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Roteiro para dramaturgia

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Universidade Estácio de Sá
Cinema
Roteiro para Dramaturgia
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura de Roteiro
Professor: Fábio Regaleira
Para escrever um roteiro, precisa-se de uma idéia.
 
A ideia é um processo mental oriundo da imaginação.
 
Criatividade é a concatenação dessas idéias.
 
Originalidade é o que faz um texto ser diferente de um 
outro; é a sua marca individual no texto, seu estilo.
 
Professor: Fábio Regaleira
Teoria da Idéia 
 
Na verdade, os dramas e comédias contam basicamente a 
mesma velha estória do homem e seus conflitos. 
 
A diferença está em como determinado artista conta a 
mesma velha estória.
 
Professor: Fábio Regaleira
Teoria da Idéia 
 
Segundo Freud, uma pessoa feliz não tem fantasia, já que 
as fantasias são anseios insatisfeitos.
 
Esta insatisfação com uma realidade que não preenche a 
sua necessidade faz com que o escritor criativo seja um 
indivíduo à margem, que normalmente não consegue 
integrar-se no meio e se converte num marginal.
 
Sua integração no meio faz-se na medida em que cria 
realidades fictícias que equivalem às fantasias do ser 
humano em geral.
Professor: Fábio Regaleira
A Psicanálise e a Criatividade
 
Para o espectador, o fato de poder presenciar seus próprios 
fantasmas atuando sob uma aparência estética atenua suas 
tensões internas.
 
Assim, o trabalho do artista baseia-se na maneira de 
utilizar a fantasia, o delírio: com tinta, palavras ou 
mármore.
 
O resultado é a obra de arte.
Professor: Fábio Regaleira
A Psicanálise e a Criatividade
 
O artista é composto por 10% de talento e 90% de 
trabalho duro.
 
Ou, de uma forma mais generalizada, a célebre frase de 
Edison, que define o gênio como 1% de inspiração e 99% 
de transpiração.
 
O trabalho de um roteirista consiste em descobrir a 
quantidade de história oculta que existe numa ideia.
 
Professor: Fábio Regaleira
A Psicanálise e a Criatividade
 
Existem seis campos, nos quais, presumivelmente, 
encontraremos alguma ideia. 
São eles:
 
— Ideia selecionada;
— Ideia verbalizada;
— Ideia lida;
— Ideia transformada;
— Ideia solicitada;
— Ideia procurada.
 
Professor: Fábio Regaleira
A Idéia
 
Este tipo de ideia provém da nossa memória ou vivência 
pessoal como quando sonhamos acordados. 
Tem um caráter absolutamente pessoal, surge de dentro 
dos nossos pensamentos, do nosso passado recente ou 
remoto.
 
Professor: Fábio Regaleira
Idéia Selecionada
 
É uma ideia que nasce de algo que captamos no ambiente 
que nos rodeia.
 
A ideia verbalizada é a que surge daquilo que alguém nos 
conta, um caso, um comentário, um pedaço de história que 
ouvimos no elevador. 
 
Professor: Fábio Regaleira
Idéia Verbalizada
 
A ideia lida é a que encontramos ao ler um jornal, uma 
revista, um livro ou até um folheto que nos tenham dado 
na rua.
Professor: Fábio Regaleira
Idéia Lida
 
Uma ideia transformada é basicamente uma ideia que 
nasce de uma ficção, de um filme, de um livro, de uma 
obra de teatro etc. 
 
Entre roteiristas costumamos dizer que "um autor amador 
copia, ao passo que um autor profissional rouba e 
transforma". 
 
A transformação é a manipulação das ideias, dos temas e 
dos tópicos, a variação dos mitos, é o sistema mais 
especificamente clássico da criação literária.
Professor: Fábio Regaleira
Idéia Transformada
 
O plágio é a transcrição ipsis litteris de partes de uma 
obra, ao passo que a ideia transformada consiste em 
utilizar a mesma ideia, mas de outra maneira.
 
Há que ter cuidado em não confundir a transformação de 
uma ideia com a adaptação. 
Professor: Fábio Regaleira
Idéia Transformada
 
Uma ideia proposta é uma ideia que nos é encomendada. 
 
Um produtor propõe-nos um roteiro sobre a história de 
algum herói nacional, ou para um filme educativo sobre o 
problema do movimento da Terra. 
 
A partir disso, vamos pensar no que iremos escrever. 
 
A obra por encomenda é um desafio.
Professor: Fábio Regaleira
Idéia Proposta
 
Uma ideia procurada é a que encontramos por meio de um 
estudo feito para se saber qual é o tipo de filme que o 
mercado quer.
 
A ideia procurada ocupa um vazio no mercado. 
Pode ser um tema ainda não abordado em determinado 
ambiente.
 
Ou pode também basear-se na procura daquilo que agrada 
a um determinado tipo de público.
 
Professor: Fábio Regaleira
Idéia Procurada
 
Roteiro é uma história contada por meio de imagens, 
diálogos e descrições, e colocada no contexto da estrutura 
dramática. 
 
Um bom roteiro é muito mais do que cabeças falantes. 
 
É a arena visual da ação. 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Roteiro
 
“Um bom roteiro é feito com uma ação firme e 
personagens fortes.”
 
