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Unidade 2: Teoria de Filas Disciplinas de Atendimento • FIFO (First-In-First-Out) ou FCFS (first come, first served): primeiro cliente a chegar à fila será o primeiro a ser atendido. • LIFO (Last-In-First-Out) ou LCFS (last come, first served): o último cliente a chegar à fila é o primeiro a ser atendido. Ex: Retirada de compras do carrinho no supermercado para passagem no caixa. • SIRO (Service-In-Random-Order): Ordem aleatória. Ex: Contemplação de consórcios e a seleção de ganhadores em concursos populares. 1 Unidade 2: Teoria de Filas Disciplinas de Atendimento • SPT (Shortest-Processing-Time first): o cliente a ser atendido em primeiro lugar será aquele cujo tempo de atendimento é menor. • PR (Priority Rules): o atendimento faz-se de acordo com as regras de prioridades pré- estabelecidas. Ex: Internação hospitalar ou cirurgias. 2 Unidade 2: Teoria de Filas • Sistemas Estáveis A abordagem matemática das filas pela teoria de filas exige estabilidade no fluxo de chegada e no processo de atendimento, ou seja, os valores de λ e μ devem se manter constante no tempo. Do contrário, devemos nos valer da simulação por computador. 3 Unidade 2: Teoria das Filas •Funcionamento de um banco; •Fluxo de chegada de clientes varia durante o horário bancário. Ou seja, não existe estabilidade para o ritmo de chegada no período das 10 às 16h; • Filas x Simulação ( λ e μ não constantes no tempo); • λ e µ constantes no tempo, então, filas. 4 Unidade 2: Teoria de Filas Ou seja, não existe estabilidade para o ritmo de chegada no período das 10:00 às 16:00h, portanto não podemos analisar seu funcionamento pela teoria das filas, a menos que usemos alguns artifícios, por exemplo, retalhar o período global em períodos parciais. Infelizmente, isso torna ainda mais complexa a abordagem pela teoria das filas. Conforme dissemos, para esses casos a simulação por computador é a ferramenta adequada. 5 Unidade 2: Teoria de Filas Outra exigência para que o processo seja estável é que os atendentes sejam capazes de atender o fluxo de chegada. No caso de “uma fila e um atendente” isso significa dizer que μ > λ ( a capacidade de atendimento é maior que o ritmo de chegada). Caso isso não ocorra, o tamanho da fila aumentará infinitamente. 6 Unidade 2: Teoria de Filas Resumindo: Sistemas Estáveis: Fluxo médio de entrada (λ) constante; Ritmo médio de atendimento (μ) constante; μ > λ (uma fila e um atendente) . 7 Unidade 2: Teoria de Filas Em processos randômicos estáveis, μ e λ representam valores médios e, para entender a razão da ocorrência de filas, quando μ > λ é necessário ter em mente que sempre é possível a ocorrência de fatos “ruins”, por exemplo: i. Em determinado instante podem chegar mais clientes que a capacidade de atendimento daquele momento, gerando filas temporárias. 8 Unidade 2: Teoria de Filas Em processos randômicos estáveis, μ e λ representam valores médios e, para entender a razão da ocorrência de filas, quando μ > λ é necessário ter em mente que sempre é possível a ocorrência de fatos “ruins”, por exemplo: ii. O atendimento de determinado cliente pode ser muito mais moroso que a média, obrigando os clientes que chegam posteriormente a ficar em fila. 9 Unidade 2: Teoria de Filas Por fim, em sistema estáveis, todas as características randômicas das filas se mantêm estáveis o tempo todo, significando que oscilam em torno de um valor médio. Isso se aplica a tamanho médio da fila, tempo médio da fila, tempo médio de espera, tempo médio de atendimento, etc. 10 Unidade 2: Teoria de Filas DIMENSIONANDO FILAS Conforme afirmamos anteriormente, estudamos filas para dimensionar sistemas com o objetivo de prestar um melhor atendimento aos clientes ou para obter uma redução de custos do funcionamento do sistema. Assim, as considerações a seguir valem para qualquer situação: sistemas estáveis ou não. 11 Unidade 2: Teoria de Filas A escolha inicial: A qualidade do atendimento Essa escolha geralmente está ligada à capacidade de atendimento a ser implantada e que deverá atender os clientes que chegam. As opções são: • Atendimento para a média de chegada; • Atendimento para o pico de chegada; • Atendimento para momentos especiais. 12 Unidade 2: Teoria de Filas Obtenção de dados: o tamanho da amostra Para estudar um sistema, é necessário ter alguns dados para, de posse deles, deduzir os outros necessários ao dimensionamento. Para efetuar um correto dimensionamento, é necessário que os dados sejam confiáveis. Para isso, a escolha de um correto tamanho de amostra é fundamental. A não observância desse item pode confundir, porque produz diferentes valores para uma mesma variável. 