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Universidade Estácio de Sá Cinema Roteiro para Dramaturgia Professor: Fábio Regaleira Estrutura de Roteiro Professor: Fábio Regaleira Para escrever um roteiro, precisa-se de uma idéia. A ideia é um processo mental oriundo da imaginação. Criatividade é a concatenação dessas idéias. Originalidade é o que faz um texto ser diferente de um outro; é a sua marca individual no texto, seu estilo. Professor: Fábio Regaleira Teoria da Idéia Na verdade, os dramas e comédias contam basicamente a mesma velha estória do homem e seus conflitos. A diferença está em como determinado artista conta a mesma velha estória. Professor: Fábio Regaleira Teoria da Idéia Segundo Freud, uma pessoa feliz não tem fantasia, já que as fantasias são anseios insatisfeitos. Esta insatisfação com uma realidade que não preenche a sua necessidade faz com que o escritor criativo seja um indivíduo à margem, que normalmente não consegue integrar-se no meio e se converte num marginal. Sua integração no meio faz-se na medida em que cria realidades fictícias que equivalem às fantasias do ser humano em geral. Professor: Fábio Regaleira A Psicanálise e a Criatividade Para o espectador, o fato de poder presenciar seus próprios fantasmas atuando sob uma aparência estética atenua suas tensões internas. Assim, o trabalho do artista baseia-se na maneira de utilizar a fantasia, o delírio: com tinta, palavras ou mármore. O resultado é a obra de arte. Professor: Fábio Regaleira A Psicanálise e a Criatividade O artista é composto por 10% de talento e 90% de trabalho duro. Ou, de uma forma mais generalizada, a célebre frase de Edison, que define o gênio como 1% de inspiração e 99% de transpiração. O trabalho de um roteirista consiste em descobrir a quantidade de história oculta que existe numa ideia. Professor: Fábio Regaleira A Psicanálise e a Criatividade Existem seis campos, nos quais, presumivelmente, encontraremos alguma ideia. São eles: — Ideia selecionada; — Ideia verbalizada; — Ideia lida; — Ideia transformada; — Ideia solicitada; — Ideia procurada. Professor: Fábio Regaleira A Idéia Este tipo de ideia provém da nossa memória ou vivência pessoal como quando sonhamos acordados. Tem um caráter absolutamente pessoal, surge de dentro dos nossos pensamentos, do nosso passado recente ou remoto. Professor: Fábio Regaleira Idéia Selecionada É uma ideia que nasce de algo que captamos no ambiente que nos rodeia. A ideia verbalizada é a que surge daquilo que alguém nos conta, um caso, um comentário, um pedaço de história que ouvimos no elevador. Professor: Fábio Regaleira Idéia Verbalizada A ideia lida é a que encontramos ao ler um jornal, uma revista, um livro ou até um folheto que nos tenham dado na rua. Professor: Fábio Regaleira Idéia Lida Uma ideia transformada é basicamente uma ideia que nasce de uma ficção, de um filme, de um livro, de uma obra de teatro etc. Entre roteiristas costumamos dizer que "um autor amador copia, ao passo que um autor profissional rouba e transforma". A transformação é a manipulação das ideias, dos temas e dos tópicos, a variação dos mitos, é o sistema mais especificamente clássico da criação literária. Professor: Fábio Regaleira Idéia Transformada O plágio é a transcrição ipsis litteris de partes de uma obra, ao passo que a ideia transformada consiste em utilizar a mesma ideia, mas de outra maneira. Há que ter cuidado em não confundir a transformação de uma ideia com a adaptação. Professor: Fábio Regaleira Idéia Transformada Uma ideia proposta é uma ideia que nos é encomendada. Um produtor propõe-nos um roteiro sobre a história de algum herói nacional, ou para um filme educativo sobre o problema do movimento da Terra. A partir disso, vamos pensar no que iremos escrever. A obra por encomenda é um desafio. Professor: Fábio Regaleira Idéia Proposta Uma ideia procurada é a que encontramos por meio de um estudo feito para se saber qual é o tipo de filme que o mercado quer. A ideia procurada ocupa um vazio no mercado. Pode ser um tema ainda não abordado em determinado ambiente. Ou pode também basear-se na procura daquilo que agrada a um determinado tipo de público. Professor: Fábio Regaleira Idéia Procurada Roteiro é uma história contada por meio de imagens, diálogos e descrições, e colocada no contexto da estrutura dramática. Um bom roteiro é muito mais do que cabeças falantes. É a arena visual da ação. Professor: Fábio Regaleira O Roteiro “Um bom roteiro é feito com uma ação firme e personagens fortes.” A verdadeira dinâmica de uma boa redação é criar personagens fortes e atuantes, combinados com uma narrativa visual com estilo, única, que está sempre levando a história adiante. Professor: Fábio Regaleira O Roteiro Story-line é a linha da história, o resumo. É a ideia já posta no papel com definição de gênero. OBS: Porém não passe de seis linhas. Professor: Fábio Regaleira Story-line Uma Story-line engloba o conflito-matriz de uma