A verdadeira dinâmica de uma boa redação é criar 
personagens fortes e atuantes, combinados com uma 
narrativa visual com estilo, única, que está sempre levando 
a história adiante.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Roteiro
 
Story-line é a linha da história, o resumo. É a ideia já posta 
no papel com definição de gênero. 
 
OBS:
 
Porém não passe de seis linhas.
 
Professor: Fábio Regaleira
Story-line 
Uma Story-line engloba o conflito-matriz de uma história, 
isto é:
- A apresentação do conflito (alguma coisa acontece);
- O desenvolvimento do conflito (alguma coisa deve ser 
feita);
- A solução do conflito (alguma coisa se faz).
 
Professor: Fábio Regaleira
Story-line 
É objetivo do protagonista que vai fazer a história avançar. 
 
Um roteiro mostra o desenvolvimento de uma ação.
 
A ação é o que um personagem faz com o propósito de 
alcançar alguma coisa. 
 
A principal característica do protagonista é um desejo, 
intenso, de atingir uma meta.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Objetivo
 
A medida do valor do desejo de uma personagem está em 
proporção direta ao risco envolvido em sua busca.
 
Quanto mais alto o valor, maior o risco.
 
É o objetivo do protagonista que mantém a platéia nas 
cadeiras.
 
Quanto mais o protagonista deseja alguma coisa, maior é a 
preocupação da platéia.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Objetivo
 
Porém, esse desejo pode se desenvolver durante o 
transcurso da história. 
 
Um protagonista que não sabe o que quer, ou sabe, mas 
não se importa muito em obter ou não a coisa desejada, é 
material dramático pobre.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Objetivo
 
Segundo Eugene Vale, famoso dramaturgo 
norte-americano, a estrutura da ação é tripla e se refere aos 
três momentos que definem a temporalidade: passado, 
presente e futuro.
· O passado estabeleceu a motivação para a ação.
· No presente, o desenvolvimento da ação se manifesta 
através de uma intenção.
· No futuro está a meta final, o objetivo da ação.
 
 Professor: Fábio Regaleira
O Objetivo
 
OBS1:
Um ator procura discernir qual o objetivo principal do 
personagem. E procura reagir aos estímulos a que o 
personagem está submetido.
OBS2:
O objetivo de Thelma é divertir-se sem o marido pela 
primeira vez na vida e ter novas experiências. 
Louise também tem seu próprio objetivo: chegar ao 
México.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Objetivo
 
Sem empecilhos à realização do desejo do protagonista, 
não haveria conflito nem história.
 
A ação dramática supõe um obstáculo, que gera o conflito, 
mas é sempre movida subjetivamente pela vontade.
 
O protagonista e os obstáculos encontrados têm de estar 
muito bem equilibrados.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Obstáculo
 
Se o obstáculo for fraco, atingir o objetivo é fácil e a 
história fica sem vida.
 
Mas o obstáculo não pode ser tão difícil a ponto de o 
protagonista não ter nenhuma chance de superá-lo.
 
Ouseja, o objetivo deve ser possível, mas muito difícil de 
atingir.
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Obstáculo
 
O obstáculo se divide em três categorias:
 
Primeira categoria
Barreiras – obstáculo que exige uma resposta imediata do 
personagem. 
Exemplo:
O desejo de Louise de continuar a viagem até as 
montanhas. 
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Obstáculo
 
O obstáculo se divide em três categorias:
 
Segunda categoria
Complicação – um obstáculo que demora a se resolver. 
Exemplo:
Harlan, de início, é fonte de divertimento, mas torna-se um 
grande obstáculo, pois ele quer se divertir à moda dele;
 
Professor: Fábio Regaleira
O Obstáculo
 
O obstáculo se divide em três categorias:
 
Terceira categoria
Revés ou peripécia – obstáculo que não tem solução e 
muda a trajetória da história. 
Exemplo:
A morte da Harlan.
 
OBS:
O maior obstáculo está sempre dentro do personagem. 
 Professor: Fábio Regaleira
O Obstáculo
 
O tema é aquela área do "dilema humano" que o autor 
escolheu explorar sob uma varie-dade de ângulos e de 
maneira complexa, realista e plausível. 
 
O conceito de tema envolve o ângulo particular em que o 
assunto é visto pelo autor, a posição do autor diante dele, 
sua opinião.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Tema
 
O tema propriamente dito é explicitado através de três 
momentos fundamentais:
 
· O Conflito;
· O Percurso da Ação;
· A Premissa.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Tema
 
OBS: No filme Telma e Louise
O tema do filme gira em torno da autodefinição. 
Thelma se safa de ser a mulher que Darryl forçosamente 
quer que ela seja e se torna quem ela precisa ser. 
Louise pára de fugir dos demônios do passado e estabelece 
seu próprio rumo.
A intenção do filme é fazer o público refletir sobre a 
liberdade e autodefinição feminina.
Professor: Fábio Regaleira
O Tema
 
O conflito é a matriz do drama, o elemento de ligação 
entre cada uma das 3 etapas. 
 
Drama é ação e, conseqüentemente, conflito de objetivos.
 
Literalmente, conflito quer dizer “em oposição”.
 
