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Alcalóides Tropânicos PD

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Farmacognosia II
Alcaloides
Goiânia-Go
2017
Alcaloides
Definição
	
Alcaloides (termo linguisticamente derivado da palavra árabe alquali, denominação vulgar da planta da qual a soda foi originalmente obtida) são compostos nitrogenados farmacologicamente ativos e são encontrados predominantemente nas angiospermas. Na sua grande maioria, possuem caráter alcalino, com exceções tais como Colchicina, piperina, oximas e alguns sais quaternários como o cloridrato de laurifolina. Uma definição para essa classe de substâncias apresenta certas dificuldades devido à ausências de uma separação precisa entre alcaloides propriamente ditos e aminas complexas de ocorrência natural.
 Para contornar esses problemas, Pellertier (1988) formulou as seguintes definições: Um alcaloides seria uma substancia orgânica, de origem natural, cíclica, contendo um nitrogênio em um estado de oxidação negativo e cuja distribuição é limitada entre os organismos vivos. Essa definição englobaria todos os compostos que foram considerados até o momento como alcalóides, mas excluiria compostos nitrogenados tais como: aminas simples, aminoácidos, peptídeos, proteínas, ácidos nucleicos, nucleotídeos, porfirinas, vitaminas e compostos nitro e nitroso. Outras definições foram cunhadas por diferentes pesquisadores, contudo até o momento nenhuma se apresentou completamente abrangente. 
Os alcaloides contendo um átomo de nitrogênio em um anel heterocíclico são chamados de alcaloides verdadeiros e são classificados de acordo com o sistema anelar presente na molécula. As substancias com o átomo de nitrogênio não pertencente a um sistema heterocíclico são denominadas de protoalcalóides. Compostos nitrogenados com e sem anéis heterocíclicos que não são derivados de aminoácidos são chamados de pseudoalcalóides.
 	Muitos deles são opticamentes ativos. Frequentemente, nas plantas , formam sais com ácidos tais como ácidos quínico ou mecônico. Alguns estão presentes em combinação com açucares, como a solanina, e outros ocorrem como ésteres ou amidas, como o paclitaxel. 
Alcalóides Tropânicos
Beladona
Nome cientifico: Atropa bellaldonna L. 
Família botânica: Solanaceae
Parte usada: Folhas e sumidades floridas
Monografia farmacopéicas: Está inscrita nas Farmacopeias de praticamente todos países; a PH. Eur. III e as farmacopeias de países europeus apresentam também monografia para o pó normatizado das folhas.
A beladona provavelmente já era conhecida pelos povos antigos, não existindo relatos exatos até o inicio do século XVI. As folhas foram introduzidas na London Pharmacopeia de 1809.O nome Atropa lembra de uma das parcas da mitologia grega, que era encarregada de interromper o fio da vida dos mortais e a designação popular Bella Donna, vem da Itália, onde as mulheres utilizavam o sumo dos frutos que, por serem midriáticos, aumentavam o tamanho da pupila, tornando-as mais bonitas (Font Quer,1985).
Atropa belladonna L. é um arbusto perene, com 0,5 a 1,5m de altura, existente principalmente na Europa Central e Sul. O cultivo ocorre principalmente na Alemanha, Inglaterra, Índia,e Estados Unidos.
A droga da Farmacopéia Brasileira consiste de todas as partes aéreas, mas a Ph. Eur.III estabelece um limite máximo de 3% de caules de diâmetro maior que 5 mm, enquanto que USP 23 admite o mesmo percentual, mas para caule com diâmetro maior que 10 mm. Esta última também admite Atropa acuminata Lindl. Na monografia de folhas de beladona e exige 0,35% de alcalóides, enquanto a Farmacopéia Brasileira e Ph. Eur. III determinam um teor mínimo de 0,3% de alcalóides totais calculados como hiosciamina. Tanto a Ph. Eur. III como a USP 23 incluem monografias para o pó normatizando das folhas, com teor de alcaloides totais entre 0,28 e 0,32%. Raízes também estão inscrita em algumas farmacopeias. As raízes do primeiro ano não devem ser coletadas, porque não são comercialmente viáveis, apesar de terem um teor elevado de alcalóides, sendo recomendada a coleta a partir do terceiro ano.
Folhas armazenadas com umidade deterioram, eliminando amônia. Na cromatografia em camada delgada das folhas de Beladona não devem aparecer apoatropina ou 3α-tropanol livre. Caso isso ocorra, a droga deve ter sido armazenada em temperatura muito elevada. Dos adulterantes de Beladona, citados na farmacopeia Europeia, Phytolacca americana L. e Ailanthus altíssima. Swingle são os mais importantes e comuns.
Folhas de beladona são utilizadas principalmente para preparação internas, pela ação antiespasmódicas, em cólicas no trato gastrintestinal e nos canais biliares e para diminuição das secreções. As preparações de raízes são, de preferências, utilizadas externamente.
Dados químicos:
As folhas de atropa belladonna L. contêm em media 0,30 a 0,50 % de alcalóides, sendo o principal hiosciamina. Pequena quantidade de bases voláteis, como nicotina, piridina e N-metilpirrolina estão presente, bem como glicosídeos flavônicos e as cumarinas escopolamina e escopolina. São encontrados, também, hidrina, higrolina, cuscoigrina, tropinona, tropina, pseudotropina e nove ésteres de tropanol. Além destes, encontra-se beladonina (um produto de degradação, derivado da condensação da apoatropina). A relação hiosciamina-escopolamina é de 20:1, sendo as folhas de beladona pobres em escopolamina, o que as diferenciam do estramônio e meimendro, que teor maior em escopolamina.
As raízes contêm de 0,4 a 0,8% de alcalóides, calculados como hiosciamina.
Dados farmacógicos e taxicológicos:
A droga, tanto partes aéreas como raiz, tem ação antiespasmódica sobre a musculatura lisa do TGI, vesícula biliar e bexiga, além de diminuir as secreções. Em doses elevadas é estimulante do SNC, podendo induzir o individuo ao coma profundo. A ação estimulante sobre o SNC deve-se ao maior teor de hiosciamina em relação à escopolamina.
A beladona é conhecida como uma espécie altamente tóxica, tendo sido empregado como veneno dede tempos antigos. Todas as partes da plantas devem ser consideradas tóxicas. No entanto, as intoxicações de modo geral ocorrem pela ingestão dos frutos pretos, atraentes e de sabor doce, principalmente pelas crianças, para as quais 3 a 4 frutos são considerados letais. A gravidade das interações por beladona é dependente do teor de alcalóides tropânicos, podendo ocorrer: secura da boca e da pele, hipertermia, dilatação das pupilas e dificuldade de visão, sede e dificuldade de deglutição, taquicardia, agitação, dor de cabeça, estado de excitação, incoordenação muscular, apatia, alucinações e perda de consciência. 
Efeitos adversos e precauções de uso:
Como os alcalóides tropânicos têm ação anticolinérgica, em qualquer efeito desejado, poderão ocorrer as outras ações do simpático como efeitos colaterais. 
A droga e suas preparações são contraindicadas em taquicardia, arritmias, adenoma de próstata, glaucoma, edema de pulmão, estenose no trato gastrintestinal e megacolon. Como efeitos colaterais surgem secura da boca, diminuição das secreções sudoríparas, dificuldade de acomodação visual, vermelhidão e secura da pele, hipertermia, taquicardia, dificuldade de micção, alucinações e câimbras (principalmente em sobre dose). Existe uma intensificação da atividade anticolinérgica por antidepressivos tricíclicos, amantadina e quinidina.
Estramônio
Nome científico: Datura stramonium L.
Família botânica: Solanaceae 
Parte usada: Folhas e sumidades floridas
Monagrafias farmacopéicas: está inscrita nas Farmacopeias de praticamente todos os países: a Ph. Eur.III e as farmacopeias de países europeus apresentam também monografia para o pó normatizado das folhas. 
Datura stramonium é um arbusto ruderal anual, crescendo em solos ricos em nitrogênio, atingindo uma altura de até 2 m, originário da América Central, provavelmente do México, encontrando-se assilvestrado na Europa e nas Américas. No Brasil recebe as denominações populares estramônio, figueira-do-inferno, erva-do-diabo e figueira-brava. A maioria da droga vem hoje da Rússia e dos países balcânicos.São utilizadas as seguintes variedades, consideradas de teor equivalente em alcalóides.
Datura stramonium var. stramonium, de flor branca e fruto espinhoso; 
Datura stramonium var. tatula(L) Torr., de flor violeta e fruto espinhoso;
Datura stramonium var. inermis (jacq.) Timm, de flor branca e fruto liso;
Datura stramonium var. godroni Danert, de flor violeta e fruto liso. A droga possui odor fraco, desagradável e sabor amargo.
Os principais constituintes das folhas, cápsulas imaturas e, especialmente sementes, são escopolamina e, em grande porcentagem, (-)-hiosciamina.
A principal utilização farmacêutica das espécies de Datura como fonte de matéria-prima: D. stamonium L. para obtenção da atropina, enquanto D. fastuosa L. e DS. Metel L. são as principais fontes na obtenção de (-)-escopolamina. Preparados à base de estramônio são utilizadas em alguns países em asma. No entanto, a utilização dessas preparações não se justifica, considerando os riscos e ausências de comprovação de eficácia. Essa utilização deriva do uso popular da folhas e mesmo flores secas na forma de cigarros.
Para alguns autores, as espécies arbóreas de Dature constituem a seção Brugmansia do gênero. As espécies de Brugmansia são perenes e originárias da América do Sul, sendo algumas largamente cultivadas como ornamentais. Produzem flores grandes, brancas, em formas de trombeta. Algumas delas constituem fonte potencial de escopolamina. Brugmansia sanguínea, é cultivada comercialmente no Equador em função da acumulação de alcalóides tropânicos.
Dados químicos:
O estramônio contém, em média, 0,2 a 0,6% de alcalóides, sendo que a proporção entre os principais alcalóides hiosciamina e hioscina (escopolamina) é de 2:1. Os caules maiores contêm pequenas quantidades de alcalóides, sendo que a droga oficial não deve conter mais de 3% de caules com mais de 5 mm de diâmetro. Sementes de estramônio contêm cerca de 0,2% de alcalóides tropânicos aproximadamente 15 a 30% de óleo fixo. De acordo com a Ph. Eur. III, o pó final deve ser ajustado para teor de alcalóides de 0,23 a 0,27%.