história, isto é: - A apresentação do conflito (alguma coisa acontece); - O desenvolvimento do conflito (alguma coisa deve ser feita); - A solução do conflito (alguma coisa se faz). Professor: Fábio Regaleira Story-line É objetivo do protagonista que vai fazer a história avançar. Um roteiro mostra o desenvolvimento de uma ação. A ação é o que um personagem faz com o propósito de alcançar alguma coisa. A principal característica do protagonista é um desejo, intenso, de atingir uma meta. Professor: Fábio Regaleira O Objetivo A medida do valor do desejo de uma personagem está em proporção direta ao risco envolvido em sua busca. Quanto mais alto o valor, maior o risco. É o objetivo do protagonista que mantém a platéia nas cadeiras. Quanto mais o protagonista deseja alguma coisa, maior é a preocupação da platéia. Professor: Fábio Regaleira O Objetivo Porém, esse desejo pode se desenvolver durante o transcurso da história. Um protagonista que não sabe o que quer, ou sabe, mas não se importa muito em obter ou não a coisa desejada, é material dramático pobre. Professor: Fábio Regaleira O Objetivo Segundo Eugene Vale, famoso dramaturgo norte-americano, a estrutura da ação é tripla e se refere aos três momentos que definem a temporalidade: passado, presente e futuro. · O passado estabeleceu a motivação para a ação. · No presente, o desenvolvimento da ação se manifesta através de uma intenção. · No futuro está a meta final, o objetivo da ação. Professor: Fábio Regaleira O Objetivo OBS1: Um ator procura discernir qual o objetivo principal do personagem. E procura reagir aos estímulos a que o personagem está submetido. OBS2: O objetivo de Thelma é divertir-se sem o marido pela primeira vez na vida e ter novas experiências. Louise também tem seu próprio objetivo: chegar ao México. Professor: Fábio Regaleira O Objetivo Sem empecilhos à realização do desejo do protagonista, não haveria conflito nem história. A ação dramática supõe um obstáculo, que gera o conflito, mas é sempre movida subjetivamente pela vontade. O protagonista e os obstáculos encontrados têm de estar muito bem equilibrados. Professor: Fábio Regaleira O Obstáculo Se o obstáculo for fraco, atingir o objetivo é fácil e a história fica sem vida. Mas o obstáculo não pode ser tão difícil a ponto de o protagonista não ter nenhuma chance de superá-lo. Ouseja, o objetivo deve ser possível, mas muito difícil de atingir. Professor: Fábio Regaleira O Obstáculo O obstáculo se divide em três categorias: Primeira categoria Barreiras – obstáculo que exige uma resposta imediata do personagem. Exemplo: O desejo de Louise de continuar a viagem até as montanhas. Professor: Fábio Regaleira O Obstáculo O obstáculo se divide em três categorias: Segunda categoria Complicação – um obstáculo que demora a se resolver. Exemplo: Harlan, de início, é fonte de divertimento, mas torna-se um grande obstáculo, pois ele quer se divertir à moda dele; Professor: Fábio Regaleira O Obstáculo O obstáculo se divide em três categorias: Terceira categoria Revés ou peripécia – obstáculo que não tem solução e muda a trajetória da história. Exemplo: A morte da Harlan. OBS: O maior obstáculo está sempre dentro do personagem. Professor: Fábio Regaleira O Obstáculo O tema é aquela área do "dilema humano" que o autor escolheu explorar sob uma varie-dade de ângulos e de maneira complexa, realista e plausível. O conceito de tema envolve o ângulo particular em que o assunto é visto pelo autor, a posição do autor diante dele, sua opinião. Professor: Fábio Regaleira O Tema O tema propriamente dito é explicitado através de três momentos fundamentais: · O Conflito; · O Percurso da Ação; · A Premissa. Professor: Fábio Regaleira O Tema OBS: No filme Telma e Louise O tema do filme gira em torno da autodefinição. Thelma se safa de ser a mulher que Darryl forçosamente quer que ela seja e se torna quem ela precisa ser. Louise pára de fugir dos demônios do passado e estabelece seu próprio rumo. A intenção do filme é fazer o público refletir sobre a liberdade e autodefinição feminina. Professor: Fábio Regaleira O Tema O conflito é a matriz do drama, o elemento de ligação entre cada uma das 3 etapas. Drama é ação e, conseqüentemente, conflito de objetivos. Literalmente, conflito quer dizer “em oposição”. A essência de qualquer cena dramática é ter um ou mais personagens em oposição a alguém, ou a alguma coisa. Professor: Fábio Regaleira O Conflito O personagem pode estar em conflito com outro(s) personagem(s), com ele mesmo, ou com uma força da natureza ou obstáculos. O conflito é o motor que impele a história adiante. A qualidade do conflito cria uma cumplicidade com a platéia. Se o conflito for crucial para o personagem, também o será para o espectador. Professor: Fábio Regaleira O Conflito Ou seja, o problema deve ser grave o bastante para originá-lo. Cria-se um conflito, com um personagem querendo algo que é difícil de obter ou conseguir. Trata-se de um duelo de forças