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Aula 6_Mercado de trabalho

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Mercado de trabalho
Faculdade de Ciências Econômicas 
Departamento de Ciências Econômicas
REI 002 – Teoria Macroeconômica I
Professor Bruno de Paula Rocha
E-mail: brunor@cedeplar.ufmg.br
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Oferta e demanda agregada
 Demanda agregada: equilíbrio simultâneo nos mercados de bens e 
monetário (Modelo IS-LM)
 Oferta agregada: equilíbrio no mercado de trabalho
 Referência: Blanchard, capítulos 6 e 7
33
Oferta e demanda no modelo 
Keynesiano
 Hipótese fundamental: preços rígidos. Modelo de curto prazo com 
existência de capacidade ociosa. Quando a demanda aumenta, a 
oferta pode se elevar sem pressões de custo, ou seja, mantendo os
preços fixos
Oferta agregada
Demanda agregada
P
QQ*
P*
44
Oferta e demanda no modelo 
Clássico
 A curva de oferta agregada clássica é determinada por variáveis reais: 
um aumento geral de preços, fará com que as firmas busquem mais 
mão-de-obra, mas isso só elevará o salário nominal. Ao final, o salário 
real será o mesmo (P e w maiores) e o equilíbrio inicial não será
alterado
P
Q
Q*
Oferta agregada
Demanda agregada
P*
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Oferta agregada e política 
econômica
 Políticas econômicas de incentivo à demanda não terão efeito no PIB se 
a curva de oferta agregada for completamente inelástica
 Precisamos modelar o processo de produção e o mercado de trabalho: vão
revelar o lado da oferta da economia
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Mercado de trabalho Clássico
Com as empresas contratando de acordo com o produto marginal, N*
trabalhadores serão contratados com um salário real de (w/p*)
Salário
Trabalho
Demanda = PMgN
(w/P)*
N*
Oferta
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Mercado de trabalho Clássico
 A abordagem de concorrência perfeita é uma boa representação para o mercado
de trabalho?
 A definição dos salários reais de equilíbrio pode ser complementada em várias
direções:
Negociação: os trabalhadores podem ter poder de barganha para negociar salários
mais altos
Salário-eficiência: independente do poder de barganha dos trabalhadores, as 
empresas podem pagar salários mais altos para aumentar a produtividade do 
trabalho
 Duas dimensões são importantes para a determinação dos salários:
(i) Natureza da ocupação: qualificação exigida para o cargo 
(ii) Condições do mercado de trabalho: nível de desemprego
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Mercado de trabalho
 Objetivo: apresentar um modelo para o mercado de trabalho que determine a taxa
natural de desemprego
 Definição 1: Taxa natural de desemprego é determinada pelo equilíbrio no 
mercado de trabalho quando preços esperados se igualam a preços efetivos
 Definição 2: Longo prazo é o horizonte de tempo em que as expectativas se 
realizam (P = Pe)
 Hipóteses: 
1. Preços podem variar
2. O único fator de produção é o trabalho
3. Retornos constantes de escala e tecnologia fixa
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Fixação de salários: Curva WS
 Os salários são determinados via negociação entre firmas e empregados
 Fatores determinantes na fixação de salário: 
1. Desemprego
2. Fatores institucionais
3. Preços esperados
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Fixação de salários: Curva WS
 Salários são fixados seguindo a regra:
W = Pe F(u,z), com Fu<0 e Fz>0
 Onde:
Pe: é o preço esperado durante a vigência do contrato
u: é a taxa de desemprego
z: representa a influência positiva do ambiente institucional sobre o 
salário (seguro-desemprego, multas recisórias, legislação de salário-
mínimo e tudo que possa resultar em maiores salários)
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Fixação de preços: Curva PS
 As firmas têm poder de mercado e fixam um mark-up sobre o custo
marginal
Seja Y = L
 Com competição perfeita: 
Max{L}: P.Y – wL
CPO: P. ∂ Y/∂L – w = 0.