Na espécie são encontrados 4 a 6% de taninos, glicosídeos flavonoídicos (rutina), ácidos orgânicos e a cumarina escopoletina.
Dados farmacológicos e toxicológicos: 
Em função da presença do mesmo alcalóides, hiosciamina e escopolamina, as ações da droga são semelhante ás referido para a beladona.
Intoxicações acidentais são de ocorrências raras, por não serem os frutos e folhas de aspecto atraente, ocorrendo, no entanto, pelo uso intencional para suicídios ou envenenamentos ou ainda como alucinógeno. Em Função da presença dos alcalóides hiosciamina e escopolamina, os sintomas de intoxicação são os mesmos da beladona.
Meimendro
Nome cientifico: Hyoscyamus niger L.
Família botânica: Solanaceaes 
Parte usada: Folhas e sumidades floridas 
Monografia farmacopéicas: Está inscrita nas Farmacopeias de praticamente todos países; a ph. Eur. III e as farmacopeias de países europeus apresentam também monografia para o pó normatizado das folhas.
O Meimendro já era conhecido por Dioscórides e utilizado pelos antigos. A espécie era empregada contra dores do trato gastrintestinal na antiga Babilônia e Media. Depois de um período de esquecimento, no século XVIII a droga foi reintroduzida na London Pharmacopeia, de 1809. No brasil, recebe as denominações populares Meimendro-negro e erva-dos-cavalos.
A espécie é uma erva anual ou bianual, nativa na Europa, Ásia e norte da África: também é largamente cultivada e naturalmente em partes da América do norte. Outras espécies utilizadas são Hyoscyamus muticus L. , conhecida do Egito até a Índia e cultivada comercialmente na Califórnia, para obtenção de hiosciamina e Hyoscyamus reticulatus L. , da Índia. E empregada principalmente em espasmos do trato gastrintestinal, sendo os efeitos indesejados e precauções semelhantes aos apontados para a beladona.
Dados químicos: 
De acordo com a Ph. Eur.III, folhas de Meimendro devem conter no mínimo 0,05% e 0,07 de alcalóides totais, predominando hiosciamina e escopolamina. A relação entre os dois alcalóides é da ordem de 1,2:1. Estão presentes ainda flavonoides, principalmente rutina e cerca de 8% de taninos.
Dados farmacológicos e toxicológicos:
O Meimendro é semelhante à beladona e ao estramônio em sua ação, porém mais tênue devido ao menor teor de alcalóides tropânicos. Intoxicações são relatadas, principalmente em crianças, mas com menor frequência em relação à beladona, porque a planta é, em geral, evitada pelo seu odor e consistência desagradáveis. 
Coca
Nome cientifico: Erythroxylon coca Lam. e Erythroxylon novogranatense (Morris) Hieron. Var. truxillense.
Família botânica: Erythroxylaceae 
Parte usada: Folhas
Monografia farmacopéicas: Erythxylon coca Lam. Está inscrita nas farmacopéias dos seguintes países: Brasil (1926), Chile (1941-1951), Egito (1953), França (IX ed. 1974), Índia (1955-1960), Indonésia (1965), Itália (1972), Paraguai (Penso 1978).
 Erythroxylon coca Lam. E a fonte das folhas de coca comercial, de onde toda cocaína é derivada. O cultiva ocorre nas zonas montanhosas do leste dos Andes, praticamente não existindo fora dessa região, em um ambiente tropical favorável, com alto índice pluviométrico, clima ameno e com solo rico em minerais e muito bem drenado. A coca andina é cultivada a partir de sementes a as folhas são coletadas após 2 a 3 anos. As folhas contêm entre 0,23 e 0,96% de cocaína. A coca colombina, Erythoxylon novagranatense (Morris) Hieron., adapta-se a locais quentes e secos e de menor altitude. O teor médio de cocaína da coca colombianaé de 0,47%. A variedade Erythroxylon novogranatense (morris) Hieron. Var. truxillense constitui a coca-de-trujillo, existente no comercio, e esta bem adaptada a condições de deserto. Sua folhas contém ate 1% de cocaína, sendo ricas em salicilato de metila, o que torna essa variedade muito agradável em bebidas. A coca-da-Amazônia, sendo cultivada e utilizada por grupos nativos do Peru, Brasil e Colômbia. Ipadú é o nome popular dos povos amazônicos para esta variedade. O teor de cocaína é de aproximadamente 0,4%.
A importância dessas espécies e variedades esta relacionada com a presença de cocaína, a qual foi isolada pela primeira vez por Niemann em 1860, que notou um sabor amargo e um efeito particular na língua, tornando-a insensível e quase destituída de sensação. O uso clinico da cocaína na Europa foi iniciado por Siegmund Freud e Karl Koller durante a segunda metade do século XIX. E de se registrar que Coca-Cola ® e algumas outras bebidas continham cocaína até 1904, quando o uso da mesma foi proibido.
Existem mais de 200 espécies de Erythroxylon, mas somente Erythroxylon coca Lam. var. coca (coca peruana), Erythroxylon coca Lan.var. ipadu (coca amazônica), Erythroxylon novogranatense (Morris) Hieron var. truxillense (coca-de-trujilho) contêm quantidades consideráveis de cocaína. Essas espécies e variedades são cultivadas legal e ilegalmente no Peru, Colômbia, Bolívia e Indonésia para a obtenção de cocaína. Diidrocuscoigrina, cuscoigrina, e truxilinas também são encontradas na espécie citadas, em menor quantidade. Erythroxylon coca Lan, quando nativa, contém 0,0005% de cocaína ou, ainda, ausência. A cocaína é o alcaloide majoritário, tanto nas espécies Erythroxylon coca lam. com Erythroxylon novogranatense (Morris) Hieron,. Estando presente em aproximadamente 0,8% em relação à massa seca de folhas.
Através de estudos histoquímicos, citoquimicos e imunoquimicos, foi detectada cocaínas nas camadas fotossintetizantes dos tecidos, dentro dos vacúolos ou complexada com fenóis, tanto em caules, como folhas e frutos de Erythroxylon coca lam. e Erythroxylon novogranatense (Morris) Hieron. Através do reativo de Dragendorff, a cocaína foi detectada por microscopia eletrônica em células do parênquima paliçádico, esponjoso, no parênquima vascular e em alguns idioblastos isolados do colênquima abaxial das duas espécies.
Dadosquímicos: 
A espécie Erythroxylon coca Lam. contém de 0,2 a0,8% de alcaloides, sendo 90% cocaína. Esses alcaloides podem ser subdivididos em 3, destes, somente a ecgonina possui importância comercial.
Um novo alcaloide, 1-hidróxi-tropacocaina, foi descoberto em Erythroxylon novogranatense (Morris) Hieron. Var. novogranatense e var. truxillense. Uma analise por cromatografia gasosa mostrou níveis de 0,3 a 0,5% desse alcaloide em Erythroxylon novogranatense (Morris) Hieron var. truxillense, cultivada em estufa, na mesma ordem de grandeza que a cocaína.
A extração da cocaína segue basicamente os métodos de extração dos alcaloides. Obtém-se a pasta de coca e a cocaína pura, através de etapas subsequentes de purificação. Para a identificação da cocaína pode ser utilizada a reação de tiocianato de cobalto e a hidrólise em meio acido, quando ocorre a formação de acido benzoico, comprovado após sua cristalização em meio aquoso e benzoato de metila, detectado pelo odor. Como ensaio de pureza, as farmacopeias preconizam a verificação da presença do enantiômero levogiro, através da determinação da rotação especifica e a verificação da presença de cinamoilcocaina, através de teste para compostos redutores (solução de permanfanato de potássio). Esse teste permite detectar, também, anestésicos locais sintéticos derivados do acido 4- aminobenzóico, eventualmente utilizados como adulterantes da cocaína.
 Dados farmacológicos: 
A cocaína é absorvida a partir de todas as membranas e mucosas. A meia vida da cocaína na plasma é de, aproximadamente, 1hora. A diminuição do apetite também se deve a ação anestésica local.
A cocaína é um estimulante potente do sistema nervoso central. Os seus efeitos estimulantes estão relacionados à sua habilidade de inibir o transportador de dopamina, ligado à membrana (DAT). Ela inibe a monoaminoaxidade (MAO), aumentando a noradrenalina e a serotonina, causando, portanto, midríase e vasoconstrição periférica, mantendo o anestésico mais tempo no local.
Além das ações citadas, a cocaína inibe a receptação de catecolamina nas terminações adrenérgicas; esse processo é o principal responsável pela estimulação do sistema cardiovascular e do SNC. No inicio, ocorre uma sensação de bem estar e euforia. Após pequenas quantidades de cocaína, a atividade motora é bem coordenada: com o aumento da dose podem ocorre tremores e crise convulsiva. Os centros vasomotores e do vomito podem também participar da estimulação, provocando emese. Dose de 50mg de cocaína, por via oral, já provoca alucinações. A estimulação central é rapidamente seguida por depressão. Os centros medulares vitais são deprimidos, resultando em morte por insuficiência respiratória.
Dados toxicológicos e outras informações:
A cocaína por via endovenosa pode causar morte imediata por insuficiência cardíaca, devido à ação tóxica direta sobre o músculo cardíaco. A absorção da cocaína aumenta na presença de processos inflamatórios, havendo uma acentuação dois efeitos sistêmicos do fármaco. Após a absorção, a cocaína é degradada pelas esterases plasmáticas e, em alguns animais, pelas enzimas hepáticas. Pequenas quantidades são excretadas inalteradas na urina. Em doses elevadas ocorre paranoia, ansiedade, comportamento estereotipado, alucinações visuais, auditivas e táteis.
 	 A par da importância cultural e como droga de abuso neste século, historicamente a cocaína exerce papel decisivo para o desenvolvimento dos medicamentos anestésicos locais, constituindo-se em protótipo dessa classe de fármacos. Atualmente, o uso da cocaína e seus sais, devido à potencial toxicidade e à disponibilidade de anestésicos locais de menor risco, está quase que completamente restrito à cirurgia oftálmica, de ouvido, nariz e garganta, e ainda assim, restrito devido ao potencial de abuso.