13 Unidade 2: Teoria de Filas Obtenção de dados: o tamanho da amostra Por exemplo, em um sistema estável podemos ter um tempo médio de espera na fila de 5 minutos. Para chegar a essa conclusão, foi necessário observar o funcionamento do sistema durante um longo período, no qual inúmeros clientes foram atendidos. Se observarmos apenas o atendimento de uns poucos clientes, poderemos encontrar um valor bastante diferente para o tempo médio de espera na fila. 14 Unidade 2: Teoria de Filas Tipo da fila e quantidade de servidores Quando desejamos dimensionar um sistema, podemos escolher diversas opções para o atendimento: • Uma única fila e um único servidor; • Uma única fila e diversos servidores; • Diversas filas e os correspondentes servidores; • Filas especiais; • Alteração dinâmica no sistema de atendimento. 15 Unidade 2: Teoria de Filas A escolha entre as opções anteriores vai depender das características do sistema em estudo, pois o que pode ser ótimo em uma situação pode ser péssimo em outra ou, então, inadequado. 16 Unidade 2: Teoria de Filas Em situações em que a distribuição do tempo de atendimento pode variar dentro de uma larga faixa de valores, não se recomenda o uso de diversas filas, e sim uma fila única. É o caso de bancos, correios, etc., em que sempre pode ocorrer que alguns clientes apresentem uma carga de serviço muito grande, portanto o tempo de atendimento para eles será exageradamente maior que a média. Sendo assim, uma fila única com diversos atendentes é a melhor solução. 17 Unidade 2: Teoria de Filas Em outas situações, é conveniente modificar dinamicamente a quantidade de atendentes conforme aumente ou diminua o fluxo de chegada de clientes. Bancos têm usado esse expediente, tornando disponíveis atendentes extras nos horários de pico. (verdade para o usuário?) 18 Unidade 2: Teoria de Filas Às vezes a fila única é impraticável, como no caso de supermercados. Aqui a existência de “caixas expressos”, para clientes com poucos itens de compra, representa uma maneira de prestar um bom serviço, além de conquistar clientes que, do contrário, não se sujeitariam a filas morosas para adquirir poucos itens. ( solteiros, famílias cada vez menores, recessão econômica, etc.) 19 Unidade 2: Teoria das Filas Vamos continuar com as considerações conceituais, agora com enfoque matemático, no qual apresentaremos as chamadas variáveis randômicas fundamentais. λ = Ritmo médio de chegada; µ = Ritmomédia de atendimento; c = Capacidade de atendimento ou quantidade de atendentes. 20 Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 21 Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 22 Variáveis referentes ao sistema: • TS = Tempo médio de permanência no sistema; • NS = Número médio de clientes no sistema; Variáveis referentes ao processo de chegada: • λ = Ritmo médio de chegada; • IC = Intervalo médio entre chegadas; • Por definição: IC = 1/ λ. Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 23 Variáveis referentes à fila: • TF = Tempo médio de permanência na fila; • NF = Número médio de clientes na fila; Variáveis referentes ao processo de atendimento: • TA = Tempo médio de atendimento ou de serviço; • c = Capacidade de atendimento ou quantidade de atendentes; • NA= Número médio de clientes que estão sendo atendidos; Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 24 Variáveis referentes ao processo de atendimento (cont.): • µ = Ritmo médio de atendimento de cada atendente; • Por definição: TA= 1/µ. Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 25 Relações Básicas: • NS= NF + NA; • TS= TF + TA; Pode-se demonstrar também que: • NA= λ/µ= TA/IC • Logo, • NS= NF+ NA = NF+(λ/µ) ou = NF + (TA/IC) Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 26 Taxa de utilização dos atendentes (conceito): • Para o caso de uma fila/um atendente, chamamos de taxa de utilização do atendente a expressão: ρ = λ / μ , na qual λ = ritmo médio de chegada e μ = ritmo médio de atendimento. (c=1) • Já para o caso de uma fila/vários atendentes, a expressão se torna: ρ = λ / c.μ, em que c é o número de atendentes. Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 27 Taxa de utilização dos atendentes (conceito): • Assim, ρ representa a fração média do tempo em que cada servidor está ocupado. Ex: Sistema com 1 atendente, λ = 4 clientes/hora, µ = 10 clientes/hora, dizemos, então, que a taxa de utilização é 0,40 e podemos afirmar que o atendente fica 40% do tempo ocupado e consequentemente 60% do tempo livre. Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 28 Taxa de utilização dos atendentes (conceito): Visto que estudaremos apenas sistemas estáveis (os atendentes sempre serão capazes de atender o fluxo de chegada, ou seja, µ > λ (sistemas estáveis), logo,sempre teremos ρ < 1. E quando ρ = 1? R: O atendente trabalhará 100% do tempo! (Máquina?) Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 29 Intensidade de tráfego ou número mínimo de atendentes (i): • Chamaremos de intensidade de tráfego a expressão, usada na indústria telefônica: i = l λ / μ l = l TA / IC l , medido em “erlangs”. Em que i é o próximo valor inteiro que se obtém, ou seja, o valor absoluto. • Na prática i representa o número mínimo de atendentes necessários para atender um dado fluxo de tráfego. Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 30 Intensidade de tráfego ou número mínimo de atendentes , i = l λ / μ l = l TA / IC l ; • Por exemplo, se λ = 10 clientes/hora e TA= 3 minutos, qual seria o valor de i ? (0,5, logo 1 atendente é suficiente). • Agora, se o fluxo aumentar λ = 50 clientes/hora e TA= 3 minutos, então, i? (2,5, logo 3 atendentes). Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 31 Fórmulas de Little J.D.C.Little demonstrou que, para um sistema estável (μ > λ) de filas, temos: • NF = λ x TF • NS = λ x TS Fórmulas importantíssimas, pois fazem referências a quatro das mais importantes variáveis randômicas de um sistema de filas: NS, NF, TS e TF. Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 32 Fórmulas de Little (cont.) • NF = λ x TF • NS = λ x TS • É importante salientar que as fórmulas acima independem da quantidade de servidores e do modelo de fila, pois são fórmulas básicas. Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 33 O aluno pode observar que existe uma semelhança entre as fórmulas de Little e a fórmula sobre velocidade da física clássica: • Little: λ = NF/ TF; • Física: velocidade = espaço / tempo; Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 34 Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 35 Exercício: ( NF=5,2 clientes, NS= 6 clientes e NA=0,8 cliente.) 1. Em uma fábrica observou-se o funcionamento de uma dado setor, em que λ = 20 clientes por hora, µ = 25 clientes por hora e TS = 0,3 hora. Pede-se o tamanho médio da fila (NF), o número médio de clientes no sistema (NS) e o número médio de clientes que estão sendo atendidos (NA)? Unidade 2: Teoria das Filas Por little, λ= 0,5 chegada por minuto. 36 2. Em uma mineração cada caminhão efetua um ciclo em que é carregado de minério por uma das carregadeiras, desloca-se para o britador (sistema em estudo) onde efetua o descarregamento e retorna às carregadeiras. Verificou-se que o tempo médio (TS) dos caminhões junto ao britador é de 12 minutos e que, em média, existem 6 caminhões (NS) nesse setor. Qual a taxa de chegada de caminhões? Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 37 Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 38 • Ciclo Chamamos de ciclo o tempo gasto para que um caminhão, partindo de um ponto de referência qualquer, percorra todo o sistema e volte ao mesmo ponto. Consequentemente, esse também é o tempo necessário para que todos os caminhões passem pelo mesmo ponto. • Duração do ciclo = (quantidade de caminhões)/ λ Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 39 3. No mesmo sistema do exercício 2 (mineração/britador), existindo um total de 30 caminhões em serviço, qual a duração do ciclo, sabendo que λ= 0,5 chegada por minuto? Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 40 4. No mesmo sistema do exercício 3 (mineração/britador), qual o tempo fora do sistema (TFS)? Observa-se que o sistema em estudo é o britador. Dado do exercício 2, TS = 12 minutos. TFS + TS = Ciclo Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 41 Unidade 2: Teoria das Filas Variáveis Randômicas Fundamentais 42 Um caminhão está fora do sistema quando não ocupa o espaço citado. Assim: • Um ciclo corresponde à soma do tempo dentro do sistema (TS=12) mais o tempo fora do sistema (TFS). Logo: TFS + TS = Ciclo Unidade 2: Teoria das Filas **Substituir NS por NF na 1º fórmulas de Little 43 Unidade 2: Teoria das Filas Postulados Básicos (μ > λ, estabilidade)44 Unidade 2: Teoria das Filas Lista de Exercício - Exercício 1 45 Unidade 2: Teoria das Filas Exercício 2 46 Unidade 2: Teoria das Filas Exercício 3 47 Unidade 2: Teoria das Filas Exercício 4 48
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