A essência de qualquer cena dramática é ter um ou mais 
personagens em oposição a alguém, ou a alguma coisa. 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Conflito 
O personagem pode estar em conflito com outro(s) 
personagem(s), com ele mesmo, ou com uma força da 
natureza ou obstáculos. 
 
O conflito é o motor que impele a história adiante.
 
A qualidade do conflito cria uma cumplicidade com a 
platéia. 
 
Se o conflito for crucial para o personagem, também o será 
para o espectador.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Conflito 
Ou seja, o problema deve ser grave o bastante para 
originá-lo. 
 
Cria-se um conflito, com um personagem querendo algo 
que é difícil de obter ou conseguir.
 
Trata-se de um duelo de forças antagônicas.
 
Isto criará um ponto de identificação entre a platéia e a 
estória, fazendo com que o espectador perceba que aquele 
conflito do personagem também poderia ser seu.
Professor: Fábio Regaleira
O Conflito 
Segundo Hegel, filósofo alemão, a essência do drama 
deriva não de um personagem “certo” e de outro “errado”, 
ou do conflito do bom contra o mau.
 
O drama deriva de ambos os personagens estarem certos. 
“O certo contra o certo”. 
 
Ou seja, um ponto de vista cria conflito.
Professor: Fábio Regaleira
O Conflito 
Ao levantar o tipo de conflito que afligirá o personagem e 
a estória, fazemos 3 perguntas:
 
Que tipo de conflito o protagonista enfrenta?
Quando o conflito principal vai se apresentar?
Qual é o peso (ou a importância) do conflito? 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Conflito 
A Conflito está ligado à busca pela liberdade e 
autodefinição empreendida por Thelma e Louise: 
"Será que elas irão escapar das garras da polícia rumo à 
liberdade?" 
Professor: Fábio Regaleira
O Conflito 
A presença de um conflito exige uma ação que se propõe a 
resolvê-lo. 
 
Aristóteles diz que o percurso da ação é a alma da 
tragédia.
 
É a coluna vertebral da história dramática, a espinha do 
roteiro. 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
Percurso da ação é o conjunto de acontecimentos ligados 
entre si por conflitos que vão sendo solucionados através 
de uma estória, até o desfecho final.
 
É, em essência, sua "story-line" desenvolvida.
 
A história gera os personagens.
 
Os personagens são secundários e devem ser compostos de 
maneira a atender às necessidades do desenrolar da trama.
Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
A trajetória daquele personagem em busca de seu objetivo 
cria a unidade de ação.
 
Um “todo”, que provoca uma tensão. 
 
A história, portanto, segue o personagem em busca de sua 
meta.
 
Um acontecimento desestabiliza uma situação inicial 
estável para gerar um conflito.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
Ou seja, tudo deve estar dentro de uma estrutura dramática 
de progressão das ações, gerada por uma causalidade.
 
No roteiro de cinema, cada cena responde a uma pergunta 
colocada pela anterior e faz uma nova pergunta para a 
seguinte. 
 
Esse encadeamento é necessário para prender a atenção do 
espectador e para conduzi-lo através da progressão da 
trama.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
Aristóteles dizia que existe dois tipos elementos que 
empurram a ação:
 
A peripécia, um evento que obriga o fluxo da ação a 
mudar de direção
 
O reconhecimento ou revelação de algo que era ignorado 
pelos personagens, pelos espectadores, ou por ambos.
 
Freqüentemente, um reconhecimento conduz a uma 
peripécia, ou vice-versa.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
Sendo assim, contar uma história transforma-se na 
seqüência de acontecimentos que ocorrem a um 
personagem central envolvido na busca de seu objetivo.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
Pode-se dizer que uma boa história gira em torno de um 
personagem por quem o público sente uma certa empatia, 
personagem essa que deseja algo muito difícil, porém 
possível, de alcançar.
Os elementos essenciais de "uma boa história bem 
contada" são:
1. A história é a respeito de alguém por quem sentimos 
empatia.
2. Esse alguém quer desesperadamente alguma coisa.
 Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
3. Essa coisa é difícil, mas possível de obter ou alcançar.
4. A história é contada tendo em vista o máximo de 
impacto emocional e a participação do público nos 
acontecimentos.
5. A história tem de chegar a um fim satisfatório (o que 
não significa necessariamente um final feliz).
"Uma boa história bem contada" é simples, mas não é
fácil.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Percurso da Ação 
O confronto da ação com o problema leva a algum tipo de 
resolução, da qual pode ser extraída uma conclusão.
A premissa é o resultado do conflito gerado pelo percurso 
da ação dramática.
O problema ou conflito se manifesta no ataque. 
A ação se desdobra na complicação. 
A premissa se revela no clímax.
 
 Professor: Fábio Regaleira
A Premissa 
O percurso da ação dramática se desenvolve através de 
uma série de mudanças de equilíbrio. 
Qualquer mudança de equilíbrio constitui uma ação. 
O clímax é a perturbação máxima do equilíbrio que pode 
acontecer sob as condições dadas. 
 
O clímax especifica o percurso da ação. Ele determina o 
caminho que deve ser percorrido para alcançá-lo. 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
A Premissa 
A maneira mais prática de determinar o percurso da ação 
dramática é estabelecer o clímax e erguer a estrutura a 
partir dele. 
 