Alcalóides Pirrolizidínicos
 Confrei
Nome cientifico: Symphytum officinale
Família botânica: Boraginaceae
Parte usada: folhas e raízes
	
Introdução
O uso de plantas medicinais como ferramentas terapêuticas tem acompanhado a evolução da humanidade. Desde o início das civilizações os povos utilizam plantas para tratar numerosas doenças causadas por diferentes agentes patológicos. Atualmente, vários produtos a base de plantas medicinais foram colocados no mercado, devido principalmente à forte tendência da moda naturalista e o alto custo dos medicamentos industrializados. O Brasil conta com uma fantástica diversidade biológica de plantas com propriedades terapêuticas de fácil acesso a população. A despeito desta acessibilidade e fartura em espécies vegetais com propriedades terapêuticas, ha decorrência de uso indevido e indiscriminado que pode dar origem a intoxicações agudas ou crônicas. Portanto, é fundamental pesquisas que possibilitem definir o perfil químico, toxicológico e farmacológico dessa riqueza biológica. 
Neste sentido, cada vez mais pesquisadores de diversas áreas são atraídos pelas substâncias naturais produzidas pelas espécies vegetais ou por sua importância terapêutica ou por sua toxicidade. Frente a isso, a química de produtos naturais tem se desenvolvido significativamente e estudos farmacológicos demonstraram que os extratos e frações de algumas plantas possuem propriedades anti-inflamatórias, antivirais e antiofídicas. Contudo, muitas plantas medicinais bem como produtos fitoterápicos podem apresentar efeitos tóxicos que inviabilizaram seu uso. O confrei, que embora utilizado desde a antiguidade, no Brasil seu uso esta restrito apenas para uso tópico, em virtude dos efeitos tóxicos observados pelo uso interno. Assim, o presente trabalho descreve a seguir as características botânicas, fitoquímicas e propriedades terapêuticas do Confrei. 
Características botânicas do Confrei 
O confrei (Symphytum officinale L.) é uma planta de origem europeia e asiática que foi introduzida nos Estados Unidos e na América do Sul. Atualmente, o confrei encontra-se espalhado pelos países e não foi claramente estabelecido como ele foi introduzido no Brasil. Sabe-se que devido ao seu potencial terapêutico, os povos nativos incluíram o confrei em seu arsenal de medicamentos . Três espécies do gênero Symphytum são conhecidas como confrei: Symphytum officinale L., S. asperum Lepechin (confrei selvagem) e S. uplandicum Nyman (confrei russo), sendo estas duas últimas consideradas como adulterantes do confrei. Assim, a palavra confrei faz referencia a espécie S. officinale. O confrei é classificado cientificamente como super- reino: eukaryota; reino: plantae; divisão: magnoliophyta; classe magnoliopsida; ordem: lamiales; família: boraginaceae; subfamília: boraginoideae; gênero: Symphytum; espécie: Symphytum officinale e nome binomial Symphytum officinale L. É conhecido popularmente como confrei, consolda-maior, consólida-maior, orelha-de-asno, erva-do-cardeal, língua-de-vaca e orelha-de-burro.
Figura 1. As folhas características de Symphytum officinale.
O Confrei é uma planta herbácea perene com grandes folhas peludas que se concentra em uma pequena touceira sem caule aparente e pode atingir até 90 cm de altura (Figura 1). Seu rizoma é carnoso e suas folhas espessas e ásperas (devido a presença de pelos) são bem características e apresentam formato lanceolado ou oval sendo grandes na base da planta ao nível do solo e menores na parte superior; suas nervuras são bem visíveis. As pequenas flores do Confrei são reunidas em escapo floral, em ramalhetes mais ou menos folhosos e torcidos, com coloração amarelada, esbranquiçada ou violácea. 
O plantio do Confrei deve ocorre de agosto a novembro, mas se houver condições satisfatórias de calor e umidade, o plantio pode ser realizado o ano todo. Deve-se fazer o controle de pragas tais como formiga, gafanhoto e vaquinha, além de combater doenças fúngicas no solo onde o Confrei está plantado. Assim como na produção de outras plantas medicinais, o cultivo do Confrei deve ser preferencialmente orgânico sem aplicação de agrotóxicos, com rotação de culturas, diversificaçãode espécies, adubação orgânica e verde, controle natural de pragas e doenças e água de irrigação limpa e de boa qualidade. 
Figura 2. Detalhe das pequenas flores roxas de Symphytum officinale.
Apesar destes cuidados, o Confrei é uma planta rústica e de fácil cultivo, resistente à seca e às geadas, mas não resiste ao encharca mento. É indicado cultivar a própria espécie botânica, com espaçamento de 0,60 a 0,80 m x 0,60 m entre plantas. A propagação da planta é feita por mudas pela divisão de touceiras ou a partir de rizomas com cerca de 5 cm. Para evitar a erosão do solo, o plantio do Confrei deve ser feito em nível, práticas conservacionistas adequadas ao tipo de solo e declividade (RAIJ et al., 1996). O Confrei está bem adaptado em regiões com altitudes de até 1.500 metros, úmidas, frescas e ensolaradas. Apresenta bom desenvolvimento em solos argilosos, soltos, profundos, levemente úmidos e com bastante matéria orgânica. Recomenda-se uma adubação com esterco de curral bem curtido, esterco de aves ou composto orgânico, quando necessário e em solos livres de contaminações (metais pesados, resíduos químicos e coliformes). A primeira colheita das folhas de Confrei pode ser feita a partir do quarto mês de plantio e deve ser obedecido um intervalo de dois ou três meses entre cada colheita. 
A colheita do rizoma pode ser feita após o quarto ano de cultivo, após o plantio de inverno ou após a renovação da lavoura e cultura podem permanecer produtivos por 5 a 6 anos, necessitando replantio após esse período. Os requisitos básicos para obter sucesso na produtividade do Confrei são utilizar sementes e material propagativo de boa qualidade e de origem conhecida com identidade botânica (nome científico), bom estado fitossanitário, bem como focar a produção em plantas adaptadas ao clima e solo da região. Apesar de todos esses cuidados na produção do Confrei, podem ocorrer alterações nas concentrações dos componentes bio ativos dos extratos botânicos e este fato chama a atenção para a realização da quantificação destes compostos nos extratos obtidos. 
Características fotoquímicas do Confrei
A padronização química de extratos vegetais está baseada na quantificação de uma substância marcadora que pode ser aquela com atividade farmacológica ou alguma outra relacionada. Esta padronização é um desafio, visto que os produtos vegetais contêm uma quantidade de substâncias químicas que podem variar dependo das chuvas, do solo, da temperatura entre outros fatores. No Confrei, a substância marcadora é a alantoína (C4 H6 N4 O3 ). Todas as espécies de confrei podem conter alantoína, pois é comumente encontrada na família das Boraginaceas. A alantoína corresponde a 5-ureídeohidantoina, glioxildiureídeo ou cordianina, um composto químico caracterizado como pó branco e cristalino com peso molecular 158,10. Esta molécula é pouco solúvel em água, muito solúvel em álcool e praticamente insolúvel em éter e clorofórmio. A alantoína apresenta um ponto de fusão de 238 ºC e o pH da solução saturada é de 5,5. 
Além da alantoína, vários outros compostos foram identificados no confrei, entre eles o alcalóide pirrozilidinico denominado equimidina, que é considerado o mais tóxico alcaloide pirrozilidinico presente nas Boraginaceas. A equinidina foi encontrada em altas concentrações em S. asperum em comparação com as demais espécies estudadas. Os alcaloides pirrolizídicos equimidina e simlandina não foram encontrados na S. officinale L. e podem ser utilizados como indicadores de adulterações possíveis com outras espécies de Symphytum, como por exemplo, S. uplandicum ou S. aperum . Atualmente, apenas extratos com pirrolizídicos removidos ou ausentes são utilizados em produtos com propriedades medicinais.
Os compostos químicos foram identificados em várias partes do Confrei e a concentração desses compostos varia de acordo com a parte do vegetal analisada. Na raiz do confrei foi observado alantoína , mucilagem de polissacarídeos abundante (aproximadamente 29%) composta por unidades de frutose e glicose ácidos fenólicos como o ácido rosmarínico, ácido clorogênico, ácido caféico, ácido α-hidroxicaféico . Além disso, foram encontrados alcaloides pirrolizidínico, ésteres de aminoálcoois com um núcleo pirrolizidínico (necina) e ácidos alifáticos (ácidos nécicos). Os ácidos alifáticos podem ocorrer na forma de mono, di e diésteres cíclicos, mas quase inteiramente na forma de seus N-óxidos, sendo os principais o 7-acetil intermedina e 7-acetil licopsamina, juntamente com intermedina, licopsamina e simfitina . Também foi encontrado saponinas de estrutura triterpênica na forma de saponina monodesmosidicas ou bidesmosíicas baseadas em agliconas de hederageninas e ácido oleanóico .
Embora o Confrei apresente em sua composição vários grupos químicos e substâncias importantes do ponto de vista farmacológico, a alantoína é a substância que teve seus efeitos terapêuticos amplamente estudados. Desde os anos 50 o uso da alantoína é reconhecido por seu efeito cicatrizante, antiirritante e queratolítico. A porção uréia da alantoína é responsável pelo efeito queratolítico e suavizante da pele, enquanto que a parte hidantoína é responsável pelo efeito anestésico e anti-irritante. A alantoína age nos processos de cura de tecidos feridos estimulando o crescimento de tecido saudável e auxiliando na retirada de restos de tecido necrosado. A alantoína e seus derivados também são utilizados em cosméticos, pois apresentam efeito suavizante quando aplicados sobre a pele, devido a sua ligação com a camada córnea da pele, aumentando a capacidade de ligação da queratina com a água, facilitando assim o amaciamento e hidratação da pele. Assim, a alantoína é utilizada no tratamento de afecções da pele como psoríase, dermatites, seborréia, acne, hemorróidas e problemas de hiperqueratinização . Estudos realizados por Sheker e colaboradores (1972) mostraram que seu uso em combinação de alantoína com sais de alumínio no tratamento de queimaduras é eficaz. 
