, concordância, regência, emprego da crase etc. Acesse: <http://www.academia.org.br/>. Internet Então, não é simples? Diversas obras (das mais simples às mais completas) foram lan- çadas sobre as mudanças do Novo Acordo Ortográfico. Elas estão em bancas de revistas, livrarias, bibliotecas, sites gratuitos. Estude essas normas, mantenha seu foco profissional, produza textos, pense no leitor, edite, refine! Escrever bem é apenas uma questão de prática! VII – Mudanças em adjetivos pátrios Adjetivos pátrios que tinham terminação em “eano(a)”, passam a terminar com “iano(a). Com isso, fica substituído o emprego da letra “e” pela letra “i”, como também ocorre em outros adjetivos. Ex. 1: Lêem = leem; Ex. 2: Prevêem = preveem; Ex. 3: Enjôo = enjoo. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 65 O Portal da Língua Portuguesa existe para auxiliar quem trabalha com a língua portuguesa e possui dúvidas sobre suas regras e funcionamento. Nele, você pode investigar mais sobre o Novo Acordo Ortográfico. Acesse: <http://www.portaldalinguaportuguesa.org/acordo.php>. Mídias Resumo Nesta competência, você desenvolveu a capacidade de aplicar as principais regras do Novo Acordo Ortográfico, que representou, através da ortografia comum, parte de um pro- cesso histórico e político que visa à normatização da escrita entre os países lusófonos. Assim, conforme os itens abordados, os acentos gráficos diferenciais que sugerem uma mudança de classe gramatical foram reduzidos, por exemplo: para (verbo) e para (preposi- ção). Dentre as mudanças mais minuciosas e passíveis de aprofundamento está o empre- go do hífen. Apresentamos vários exemplos de alterações nessa coletânea de regras. Além disso, palavras que dobram letras (“ee” e “oo”) perderam a acentuação. Ademais, ficou evidenciada a extinção do trema na língua portuguesa. Autoavaliação 1. Conforme o Novo Acordo Ortográfico, em qual alternativa abaixo uma das palavras rece- beu o acento gráfico erroneamente: a) Xícara – bóia – anéis – zângão; b) Ânsia – herói – bênção – baú; c) Difícil – chapéus – café – avó; d) Crochê – éter – bebê – afã. 2. Em qual das alternativas abaixo há uma palavra cuja grafia não corresponde às normas do Novo Acordo Ortográfico: a) Abençoo – véu – tranquilo – reaver; Po rt ug uê s In st ru m en ta l 66 b) Quebra-cabeça – anteaurora – recém-graduado – linguista; c) Guarda-noturno – seqüência – esplêndido – bem-criado; d) Hora-aula – interestadual – ideia – além-mar. 3. Em qual das alternativas abaixo todas as palavras compostas estão grafadas correta- mente, em conformidade com o Novo Acordo Ortográfico: a) Obra-prima – entreaberto – semi-árido – biorritmo; b) Benfeitor – viúva-negra – quarta-feira – sacarrolhas; c) Parapeito – auto-educação – contra-argumento – bem-vindo; d) Pan-africano – vice-governador – ultrassecreto – remarcar. 4. Qual das alternativas abaixo é escrita com hífen (ou seja, a grafia não está correta): a) Pósexame; b) Coenzima; c) Semicurva; d) Extraembrionário. 5. Qual é a função do Novo Acordo Ortográfico? a) Assegurar mais escolas ensinando a língua portuguesa na Europa; b) Promover a integração sociocultural das nações falantes do português; c) Produzir apenas um dicionário para todos os países lusófonos; d) Garantir que todos os países falem português como é falado e escrito em Portugal. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 67 Competência 05 Como aplicar os recursos tecnológicos para correção Po rt ug uê s In st ru m en ta l 69 Como aplicar os recursos tecnológicos para correção A linguagem em língua portuguesa apresenta a necessidade de constante observação a fim de que a sua produção textual transcorra para o leitor ou ouvinte de modo claro e atualizado. Os corretores eletrônicos são recursos cibernéticos que contribuem para a compreensão e produção mais coerente da língua. Servindo como dicionário e norteador da ortografia e da gramática, você pode recorrer a essas ferramentas para lhe auxiliar na elaboração de seus textos. Nesta competência, apresentaremos os itens considerados relevantes para a sua orien- tação quanto ao uso dos corretores eletrônicos