Se você estabeleceu o clímax, você sabe com clareza qual 
é a ação principal de sua trama e, portanto, pode 
determinarseu ataque.
 
O climax é a primeira coisa de que o roteirista deve ter 
consciência antes mesmo de começar a elaboração de seu 
trabalho.
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
A Premissa 
Por isso, um roteiro deve ser construído para chegar ao 
clímax.
 
Antes do ataque, impõe-se a necessidade de uma 
exposição. 
 
Entre o ataque e o clímax, desdobra-se a complicação, ou 
seja, a trama, propriamente dita. 
 
A complicação é uma maneira, um caminho, de ir do 
ataque ao clímax. 
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
A Premissa 
O clímax de Thelma e Louise é quando a dupla encontra-se 
encurralada por dezenas de carros da polícia na beira de 
um precipício. 
Elas recebem ordens para se entregar. Hal, o policial, quer 
evitar que sejam mortas.
Thelma não quer ser apanhada e convence Louise de que 
elas têm de continuar a viagem.
Louise pisa até o fundo do acelerador e o carro voa pelo 
precipício.
Professor: Fábio Regaleira
A Premissa 
A história é criada pela colisão, no estacionamento do bar, 
de três elementos críticos: 
- A inocência e passividade de Thelma;
- A relação de força que Harlan tem com as mulheres;
- E o passado que Louise suprimiu de sua vida, mas que 
quarda semelhanças com o incidente.
Professor: Fábio Regaleira
A Premissa 
O argumento ou sinopse é a "story-line" desenvolvida em 
texto.
ARGUMENTO — do latim argumentu (m), justificativa. 
É o resumo de uma estória.
 
SINOPSE — do grego synopsis, vista de conjunto. É uma 
narração breve.
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
O argumento ou sinopse descreve toda a ação da história, 
começo, meio e fim, personagens e tudo mais. 
 
O argumento já é a história detalhada, embora ainda sem 
os diálogos e o tratamento técnico específico.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
O argumento precisa englobar basicamente as seguintes 
qualidades:
 
· Clareza: quem lê ou ouve deve entender sem 
esforço;
· Objetividade: o autor não deve se perder ou se 
alongar em detalhes menos importantes;
· Integralidade: o argumento precisa conter a 
totalidade da ideia abordada, incluindo o clima geral e o 
comportamento dos personagens.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
É como um conto, porém objetivo, preso aos fatos, e 
narrado sem literatices.
 
O argumento exige como qualidade principal a clareza. Ou 
seja, eliminar o supérfulo e ressaltar o essencial.
 
O argumento é o resumo da estória que pretendemos 
roteirizar — pode ter de 5 a 20 laudas.
 
Um argumento bem trabalhado facilita muito o trabalho 
posterior e livra o roteirista de complicações futuras. 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
O argumento deve conter as seguintes informações:
 
1 — Temporalidade (Quando?)
2 — Localização (Onde?)
3 — Percurso da ação (Qual é a história?)
4 — Perfil do Personagem (Quem?)
Quando + onde + qual + quem = argumento 
Um argumento tem que conter a Temporalidade, a 
Localização, o Percurso da Ação e o Perfil do 
Personagem. 
 Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
Temporalidade (Quando?)
 
A função da Temporalidade é a de informar a data em que 
a estória começa e também seu desenrolar através dos dias 
/ meses / anos / décadas / séculos. 
 
Enfim, a quantidade de tempo que a estória abrange, e se 
esse tempo é contínuo, ou se é descontínuo. 
 
Ou, simplesmente, se o tempo é o tempo de um sonho.
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
Localização (Onde?) 
Aqui se informa onde, em que lugar se passa a estória.
 
Devemos também informar quais as características do 
local, o que de incomum acontece naquele lugar.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
Percurso da Ação (Qual é a história?)
 
Percurso da ação é o conjunto de acontecimentos ligados 
entre si por conflitos que vão sendo solucionados através 
de uma estória, até o desfecho final, perfazendo assim o 
percurso da ação dramática. 
 
É, em essência, sua "story-line" desenvolvida.
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
Perfil do Personagem (Quem?)
 
O Protagonista é o personagem base do núcleo dramático 
principal, o herói da estória. 
 
Esse protagonista pode ser uma pessoa, um grupo de 
pessoas, ou qualquer coisa que tenha condições de ação e 
expressão.
 
Professor: Fábio Regaleira
O Argumento 
Adequação ao personagem à estória
Quando escrevemos uma "story-line", já temos uma ideia 
de como vai ser nosso protagonista, já que o protagonista 
tem que ter todas as características básicas para que o 
conflito do enredo ocorra. 
Assim, vemos que o protagonista é criado a partir da 
estória, e não ao contrário. 
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
O Pensar e o Sentir da Personagem
Seu modo de pensar é demonstrado em sua fala, no modo 
em que se expressa. 
Exemplos: um homem taciturno, de poucas palavras; um 
músico que só se expressa através da música; um ansioso 
que fala pêlos cotovelos.
 
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Já seu modo de sentir é demonstrado na maneira como ele 
se conduz frente à ação, como ele age.
 
