Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
“RESUMO” PORTUGUÊS INSTRUMENTAL I – SEGUNDA PARTE Fatores de Textualidade São fatores de textualidade: 1. Coerência: propriedade do texto que permite que se construa sentido a partir dele, estabelecendo relação entre suas partes e entre o próprio texto e a situação de sua ocorrência. Exemplo de falta de coerência: “Estão derrubando muitas árvores e por isso a floresta consegue sobreviver.” (Falta coerência, pois quando se derruba as árvores, prejudica a floresta). Em resumo, a coerência é a capacidade que um texto tem de fazer sentido, de ter lógica. 2. Coesão: é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro. Exemplo: Gabriel estuda. Gabriel trabalha. (não é coeso, pois não estabelece uma conexão). Gabriel estuda e trabalha. (forma correta com coesão) Existem três tipos de mecanismos de coesão textual: referencial, sequencial e recorrencial. a) Coesão Referencial: Retomada ou recuperação de um termo por meio de palavras que façam referência a esse termo. Exemplo: Reúna todas as informações e coloque-as no relatório. (“as” refere-se à palavra “informações”). A Coesão Referencial é obtida através de dois mecanismos: 1. Pela substituição: quando trocamos uma palavra por um pronome, verbo e advérbio para evitar repetições no texto. (Exemplo: Mariana gosta muito de brincar na escola. Ela chora quando não tem aula). 2. Pela reiteração (ou substituição lexical): quando trocamos uma palavra por outra de mesmo significado, por hiperônimos e hipônimos, expressões qualificativas, metonímias, etc. Exemplos: Hiperônimos (termo geral) e hipônimos (termo específico): Ex. Gosto muito de salgadinhos. Empada, então, adoro. (hiperônimo= salgadinhos, empada= hipônimo). Expressões qualificativas: termos depreciativos ou apreciativos que retomam uma expressão ou ideia. Ex. Juliana Paes, esteve, ontem, em Porto Alegre. Lá, a bela morena deu entrevista sobre seu novo filme. Metonímia: substituição por palavras que guardam alguma relação de sentido entre si. Ex. O governo tem demonstrado preocupação com os índices de inflação. O Planalto não revelou ainda a taxa deste mês. Coesão por elipse: Retomada de uma ideia ou referência na segunda sentença por meio de uma ausência ou omissão. Ex: Caetano Veloso esteve, ontem, em Salvador. Lá, disse que a música brasileira tem alcançado grande destaque internacional. b) Coesão Sequencial: Ocorre pelo emprego de conectores que garantem a continuidade e progressão textual. Pode ser temporal ou por conexão através dos conectores argumentativos (condicionalidade, causalidade, concessão, finalidade). Ex: Muitas pessoas dizem não se interessar por política, porque não gostam dela. No entanto, como já foi dito pelo dramaturgo Bertoldt Brecht, a política é de fundamental importância para nós, pois dela dependem a melhoria dos sistemas de Educação e Saúde. c) Coesão Recorrencial: muito frequente, na Literatura, especificamente no poema, que consiste em fazer o texto progredir pela repetição dos termos. Ex: Nunca tantas pessoas, em tantos veículos, trafegaram em tantas vias e tantas direções com tanta velocidade, indo a tantos lugares, pra voltar logo tão arrependidas. 3. Informatividade: O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que fale de informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos. O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo receptor, que não poderá processá-lo. 4. Intencionalidade: refere-se ao modo como os emissores usam textos para realizar suas intenções (querer informar, emocionar, criticar). 5. Situacionalidade: Diz respeito ao ambiente no qual o texto é construído, produzido, recebido e lido. 6. Aceitabilidade: Diz respeito à atitude do receptor do texto que recebe o texto como uma configuração aceitável, tendo-o como coerente e coeso, ou seja, interpretável e significativo. Trata-se de um contrato entre leitor e autor para que o sentido do texto seja compreendido. 7. Intertextualidade: Refere-se ao diálogo que um texto estabelece com outros, necessários à sua compreensão. (Ex: Uma propaganda de Hortifruti com a seguinte frase “E o coentro levou. Aqui a estrela é o produto.” A propaganda faz uma alusão ao filme “E o vento levou”, ou seja, devemos ter o conhecimento do filme para entender a propaganda). 8. Inferência: Referem-se às informações implícitas, que precisam ser deduzidas pelo leitor. 9. Focalização: Diz respeito ao foco ou à concentração do produtor e do leitor do texto pelo assunto. Pronomes Relativos É aquele que liga orações e se refere a um termo anterior - o antecedente. (que, quem, onde, quando, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cuja). O emprego dos pronomes relativos: 1. que: Usa-se em referência a pessoa ou coisa, no singular ou no plural. Ex. Quem é aquele que vem ali? 2. qual: serve para enfatizar o antecedente ou melhor explicitá-lo Ex. Conheci o escritor e sua esposa, o qual, certa vez, veio à nossa escola. 3. quem: Emprega-se com referência apenas a pessoas e coisas personificadas. Ex. A moça com quem falei é irmã do meu amigo. 4. onde/aonde: usa-se com relação a lugar. Sugere-se o uso de onde quando há ideia de repouso e aonde quando o verbo sugere ideia de movimento. Para saber qual dos dois pronomes usar corretamente é só fazer a seguinte substituição: Onde (= em que) Ex. Está é a rua em que ela mora / Então o correto será: Está é a rua onde ela mora. Aonde (=a que/qual) Ex. A loja a qual irei é nova / Então o correto será: A loja aonde irei é nova. 5. Cujo/Cuja: estabelece uma relação de posse entre um elemento da oração e o termo que o sucede. Concorda em gênero e número com a “coisa” possuída. Ex. Os livros cujo autor virá nos visitar foram todos vendidos. ATENÇÃO: não se usa artigo depois do pronome cujo. Ex. Está é a menina cujo o pai veio à escola. (ERRADO) Tipologia Textual A expressão tipologia textual apresenta certas propriedades linguísticas intrínsecas, como o uso de determinadas palavras, determinados tempos verbais, determinadas relações lógicas. Além dessas marcas linguísticas, cada tipo textual tem um propósito e precisa-se decidir se se trata de narrar algum acontecimento, expor ideias, argumentar, descrever alguma situação ou cena, dar instruções ou ordens. 1. Texto descritivo: Caracteriza-se por fazer um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal, um objeto etc. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Exemplo: Vendo uma casa com vista para o mar, 5 quartos, 3 banheiros, sauna, piscina e quadra de tênis. 2. Texto narrativo: Caracteriza-se por contar um fato, a partir de uma sequência lógica de ações, organizadas numa relação de causa e consequência. Para o relato de acontecimentos, são necessários alguns elementos como narrador, personagens, tempo, espaço e sequência de ações. Há relação de anterioridade e posterioridade. Exemplo: Mamãe, mamãe, os meninos da escola me chamaram de mentiroso. Deixe de besteira, Joãozinho, você nem vai à escola ainda. Modos de narrar: a) discurso direto: quando o narrador reproduz textualmente as palavras do personagem, a forma como ele as diz. Ex. – Cheguei – disse o marido. b) discurso indireto: o narrador se utiliza das palavras dele para reproduzir aquilo que foi dito pelo personagem. Ex. O marido disse à esposa que havia chegado. 3. Texto dissertativo: é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. Expositivo: apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: resumo, textos científicos, enciclopédia, etc. Argumentativo: faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. 4. Texto injuntivo: texto que pretende levar o interlocutor a agir de determinada maneira. O conteúdo diz respeito a algo que deve ser feito. Ex. recomendações de trânsito, receitas, etc.
Compartilhar