na produção de textos. Você aprenderá a trabalhar essas funcionalidades básicas no Word, pois, além dele ser o mais conhecido, todos os outros programas similares operam essencialmente da mesma forma. Como utilizar o Word O processador de textos mais popular é o Word, criado pela empresa Microsoft. Word, termo de origem inglesa que significa “palavra”, “vocábulo”, define bem o propósito desse recurso. Trata-se do um software que possibilita a criação de documentos em um compu- tador. Assim sendo, você pode usar o Word para produzir textos, e ainda utilizar fotografias, ilustrações, mapas, gráficos e tabelas. Além disso, o Word é extremamente funcional, for- necendo vários recursos úteis para a elaboração dos mais diversos gêneros. O Word faz parte do Microsoft Office (por isso, em alguns computadores, você o encon- trará em Iniciar > Todos os programas > Microsoft Office> Microsoft Word), um conjunto de programas compatíveis (como um pacote) para a criação de documentos, planilhas e apresentações. Por vezes, o Word é chamado como “Microsoft Word”, “Office Word” ou “Microsoft Office Word”, seguido do ano da versão do programa. Software: quando se refere a um pro- grama de computa- dor, é a sequênciade instruções (padrões específi- cos) interpretada e executada pela máquina virtual, para obter um re- sultado desejado. Office: também é de origem inglesa. Significa “escritó- rio”, o que remete ao trabalho com textos e planilhas. Como iniciar o texto no Word Apenas abra o Word e digite seu texto. Ele já inicia com um documento novo, como uma folha de papel em branco. Os ícones e a régua que você vê no alto da janela de documento oferecem maneiras fáceis de você trabalhar em seus documentos. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 70 Lembre-se que o Word possui várias versões. Se a sua versão possui um design diferente do apresentado aqui, foque-se nos títulos e nas formas dos ícones (fonte, parágrafo, espaçamento...). Eles são padronizados, sempre os mesmos! Figura 6 – Iniciando o Word Fonte: Microsoft Word (2014). Figura 7 – Selecionando a fonte Fonte: Microsoft Word (2014). A formatação do texto A fonte é o estilo do texto, o modelo que as letras apresentam. Esse elemento faz parte da formatação, que trata da organização visual e de estrutura do documento. Assim, você precisa localizar em sua barra de ferramentas a palavra “Fonte”, clicar e realizar os ajustes no texto selecionado (para selecionar, clique com o botão esquerdo do mouse e arraste sobre o texto). Aberta a janela “Fonte”, você determina (basta clicar sobre a opção) o tipo de letra, o tamanho, o estilo, a cor e alguns efeitos, como o negrito, o itálico e o sublinhado. Para finalizar, clique em OK. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 71 Figura 8 – Selecionando o espaçamento Fonte: Microsoft Word (2014). Lembre-se: a fonte padrão para redações oficiais é Times New Roman ou Arial, tamanho 12, na cor preta. Importante Já em “Parágrafo”, você pode determinar o recuo, o alinhamento e o espaçamento do texto. Na barra de ferramentas, clique em “Parágrafo” (ou clique com o botão direito do mouse sobre o texto e escolha “Parágrafo” no menu apresentado). Tudo é autoexplica- tivo! Você pode estabelecer o alinhamento (Esquerda, Direta, Centralizada, Justificada); pode especificar o recuo em Esquerda e Direita (valor em centímetros); pode definir o espaçamento entre os parágrafos (basta digitar valor em pontos) em Antes e em Depois; e, ajustar o espaçamento entre as linhas (Simples, 1,5 linha, Duplo, Pelo menos, Exata- mente ou Múltiplos). Você pode visualizar as alterações na janela logo abaixo. Quando quiser finalizar, clique em OK. Elabore um pequeno texto com um resumo do Novo Acordo Ortográfico, visto na Competência IV. Pratique as funções de formatação do Word deixando seu texto diferente (cores, estilos, tamanhos, espaçamentos) a cada nova regra! Atividade 01 Po rt ug uê s In st ru m en ta l 72 Como revisar no Word O Word contém uma ferramenta que verifica a ortografia e a gramática do texto auto- maticamente. É muito simples: quando existir um erro gramatical, uma