 Exemplos: desmaia quando vê sangue; dá um pontapé no 
carro enguiçado; esconde a garrafa de uísque quando 
chega visita.
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Em “Thelma & Louise”, na primeira imagem temos: 
Louise jogando xícaras de café sujas do balcão para uma 
bandeja sob ele. 
E Thelma jogando xícaras de café da mesa para a pia da 
cozinha, que já está cheia de pratos sujos.
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
A Maneira de falar
Neste estágio, nós só classificamos sua maneira de falar — 
se fala carregado, se tem sotaque nordestino, se gagueja, 
se é mudo etc. 
Não precisamos conhecer, profundamente, todas as 
características de um falar. Basta que indiquemos o tipo.
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Batismo
O nome é de enorme importância, posto que o nome 
revela: 
· A classe social;
· O caráter ;
· E forma a tipologia do personagem. 
 
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Tem de ser real
 
Um personagem deve possuir os seguintes valores:
 
· Valores considerados universais (valores morais, 
éticos, religiosos, afetivos, políticos etc.)
· Valores considerados particulares, ou seja, valores 
que têm significado somente para aquele per-sonagem 
específico (obsessão por trabalho, mania de ordem etc.)
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Os ingredientes que entram na composição de um 
personagem são basicamente os mesmos. 
O que varia são as proporções dadas a esses valores.
 
Por essas proporções podemos dizer que Fulano é mais 
honesto que Beltrano e que a qualidade maior de Cicrano é 
a sua integridade.
 
A complexidade de um personagem e suas contradições 
devem ser reveladas, para que ele seja verossímil. 
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Quanto mais densidade humana, mais real será. 
 
Um grave erro na construção de um personagem é 
desejá-lo perfeito. 
 
O ser humano é naturalmente imperfeito, contraditório e 
conflitado.
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Outra coisa a considerar são:
 
· Suas ações conscientes, ou seja, ações dirigidas pela 
vontade do personagem;
Exemplo:
A forma como Thelma informa ao marido que está 
viajando no fim de semana ilustra o casamento deles. 
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
· Suas ações determinadas por impulsos 
inconscientes, ou seja, aquilo que nos é transmitidopela 
expressão de um olhar, por um tique nervoso, por um 
gesto violento etc. O homem é racional mas age por 
emoção". 
Exemplo:
Na cena do estacionamento do bar noturno, Louise perde o 
controle, dá dois passos, aponta a arma e atira em Harlan. 
 
Assim, quanto mais complexo for um personagem, tanto 
mais emoção e, conseqüentemente, mais ação.
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Em “Thelma & Louise”, temos: 
Ações conscientes - a foma como Thelma informa ao 
marido que está viajando no fim de semana ilustra o 
casamento deles. 
Ações inconscientes - Louise perde o controle, dá dois 
passos, aponta a arma e atira em Harlan. 
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Composição
São 3 os fatores que consideramos na composição de um 
personagem:
Físico — idade, peso, altura, aparência, cor do cabelo, cor 
da pele etc.
 
Social — classe social, religião, família, origem, trabalho, 
nível cultural etc.
 
Psicológico — ambições, desejos, frustrações, sexualidade, 
distúrbios, sensibilidade, percepções etc.
 Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Em “Thelma & Louise”, temos: 
 
Social - Louise é garçonete numa lanchonete e Thelma é 
dona-de-casa.
 
Psicológico - Thelma diz que seu marido Darryl acha que 
Louise é louca.
E que tipo de mulher uniria sua vida à de um homem como 
Darryl? A resposta é uma “cabeça oca” ou “criança”.
Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
Devemos também estar atentos ao fator mudanças:
 
O personagem deve mudar durante o curso do roteiro, por 
isso devemos saber definir quais foram as mudanças e 
traçar a trajetória emocional dos personagens do começo 
ao fim. 
O que ele aprendeu? 
 
Qual a mudança em seu comportamento?
 
 
 Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
É bom notar que as mudanças interiores se refletem no 
exterior, no rosto, no modo de andar, de vestir, na postura 
etc.
Exemplo:
Mesmo perdendo suas vidas, Thelma & Louise estariam 
resgatando suas vidas e se tornando cada vez mais elas 
mesmas. Principalmente, a personagem Thelma.
 
 
 
 Professor: Fábio Regaleira
A Construção do perfil do personagem 
A busca do protagonista provoca nosso interesse pelo 
personagem e pela evolução dos acontecimentos.
A estrutura ou ação dramática é um percurso que responde 
às necessidades dramáticas da história e sua função é 
apresentar o drama, através de um crescente emocional.
 
Uma estrutura bem feita é metade do caminho andado.
Um protagonista que não sabe o que quer, ou sabe mas não 
se importa muito em obter ou não a coisa desejada, é 
material dramático pobre. 
 Professor: Fábio Regaleira
A Estrutura 
As diferentes partes da estrutura tradicional podem ser 
distribuídas em três atos, como na dramaturgia tradicional 
do teatro.
 
A divisão em três atos serve para ajudar o escritor a 
organizar as idéias de como contar a história e a descobrir 
quais são os melhores lugares onde encaixar os momentos 
cruciais para máximo impacto.
 