Como ∂ Y/∂L = 1:
P = W
1212
Fixação de preços: Curva PS
 As firmas têm poder de mercado e fixam um mark-up sobre o custo
marginal
 Assumindo competição imperfeita:
P = (1+m)w
 Onde m é mark-up refletindo o nível de competição no mercado de bens 
 Em caso de competição perceita, m=0
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Equilíbrio e taxa natural de 
desemprego
 No longo prazo, P = Pe:
1. WS: 
W = PeF(u,z) ↔W/P=F(u,z)
 Dado um patamar institucional, z, a curva WS implica relação negativa
entre os salários reais e a taxa de desemprego, pois quanto maior o 
desemprego, menor é o poder de barganha dos trabalhadores para negociar
novos salários
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Equilíbrio e taxa natural de 
desemprego
 No longo prazo, P = Pe:
2. PS: 
P = (1+m)W ↔W/P = 1/(1+m)
 Quanto maior o poder de mercado, m, maior será o preço fixado pelas
empresas e menor o salário real
1515
Equilíbrio e taxa natural de 
desemprego
 Condicional em P = Pe, o equilíbrio no mercado de trabalho ocorre
quando o salário real requerido por WS se iguale àquele requerido por PS
 Ou seja, no equilíbrio, temos:
F(u,z) = 1/(1+m)
 A taxa de desemprego compatível com esta igualdade é a taxa
natural de desemprego (u*)
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Equilíbrio e taxa natural de 
desemprego
W/P
PS
u
1/(1+m)
u*
WS
1. Condicional a Pe = P, o equilíbrio no mercado
de trabalho se dá quando o salário implicado por
WS é o mesmo dado em PS.
2. A taxa natural de desemprego satisfaz dois
requerimentos: (i) equilíbrio no mercado de 
trabalho e (ii) Pe = P. É um conceito de longo
prazo, pois requer a satisfação de expectativas. 
No curto prazo, u pode ser diferente de u*.
1717
Mundança institucional: seguro-
desemprego
W/P
PS
u
1/(1+m)
u* u**
z** > z*
WS*
1. Um aumento no seguro-desemprego pode ser 
representado por uma elevação em z, pois tende a 
dar mais poder de barganha aos trabalhadores e a 
elevar os salários
2. Essa mudança é mostrada com o deslocamento
de WS para níveis mais elevados de salários
reais. Como resultado, o desemprego natural 
aumenta
3. Mais desemprego é requerido para baixar os
salários até os níveis que as empresas estão
dispostas a pagar
WS**
1818
Mundança institucional: menor 
concorrência
W/P
PS*
u
1/(1+m*)
u* u**
PS**1/(1+m**)
m** > m*
WS
1. Um aumento no poder de mercado das
empresas eleva o mark-up, m, imposto sobre os
custos de produção
2. Essa mudança é mostrada com o deslocamento
de PS para níveis mais baixos de salários reais. 
Como resultado, o desemprego natural aumenta
3. Um mark-up maior implica preços mais altos e 
salários reais mais baixos. Assim, mais
desemprego é requerido para tornar os
trabalhadores dispostos a aceitar o salário real 
menor
1919
Nível de produto natural
 Seja N a força de trabalho da economia. Logo:
N = L + U,
Onde L são as pessoas empregadas e U são as desempregadas
 A taxa de desemprego é dada por
u = U/N
 Assim, a quantidade de trabalho empregada na produção será:
L = N – U 
L = N – uN
L = (1-u)N
2020
Nível de produto natural
 Portanto, uma taxa de natural de desemprego u* define um nível natural de 
emprego na economia:
L* = (1-u*)N
 Por sua vez, o nível natural de emprego da economia define o nível de produto
natural
Y* = L* = (1-u*)N
 O nível natural de produto é o nível de produto que prevaleceria caso o 
mercado de trabalho estivesse em equilíbrio e as expectativas de preços
corretas
 O nível natural de produto é um conceito de longo prazo. No curto prazo, 
podem acontecer desvios em relação ao nível “natural” de longo prazo

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