linha ondulada ver- melha aparecerá sob uma palavra indicada; quando existir um erro ortográfico, uma linha ondulada verde surgirá sob o trecho em questão. É extremamente importante salvar com frequência o seu texto. Imagine se, perto da conclusão, faltar energia elétrica? Você pode perder todo o seu trabalho. Para evitar esse desgosto, a cada etapa de produção, salve! Clique em Arquivo > Salvar, atribua um nome para o seu documento e pronto! O Word gravará e atualizará o arquivo sempre que você solicitar salvá-lo. Se, por acaso, você precisar produzir uma cópia do arquivo, use o comando “Salvar como” e dê um nome diferente ao documento. Importante Para iniciar as correções, clique em “Revisão” no topo da barra de ferramentas. Em seguida, clique em “Ortografia e gramática”. O Word dará sugestões em uma janela para aquela palavra ou frase que ele considera que está errada. Lembre-se de ler tudo muito bem! O Word é um programa mecânico, automático. Por vezes, ele pode fazer indicações desnecessárias. Se isso ocorrer, clique em Ignorar uma vez. Se ele não possui aquele ter- mo na sua memória e você o considera importante, clique em Adicionar ao dicionário. Se você concordar com a alteração que o programa sugere, clique em Alterar. Figura 9 – Revisando o texto Fonte: Microsoft Word (2014). Po rt ug uê s In st ru m en ta l 73 Viu como é simples? Claro, esses são os recursos mais básicos do Word. Existem mui- tos outros que podem enriquecer ainda mais seus textos. O próprio site da Microsoft dis- ponibiliza tutorais para você consultar. Acesse: http://office.microsoft.com/. Novamente: pesquise, estude, pratique! Pesquise sobre alternativas diferentes de corretor ortográfico (como o FLiP) e compartilhe as suas descobertas em nosso fórum! Diálogos Resumo Você teve a oportunidade de entender como os corretores eletrônicos, recursos ciber- néticos, contribuem para a produção de documentos mais ricos e coerentes. Para tal, você dispõe do Word, o processador de texto mais popular e funcional. Seu entendimento e manuseio são de fácil assimilação. Esse aspecto foi evidenciado por instruções objetivas e sequenciadas sobre como determinar a formatação do texto e como realizar a revisão ortográfica e gramatical que o programa dispõe. Autoavalição 1. Por que você, profissional de excelência, precisa saber lidar com o programa Word? a) Porque o Word é um excelente software editor de imagens; b) Porque o Word possibilita a criação de textos em um computador de forma funcional; c) Porque o Word produz planilhas, com modernas ferramentas de cálculo; d) Porque o Word também funciona como correio eletrônico, enviado e-mails através do seu software. 2. Por que é importante saber selecionar a fonte e os parágrafos de um texto no Word? a) Porque estes recursos permitem salvar e abrir o documento; b) Eles são ferramentas que realizam a revisão ortográfica e gramatical no Word, sugerin- do correções para frases ou palavras; Po rt ug uê s In st ru m en ta l 74 c) A fonte define o recuo, o alinhamento e o espaçamento do texto. O parágrafo determina o estilo da letra; d) A fonte é o estilo da letra (tipo, tamanho, cor, efeito). E o parágrafo fixa o recuo, o alinha- mento e o espaçamento do texto. Estes são elementos de organização visual e estrutural. 3. Durante a produção de um texto, que etapa deve ser constantemente repetida? a) É preciso salvar o documento com frequência, para evitar o retrabalho; b) É necessário redefinir a paragrafação para cada parágrafo novo que seja digitado; c) É importante determinar a fonte em cada frase escrita; d) Faz-se necessário revisar palavra por palavra, já que o Word não demarca os possí- veis erros. 4. Como utilizar o recurso de revisão disponível no Word? a) Não é preciso fazer nada. O Word contém uma ferramenta que verifica a ortografia e a gramática do texto automaticamente, corrigindo-a; b) Na barra de ferramentas, clique em “Parágrafo” (ou clique com o botão direito do mouse sobre o texto e escolha “Parágrafo” no menu apresentado). Leia bem as sugestões de programa e determine a ação de correção; c) Na barra de ferramentas, clique em “Fonte” e realize os ajustes no texto selecionado; d) Na barra de ferramentas, clique em “Revisão” no topo da barra de ferramentas. Em seguida, clique em “Ortografia e gramática”. Leia bem as sugestões de programa e de- termine a ação de correção. 