A estrutura em três partes corresponde a: Exposição, 
Complicação e Resolução. 
Professor: Fábio Regaleira
A Estrutura em Três Atos 
A palavra “Exposição” significa literalmente “informação 
necessária”.
Apresentar a exposição de tal forma que ela não impeça a 
fluência dos personagens e da história. 
 
Professor: Fábio Regaleira
A Estrutura em Três Atos 
O primeiro ato inclui a Exposição, o Ataque e o início da 
Complicação.
 
O primeiro ato envolve o espectador com os personagens, 
mostrando quem são as pessoas e estabelece o conflito 
principal em torno do qual será construída a história.
 
Em geral existe apenas um personagem central e, até o 
final do primeiro ato, suas dificuldades e vida já terão sido 
enfocadas. 
 
Ou seja, o objetivo ficou estabelecido e foram dados 
alguns indícios dos obstáculos.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Primeiro Ato 
O segundo ato é constituído pela Complicação.
 
A Complicação é o desenvolvimento da ação, do conflito, 
é a trama propriamente dita.
 
Ou seja, o segundo ato é a progressão da situação da 
história, elaborando com muito mais detalhe e intensidade, 
as dificuldades e os obstáculos para que o personagem 
atinja sua meta.
 
A superação dos obstáculos constitui a ação dramática do 
Ato II.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Segundo Ato 
Durante o segundo ato o personagem muda e se 
desenvolve, ou pelo menos existe uma forte pressão para 
que mude.
 
Essa mudança se manifesta no terceiro ato.
 
As tramas secundárias da história, desenvolvem-se, em 
grande parte, no segundo ato.
 
O segundo ato é o mais difícil de ser escrito.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Segundo Ato 
O terceiro ato é formado pelo final da Complicação, o 
Clímax e a resolução dos conflitos e problemas.
 
No terceiro ato, a história principal (a história do 
personagem central) e os subenredos são todos resolvidos 
de formas diferentes, mas todos com o mesmo sentido de 
finalidade – o conflito acabou.
 
O terceiro ato amarra o enredo e leva o envolvimento do 
espectador a um final satisfatório.
 
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Terceiro Ato 
São pontos demarcatórios do enredo, que ocorrem como 
incidente ou acontecimento que causa uma reviravolta na 
história e reverte a ação em outra direção, no sentido da 
resolução. 
 
Eles são os pivôs da ação dramática e mantêm tudo coeso, 
servindo de elos forjados na cadeia da ação dramática. 
 
O ponto de virada é uma função do personagem principal. 
 
É através do personagem principal que se chega aos pontos 
de virada nos finais dos Atos I e II. 
 
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Os Pontos de Virada 
O ponto de virada no Ato I é considerado o verdadeiro 
começo da história.
 
O primeiro – chamado Plot Point 1, ou PP1 -, no final do 
primeiro ato. Ele corresponde à entrada do protagonista no 
Mundo Especial de sua estrutura.
 
O segundo – chamado Plot Point 2, ou PP2 - , no final do 
segundo ato, como uma virada decisiva para empurrar a 
ação até o clímax.
 
 
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Os Pontos de Virada 
O ponto central é colocado bem no meio da história. O 
ponto central enfoca o enredo numa linha específica, 
traçando uma linha de desenvolvimento.
 
Existe ainda a Pinça 1, entre o PP 1 e o ponto central, e a 
Pinça 2, entre o ponto central e o PP2.
Ou seja, a cada 15 páginas do Ato II há um acontecimento 
que mantém o controle da história. 
Os três atos e os seus cinco plot points constituem o que 
se chama de paradigma.
 
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Os Pontos de Virada 
No primeiro ato deve-se definir:
· O personagem principal – sobre quem é a história? 
· Qual é a premissa dramática – sobre o que é a 
história?
· Qual a situação dramática – quais as circunstâncias 
em torno da ação?
· Definir o problema dramatizando o ponto de virada I 
no final do primeiro ato, que corresponde à “Exposição”.
 
 
 
 Professor: Fábio Regaleira
Resumo do Primeiro Ato 
No primeiro ato deve-se definir:
· O personagem principal – Thelma
· Qual é a premissa dramática – sobre o que é a 
história?
· Qual a situação dramática – quais as circunstâncias 
em torno da ação?
· Ponto de virada I – Louise atira em Harlan
 
 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Primeiro Ato “Thelma & Louise” 
No segundo ato deve-se:
· Definir o ponto central do Ato II, dividindo a 
unidade básica de ação dramática em duas unidades. 
· Definir o contexto dramático para cada metade do 
Ato II, planejando uma linha de ação que execute o enredo 
de maneira dramática, mantendo a açãoe o conteúdo no 
lugar.
· Determinar a unidade de tempo de cada metade. A 
delimitação do período de tempo mantém a historia no 
contexto e dá maior apoio estrutural. 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Resumo do Segundo Ato 
No segundo ato deve-se:
· Cada metade tem um ponto do enredo que amarra 
bem o sub-segmento, ou seja, a cada 15 páginas do Ato II 
há um acontecimento que mantém o controle da história.
· Construir o conflito a partir da necessidade do 
protagonista que é obstaculizada. A superação dos 
obstáculos constitui a ação dramática do Ato II.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Segundo Ato 
Pinça I – Thelma e Louise encontram e pegam o caroneiro 
JD;
Ponto Central – JD rouba o dinheiro de Louise;
Pinça II – JD é capturado e confessa que roubou o 
dinheiro;
Ponto de Virada II – Monument Valley. Momento de 
transcendência das personagens.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
O Segundo Ato “Thelma & Louise” 
No terceiro Ato deve-se;
· Concluir a historia, definindo a resolução para o 
conflito, mostrando como termina a narrativa;
· Concluir como fica o personagem principal, se ele 
vive ou se morre, se é bem sucedido ou se fracassa, se 
resolve seu problema ou não.
· Dar clareza ao desfecho do filme. Finais ambíguos 
não mais se usam. 
 