antagônicas. Isto criará um ponto de identificação entre a platéia e a estória, fazendo com que o espectador perceba que aquele conflito do personagem também poderia ser seu. Professor: Fábio Regaleira O Conflito Segundo Hegel, filósofo alemão, a essência do drama deriva não de um personagem “certo” e de outro “errado”, ou do conflito do bom contra o mau. O drama deriva de ambos os personagens estarem certos. “O certo contra o certo”. Ou seja, um ponto de vista cria conflito. Professor: Fábio Regaleira O Conflito Ao levantar o tipo de conflito que afligirá o personagem e a estória, fazemos 3 perguntas: Que tipo de conflito o protagonista enfrenta? Quando o conflito principal vai se apresentar? Qual é o peso (ou a importância) do conflito? Professor: Fábio Regaleira O Conflito A Conflito está ligado à busca pela liberdade e autodefinição empreendida por Thelma e Louise: "Será que elas irão escapar das garras da polícia rumo à liberdade?" Professor: Fábio Regaleira O Conflito A presença de um conflito exige uma ação que se propõe a resolvê-lo. Aristóteles diz que o percurso da ação é a alma da tragédia. É a coluna vertebral da história dramática, a espinha do roteiro. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação Percurso da ação é o conjunto de acontecimentos ligados entre si por conflitos que vão sendo solucionados através de uma estória, até o desfecho final. É, em essência, sua "story-line" desenvolvida. A história gera os personagens. Os personagens são secundários e devem ser compostos de maneira a atender às necessidades do desenrolar da trama. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação A trajetória daquele personagem em busca de seu objetivo cria a unidade de ação. Um “todo”, que provoca uma tensão. A história, portanto, segue o personagem em busca de sua meta. Um acontecimento desestabiliza uma situação inicial estável para gerar um conflito. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação Ou seja, tudo deve estar dentro de uma estrutura dramática de progressão das ações, gerada por uma causalidade. No roteiro de cinema, cada cena responde a uma pergunta colocada pela anterior e faz uma nova pergunta para a seguinte. Esse encadeamento é necessário para prender a atenção do espectador e para conduzi-lo através da progressão da trama. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação Aristóteles dizia que existe dois tipos elementos que empurram a ação: A peripécia, um evento que obriga o fluxo da ação a mudar de direção O reconhecimento ou revelação de algo que era ignorado pelos personagens, pelos espectadores, ou por ambos. Freqüentemente, um reconhecimento conduz a uma peripécia, ou vice-versa. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação Sendo assim, contar uma história transforma-se na seqüência de acontecimentos que ocorrem a um personagem central envolvido na busca de seu objetivo. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação Pode-se dizer que uma boa história gira em torno de um personagem por quem o público sente uma certa empatia, personagem essa que deseja algo muito difícil, porém possível, de alcançar. Os elementos essenciais de "uma boa história bem contada" são: 1. A história é a respeito de alguém por quem sentimos empatia. 2. Esse alguém quer desesperadamente alguma coisa. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação 3. Essa coisa é difícil, mas possível de obter ou alcançar. 4. A história é contada tendo em vista o máximo de impacto emocional e a participação do público nos acontecimentos. 5. A história tem de chegar a um fim satisfatório (o que não significa necessariamente um final feliz). "Uma boa história bem contada" é simples, mas não é fácil. Professor: Fábio Regaleira O Percurso da Ação O confronto da ação com o problema leva a algum tipo de resolução, da qual pode ser extraída uma conclusão. A premissa é o resultado do conflito gerado pelo percurso da ação dramática. O problema ou conflito se manifesta no ataque. A ação se desdobra na complicação. A premissa se revela no clímax. Professor: Fábio Regaleira A Premissa O percurso da ação dramática se desenvolve através de uma série de mudanças de equilíbrio. Qualquer mudança de equilíbrio constitui uma ação. O clímax é a perturbação máxima do equilíbrio que pode acontecer sob as condições dadas. O clímax especifica o percurso da ação. Ele determina o caminho que deve ser percorrido para alcançá-lo. Professor: Fábio Regaleira A Premissa A maneira mais prática de determinar o percurso da ação dramática é estabelecer o clímax e erguer a estrutura a partir dele. Se você estabeleceu o clímax, você sabe com clareza qual é a ação principal de sua trama e, portanto, pode determinarseu ataque. O climax é a primeira coisa de que o roteirista deve ter consciência antes mesmo de começar a elaboração de seu trabalho. Professor: Fábio Regaleira A Premissa Por isso, um roteiro deve ser construído para chegar ao clímax. Antes