5. Quais são as principais opções de ação do revisor ortográfico e gramatical do Word? a) Ignoro, Adiciono e Altero; b) Negrito, Itálico e Sublinhado; c) Ignorar uma vez, Adicionar ao dicionário e Alterar; d) Times New Roman e Arial. Po rtug uê s In st ru m en ta l 75 Competência 06 Como aplicar a coesão e a coerência textual Po rt ug uê s In st ru m en ta l 77 Como aplicar a coesão e a coerência textual Neste estudo, compreenderemos as relações estabelecidas na superfície e no alicerce do texto: a estruturação das orações e dos parágrafos está adequada à argumentação? As informações estão relacionadas entre si? Os recursos gramaticais estão corretamente utilizados, enriquecendo a redação? Você acha tudo isso muito complicado? Não é, você já realiza essas ações espontane- amente! Ninguém escreve ou fala por pedaços soltos, desligados. As palavras, frases e argumentos vêm entrelaçados, ligados para garantir sentido, com início, meio e fim. Um exemplo: quando você resume um filme para um amigo, você começa pelo final, conta o começo e depois finaliza com o meio do enredo? Nunca! Assim ele não conseguirá com- preender a narrativa. Você tem o cuidado de falar sobre o filme na ordem cronologia das ações e ainda de ligar uma cena a outra, atribuindo lógica e significado. Ou seja: já realiza a coesão e coerência textual! Agora, você precisa adquirir consciência e domínio de alguns conceitos e técnicas de escrita, para produzir textos ainda mais coesos e coerentes! Você sabia que a palavra “texto” é proveniente de textum, que significa “tecido” em latim? Tecido é a trama feita com fios entrelaçados. Como re- lacionamos isso a um texto? Um texto é uma reunião de palavras e frases que também estão “costuradas” para que formar um sentido e transmitir uma mensagem! Curiosidade A coesão textual A coesão textual refere-se à ligação entre os segmentos de um texto. Ela estabelece a sequência lógica (continuidade), garantindo harmonia (encadeamento) entre as palavras, orações, períodos e parágrafos. Assim, um texto coeso precisa apresentar ordenadamente ideias conectadas. Quer um exemplo? Observe esta citação do escritor Albert Camus, co- mentando a obra O muro, de Sartre. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 78 Jean-Paul Sartre, cuja obra A náusea comentamos neste mesmo jornal, acaba de publicar uma seleção de contos, em que voltamos a encontrar, sob forma diferente, os temas singulares e amargos de seu primeiro romance. Fonte: Camus, 2010, p. 137. Percebeu como o processo de coesão trata dos elementos linguísticos de ligação, que as- seguram a sequência do texto? Esses elementos são as conjunções, pronomes, sinônimos, numerais, advérbios etc., qualquer partícula textual que garanta a união de termos, frases e enunciados. Vamos trabalhar neste estudo as formas mais básicas de tornar seu texto coesi- vo, através dos procedimentos de coesão referencial, sequencial e lexical. Vamos lá? Coesão referencial A coesão referencial acontece quando uma palavra ou trecho retoma algo que já foi dito (esse fenômeno é chamado de “anáfora”) ou adianta algo (“catáfora”). Ou seja, ele faz referência a um termo do texto. Observe os exemplos: Ex. 1: Recife é uma cidade. Em Recife, o crescimento populacional atinge altos níveis. = Recife é uma cidade onde crescimento populacional atinge altos níveis. Neste caso, o pronome indefinido “onde” retoma a cidade de Recife de forma anafórica (após o termo). Ex. 2: Débora e Virgínia são muito competentes. Débora e Virgínia estudaram bastante. = Débora e Virgínia são muito competentes, elas estudaram bastante. Neste caso, o pronome pessoal “elas” refere-se à Débora e Virgínia de forma anafórica (após o termo). Ex. 3: A mãe olhou para Paulo e disse: – Paulo, meu filho, estás doente. = A mãe olhou-o e disse: – Paulo, meu filho, estás doente. Neste caso, o pronome “o” refere-se à palavra Paulo