 Professor: Fábio Regaleira
Resumo do Terceiro Ato 
No terceiro Ato deve-se;
· Concluir a historia, definindo a resolução para o 
conflito, mostrando como termina a narrativa;
· Concluir como fica o personagem principal, se ele 
vive ou se morre, se é bem sucedido ou se fracassa, se 
resolve seu problema ou não.
· Dar clareza ao desfecho do filme. Finais ambíguos 
não mais se usam. 
 
 Professor: Fábio Regaleira
O Terceiro Ato “Thelma & Louise” 
 
Estrutura e personagem estão entrelaçadas.
 
A estrutura de eventos de uma estória é criada a partir das 
escolhas que uma personagem faz sob pressão e as ações 
que ela escolhe tomar.
 
O design de eventos e o design da personagem refletem 
um ao outro.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura e Personagem 
Ao se mudar o design de eventos, muda-se também a 
personagem.
 
Todas as estórias são “guiadas por personagens”.
 
As escolhas da personagem dão forma a sua natureza 
interna e movimenta a estória rumo a uma conclusão.
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura e Personagem 
Quando se faz uma estrutura, deve-se atentar ao TEMPO e 
ao RITMO.
 
O Tempo é o Tempo Dramático de uma cena, ou seja, a 
quantidade de tempo para se descrever um determinado 
acontecimento, o qual irá definir a intensidade dramática 
da cena.
 
O Ritmo é o conjunto de todos os tempos dramáticos. Um 
ritmo muito lento leva à perda de interesse. Um ritmo 
muito intenso pode levar ao cansaço. 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura e Personagem 
É o elemento móvel da estrutura e pressupõe uma 
expectativa face às intenções dos personagens, através da 
habilidade que tem a platéia de antecipar uma situação.
A antecipação suscita no espectador as mais variadas 
emoções e expor novos motivos, ou acrescentar novas 
informações. 
O suspense nada mais é que uma antecipação urgente e 
terá seu grau aumentado ou diminuído dependendo da 
empatia da platéia com o personagem.
Professor: Fábio Regaleira
Antecipação 
Se uma bomba é colocada na sala onde vai ser realizada 
uma reunião e se os espectadores não sabem disso, a 
exemplo dos personagens e, como eles, a platéia é 
surpreendida pela explosão, então a narrativa usou a 
técnica da surpresa.
 
Professor: Fábio Regaleira
Antecipação 
Mas se vemos que a bomba foi colocada lá e sabemos que 
vai explodir, ficamos atentos ao desenrolar dos 
acontecimentos. Então foi usada a técnica do suspense. 
 
A surpresa depende da ignorância do espectador e, para 
ele, as informações são sonegadas.
 
Professor: Fábio Regaleira
Antecipação 
O suspense depende de um espectador bem informado.
 
A surpresa não gera tensão, ela se esgota em seu momento 
fugaz.
 
O suspense gera tensão.
 
Professor: Fábio Regaleira
Antecipação 
No início da década de 1930, Carl Gustav Jung apresenta 
ao mundo sua ideia de um inconsciente coletivo.
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Jung sustenta que, por baixo do inconsciente pessoal, 
descoberto por Freud em cada indivíduo, há uma uma 
espécie de herança psicológica comum a toda 
humanidade. 
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Em 1934, ele escreve que "o inconsciente contém não 
apenas componentes pessoais mas também impessoais, em 
forma de categorias, ou arquétipos". 
Esses arquétipos se expressam através de símbolos que se 
manifestam nos sonhos de todos nós e nos mitos de todas 
as tradições culturais.
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Esses mitos, explica Jung, revelam a própria natureza da 
alma, são metáforas de nossa realidade interna mais 
profunda. 
E de todos os mitos, o mais comum é o mito do herói. 
O mito do herói surge nas mais distantes e diferentes 
culturas e todas as suas versões, são estruturalmente muito 
semelhantes. 
Obedecem a uma forma, um padrão, universal.
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Baseado na teoria do inconsciente coletivo, o 
norte-americano Joseph Campbell procurou evidenciar as 
semelhanças entre os mitos de diversas culturas em todo o 
mundo.
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Em 1949, ele publicou um livro intitulado O herói de mil 
faces.
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
No início da década de 1990, um analista de histórias dos 
estúdios Walt Disney, de nome Christopher Vogler, 
escreveu um memo-rando interno de sete páginas, 
intitulado Guia prático para o herói de mil faces.
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Segundo Christopher Vogler 
Em seguida, o distribuiu para os roteiristas de seu local de 
trabalho, como uma contribuição para uma maior 
eficiência dos roteiros.
Em pouco tempo, a repercussão atingia os roteiristas de 
cinema de toda a cidade de Los Angeles.
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Segundo Christopher Vogler 
E o memorando de Vogler se tornaria um livro, intitulado 
A jornada do escritor, que seria admirado como uma 
bíblia do roteiro por roteiristas americanos.
Vogler, simplesmente, ajustou o monomito de Campbell à 
estrutura dramática tradicional conforme é utilizada pelo 
screenwriting norte-americano. 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Segundo Christopher Vogler 
Uma estória bem contada dá o que o espectador não 
consegue arrancar da vida: experiência emocional 
significativa.
Na vida, experiências tornam-se significativas refletidas ao 
longo do tempo.
Na arte, elas são significativas agora, no instante em que 
ocorrem. 
A história só poderá ser interessante se acharmos a 
trajetória do personagem interessante. 
 Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
ATO 1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
1. MUNDO COMUM 
É necessário mostrar este mundo comum para contrastá-lo 
com o mundo de aventura.
 