Propriedades terapêuticas do Confrei 
As propriedades terapêuticas do Confrei estão relacionados a presença da alantonia, já mencionado. A literatura mostra relatos de uso do Confrei (Symphytum officinale L.) desde 2000 a.C. na consolidação de ossos fraturados, além de seu uso para cicatrizar feridas, danos em tendões, úlceras do trato gastrointestinal, congestão pulmonar, inflamação, distorção do tornozelo e ha séculos o Confrei é utilizado na medicina popular para tratar dor muscular e dores articulares. Atualmente o Confrei tem sido referenciado por suas propriedades anti-inflamatória, cicatrizante, antipsóricas, antiirritante e hidratante, antisséptica, bactericida e fungicida, antipruriginosa, emoliente, detergente e calmante. O confrei também está sendo utilizado em medicina veterinária.
 Contudo, os efeitos hepatotóxicos do Confrei limitam seu uso apenas para preparações de aplicação tópica, considerando as recomendações da ANVISA (2000). Foi demonstrado que alcaloides Pirrolizidínicos presentes no Confrei são os responsáveis por seus efeitos mutagênicos e carcinogênicos. Vários autores tem relatado a ausência de reações adversas em preparações de uso tópico. A tintura obtida das folhas é preferencialmente utilizada para a formulação de pomadas, cremes e géis sendo que a dose diária aplicada não deve exceder 100 µg alcaloides Pirrolizidínicos e os produtos devem ser utilizados por no máximo 6 semanas. 
O Confrei foi utilizado com sucesso para o tratamento de queimaduras tecidos ulcerados e queimaduras e este fato levanta uma nova abordagem terapêutica para o Confrei, considerando o tratamento de lesões cutâneas abertas, como aquelas decorrentes de queimaduras. Os acidentes por queimaduras apresentam incidência bastante elevada. Segundo a Sociedade Brasileira de Queimados, no Brasil acontece um milhão de casos de queimaduras a cada ano, sendo as principais causas externas de morte registradas e terceira causa de morte acidental em todas as faixas etárias no Brasil. Aproximadamente 80% dos óbitosem pacientes com queimaduras são provenientes de complicações infecciosas. Portanto, o uso de ferramentas terapêuticas que tenham atividade antimicrobiana, como descrita por outros autores para o Confrei, além de sua propriedade cicatrizante já consolidada poderia justificar seu uso para o tratamento de feridas provocadas por queimaduras e trabalhos que investigue os efeitos do Confrei neste quadros lesivos são necessários.
Considerações finais 
Após terem sido ignorados por um longo tempo, os produtos naturais ganharam novo interesse e um número crescente de pessoas voltou a consumi-los para a prevenção e o alívio de inúmeras doenças. A incorporação de extratos naturais em formulações farmacêuticas ou cosméticas introduz misturas complexas cuja composição é muitas vezes desconhecida. Os níveis dos princípios ativos presentes no extrato vegetal podem variar de acordo com a produção vegetal. Assim, é fundamental a caracterização fito química dos produtos vegetais utilizados com finalidade terapêutica. Embora muitas propriedades terapêuticas do Confrei já tenham sido estabelecidas, seu uso no tratamento de feridas provocadas por queimaduras ainda merece atenção. A presença de substâncias cicatrizantes abre uma oportunidade para se estabelecer uma veiculação e terapia a base de Confrei para estes tipos de feridas. No entanto, pesquisas quanto a disponibilização da droga, forma de administração e padronização da formulação para casos específicos de queimaduras necessitam da comprovação desta eficácia, sendo de suma importância para a caracterização do produto fitoterápico abordado.
Alcalóides Piperidínicos
Romã
Nome cientifico: Punica granatum L.
Família botânica: Lythraceae
Parte usada: Cascas do Caule, cascas da raiz, 
 Cascas do fruto.
Descrição: Arbusto ramoso ou arvoreta de até 3m de altura, com folhas simples, cartáceas, dispostas em grupo de 2 ou 3, de 4-8cm de comprimento. Flores solitárias, constituídas de corola vermelho-alaranjada e um cálice esverdeado, duro e coriáceo. Frutos do tipo baga, globóides, medindo até 12cm, com numerosas sementes envolvidas por um arilo róseo, cheio de um líquido adocicado. É, muito provavelmente, originária da Ásia e espalhada em toda a região do Mediterrâneo, sendo cultivada em quase todo o mundo, inclusive no Brasil.
Constituintes Químicos Principais: Alcalóides - isopeletierina, taninos gálicos, ácidos graxos – ácido punícico, antocianinas (delfinidina, cianidina e pelargonidina), ácidos fenólicos (caféico, catequínico, clorogênico, orto e para-cumárico, elágico, gálico e quínico) e taninos (punicalagina).
 Indicação e Usos: Seus frutos são comestíveis. A literatura etnofarmacológica refere o uso do pericarpo, que é a parte externa do fruto, para tratamento de inflamações na boca e na garganta e, do líquido do arilo das sementes contra catarata, apenas com base na tradição. De longa data se conhece a atividade das cascas do caule e da raiz desta planta contra vermes chatos (solitária), diarreia crônica e disenteria amebiana, cuja ação é justificada pela presença do alcaloide isopeletierina e seus análogos. Externamente, na forma de infusão em bochechos e gargarejos, é usada contra gengivites e faringites e, em banhos contra afecções vaginais e leucorréias.
 Os ensaios farmacológicos realizados com extratos do pericarpo mostraram: atividade contra as bactérias patogênicas, inibição superior do crescimento de tumores experimentais, enquanto os taninos isolados do pericarpo se mostraram ativos contra o vírus HVS-2 do herpes genital, inibindo sua replicação e bloqueando, em cultura de células, a sua adsorção nas células testadas. Já o suco do fruto liofilizado deu bons resultados no tratamento da despigmentação da pele, na forma de creme. Mesmo considerando que a eficácia e segurança dessas preparações ainda não foram comprovadas através de ensaios clínicos, as propriedades químicas e farmacológicas descritas permitem recomendar várias preparações para os tratamentos caseiros com esta planta. 
Assim, nas inflamações da boca e da garganta pode-se mascar pequenos pedaços secos ou frescos da casca do fruto como se fossem pastilhas ou usar o cozimento (decocto), preparado com uma colher das de sopa dos pedacinhos da casca em água suficientes para uma xícara das médias, na forma de bochechos ou gargarejos ou em compressas; nos casos de herpes genital pode-se fazer lavagens e compressas nos locais afetados com o mesmo tipo de cozimento; nas infestações por tênia deve-se usar o cozimento preparado com 40 a 60g de pó da casca do tronco ou da raiz, com 100 a 200 cc de água, fervendo-se a mistura por 10 minutos, que deve ser coada ainda quente através de um pano fino; toma-se esta dose em três a quatro porções no espaço de uma hora e, uma hora depois da última dose, deve-se ser administrado um purgante de folhas de sena. Quem não tolera o seu sabor muito amargo e adstringente (travoso) próprio da planta, pode juntar suco de limão ou xarope de gengibre ou de hortelã ao cozimento (decocto), o que melhora seu sabor. 	Esta mesma preparação pode ser usada para eliminar vermes de gatos e cachorros, nas doses correspondentes de 5g para gatos e de 20g para cães, administradas uma a duas vezes por ano. Entretanto, apesar da baixa toxicidade do extrato alcoólico do fruto (DL50= 280mg/kg), seu uso por via oral deve ser feito com cautela, pois a ingestão dos alcaloides ou do extrato em quantidade equivalente a 80g da planta ou mais, produz grave intoxicação que atinge o sistema nervoso central, provocando paralisação dos nervos motores e consequente morte por parada respiratória. Por este motivo, a administração oral como anti-helmíntico somente deve ser feita se os alcaloides estiverem sob a forma de tanado, que não é absorvível pelo homem, mas continua ativo sobre os vermes chatos e por causa dessa ação tóxica seu uso em crianças com menos de 12 anos só pode ser feito sob orientação médica. A medicina popular utiliza as cascas da romã como adstringente, contra inflamações de garganta e cólicas. Ajuda a eliminar vermes e lombrigas. 
Trabalhos experimentais demonstraram que os compostos fenólicos da romã apresentaram influência sobre fatores biológicos, como a atenuação de fatores aterogênicos, modulação das respostas anti-inflamatórias e de enzimas do sistema de defesa antioxidante endógeno (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase). Também os flavonóides extraídos do suco fermentado e do óleo da romã tiveram atividade inibitória das enzimas oxidantes ciclooxigenase e lipooxigenase. Um estudo da Universidade Queen Margaret, na Escócia mostra que o seu consumo leva a um aumento de testosterona. 
Contraindicações: É contraindicado para gestantes e lactantes.
 Cicuta
 
Nome cientifico: Conium maculatum L
Família botânica: Apiacease
Parte usada: folhas, frutos. 
Famosa por ter matado Sócrates, o fruto de cicuta, que era oficinal em França até 1949. Foram utilizados dois milênios por suas propriedades antineurálgicas. Embora a planta não é usado na Atualidade, deve ser conhecido por causa de sua Toxicidade importante.
A concentração de alcalóides nos frutos atinge o seu máximo durante o amadurecimento, mas baixa perto da maturidade, frutos verdes contêm quantidades maiores de alcalóides do que frutos maduros e sementes. Os teores totais de alcalóides que diferentes órgãos das plantas contêm são os seguintes: raízes 0-0,5%, rebentos 0,02-0,7%, folhas 0,3-1,5%, flores 1,0%, frutos verdes 1,6-3,0 %, frutos maduros 0,2-1,0% e sementes 0,02-0,9%.
A planta, composição, Relva grande (1-2 m), bienais, cicuta presentes em uma haste oca, estriado, marcado por manchas em baseiam vermelho púrpura: folhas bainha tem tripennatisecto hum COM segmentos do membro agudas triangulares. Um umbel apresenta invólucro 2-6 e involucelas feita brácteas curtas e curvas. A planta inteira emite friccionado um cheiro desagradável. A espécie não é rara, é especialmente em lixeiras e estradas em toda a Europa.Os presentes alcalóides em principaes plantas são: coniína (alcalóides voláteis, líquidos e correntes de vapor de água em arrastável), Y-coniceína, conhydrine, N-metilconiína, N-metilconhidrina, pseudoconhidrina e conhidrinona. Os frutos maduros podem conter mais de 1,5% alcalóides localizados em epicarpo e endocarpo, especialmente coniína (mas o seu conteúdo varia muito, dependendo do tempo de coleta). Em vegetativos órgãos maioria alcalóide e-coniceina, especialmente no início da estação de crescimento (também este alcalóide é de 6 a 8 vezes mais tóxico).