do ataque, impõe-se a necessidade de uma exposição. Entre o ataque e o clímax, desdobra-se a complicação, ou seja, a trama, propriamente dita. A complicação é uma maneira, um caminho, de ir do ataque ao clímax. Professor: Fábio Regaleira A Premissa O clímax de Thelma e Louise é quando a dupla encontra-se encurralada por dezenas de carros da polícia na beira de um precipício. Elas recebem ordens para se entregar. Hal, o policial, quer evitar que sejam mortas. Thelma não quer ser apanhada e convence Louise de que elas têm de continuar a viagem. Louise pisa até o fundo do acelerador e o carro voa pelo precipício. Professor: Fábio Regaleira A Premissa A história é criada pela colisão, no estacionamento do bar, de três elementos críticos: - A inocência e passividade de Thelma; - A relação de força que Harlan tem com as mulheres; - E o passado que Louise suprimiu de sua vida, mas que quarda semelhanças com o incidente. Professor: Fábio Regaleira A Premissa O argumento ou sinopse é a "story-line" desenvolvida em texto. ARGUMENTO — do latim argumentu (m), justificativa. É o resumo de uma estória. SINOPSE — do grego synopsis, vista de conjunto. É uma narração breve. Professor: Fábio Regaleira O Argumento O argumento ou sinopse descreve toda a ação da história, começo, meio e fim, personagens e tudo mais. O argumento já é a história detalhada, embora ainda sem os diálogos e o tratamento técnico específico. Professor: Fábio Regaleira O Argumento O argumento precisa englobar basicamente as seguintes qualidades: · Clareza: quem lê ou ouve deve entender sem esforço; · Objetividade: o autor não deve se perder ou se alongar em detalhes menos importantes; · Integralidade: o argumento precisa conter a totalidade da ideia abordada, incluindo o clima geral e o comportamento dos personagens. Professor: Fábio Regaleira O Argumento É como um conto, porém objetivo, preso aos fatos, e narrado sem literatices. O argumento exige como qualidade principal a clareza. Ou seja, eliminar o supérfulo e ressaltar o essencial. O argumento é o resumo da estória que pretendemos roteirizar — pode ter de 5 a 20 laudas. Um argumento bem trabalhado facilita muito o trabalho posterior e livra o roteirista de complicações futuras. Professor: Fábio Regaleira O Argumento O argumento deve conter as seguintes informações: 1 — Temporalidade (Quando?) 2 — Localização (Onde?) 3 — Percurso da ação (Qual é a história?) 4 — Perfil do Personagem (Quem?) Quando + onde + qual + quem = argumento Um argumento tem que conter a Temporalidade, a Localização, o Percurso da Ação e o Perfil do Personagem. Professor: Fábio Regaleira O Argumento Temporalidade (Quando?) A função da Temporalidade é a de informar a data em que a estória começa e também seu desenrolar através dos dias / meses / anos / décadas / séculos. Enfim, a quantidade de tempo que a estória abrange, e se esse tempo é contínuo, ou se é descontínuo. Ou, simplesmente, se o tempo é o tempo de um sonho. Professor: Fábio Regaleira O Argumento Localização (Onde?) Aqui se informa onde, em que lugar se passa a estória. Devemos também informar quais as características do local, o que de incomum acontece naquele lugar. Professor: Fábio Regaleira O Argumento Percurso da Ação (Qual é a história?) Percurso da ação é o conjunto de acontecimentos ligados entre si por conflitos que vão sendo solucionados através de uma estória, até o desfecho final, perfazendo assim o percurso da ação dramática. É, em essência, sua "story-line" desenvolvida. Professor: Fábio Regaleira O Argumento Perfil do Personagem (Quem?) O Protagonista é o personagem base do núcleo dramático principal, o herói da estória. Esse protagonista pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, ou qualquer coisa que tenha condições de ação e expressão. Professor: Fábio Regaleira O Argumento Adequação ao personagem à estória Quando escrevemos uma "story-line", já temos uma ideia de como vai ser nosso protagonista, já que o protagonista tem que ter todas as características básicas para que o conflito do enredo ocorra. Assim, vemos que o protagonista é criado a partir da estória, e não ao contrário. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem O Pensar e o Sentir da Personagem Seu modo de pensar é demonstrado em sua fala, no modo em que se expressa. Exemplos: um homem taciturno, de poucas palavras; um músico que só se expressa através da música; um ansioso que fala pêlos cotovelos. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Já seu modo de sentir é demonstrado na maneira como ele se conduz frente à ação, como ele age. Exemplos: desmaia quando vê sangue; dá um pontapé no carro enguiçado; esconde a garrafa de uísque quando chega visita. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Em “Thelma & Louise”, na primeira imagem temos: Louise jogando xícaras de café sujas do balcão para uma bandeja sob ele. E Thelma jogando xícaras de café da mesa para a pia da cozinha, que já está cheia de pratos sujos. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem A Maneira de falar Neste estágio, nós só classificamos sua maneira de falar — se fala carregado, se tem sotaque nordestino, se gagueja, se é mudo etc. Não precisamos conhecer, profundamente, todas as características de um falar. Basta que indiquemos o tipo. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Batismo O nome é de enorme importância, posto que o nome revela: · A classe social; · O caráter ; · E forma a tipologia do personagem. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Tem de ser real Um personagem deve possuir os seguintes valores: · Valores considerados universais (valores morais, éticos, religiosos, afetivos, políticos etc.) · Valores considerados particulares, ou seja, valores que têm significado somente para aquele per-sonagem específico (obsessão por trabalho, mania de ordem etc.) Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Os ingredientes que entram na composição de um personagem são basicamente os mesmos. O que varia são as proporções dadas a esses valores. Por essas proporções podemos dizer que Fulano é mais honesto que Beltrano e que a qualidade maior de Cicrano é a sua integridade. A complexidade de um personagem e suas contradições devem ser reveladas, para que ele seja verossímil. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Quanto mais densidade humana, mais real será. Um grave erro na construção de um personagem é desejá-lo perfeito. O ser humano é naturalmente imperfeito, contraditório e conflitado. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Outra coisa a considerar são: · Suas ações conscientes, ou seja, ações dirigidas pela vontade do personagem; Exemplo: A forma como Thelma informa ao marido que está viajando no fim de semana ilustra o casamento deles. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem · Suas ações determinadas por impulsos inconscientes, ou seja, aquilo que nos é transmitidopela expressão de um olhar, por um tique nervoso, por um gesto violento etc. O homem é racional mas age por emoção". Exemplo: Na cena do estacionamento do bar noturno, Louise perde o controle, dá dois passos, aponta a arma e atira em Harlan. Assim, quanto mais complexo for um personagem, tanto mais emoção e, conseqüentemente, mais ação. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Em “Thelma & Louise”, temos: Ações conscientes - a foma como Thelma informa ao marido que está viajando no fim de semana ilustra o casamento deles. Ações inconscientes - Louise perde o controle, dá dois passos, aponta a arma e atira em Harlan. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Composição São 3 os fatores que consideramos na composição de um personagem: Físico — idade, peso, altura, aparência, cor do cabelo, cor da pele etc. Social — classe social, religião, família, origem, trabalho, nível cultural etc. Psicológico — ambições, desejos, frustrações, sexualidade, distúrbios, sensibilidade, percepções etc. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Em “Thelma & Louise”, temos: Social - Louise é garçonete numa lanchonete e Thelma é dona-de-casa. Psicológico - Thelma diz que seu marido Darryl acha que Louise é louca. E que tipo de mulher uniria sua vida à de um homem como Darryl? A resposta é uma “cabeça oca” ou “criança”. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem Devemos também estar atentos ao fator mudanças: O personagem deve mudar durante o curso do roteiro, por isso devemos saber definir quais foram as mudanças e traçar a trajetória emocional dos personagens do começo ao fim. O que ele aprendeu? Qual a mudança em seu comportamento? Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem É bom notar que as mudanças interiores se refletem no exterior, no rosto, no modo de andar, de vestir, na postura etc. Exemplo: Mesmo perdendo suas vidas, Thelma & Louise estariam resgatando suas vidas e se tornando cada vez mais elas mesmas. Principalmente, a personagem Thelma. Professor: Fábio Regaleira A Construção do perfil do personagem A busca do protagonista provoca nosso interesse pelo personagem e pela evolução dos acontecimentos. A estrutura ou ação dramática é um percurso que responde às necessidades dramáticas da história e sua função é apresentar o drama, através de um crescente emocional. Uma estrutura bem feita é metade do caminho andado. Um protagonista que não sabe o que quer, ou sabe mas não se importa muito em obter ou não a coisa desejada, é material dramático pobre. Professor: Fábio Regaleira A Estrutura As diferentes partes da estrutura tradicional podem ser distribuídas em três atos, como na dramaturgia tradicional do teatro. A divisão em três atos serve para ajudar o escritor a organizar as idéias de como contar a história e a descobrir quais são os melhores lugares onde encaixar os momentos cruciais para máximo impacto. A estrutura em três partes corresponde a: Exposição, Complicação e Resolução. Professor: Fábio Regaleira A Estrutura em Três Atos A palavra “Exposição” significa literalmente “informação necessária”. Apresentar a exposição de tal forma que ela não impeça a fluência dos personagens e da história. Professor: Fábio Regaleira A Estrutura em Três Atos O primeiro ato inclui a Exposição, o Ataque e o início da Complicação. O primeiro ato envolve o espectador com os personagens, mostrando quem são as pessoas e estabelece o conflito principal em torno do qual será construída a história. Em geral existe apenas um personagem central e, até o final do primeiro ato, suas dificuldades e vida já terão sido enfocadas. Ou seja, o objetivo ficou estabelecido e foram dados alguns indícios dos obstáculos. Professor: Fábio Regaleira O Primeiro Ato O segundo ato é constituído pela Complicação. A Complicação é o desenvolvimento da ação, do conflito, é a trama propriamente dita. Ou seja, o segundo ato é a progressão da situação da história, elaborando com muito mais detalhe e intensidade, as dificuldades e os obstáculos para que o personagem atinja sua meta. A superação dos obstáculos constitui a ação dramática do Ato II. Professor: Fábio Regaleira O Segundo Ato Durante o segundo ato o personagem muda e se desenvolve, ou pelo menos existe uma forte pressão para que mude. Essa mudança se manifesta no terceiro ato. As tramas secundárias da história, desenvolvem-se, em grande parte, no segundo ato. O segundo ato é o mais difícil de ser escrito. Professor: Fábio Regaleira O Segundo Ato O terceiro ato é formado pelo final da Complicação, o Clímax e a resolução dos conflitos e problemas. No terceiro ato, a história principal (a história do personagem central) e os subenredos são todos resolvidos de formas diferentes, mas todos com o mesmo sentido de finalidade – o conflito acabou. O terceiro ato amarra o enredo e leva o envolvimento do espectador a um final satisfatório. Professor: Fábio Regaleira O Terceiro Ato São pontos demarcatórios do enredo, que ocorrem como incidente ou acontecimento que causa uma reviravolta na história e reverte a ação em outra direção, no sentido da resolução. Eles são os pivôs da ação dramática e mantêm tudo coeso, servindo de elos forjados na cadeia da ação dramática. O ponto de virada é uma função do personagem principal. É através do personagem principal que se chega aos pontos de virada nos finais dos Atos I e II. Professor: Fábio Regaleira Os Pontos de Virada O ponto de virada no Ato I é considerado o verdadeiro começo da história. O primeiro – chamado Plot Point 1, ou PP1 -, no final do primeiro ato. Ele corresponde à entrada do protagonista no Mundo Especial de sua estrutura. O segundo – chamado Plot Point 2, ou PP2 - , no final do segundo ato, como uma virada decisiva para empurrar a ação até o clímax. Professor: Fábio Regaleira Os Pontos de Virada O ponto central é colocado bem no meio da história. O ponto central enfoca o enredo numa linha específica, traçando uma linha de desenvolvimento. Existe ainda a Pinça 1, entre o PP 1 e o ponto central, e a Pinça 2, entre o ponto central e o PP2. Ou seja, a cada 15 páginas do Ato II há um acontecimento que mantém o controle da história. Os três atos e os seus cinco plot points constituem o que se chama de paradigma. Professor: Fábio Regaleira Os Pontos de Virada No primeiro ato deve-se definir: · O personagem principal – sobre quem é a história? · Qual é a premissa dramática – sobre o que é a história? · Qual a situação dramática – quais as circunstâncias em torno da ação? · Definir o problema dramatizando o ponto de virada I no final do primeiro ato, que corresponde à “Exposição”. Professor: Fábio Regaleira Resumo do Primeiro Ato No primeiro ato deve-se definir: · O personagem principal – Thelma · Qual é a premissa dramática – sobre o que é a história? · Qual a situação dramática – quais as circunstâncias em torno da ação? · Ponto de virada I – Louise atira em Harlan Professor: Fábio Regaleira O Primeiro Ato “Thelma & Louise” No segundo ato deve-se: · Definir o ponto central do Ato II, dividindo a unidade básica de ação dramática em duas unidades. · Definir o contexto dramático para cada metade do Ato II, planejando uma linha de ação que execute o enredo de maneira dramática, mantendo a açãoe o conteúdo no lugar. · Determinar a unidade de tempo de cada metade. A delimitação do período de tempo mantém a historia no contexto e dá maior apoio estrutural. Professor: Fábio Regaleira Resumo do Segundo Ato No segundo ato deve-se: · Cada metade tem um ponto do enredo que amarra bem o sub-segmento, ou seja, a cada 15 páginas do Ato II há um acontecimento que mantém o controle da história. · Construir o conflito a partir da necessidade do protagonista que é obstaculizada. A superação dos obstáculos constitui a ação dramática do Ato II. Professor: Fábio Regaleira O Segundo Ato Pinça I – Thelma e Louise encontram e pegam o caroneiro JD; Ponto Central – JD rouba o dinheiro de Louise; Pinça II – JD é capturado