2. O CHAMADO 
É preciso fazer alguma coisa.
 
3. A RECUSA DO CHAMADO 
O medo do desconhecido ou descrença faz o herói relutar.
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
ATO 1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
4. ENCONTRO COM O MENTOR 
O encontro com uma fonte de conhecimento.
 
5. ATRAVESSANDO O PORTAL 
O herói é movido por uma força externa que muda o curso 
das coisas. É o ponto de virada I.
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
ATO 2 ESCOLHA E DESENVOLVIMENTO DO 
CAMINHO
6. TESTES, ALIADOS E INIMIGOS 
O herói encontra novos desafios faz alianças e inimigos.Começa a aprender as regras do mundo especial.
 
7. APROXIMAÇÃO DA CAVERNA 
O herói se aproxima do covil do inimigo. É quando ele 
pode fazer uma pausa para planejar e juntar forças. Talvez 
um primeiro momento amoroso.
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
ATO 2 ESCOLHA E DESENVOLVIMENTO DO 
CAMINHO
8. A SUPREMA PROVAÇÃO 
O pior momento do herói, quando ele confronta o seu 
maior medo. Ele enfrenta a morte, mas precisa morrer para 
renascer. Este é o acontecimento central do Ato 2 e divide 
as duas metades da história.
 
9. RECOMPENSA 
O herói é recompensado por ter sobrevivido, ganha 
experiência e fica mais preparado para o seu combate.
 Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
ATO 2 ESCOLHA E DESENVOLVIMENTO DO 
CAMINHO
10. O CAMINHO DE VOLTA 
O herói é confrontado pelas forças do mal que ousou 
desafiar. O herói enfrenta as conseqüências do seu desafio 
numa outra mudança de rumo narrativo que precipita o 
desfecho, o ponto de virada no Ato II.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
ATO 3 SOLUÇÃO DO PROBLEMA, DESFECHO
 
11. A RESSURREIÇÃO 
O herói enfrenta e vence o último assédio do mal, 
novamente experimentando o gosto da morte.
 
12. A VOLTA COM O ELIXIR 
O que o herói traz de sua jornada ao mundo especial, 
quando é necessário concluir a estória.
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
A story-line do monomito é simples.
 
O herói sai de seu ambiente familiar e seguro para se 
aventurar num mundo estranho e hostil, onde enfrenta um 
conflito de vida ou morte com um antagonista poderoso; a 
certa altura, parece que ele não poderá escapar à 
destruição, mas o herói acaba por triunfar. 
 
 
Professor: Fábio Regaleira
Estrutura Mítica 
Designam antigos padrões de personalidade que são uma 
herança compartilhada por toda a raça humana, através dos 
tempos. 
Em uma história o conceito de arquétipo é uma ferramenta 
para se compreender a função dos personagens.
São funções flexíveis que um personagem pode 
desempenhar temporariamente, manifestando qualidades 
de mais de um arquétipo.
Professor: Fábio Regaleira
Os Arquétipos 
Herói — o principal agente, o protagonista: a função 
heróica é "agir ou fazer", diz Vogler;
Sombra — o antagonista, a energia do lado obscuro, o 
vilão; Vogler lembra que "é costume dizer que uma 
história é tão boa quanto o seu vilão";
Mentor — o professor do herói, sua função é ensinar e 
treinar; pode ser interno — a consciência do herói;
Professor: Fábio Regaleira
Os Arquétipos 
Guardião do Limiar— são antagonistas menores que 
podem até ser convertidos em aliados; são os responsáveis 
pelos primeiros obstáculos enfrentados pelo herói; sua 
função é testar o herói;
Arauto — personagem que anuncia mudanças 
significativas, lança desafios; sua função é evidenciar a 
necessidade da mudança; freqüentemente desencadeia a 
ação;
Professor: Fábio Regaleira
Os Arquétipos 
"Camaleão" —personagem instável, mutante; traz dúvida 
e suspense à trama;
Pícaro — palhaços, bobos da corte, gozadores etc., são 
exemplos desse arquétipo; ele gosta de pregar peças, 
apontar hipocrisias, desmistificar; sua função é o alívio 
cômico.
Professor: Fábio Regaleira
Os Arquétipos

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