Toxicidade.
 	O coniína Bloquear a nivel da transmissão de junção ganglionar e neuromuscular nervoso. Sua toxicidade é ilustrada classicamente na morte de Sócrates: Quanto a ele, depois de ter andado, disse que suas pernas se tornaram pesado e deitou-se de costas. Que ele tinha dado veneno, como sentir sua mão, examinando cada em quando seus pés e pernas: após pé fortemente pinzándole, ele perguntou se ele percebeu algo. Sócrates disse que não. Então, ele beliscou a parte inferior de suas pernas e, continuando a subir com as mãos, ele fez desta forma que o corpo congelou e tornou-se rígida. Ele continuou tocando-o, e declarar que, quando o frio atingiu o coração, Sócrates foi embora. 
A descrição fornecida pelos relatórios Platão diminuiu motilidade e Sensibilidade, paralisia progressivo dos músculos, Progressivas extremidades frias. No entanto, tonturas, pupilas dilatadas, tônico e convulsões cônicas, assim, a mesma parte dos sintomas de envenenamento não são mencionados: Além disso Sócrates perde a oportunidade de falar (momentos antes de morrer preocupações sobre seus débitos com Asclepius): o que sugere alguns autores, forneceram a mistura mortal, completamente esmagado em uma bebida pelo escravo criton que devia conter ópio.
	O envenenamento do homem pela planta, que é muitas vezes confundida com cerefólio, necessitam de hospitalização urgente. Os casos mais recentes de intoxicação foram publicados, percebe sintomatologia com predomínio Lethargic (adormecimento, a perda também altamente da sensibilidade).
Todos os animais podem intoxicar com a planta, mas a sensibilidade ao veneno varia entre as espécies. Em fêmeas de gestação, cicuta pode induzir malformações congénitas.
Alcalóides Derivados da L-fenilalanina e L- tirosina
Peiote
Nome cientifico: Lophophora Williamsii
Família botânica: Cactaceae 
Parte usada: A parte aérea do cacto.
O Peiote ( Lophophora Williamsii ) é um pequeno cacto redondo (menos de 12 cm no diâmetro, uma planta de poder utilizada pelos nativos do México e EUA O Peiote deriva do cacto Lophophora, que cresce no Mexico e na região sudoeste dos estados Unidos. depois de colhido, o cacto é deixado para secar, adquirindo então, o aspecto de um botão enrugado de cor marrom. esse botão ressecado é o Peiote, que contém vários alcalóides de ações diversas, incluindo, entre outros, um excitante dos reflexos, um convulsivo e um estimulante respiratório. A planta deve seu poder principalmente à mescalina, embora a presença de outros alcalóides psicoativos como a loforina e a anhalonina, produza efeitos mais fortes e diferentes daqueles experimentados com a ingestão da mescalina pura.
O uso médico do Peiote foi bastante difundido entre médicos norte-americanos no final do século XIX, que receitavam como tônico cardíaco e medicamento para dificuldades respiratórias. ele também chegou a ser testado antiespasmódico e até mesmo em caso de manifestações histéricas, mas hoje em dia sua aplicação terapêutica é nula. estudos realizados na Universidade do estado da Califórnia, por James McCleary, revelaram que substâncias extraídas do Peiote possuem propriedades antibióticas inibindo as atividades tóxicas do Sataphylococcus aureus , uma bactéria resistente à penicilina.
Papoula
Nome cientifico: Papaver somniferum L
Família botânica: Papaveraceae
Parte usada: Látex que escoa das sementes verdes
Esta planta é da família Papaveraceae e a espécie mais conhecida e mais cultivada é a Papaver somniferum L., também conhecida como papoula dormideira, que é usada para obter o ópio. A flor desta planta pode ser branca, rosa, arroxeada ou vermelha. A papoula está fortemente ligada ao ópio, já que este é o látex do fruto da papoula enquanto ainda não está maduro. Este látex é bastante semelhante ao da seringueira, no entanto possui propriedades diferentes, sendo que o extraído da papoula contém morfina, codeína, papaverina e outras substâncias. Papoula na culinária A semente da papoula é muitas vezes usada na culinária. Muitas pessoas pensam que o uso da semente da papoula é ilegal no Brasil, o que não é verdade. 
O ópio é retirado da planta enquanto esta ainda está verde, enquanto que as sementes são extraídas quando a planta já se encontra seca. Mesmo assim, no Brasil, a venda da semente de papoula é controlada pela ANVISA através da Resolução RDC nº 239, de 28 de agosto de 2002. Ou seja, a semente não é proibida, mas sabendo que há muitas burocracias que os importadores têm que cumprir, a importação para o Brasil diminuiu. Contudo, a plantação em grande escala da espécie dormideira é proibida em solo brasileiro. As sementes de papoula costumam ser usadas em saladas, massas, pães, bolos, tortas, salada de frutas, compotas, biscoitos, entre muitas outras coisas. É preciso ter em conta que o consumo de sementes de papoula pode originar um falso positivo da presença de ópio em um teste de detecção de drogas. 
Papoula na medicina 
Há muitos anos a papoula vem sendo usada para fins medicinais. Na Mesopotâmia, por exemplo, um chá feito com a papoula servia para tratar insônias e prisão de ventre. Algum tempo mais tarde os babilônios e assírios usavam a seiva da papoula para produzirem remédios. O pai da medicina, Hipócrates, foi dos primeiros a registrar os efeitos medicinais desta planta. Alguns autores acreditam que um médico grego usava o ópio nos gladiadores em Roma. Esta substância ganhou popularidade na Europa no princípio do séc XVI, mas a sua propagação foi controlada pela Igreja Católica. Por volta dessa altura, uma fórmula à base de suco de papoula foi criada pelo médico suíço Paracelso. A crença que este remédio - o láudano - curava várias doenças e até tinha o poder do rejuvenescimento, fez com que o ópio ficasse ainda mais famoso em todo o mundo. 
Em 1803, Friedrich Sertürner inventou a morfina depois de pesquisar e observar os variados efeitos do ópio. Esse não foi apenas o primeiro alcaloide a ser extraído do ópio, foi o primeiro alcaloide a ser extraído de uma planta.
Boldo do chile
Nome cientifico: Peumus boldus
Família botânica: Monimiaceae
Parte usada: Folhas
BOLDO DO CHILE
Assim, boldo (Peumus boldus) é uma espécie arbórea, pertencente à família Monimiaceae e nativa das regiões central e sul do Chile, onde ocorre abundantemente. Suas folhas são usadas na medicina popular para tratamento de problemas digestivos e hepáticos. Além do uso popular, preparações a base de boldo são descritas em vários textos farmacognósticos oficiais, como Martindale Extra Farmacopéia e as farmacopéias oficiais do Brasil, Chile, Alemanha, Portugal, Romênia, Espanha e Suíça. O boldo é também empregado na medicina homeopática.
 As folhas de boldo contêm entre 0,4 e 0,5% de alcalóides pertencentes à classe dos benzoquinolínicos, sendo boldina o principal alcalóide, representando cerca de 12 a 19% do conteúdo total de alcalóides. As folhas apresentam ainda taninos, óleo essencial, flavonoides e glicolipídios. A presença de compostos fenólicos e metais pesados, assim como sua quantificação.
 Farmacologia 
Boldo 
Os estudos farmacológicos encontrados, em sua maioria, descrevem as atividades observadas para o alcalóides boldina, descrito como o principal componente do chá de boldo. Realizaram alguns experimentos in vitro e in vivo a fim de conhecer melhor a farmacocinética da boldina. Descreveram que tanto após administração oral quanto intravenosa, a concentração plasmática de boldinadecai rapidamente, indicando aparentemente uma cinética de primeira ordem. Quando administrada por via oral, a boldina foi rapidamente absorvida (30 min) e concentrada preferencialmente no fígado, sendo encontradas concentrações substancialmente menores no coração e no cérebro. 
O extrato bruto de boldo, assim como suas frações ricas em alcalóides e em flavonoides, foi avaliado quanto à sua capacidade antioxidante in vitro. Os resultados indicam que a capacidade antioxidante observada para o extrato bruto deve-se principalmente à presença de flavonoides. A capacidade antioxidante da boldina parece estar relacionada com a habilidade em seqüestrar radicais hidroxila e peroxila. Através de um mecanismo de ação antioxidante, a boldina mostrou-se capaz de atenuar a inativação do citocromo P4502E1humano e de inibir a peroxidação de lipídios em microssomos hepáticos tratados com agentes redutores, de atenuar o desenvolvimento de diabetes por estreptozotocina em ratos e de proteger células vermelhas da clivagem hemolítica induzida in vitro por 2,2'-azobis-(2-amidinopropano).
 Avaliaram a interação entre tintura de boldo e boldina com rádio fármacos, no caso um isótopo de tecnécio (99mTc) muito utilizado na clínica médica. Uma técnica muito empregada para diagnóstico, baseia-se na ligação desse isótopo às hemácias do paciente e requer a presença de um agente redutor, como por exemplo, um sal de estanho. Os autores observaram em experimentos in vitro que, provavelmente por causa da capacidade antioxidante, a associação boldo/radio fármaco aumentou ligeiramente os níveis de hemácias ligadas ao tecnécio assim como preveniu os efeitos letais do estanho. 
Avaliaram a boldina e um derivado semissintético quanto ao seu potencial antioxidante em modelos de oxidação in vitro e in vivo. Nesses experimentos a boldina foi capaz de diminuir a oxidação in vivo da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e que, nos estudos em camundongos LDLR -/- , a administração de boldina ou de seu derivado (1 mg/kg ao dia), durante 12 semanas, foi capaz de diminuir a formação de lesões aterogênicas, quando comparados aos grupos controles.