de forma catafórica (antes do termo). Po rt ug uê s In st ru m en ta l 79 Coesão lexical A coesão lexical ocorre quando substituímos uma palavra por outra, evitando a repeti- ção de termos e unindo as partes do texto. Essa substituição pode acontecer estabelecen- do diversas relações. Como exemplo, abordaremos a sinonímia, hiperonímia e hiponímia: Ex. 1: O treinador da seleção afirmou que o Brasil tem todas as condições para ganhar a Copa do Mundo. Conforme o dirigente, a equipe está muito bem preparada. Neste caso, foi utilizado um sinônimo (palavra semelhante) de treinador, impossibilitan- do a repetição sem alterar a mensagem. Ex. 2: O médico estava na poltrona do avião, quando, subitamente, no assento ao lado, o idoso desmaiou. Neste caso, foi utilizado um hipônimo (palavra com sentido mais específico em relação ao outro, do mesmo campo lexical) para poltrona. Ex. 3: Eu adoro animais, cachorros e gatos são adoráveis! Neste caso, foi utilizado um hiperônimo (palavra com sentido mais geral em relação ao outro, do mesmo campo lexical) para animais. Léxico: conjunto de vocábulos, de palavras, um idioma. Analise a tirinha abaixo: Você percebeu que o Hagar utilizou “isto” para se referir a “comida anônima”? Que tipo de coesão é esta? Atividade 01 Figura 10 – Hagar Fonte: BROWNE, Dik. Hagar. Folha de S. Paulo. São Paulo, 8 mar. 1999. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 80 Coesão sequencial A coesão sequencial se organiza por meio da concordância verbal e nominal, fazendo a informação fluir, progredir. Ela se dá por palavras de transição, que estabelecem uma su- cessão (ordenação linear dos elementos, continuação temporal) ou por conexão (relaciona, conecta elementos do texto). - Elementos de causa: porque, pois, visto que, já que, como, uma vez que, por causa de, em virtude de, devido a, por razões de. Ex.: Ele conseguiu o emprego, porque é muito competente. - Elementos de oposição: mas, entretanto, contudo, porém, no entanto, todavia. Ex.: Marcela tinha tudo para ganhar o campeonato, no entanto, adoeceu. - Elementos de consequência (ou conclusão): portanto, logo, assim, por isso, pois, de modo que, então, por conseguinte. Ex.: Ela é muito disciplinada, por isso tira notas boas. - Elementos de condição: caso, desde que, se, contanto que. Ex.: Você pode sair mais cedo, desde que conclua o trabalho. - Elementos de finalidade: a fim de que, para que, com o intuito de, com o objetivo de. Ex.: Com o objetivo de obter a vaga na universidade, Camila estuda todo dia. - Elementos temporais: atualmente, anteriormente, imediatamente, posteriormente, logo depois/após, pouco antes/depois, em seguida, por fim, hoje, frequentemente, às vezes, constantemente, ocasionalmente, sempre, ao mesmo tempo, nesse ínterim, enquanto isso. Ex.: Ao mesmo tempo em que a peça começou, ouviu-se um grito na plateia. - Elementos de semelhança: conforme, segundo, igualmente, da mesma forma, assim tam- bém, do mesmo modo, analogamente, em conformidade com, de acordo com. Ex.: A moça tomou os remédios conforme o médico recomendou. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 81 Vamos exercitar nossos estudos sobre coesão? Preencha as lacunas com os conectores adequados. Atividade 02 Por que uma fruta podre estraga a outra? _____________explicam especialistas, a má influência de um vegetal estragado sobre um bom tem uma explicação química._____________ uma fruta chega perto do seu estágio final de desenvolvimento, co- meça a produzir um hormônio chamado etileno, que faz com que ela amadureça. E, _______________ esse amadurecimento progride, a produção do etileno vai aumentando. O etileno é um gás que fica flutuando em volta da fruta, ______________ tem, mais ou menos, o peso molecular da atmosfera. _____________, _____________ colo- carmos uma fruta madura perto de uma verde, aceleramos o proces- so de amadurecimento da segunda. Fonte: adaptadode Nogueira (2003, s. p.). Definir a coerência textual A coerência textual trata da identidade entre as ideias de texto, garantindo conexão, nexo. Dessa forma, associamos esse processo à construção de sentidos e à articulação dos argumentos, por isso ela é subjetiva, do âmbito pensamento. Cabe ao escritor propor- cionar ao leitor um texto coerente, para que ele possa constituir o seu significado. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 82 E qual é a diferença entre coesão e coerência? Segundo Koch (2004), a coerência se relaciona aos argumentos, à relação lógica entre as ideias, que devem estar ordenadas e conectadas de forma clara. Já a coesão é parte dos elementos de coerência, visto que ela trata dos elementos de ligação, das relações estabelecidas no texto por articulações gramaticais. Por isso, a coesão acontece de forma explícita, através de marcas linguísticas, e a coerência se dá de forma implícita, na intenção do texto como um todo. Não se esqueça de organizar bem os parágrafos! Eles precisam apresentar coerência individualmente e interligados. Não fragmente o mesmo argumento em vários parágrafos, bem como não apresente muitas ideias em um único. A cronologia deve ser pensada para garantir a sequência lógica, e os elementos coesivos estudados asseguram a transição adequada entre os parágrafos. Importante Importante Para produzir textos coerentes, atente as recomendações abaixo: - Ordem Não misture a ordem dos fatos ou acontecimentos, assim você complica o texto, e pode torná-lo incompreensível. Apresente seu discurso cronologicamente. Nunca relate antes algo que acontece depois, salvo se você estiver consciente dessa intenção, para criar um suspense sobre o ocorrido. - Relevância Aborde apenas o que for importante e necessário para a compreensão do texto. As ideias precisam dialogar entre si, do contrário, se tornam irrelevantes. Além disso, não seja re- dundante, evite repetições de argumentos. Isso é diferente da coesão por reiteração: ela amarra elementos para que o texto tenha sentindo. Repetição é trazer novamente uma ideia já abordada, sem que isso acrescente uma informação nova ao raciocínio. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 83 - Uniformidade Um texto necessita expor ideias e situações que em nenhum momento se contradigam. Isto é: um argumento apresentado no início não pode ser contestado no fim do texto. Quan- do precisar abordar pensamentos contrários, demarque bem que se trata de diversidade, para não ser contraditório. Vamos discutir sobre os problemas de um texto incoerente? Imagine ouvir este comentário: “Renato deixou o quarto completamente sujo”. Com cer- teza você está se perguntando: quem estava sujo? Renato ou o quarto? E um dos problemas de um texto mal escrito é a ambiguidade. Pesquise sobre essa característica textual, elabore um texto e compartilhe em nos- so fórum. Além disso, apresente a sua solução para desfazer a situação estranha de Renato e do seu quarto. Diálogos Esses foram os elementos mais essenciais sobre coesão e coerência para a elaboração de um texto. Toda atividade para ser bem realizada requer conhecimentos, técnicas e práti- ca. Para produzir bons textos não é diferente. Você está capacitado, então já sabe que não há mágica, nem segredo: apenas estude e escreva mais! Quer uma indicação para aprofundar-se nos estudos sobre coesão e coe- rência? Adquira o livro Coesão e Coerência Textuais! A autora aborda de forma clara e objetiva esses dois mecanismos de textualidade. Referên- cias: FAVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. 11. ed. São Paulo: Ática, 2009. Mídias Po rt ug uê s In st ru m en ta l 84 Resumo Nesta competência, você tornou-se capaz de praticar a coesão e a coerência textual em sua redação. De posse desses mecanismos, você poderá ter um texto claro, bem produzido e que atinja o objetivo comunicacional esperado. Ideias são boas quando estão dentro de um padrão de organização esperado e, com esses recursos, você terá condições de expor adequadamente toda e qualquer mensagem, seja falada ou escrita. Autoavaliação 1. Qual é a diferença entre coesão e coerência textual? a) Não há diferença, os dois processos realizam a mesma função; b) A coerência se relaciona aos argumentos, à relação lógica entre as ideias. Já a coesão trata dos elementos de ligação, das relações estabelecidas no texto por articulações gramaticais; c) A diferença entre coesão e coerência textual é apenas a ordem de apresentação dos argumentos em um texto; d) A coesão se relaciona aos argumentos, à relação lógica entre as ideias. Já a coerência trata dos elementos de ligação, das relações estabelecidas no texto por articulações gramaticais. 