e confessa que roubou o dinheiro; Ponto de Virada II – Monument Valley. Momento de transcendência das personagens. Professor: Fábio Regaleira O Segundo Ato “Thelma & Louise” No terceiro Ato deve-se; · Concluir a historia, definindo a resolução para o conflito, mostrando como termina a narrativa; · Concluir como fica o personagem principal, se ele vive ou se morre, se é bem sucedido ou se fracassa, se resolve seu problema ou não. · Dar clareza ao desfecho do filme. Finais ambíguos não mais se usam. Professor: Fábio Regaleira Resumo do Terceiro Ato No terceiro Ato deve-se; · Concluir a historia, definindo a resolução para o conflito, mostrando como termina a narrativa; · Concluir como fica o personagem principal, se ele vive ou se morre, se é bem sucedido ou se fracassa, se resolve seu problema ou não. · Dar clareza ao desfecho do filme. Finais ambíguos não mais se usam. Professor: Fábio Regaleira O Terceiro Ato “Thelma & Louise” Estrutura e personagem estão entrelaçadas. A estrutura de eventos de uma estória é criada a partir das escolhas que uma personagem faz sob pressão e as ações que ela escolhe tomar. O design de eventos e o design da personagem refletem um ao outro. Professor: Fábio Regaleira Estrutura e Personagem Ao se mudar o design de eventos, muda-se também a personagem. Todas as estórias são “guiadas por personagens”. As escolhas da personagem dão forma a sua natureza interna e movimenta a estória rumo a uma conclusão. Professor: Fábio Regaleira Estrutura e Personagem Quando se faz uma estrutura, deve-se atentar ao TEMPO e ao RITMO. O Tempo é o Tempo Dramático de uma cena, ou seja, a quantidade de tempo para se descrever um determinado acontecimento, o qual irá definir a intensidade dramática da cena. O Ritmo é o conjunto de todos os tempos dramáticos. Um ritmo muito lento leva à perda de interesse. Um ritmo muito intenso pode levar ao cansaço. Professor: Fábio Regaleira Estrutura e Personagem É o elemento móvel da estrutura e pressupõe uma expectativa face às intenções dos personagens, através da habilidade que tem a platéia de antecipar uma situação. A antecipação suscita no espectador as mais variadas emoções e expor novos motivos, ou acrescentar novas informações. O suspense nada mais é que uma antecipação urgente e terá seu grau aumentado ou diminuído dependendo da empatia da platéia com o personagem. Professor: Fábio Regaleira Antecipação Se uma bomba é colocada na sala onde vai ser realizada uma reunião e se os espectadores não sabem disso, a exemplo dos personagens e, como eles, a platéia é surpreendida pela explosão, então a narrativa usou a técnica da surpresa. Professor: Fábio Regaleira Antecipação Mas se vemos que a bomba foi colocada lá e sabemos que vai explodir, ficamos atentos ao desenrolar dos acontecimentos. Então foi usada a técnica do suspense. A surpresa depende da ignorância do espectador e, para ele, as informações são sonegadas. Professor: Fábio Regaleira Antecipação O suspense depende de um espectador bem informado. A surpresa não gera tensão, ela se esgota em seu momento fugaz. O suspense gera tensão. Professor: Fábio Regaleira Antecipação No início da década de 1930, Carl Gustav Jung apresenta ao mundo sua ideia de um inconsciente coletivo. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Jung sustenta que, por baixo do inconsciente pessoal, descoberto por Freud em cada indivíduo, há uma uma espécie de herança psicológica comum a toda humanidade. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Em 1934, ele escreve que "o inconsciente contém não apenas componentes pessoais mas também impessoais, em forma de categorias, ou arquétipos". Esses arquétipos se expressam através de símbolos que se manifestam nos sonhos de todos nós e nos mitos de todas as tradições culturais. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Esses mitos, explica Jung, revelam a própria natureza da alma, são metáforas de nossa realidade interna mais profunda. E de todos os mitos, o mais comum é o mito do herói. O mito do herói surge nas mais distantes e diferentes culturas e todas as suas versões, são estruturalmente muito semelhantes. Obedecem a uma forma, um padrão, universal. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Baseado na teoria do inconsciente coletivo, o norte-americano Joseph Campbell procurou evidenciar as semelhanças entre os mitos de diversas culturas em todo o mundo. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Em 1949, ele publicou um livro intitulado O herói de mil faces. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica No início da década de 1990, um analista de histórias dos estúdios Walt Disney, de nome Christopher Vogler, escreveu um memo-rando interno de sete páginas, intitulado Guia prático para o herói de mil faces. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Segundo Christopher Vogler Em seguida, o distribuiu para os roteiristas de seu local de trabalho, como uma contribuição para uma maior eficiência dos roteiros. Em pouco tempo, a repercussão atingia os roteiristas de cinema de toda a cidade de Los Angeles. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Segundo Christopher Vogler E o memorando de Vogler se tornaria um livro, intitulado A jornada do escritor, que seria admirado como uma bíblia do roteiro por roteiristas americanos. Vogler, simplesmente, ajustou o monomito de Campbell à estrutura dramática tradicional conforme é utilizada pelo screenwriting norte-americano. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Segundo Christopher Vogler Uma estória bem contada dá o que o espectador não consegue arrancar da vida: experiência emocional significativa. Na vida, experiências tornam-se significativas refletidas ao longo do tempo. Na arte, elas são significativas agora, no instante em que ocorrem. A história só poderá ser interessante se acharmos a trajetória do personagem interessante. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica ATO 1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 1. MUNDO COMUM É necessário mostrar este mundo comum para contrastá-lo com o mundo de aventura. 2. O CHAMADO É preciso fazer alguma coisa. 3. A RECUSA DO CHAMADO O medo do desconhecido ou descrença faz o herói relutar. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica ATO 1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 4. ENCONTRO COM O MENTOR O encontro com uma fonte de conhecimento. 5. ATRAVESSANDO O PORTAL O herói é movido por uma força externa que muda o curso das coisas. É o ponto de virada I. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica ATO 2 ESCOLHA E DESENVOLVIMENTO DO CAMINHO 6. TESTES, ALIADOS E INIMIGOS O herói encontra novos desafios faz alianças e inimigos.Começa a aprender as regras do mundo especial. 7. APROXIMAÇÃO DA CAVERNA O herói se aproxima do covil do inimigo. É quando ele pode fazer uma pausa para planejar e juntar forças. Talvez um primeiro momento amoroso. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica ATO 2 ESCOLHA E DESENVOLVIMENTO DO CAMINHO 8. A SUPREMA PROVAÇÃO O pior momento do herói, quando ele confronta o seu maior medo. Ele enfrenta a morte, mas precisa morrer para renascer. Este é o acontecimento central do Ato 2 e divide as duas metades da história. 9. RECOMPENSA O herói é recompensado por ter sobrevivido, ganha experiência e fica mais preparado para o seu combate. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica ATO 2 ESCOLHA E DESENVOLVIMENTO DO CAMINHO 10. O CAMINHO DE VOLTA O herói é confrontado pelas forças do mal que ousou desafiar. O herói enfrenta as conseqüências do seu desafio numa outra mudança de rumo narrativo que precipita o desfecho, o ponto de virada no Ato II. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica ATO 3 SOLUÇÃO DO PROBLEMA, DESFECHO 11. A RESSURREIÇÃO O herói enfrenta e vence o último assédio do mal, novamente experimentando o gosto da morte. 12. A VOLTA COM O ELIXIR O que o herói traz de sua jornada ao mundo especial, quando é necessário concluir a estória. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica A story-line do monomito é simples. O herói sai de seu ambiente familiar e seguro para se aventurar num mundo estranho e hostil, onde enfrenta um conflito de vida ou morte com um antagonista poderoso; a certa altura, parece que ele não poderá escapar à destruição, mas o herói acaba por triunfar. Professor: Fábio Regaleira Estrutura Mítica Designam antigos padrões de personalidade que são uma herança compartilhada por toda a raça humana, através dos tempos. Em uma história o conceito de arquétipo é uma ferramenta para se compreender a função dos personagens. São funções flexíveis que um personagem pode desempenhar temporariamente, manifestando qualidades de mais de um arquétipo. Professor: Fábio Regaleira Os Arquétipos Herói — o principal agente, o protagonista: a função heróica é "agir ou fazer", diz Vogler; Sombra — o antagonista, a energia do lado obscuro, o vilão; Vogler lembra que "é costume dizer que uma história é tão boa quanto o seu vilão"; Mentor — o professor do herói, sua função é ensinar e treinar; pode ser interno — a consciência do herói; Professor: Fábio Regaleira Os Arquétipos Guardião do Limiar— são antagonistas menores que podem até ser convertidos em aliados; são os responsáveis pelos primeiros obstáculos enfrentados pelo herói; sua função é testar o herói; Arauto — personagem que anuncia mudanças significativas, lança desafios; sua função é evidenciar a necessidade da mudança; freqüentemente desencadeia a ação; Professor: Fábio Regaleira Os Arquétipos "Camaleão" —personagem instável, mutante; traz dúvida e suspense à trama; Pícaro — palhaços, bobos da corte, gozadores etc., são exemplos desse arquétipo; ele gosta de pregar peças, apontar hipocrisias, desmistificar; sua função é o alívio cômico. Professor: Fábio Regaleira Os Arquétipos
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