 Inibição da agregação plaquetária in vitro em amostras de sangue humano e de coelho, além de atividade anti-inflamatória, foi observada para os alcalóides boldina e secoboldina. Em estudos ex vivo com diafragma e nervo frênico, isolados de camundongos, Kang et al. (1998) observaram que a boldina bloqueia a junção neuromuscular provavelmente por interação direta com o receptor nicotínico póssináptico da acetilcolina. 
Já o óleo essencial, obtido por hidrodestilação das folhas de P. boldus, apresentou atividade antibacteriana contra Streptococcus pyogenes (UC SP1), Micrococcus sp. (UC M3), Sthaphylococcus aureus (ATCC 25923), Bacilus subtilis (UC BS2) e antifúngica contra diversas espécies de Candida. 
Toxicologia
Boldo 
Relataram a ocorrência de um caso de dermatite alérgica ocupacional por boldo em um farmacêutico, entre os 33 casos por eles registrados no período de 1978 a 2001. Escreveram o caso de reação anafilática em um homem de 30 anos, com histórico de rinoconjuntivite alérgica a pólen, após a ingestão do chá de boldo. Quando o paciente já havia se recuperado totalmente, os médicos administraram o chá de boldo (250 mL, v.o.) e, meia hora depois, ele voltou a apresentar prurido na faringe e disfonia, prontamente revertidos com administração de adrenalina subcutânea. 
Quanto às interações medicamentosas, descreveram, em um recente artigo de revisão, o caso de um paciente em tratamento com varfarina, que após o consumo de boldo, apresentou um aumento do efeito anticoagulante. A interação boldo/varfarina foi confirmada, pois a ação anticoagulante do varfarina voltou aos níveis normais com a interrupção da ingestão de boldo e foi intensificada com a readministração de boldo ao paciente. 
Um relato de hepatotoxicidade atribuído ao consumo de extrato de boldo descrito Um homem de oitenta e dois anos apresentou aumento nos níveis de transaminases e α-glutamil transferase após consumo de um laxante contendo extrato de folhas de boldo. Com a parada do uso do laxante, os níveis de transaminases voltaram ao normal em duas semanas enquanto o nível de α- glutamil transferase normalizou-se em seis meses. A correlação entre o extrato de boldo e o efeito observado foi estabelecida, pois o paciente já tomava esse laxante há alguns anos e os níveis das enzimas hepáticas só se alteraram quando a fórmula do produto foi alterada, incluindo o extrato de boldo. 
Uma avaliação toxicológica do extrato hidroetanólico das folhas de P. boldus foi realizada. Após tratar ratas prenhes com extrato hidroetanólico de boldo e com boldina (800 mg/kg, v.o., dose única) os autores observaram efeitos teratogênicos e abortivos em ambos os grupos tratados. Nesse mesmo trabalho, ratos machos tratados por via oral, durante 90 dias, com o extrato bruto e com boldina apresentaram aumento significativo nos níveis séricos de colesterol e de transaminases e uma redução nos níveis de bilirrubina total, glicose e uréia já a partir do trigésimo dia de ingestão do extrato de boldo.
Hidraste
Nome cientifico: Hydrastis canadensis
Família botânica: Ranunculaceae
Parte usada: Rizoma
Hydrastis canadensis Planta conhecida como um poderoso agente anti-inflamatório, com amplos estudos realizados sobre suas propriedades. 
Descrição : Planta da família das Ranunculaceae, também conhecida como goldenseal, hidrastis, hydraste du Canada, Hidraste . A Hidraste, uma planta medicinal potente, merece a fama de ser um remédio que elimina infecções crônicas e cura membranas mucoso fragilizado ou congestionado. E usada, sobretudo para tratar infecções crônicas nas membranas mucosas do corpo, quer sejam bacterianas, fúngicas quer sejam virais.
Indicações: 
Infecções gastrointestinais, gastrite e distúrbios hepáticos: Muito amarga e desintoxicaste, a Hidraste é benéfica para o estômago, os intestinos e o fígado, ajudando em problemas tão variados como úlcera péptica, disbiose, candidíase, gastroenterite crônica e hepatite. 
Infecções crônicas: A Hidraste conjugada com equinácea (Echinacea purpúrea), pode melhorar significativamente a capacidade do corpo para resistir e se libertar de infecções persistentes, quer seja uma infecção fúngica localizada ou febre glandular. 
Problemas crônicos: A Hidraste melhora a saúde das membranas mucosas. É útil na congestão dos seios nasais e do ouvido médio, sobretudo se ligadas a infecções crônicas; em infecções vaginais, pode aplicar-se uma decocção. 
H. pylori : Um alcalóides extraído do Hidraste, a berberina se mostrou eficaz na inibição da bactéria H. pylori. 
Princípios Ativos: Ácido opiânico, alcaloides, ácido clorogênico, amido, benzilisoquinoleínico, berberastina, bberberin, canadina, esteróides, hidrastina, hidrastinina, óleo essencial, resinas, sais minerais. 
Propriedades medicinais: antiviral, adstringente, antidiarreica, anti-inflamatória, antimicrobiana, antiulcerogênica, cola goga, digestiva, emenagoga, estimulante, expectorante, febrífuga, hemostática, hipertensora, tônica, vasoconstritora, vermífuga.
 Contraindicações/cuidados: Não usar na gravidez, pois estimulam contrações uterinas, pessoas com problemas cardíacos (eleva a pressão). Não usar em doses elevadas. Efeitos colaterais: Náuseas, vômitos, diminuição dos glóbulos brancos, sensação de alfinetes espetados nas mãos e pés.
Colchicum
Nome cientifico: Colchicum autumnale L.
Família botânica: Liliaceae
Parte usada: flores, bulbo, sementes.
Outros nomes populares: açafrão-do-outono, açafrão-dos-padros, CÓLQUICO, autumn crocus (inglês), cólchico (espanhol), colchique d'automne (francês), colchico d'autunno (italiano), mönchskappen (alemão). 
Constituintes químicos: colquicina, lipídios, taninos, açúcar. 
Propriedades medicinais: analgésica, anticancerígena, anti-inflamatória, depurativa. 
Indicações: gota (reduzir as febres, dores e o inchaço, eliminar o ácido úrico), câncer (leucemia, porque inibe a divisãocelular), homeopatia (dores em geral, reumatismo, desordens gastrintestinais, diarreia e náusea), erupções da pele (uso externo). 
Contraindicações /cuidados: veneno mitótico bloqueia a divisão celular. O envenenamento por sementes ou flores é mortal. Só usado na homeopatia (dor em geral, diarreia, náusea, gota). O excesso causa dores gástricas, diarreia e danos renais. Pode causar anormalidades fetais; não deve ser dado às mulheres grávidas ou pacientes com doença renais. O uso prolongado pode causar perda de cabelo, desordens do sangue, dores musculares, fraqueza e formigamento nas mãos e pés. O envenenamento por consumo das sementes ou das flores é frequentemente mortal. O contraveneno é a tanina. 
O envenenamento manifesta-se por: salivação, vômitos, diarreia sangrenta, cãibras, paralisia geral, dor gástricas, danos renais, anormalidades fetais, perda de cabelo, desordens do sangue, dor muscular, fraqueza, formigando nas mãos e pés. 
Modo de usar: só sob prescrição médica na homeopatia.
Efedra
Nome cientifico: Ephedra viridis Coville
Família botânica: Ephedraceae
Parte usada: Fruto, semente, caule (haste).
Propriedade terapêutica: Adstringente, diurética, tônica, purificadora do sangue, bronco dilatadora, descongestionante. 
Indicação terapêutica: Resfriado, asma, tosse, constipações, anemia, reumatismo, problemas renais, úlcera do estômago, sífilis.
Origem
Efedra é um arbusto nativo da Califórnia (EUA), estende-se ao oeste da América do Norte.
Descrição
 Planta arbustiva com folhas escamiformes opostas ou verti ciladas, caule verde muito ramificado. Planta dioica, raramente monoica, 1 a 8 microsporângios sésseis ou pedunculados reunidos em estróbilos espiciformes ou globóides. 1 a 3 meã esporângios protegidos por numerosos pares de brácteas, sendo os pares inferiores estéreis. Há uma espécie que ocorre espontaneamente no Estado do Rio Grande do Sul.
Uso popular e medicinal 
Um chá é feito através da fervura das hastes, que explica o nome em inglês comum "chá verde Mórmon". O chá é bem adstringente, indicado no tratamento de resfriado comum e asma. Tem forte efeito diurético, é usado como remédio principalmente por indígenas norte-americanos e de regiões de língua espanhola dos EUA. E. viridis auxilia a aliviar problemas do trato urinário. A planta tem grande reputação na cura da sífilis, na forma de ingerir a decocção das hastes e um cataplasma das hastes, fervida ou pulverizada, aplicado às feridas. 
As hastes são purificadora do sangue, diurética e tônico. A infusão tem sido utilizada no tratamento de tosse e constipações, anemia, reumatismo, problemas renais, úlcera do estômago e outros distúrbios. Em geral as hastes são utilizadas frescas ou secas na forma de chá, mas também podem ser consumidas cruas. Hastes jovens são melhores se ingeridas cruas e caules mais velhos são usados em chá. As hastes podem ser colhidas em qualquer época do ano e secadas para uso posterior. Hastes secas ou em pó são usadas como um curativo de feridas e em queimaduras.
 As hastes da maioria dos membros deste gênero contêm o alcalóides efedrina. A droga efedrina, um antidepressivo, descongestionante e bronco dilatador, é feita a partir da planta americana E. viridise da chinesa Ma Huang (E. sínica), além de outras 40 conhecidas espécies do gênero Ephedra. A efedrina tem sido muito utilizada para ajudar a aliviar os espasmos bronquiais e tratar a asma. Esta substância dilata os músculos dos brônquios, contrai a mucosa nasal, aumenta a pressão arterial e é estimulante cardíaco. A efedrina não cura a asma, mas em muitos casos é muito eficaz no tratamento dos sintomas, amenizando os problemas do doente. Toda a planta pode ser usada em concentrações bem menores do que os componentes isolados. 
Ao contrário de usar a efedrina isolada, usando toda a planta raramente ocorrem efeitos colaterais. Estudos confirmam que a efedrina tem efeito semelhante a adrenalina: estimula o sistema nervoso simpático (SNS), eleva a pressão arterial e os batimentos cardíacos. É menos potente que a adrenalina mas o efeito é mais prolongado e exerce sua ação quando administrado por via oral, enquanto a adrenalina só é eficaz por injeção. 