2. Qual elemento de coesão estabelece a relação adequada entre os trechos abaixo? I. Uma chuva alagou as principais ruas da cidade; II. O trânsito ficou completamente paralisado. a) Por isso; b) Porém; c) Desde que; d) Bem como. 3. Na frase “O Brasil é um país bem desenvolvido. Dessa forma, possui muita admiração”. Qual elemento garante a coesão deste enunciado? a) Possui muita admiração; Po rt ug uê s In st ru m en ta l 85 b) Dessa forma; c) País; d) O Brasil. 4. Em qual alternativa abaixo o uso do elemento destacado compromete a coerência (não está adequado)? a) Nosso país possui uma população honesta, pois esta é influenciada pelos valores cultu- rais dominantes; b) As redes sociais podem divertir como também proporcionar interação profissional; c) Atualmente, estudar é muito importante, bem como cultivar relações motivadoras; d) Tenho muito apreço por Valéria porque me trata muito mal. 5. Qual é a ordem adequada para os trechos formarem um texto coeso e coerente? I. A linguagem multimidiática da tela se transformou na linguagem corrente, sendo ela capaz de construir significados complexos independentemente do texto; II. Este artigo apresenta e discute quatro argumentos com o intuito de expandir a definição de letramento; III. Assim, serão realmente letrados no século 21 aqueles que aprenderem a ler e escrever a linguagem multimidiática da tela; IV. Além disso, essa linguagem permite modos de pensamento, formas de comunicar e produzir pesquisa, e métodos de publicação e de ensino que são essencialmente dife- rentes daqueles relacionados ao texto clássico. Fonte: DALEY, Elizabeth. Expandindo o conceito de letramento. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n. 49, v. 2, jul./dez. 2010, p. 481. a) I, II, III, IV; b) IV, III, II, I; c) II, I, IV, III; d) III, IV, I, II. Po rt ug uê s In st ru m en ta l 86 BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. 2. ed. Brasília: Departamento de Imprensa Nacional, 2002. CAMUS, Albert. A inteligência e o cadafalso: e outros ensaios. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. O e-mail: um gênero textual do meio eletrônico. 2014. 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É autor da Gramá- tica da Língua Portuguesa Extremamente Fácil (2011), da Gramática Popular Brasileira (1995), projeto de fixação do aprendizado gramatical por meio de músicas, e do Manual Mais Prático da Nova Ortografia (2009). Atua como consultor de Marketing e Gestão em corporações privadas e públicas. É professor do Centro de Aperfeiçoamento de Língua e Linguagem (CALL). Sílvio Augusto Nascimento Po rt ug uê s In st ru m en ta l 88 Conheça o autor Possui graduação e especialização em Letras (UFCG), cursa mestrado em Linguística Aplicada (UFRN, créditos concluídos) e é bacharel em Direito (UEPB). Leciona, atualmente, na escola CALL e no cursinho Pré-ENEM do Centro Avançado de Ensino (CADE). Desenvolve trabalhos de formação de professores das redes pública e privada do RN. Atua no ramo editorial e educacional, é experiente em padronização e revisão textual. Trabalhou na Editora da UFRN, o que garantiu em seu currículo inúmeros títulos revisados, entre eles, Crônicas de Origem (2011), de Luís da Câmara Cascudo, e o Plano Nacional de Qualificação – PNQ, do Governo Federal (2011). Hoje, é revisora de língua portuguesa e designer instrucional do ITB. Também leciona as disciplinas de Português, Redação, Lite- ratura e Inglês em cursinhos da cidade de Natal-RN. Desde o início da sua formação em Letras (UFRN), atua como pesquisadora (financiada pela PROPESQ – UFRN) nas áreas de Literatura, Cinema, Semiótica e Estudos Culturais, sob a valiosa orientação da Profa. Dra. Ilza Matias de Sousa. Rosemberg Rodrigues Ramalho Sílvia Barbalho Brito Po rt ug uê s In st ru m en ta l 89