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Antropologia do Direito e suas Questões

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Os fenômenos de que se ocupam as ciências sociais são de outra ordem, aqueles que significam e, portanto, aqueles que dizem a respeito da vida humana em sociedade, fundadas na heterogeneidade e na oposição.
O inicio dos reflexos antropológicos do direito verifica-se nos quadros do evolucionismo social do século xix. Tal perspectiva teórica caracteriza-se por atriburi ao tempo a responsabilidade de transformações necessárias vistas como estágios de evolução social
A questão fundamental da antropologia do direito nesse quadro teórico era como descrever e classificar as diferentes formas de controle social bem como descobrir as origens e leis de seu desenvolvimento.
Assim são sistematicamente construídas as tipologias que apontam para o crescente “Progresso” das sociedades no sentido da especialização da suas funções jurídicas, como é o caso daquelas que podem ser encontrados mediadores, árbitros, juízes, tribunais, códigos, etc.
O direito aparece como caso privilegiado de controle social, não só para reprimir comportamentos indesejáveis mas também como produtor de uma ordem social definida. A instancia jurídica não só reprimi, mas produz.
A passagem da quantidade á qualidade não é empírica, mas teórica. E porque está estudando em um tribunal, com experiências específicas e concretas, estabelecendo relações que se podem exprimir em casos e a partir deles, é que a experiência qualitativa da antropologia é geral e desvendadora da capacidade das generalizações ocas e das especificidades rasteiras.
Desde logo há de advertir que o estranhamento do familiar é processo dolorozo e esquizofrênico a que certamente não estão habituadas as pessoas que se movem no terreno das certezas e dos valores absolutos. A própria tradição do saber jurídico no Brasil aponta para o caráter extremamente etnocêntrico de sua produção, repartição, distribuição e consumo.
É obvio que os profissionais do direito estabelecem uma teia de relações entre si e com grupos que os circundam, que as faculdades se ligam a ministérios,, que Cartórios e Delegacias não são apenas instancias do poder judiciário, etc.
O problema de que o direito de uma sociedade capitalista tem características comuns a todos os direitos de todas as sociedades capitalistas, não frutam meu ímpeto antropológico.
Minha reflexão passará a se desdobrar em torno de 3 eixos: a questão do saber jurídico, como se constitui e se reproduz no Brasil. A Questão da aplicação desse através da aplicação e práticas de instituições especializadas. A questão do saber jurídico e sua aplicabilidade em relação nas sociedades por eles dominados.
Pag 16 do livro
Essa prática em geral, que poderíamos rotular de clientelística e hierarquizante em nosso cotidiano, pode ser observada em sua produção e reprodução nas instituições jurídicas de maneira geral e, em especial, as faculdades de direito.
É a realidade que se deve adaptar, em cada caso, ao direito. Cabe aos antropólogos explicitar os mecanismos que informam as regras de operação desse saber.
Paginas 21- Exemplo 1
Pagina 23 –exemplo 2
Para esses autores, como se ve, a sociologia não tem um objeto que seja próprio. O comportamentos social não é fruto de representações coletivas diferentemente apropriadas pelos grupos, e existentes apesar dos indivíduos que as compõem, s fruto de contato entro os indivíduos ou de imitação.
Pag 30
Individualidade associada a representações atribuídas a ordens de efetividade, egoísmo ou da insanidade, resultando quase sempre em necessidade de imposição de ordens autoritárias, frequentemente associada á exploração selvagem dos mais fracos.
A democracia do judiciário passa pelas concepções de democracia arraigadas na sociedade e portanto por esse poder-saber difuso que se inscreve em seus objetos a cada instante.
Será preciso desfazer, finalmente,da ideia funcional-instrumental de que o judiciário é um lugar de resolução de conflitos, suposto promotor de uma harmonia social sempre ameaçada pelo litígio e pela diferenças dos indivíds.
É preciso fazer a etnografia das instituições judiciárias. É preciso percorrer seus Espaços, as salas e os corredores, assistir audiência, reparar em quem lá comparece, como se veste e comporta
Apenas para finalmente perceber que não estamos diante de nenhum judiciário, mas diante de uma janela de onde é possível constituir e interpretar alguns dos aspectos da nossa sociedade, aprofundando seu conhecimento e ocupando no final, um espaço vago.
É preciso tomar desses saberes dominados a implosão dessa razão instrumental, oportunista, impiedosa sistematicamente utilizada para dominar ou explorar. Há que conhecer-se com os olhos do Outro.
A perspectiva comparada precisa do exercício da convivência com a diferença para afiar seus instrumentos. Só assim será possível um saber, a partir de nossas especificidades culturais e a elas adequado .
Pag 35
o autor enfatiza que a contribuição da Antropologia para a pesquisa jurídica no Brasil está vinculada à sua tradição de pesquisa e, portanto, propõe a utilização do método etnográfico (tradição antropológica) que parte do familiar para então estabelecer diferenças significativas, que aparecem por contraste (comparação) entre diferentes sociedades, para analisar e compreender a tradição do saber jurídico brasileiro.
O fazer antropológico pressupõe a relativização de verdades consagradas, enquanto o fazer jurídico através delas se reproduz, sendo este contraste metodológico um significativo obstáculo ao diálogo destes campos. Exercitar a aproximação destes saberes é um desafio não apenas para o Direito, mas também para a Antropologia, pois ambas as áreas não pautam as suas agendas a partir de discussões comuns
O olhar antropológico é essencialmente um olhar marcado pelo estranhamento, mas não no sentido de suspeição. Trata-se, na verdade, de uma forma peculiar de ver o mundo e as suas representações, partindo sempre, necessariamente, de um surpreender-se com tudo aquilo que aos olhos dos outros parece natural. Relativizar categorias e conceitos e desconstruir verdades consagradas são, pois, importantes exercícios antropológicos e podem ser igualmente um fundamental exercício jurídico, de grande valia para promover as consequentes transformações pelas quais o Judiciário vem lutando e necessita concretizar, caracterizandose também como um esforço significativo para se tentar romper com as formas tradicionais de produção, legitimação e consagração do saber jurídico.

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