Outros usos 
Os ramos, fervidos com alumínio, produzem um corante castanho-claro.
Interações com medicamentos 
 Adrenalina (simpaticomimético). Resultado: relato de arritmia cardíaca quando da associação com o fitoterápico. Anticonvulsivantes. Resultado: o fitoterápico pode causar convulsões, pois reduz a eficácia dos medicamentos. Corticosteróide (anti-inflamatório esteróide). Resultado: o fitoterápico aumenta a depuração do fármaco, levando a redução do efeito deste. Derivados do ergot (intoxicação causada por fungo). Resultado: teoricamente o uso associado poderia causar hipertensão. Medicamentos que prolongam o intervalo QT (ECG). 
Resultado: o fitoterápico possui efeito aditivo no prolongamento do intervalo QT, aumentando o risco de arritmias ventriculares (disopiramida, procainamida, quinidina, tioridazina entre outros). Medicamentos estimulantes centrais. Resultado: teoricamente o uso associado ao fitoterápico potencializaria o estímulo central promovido pelos fármacos (pseudo-efedrina, fenilpropanolamina, dietilpropiona). Fenelzina (inibidor da MAO). Resultado: relato de insônia, cefaléia, tremores quando da associação ao fitoterápico. Halotano (anestésico geral). 
Resultado: relato de arritmias cardíacas quando da associação ao fitoterápico. Hipoglicemiantes (antidiabéticos). Resultado: o fitoterápico pode causar hiperglicemia, dificultando o controle da glicemia. Inibidores da MAO (antidepressivos). Resultado: os fármacos inibem a biotransformação dos alcaloides do fitoterápico (efedrina e pseudoefedrina), favorecendo a instalação de crises hipertensivas por efeito aditivo adrenérgico
Berberis
Nome cientifico: Berberis L
Família botânica: berberiáceas
Parte usada: Cascas das raízes, folhas, frutos
Originária da Europa, mais especificamente da Espanha e França, a berberis é uma planta pertencente à família berberiáceas. Trata-se de um arbusto de ramos angulosos que desfolha no inverno e, durante o período da primavera, lança novas folhas; possui um fruto que é uma baga alongada de cor vermelho escarlate ou de um negro azulado, o que lhe dá alguma semelhança às videiras e, por este motivo, também é conhecido como “uva-espim”. 
Nos primeiros anos de vida, a sua madeira apresenta-se de cor amarelada, no entanto, a partir do 25º ano torna-se verde. É uma espécie bastante resistente e que cresce em terrenos calcários. A berberis possui diversas propriedades que proporcionam benefícios à nossa saúde, incluindo a sua ação depurativa, mineralizante, diurética, tônica, entre outras. 
Propriedades da berberis 
O caule, a casca da raíz e os frutos da berberis contêm alcaloides, incluindo a berberina. De acordo com estudos laboratoriais realizados em tubos de ensaio e em animais, a berberina possui efeitos antimicrobianos, anti-inflamatórios, hipotensivos, sedativos e anticonvulsivos. Além disso, esta substância também pode estimular o sistema imunológico e ainda atua nos músculos que revestem os intestinos, auxiliando no processo de digestão e na redução da dor gastrointestinal. 
Dentre as propriedades desta planta estão a sua ação depurativa, mineralizante, diurética, calmante, estimulante do apetite, aperitiva, tônica e digestiva. A berberis ainda é considerada antipirética, aperiente, espasmolítica, gástrica, laxativa e refrescante. 
Benefícios proporcionados pela berberis 
Devido às suas propriedades, a berberis é indicada no tratamento de diversas doenças e afecções. Esta planta é utilizada para aliviar a inflamação e infecção dos sistemas urinário, gastrointestinal e respiratório; assim como infecções causadas pelo fungo candida, infecções vaginais ou da pele. O extrato de berberis pode melhorar os sintomas de determinadas doenças da pele, incluindo a psoríase, no entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar tais resultados. Esta plantatambém pode ser um eficaz tratamento natural para a diarreia, inclusive a diarreia do viajante e a causada por intoxicações alimentares. 
Segundo alguns estudos, esta planta pode aliviar os sintomas mais rapidamente do que os antibióticos, o que seria possível graças às suas propriedades adstringentes. Os mesmos estudos também sugeriram que os antibióticos podem ser mais eficazes para eliminar as bactérias no intestino. A berberis ainda pode auxiliar no tratamento das seguintes patologias: afecção do fígado, vesícula, febre, febre malárica, dispepsias hiposecretoras, cálculos urinários, problemas no estômago e no intestino, inflamação da boca, hipertensão, falta de apetite, icterícia, perturbações circulatórias, perturbações renais, disquinesia e litíase biliar. 
Cuidados
 Embora seja bastante benéfico para a saúde, o excesso da bebida preparada com as flores, folhas, frutos e cascas de raízes da berberis pode fazer mal para o organismo humano. A intoxicação pode provocar sintomas como náuseas, vômitos, afecção renal e paralisia do centro respiratório. Esta planta é contraindicada para grávidas, lactantes e pessoas que possuem obstrução das vias biliares.
Alcalóides Indólicos
Caapi
Nome cientifico: Banisteriopsis caapi
 (Griseb. in Mart.) C. V. Morton
Nomes populares: Jagube, Mariri, Cabi, 
 Caupurí, Uni 
Família botânica: Malpighiaceae
Parte usada: Cipó e folhas 
 
Introdução
Ocorrência: Em toda a floresta amazônica (Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Bolívia). Descrição: Liana da família Malpighiaceae, com morfologia caulinar diferenciada em duas variedades, onde a variedade caupurí apresenta os nós bem mais evidenciados que a variedade tucunacá.
As espécies desta família apresentam folhas com disposição oposta cruzada, medindo em média 15-20 cm de comprimento por 7-11 cm de largura, limbo simples e inteiro de formato oval, afinando nas pontas, liso na parte superior, piloso na parte inferior, nervação peninérvea, presença de pecíolo e ausência de bainha, apresenta nectários foliares no pecíolo ou na face abaxial. Segundo Bentley, os nectários foliares mantém uma relação de mutualismo entre a espécie vegetal e pequenos insetos, acredita-se que esses artrópodes utilizam o néctar como fonte alimentar e podem predar ou injuriar insetos herbívoros, realizando consequentemente a proteção da planta. 
Sua Inflorescência é paniculada nas axilas superiores ou terminais com pedicelos pilosos e flores vistosas de coloração rosada, diclamídeas, monóclinas, de simetria actinomorfa, cálice pentâmero e dialissépalo, dialipétala com 5 pétalas.
Longas e afinadas, diplostêmone com 10 estames heterodínamos, anteras arredondadas, com 3 estiletes, estigmas captados e com ovário súpero. Possui frutículos samarídeos com a semente localizada na base da sâmara. As sementes de B. caapi possuem características morfológicas que facilitam suas dispersões pelo vento, segundo Raven e outros, muitas plantas possuem frutos ou sementes leves que são dispersos pelo ar, sendo esta uma característica evolutiva das angiospermas, as alas permitem que essas sementes sejam sopradas de um lugar para outro.
No Brasil a família Malpighiaceae é composta por 38 gêneros com aproximadamente 300 espécies, que podem ser encontradas por todo o país, principalmente nas bordas da mata. A utilização de plantas psicoativas teve início entre as civilizações mais antigas que buscavam conhecimento e cura através do contato com o mundo espiritual promovido por estes vegetais. 
A ayahuasca é um chá obtido, geralmente, através da cocção de duas espécies vegetais endêmicas da floresta amazônica: um cipó da família Malpighiaceae, Banisteriopsis caapi (Griseb. in Mart.) C. V. Morton, que contém derivados beta-carbolínicos: harmina, harmalina e tetrahidroharmina; e um arbusto da família Rubiaceae, Psychotria viridis Ruíz & Pavón, que contém um derivado triptamínico a N,N-dimetiltriptamina (DMT). Este chá é utilizado em um contexto ritualístico por povos indígenas da bacia amazônica. No Brasil o contato das populações não-indígenas com a ayahuasca resultou em religiões que fazem uso do chá em seus rituais regulamentados através da resolução nº 4 do CONAD (atual Secretaria Nacional Anti-Drogas) de 4 de Novembro de 2004, estes grupos possuem adeptos em vários estados brasileiros e no exterior.
 Nos últimos anos, registrou-se um aumento significativo no consumo da ayahuasca em diversas regiões do Brasil, mostrando a necessidade de elaborar um plano de cultivo das espécies empregadas no chá fora da região amazônica, local onde ocorre atualmente um alto índice de extrativismo. Nesta perspectiva o presente estudo buscará na literatura informações botânicas sobre as espécies: Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis, com ênfase nas características fisiológicas e ecológicas importantes para a reprodução e cultivo dessas plantas na região sudeste, também será realizada uma revisão bibliográfica que abordará o histórico da utilização da ayahuasca no Brasil e as pesquisas médicas e farmacológicas.
As fontes botânicas de Ayahuasca
Os estudos botânicos a respeito das espécies empregadas na preparação da Ayahuasca se iniciaram em 1851, quando o botânico inglês Richard Spruce .Coletou alguns espécimes da liana utilizada na bebida por índios brasileiros da tribo Tukano, classificando-a como Banisteria caapi, que, em 1931, foi reclassificada por Morton como sendo Banisteriopsis caapi. Schultes cita que esta planta é o principal componente utilizado na preparação da bebida, existindo, porém, o uso em menor escala das espécies: B. longialata, B. lútea, B. martiniana e B. muricata .
A outra espécie comumente utilizada é o arbusto Psychotria viridis que foi, primeiramente, descrita por Ruíz & Pavón em 1779. Todavia, esta pode, segundo Aranha e outros (1991), ser raramente substituída por: P. batiskawa, P. carthaginensis, P. leiocarpa, P. naikawa, P. pishikawa, P. psychotraefolia e P. retifolia .Mckenna (1998a) descreve a que na Colômbia e Equador além do gênero Psychotria, existe também a utilização de uma outra planta da família Malpighiaceae, que contém uma alta concentração de DMT a Diplopterys cabrerana..
Jonathan Ott (1994) cita 98 espécies de 39 famílias de plantas que podem ser adicionadas à ayahuasca e as classifica em 3 categorias: as não psicoativas com potencial terapêutico, as estimulantes e as enteógenas ou drogas visionárias, que se subdivide em 4 categorias: Nicotiana (Nicotina), Brugmansia (Alcalóides tropanos), Brunfelsia (escopoletina) e Chacruna/Chagropanga (DMT) (OTT,1994).
No presente trabalho, pretendemos estudar somente as duas espécies utilizadas no preparo da ayahuasca: o cipó Banisteriopsis caapi, e o arbusto Psychotria viridis.
• Princípios ativos: Os princípios ativos encontrados principalmente na casca são derivados beta-carbolínicos: harmina, harmalina e tetrahidroharmina.
Esporão do Centeio
Nome cientifico: Claviceps purpurea(Fries) 
 Tulasne
Família botânica: Clavicipitaceae-Classe: 
 Ascomycetes
Parte utilizada: Esclerócio recolhido sobre a espiga 
 do centeio
Monografias farmacopéias: Ph.Fr.VIII,Farm.Bras.II
Diversos cereais podem ser parasitados pelo fungo Claviceps purpurea(Ascomycetes),conhecido como ergô. O centeio (Secale cereale L.,Poaceae)é o mais suscetível. Esse fungo produz alcalóides derivados da ergolina e a droga oficial é aquela obtida a partir do centeio (Stoll e Hofmann 1965).
O esporão-de-centeio deve conter no mínimo 0,15% de alcalóides totais,calculados em ergotamina e no mínimo 0,03% dos alcalóides solúveis em água ,calculados em ergometrina ,enquanto que o pó de esporão-do-centeio estabilizado deve conter entre 0,027% e 0,033% dos alcalóides solúveis em água ,calculados em ergometrina ,segundo a Farm. Bras. II
O esporão-do-centeio é uma droga que foi utilizada para acelerar partos (no fim do século16) até que seus efeitos tóxicos foram reconhecidos, e reservada, então , a partir do século 19, para hemorragias pós-parto.
Na Idade Média, em todos os países europeus ,houve intoxicações em proporções epidêmicas pela ingestão da farinha de centeio infestada pelo fungo. A intoxicação crônica é chamada de ergotismo o qual pode se apresentar em duas formas: o gangrenoso (resultante do comprometimento da circulação das extremidades) e o convulsivo(comprometimento do Sistema Nervoso Central, com a ocorrência de convulsões frequentes) . A etiologia correta do ergotismo, como intoxicação pelo esporão-de-centeio, e seu ciclo de desenvolvimento só foram confirmados no século 19. No século 20 também ocorreram epidemias esporádicas de ergotismo, entre as quais uma na França e outra na Etiópia em 1951, onde morreram dezenas de pessoas (Teuscher e Lindequist, 1994).
As substâncias ativas obtidas exerceram importante papel para o desenvolvimento da farmacologia, especialmente com relação ao sistema nervoso autônomo, através da investigação da ação da ergotamina, fundamental para estabelecer o conceito de bloqueador alfa-adrenérgico. As substâncias isoladas e ainda obtidas do esporão-do-centeio com importância terapêutica atual são a ergotamina e a ergometrina.Os alcalóides do ergô podem ser obtidos por cultura de cepas selecionadas através de infestação artificial de cereais ou por fermentação indústial em meio sintético.
Dados químicos:
As substâncias ativas são os alcalóides ergolínicos e seu conteúdo é muito variável(0,3 a 1%). Os alcalóides se dividem em dois grupos: as amidas simples doácido lisérgico(20% do total de alcalóides), cujo alcalóide majoritário é a ergometrina e a ergotoxina, uma mistura de ergoconina, ergocriptina e ergocristina.Foram preparados vários derivados semi-sitéticos, como a metilergometrina, di-hidroergotamina, metisergida, nicergolina, di-hidroergotoxina, bromecriptina, lisurida, lisergida(LSD).
Dados farmacológicos e toxicológicos:
Os alcalóides do esporão-de-centeio são relacionados estruturalmente com as aminas biogênicas como a noreprinefrina, dopamina e serotonina, devido a esta semelhança estrutural, interagem com os receptores dessas aminas exercendo efeitos agonistas e antagonistas. Devido ás diferentes afinidades de cada receptor, os alcalóides do ergô possuem ações farmacológicas complexas. A ergotamina, por exemplo, atua sobre o sistema cardiovascular, devido a ação simultânea na vasoconstricção do sistema periférico, depressão de centros vasomotores e bloqueio adrenérgico periférico.
Os sintomas da intoxicação são chamados de ergotismo, caracterizado pela insuficiência arterial periférica, náuseas, vômitos, parestesia, temperatura fria da epiderme da pele, e pulso fraco.A DL da droga em seres humanos é estimada em 5 a 10 g v.o., enquanto a DL da ergotamina em seres humanos é 10 mg v.o.(Teuscher e Lindequit, 1994).
Emprego terapêutico:
A droga é utilizada para obtenção dos alcalóides ergometrina, ergotamina, e ácido lisérgico, a partir são preparados derivados. No Brasil, são encontrados no mercado medicamentos anti-enxaqueca com di-hergotamina, ergotamina, metisergida, isoladamente ou em associações com outros fármacos, como ácido acetilsalicílico, cafeína, metoclopramida e paracetamol.
Como estimulante uterino, são utilizadas no Brasil a ergotamina e metilergometrina.A ergometrina(também conhecida como ergonovina) apresenta propriedades de contração intensa dos músculos lisos uterinos, e essa ação é mais prolongada que a da ocitocina. Entre os alcalóides do ergô, é a ergometrina que possui maior atividade no útero. È contra indicada para pacientes com disfunções cardíaca, hepática e renal, hipertensão e problemas vasculares. Ergometrina é útil na prevenção e tratamento de hemorragias pós-parto e pós -aborto devido á atonia uterina, após a expulsão da placenta.
A ergotamina é o fármaco de escolha no tratamento da dor de cabeça tipo enxaqueca, não sendo indicada para profilaxia da mesma devido á sua toxicidade, da mesma forma que a sua administração prolongada não é recomendável. É um potente vasoconstritor, mas pode produzir vasodilatação, dependendo do grau de resistência dos vasos sanguíneos. O efeito de vasoconstrição da ergotamina pode estar relacionado com sua ação nos receptores da serotonina. Além disso, possui atividade estimulante uterina. Revisões recentes sobre o emprego terapêutico e efeitos adversos da ergotamina são encontrados em Lipton(1997), Saper(1997)e Young(1997).
Derivados semi-sintéticos:
A) metiergometrina é a amida do ácido lisérgico e do 2-aminobutanol, sendo mais ativa na musculatura uterina que a ergotamina, e com pequena atividade alfa-adenolítica;
B)metisergida foi importante para identificar que agonistas serotoninérgicos são os responsáveis pela ação em enxaqueca levando ao desenvolvimento de fármacos menos tóxicos para seu tratamento(com menores efeitos sobre o sistema cardiovascular), como a sumatriptana.
C) nicergolina: devido a sua ação alfa-adrenolítica, é um vasodilatador cerebral, sendo preconizada para problemaas de atenção de memória em pacientes idosos. A nicergolina e di-hidroergocristina são comercializadas no Brasil com as mesmas indicações terapêuticas;
D) 2-bromo-ergocriptina ou bromocriptina é inibidor da lactação e, devido á ação semelhante á dopamina, étambém indicada pra o tratamento do mal de Parkinson, em casos em que o paciente não responde mais ao tratamento com levodopa (Ninomiya e Kiguchi, 1990). 
Quina
Nome científico: Cinchona calisaya, 
 Cinchona officinallis
Família botânica: Simaroubaceae
Parte utilizada: folhas, casca, ramos
Originária do Brasil – mais especificamente de lugares úmidos da Mata Atlântica e da Amazônia – a quina possui o nome científico Cinchona calisaya. Trata-se de uma árvore de copa globosa e tronco baixo, muito belo e ornamental, sendo comumente utilizada em paisagismos. Popularmente, a quina pode ser conhecida em algumas regiões como quina de Pernambuco, quina-quina, quina do Piauí, quina do Pará, quina de dom Diogo, quineira e quina branca.  Além de seu uso decorativo, a quina também possui diversas propriedades medicinais benéficas para a saúde, o que a fez ser explorada de forma intensa, tornando-a uma árvore rara e muito valiosa.
Propriedades e ativos
As principais propriedades da quina são adstringentes, anti-inflamatória, antimaláricas, cicatrizantes e tonificantes. Os ativos que a constitui são alcaloides, essências, princípios amargos, quinino e taninos.
Indicações
O consumo da quina é indicado para pessoas anêmicas, diabéticas, que sofram de gastrite e outros distúrbios estomacais, intestino preguiçoso, inflamações e febres. Quem sofreu algum tipo de ferimento, queda ou mesmo uma cirurgia também pode consumir a quina para ser beneficiado por suas propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias, que aceleram o processo de recuperação e aliviam a dor.
Contraindicações e efeitos colaterais
Por ser um agente abortivo, a quina é fortemente contra indicada para mulheres gestantes e lactantes, e também não deve ser consumida por crianças menores de dez anos. O consumo da quina deve ser acompanhado por orientação médica e iniciado apenas após receber as devidas orientações. Em doses exageradas, a quina pode causar dores de cabeça, irritação gástrica, convulsões, cegueira, colapso, dores abdominais, paralisia, surdez e tontura. Lembre-se de que qualquer tratamento medicinal – fármaco ou natural – deve ser levado a sério e ser acompanhado de perto por um especialista de confiança desde o início.
Nozes Vómica
Nome científico: Strychnos nux-vomica L.
Família botânica: Loganiaceae 
Parte utilizada: Semente
Monografia Farmacopéicas: Chin. Ph. 1990, Farm. Bras. II. OAB 1990. Ph. Fr. X. Ph. Jpn. 12
A noz- vômica é uma árvore do sudeste asiático introduzida na Europa no século 16 para eliminar animais indesejáveis, principalmente como rodenticida. A droga deve conter, no mínimo, 1,2% de estricnina,

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