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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA Devanil De O. Coutinho Junior Diogo Fialho Elles Victor Hugo FAN COIL Volta Redonda 2018 FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA CURSO DE GRADUAÇÃO ENGENHARIA MECÂNICA Devanil De Oliveira Coutinho Junior Diogo Fialho Elles Victor Hugo FAN COIL Volta Redonda 2018 Trabalho apresentado à disciplina de Equipamentos Industriais e de Processos do Curso de Graduação em Engenharia Mecânica do UniFOA como requisito para a aprovação na disciplina. Conteúdo 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3 2. CONDICIONAMENTO DE AR E CLIMATIZAÇÃO ..................................... 4 2.1 ARREFECIMENTO E DESUMIDIFICAÇÃO ......................................... 6 2.2 AQUECIMENTO ................................................................................... 6 2.3 UMIDIFICAÇÃO .................................................................................... 7 2.4 VENTILAÇÃO ....................................................................................... 8 2.5 FILTRAGEM ......................................................................................... 9 2.5.1. CLASSIFICAÇÃO DOS FILTROS ............................................... 10 2.5.2. TIPOS DE FILTROS ..................................................................... 12 2.6 CIRCULAÇÃO .................................................................................... 15 2.7 REFRIGERAÇÃO ............................................................................... 16 2.8 CONTROLE AUTOMÁTICO ............................................................... 17 3. TIPOS DE EXPANSÃO ............................................................................. 18 3.1. EXPANSÃO DIRETA .......................................................................... 18 3.2. EXPANSÃO INDIRETA ...................................................................... 19 4. SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR HIDRÔNICO ....................... 20 5. FUNCIONAMENTO DO FAN COIL ........................................................... 21 6. TIPOS DE FAN COIL ................................................................................ 23 6.1. FAN COIL DE DUTOS (BUILT IN) ..................................................... 23 6.2. FAN COIL HI-WALL ........................................................................... 24 6.3. FAN COIL CASSETE ......................................................................... 25 6.4. FAN COIL CONSOLE ......................................................................... 26 7. OUTROS COMPONENTES DO SISTEMA ............................................... 27 7.1. VÁLVULA DE CONTROLE ................................................................ 27 7.2. TERMOSTATO ................................................................................... 28 7.3. TUBULAÇÃO DE ÁGUA .................................................................... 29 7.4. ISOLAMENTO TÉRMICO DA TUBULAÇÃO HIDRÁULICA .............. 30 7.5. BOMBA HIDRÁULICA ....................................................................... 31 7.6. RESFRIADOR DE LÍQUIDOS (CHILLER) ......................................... 31 8. DIMENSIONAMENTO ............................................................................... 32 9. EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CONDICIONAMENTO.............................. 33 10. MANUTENÇÃO ......................................................................................... 34 10.1. PMOC .............................................................................................. 35 11. NORMAS ................................................................................................... 37 12. CONCLUSÃO ............................................................................................ 38 13. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................... 39 3 1. INTRODUÇÃO Fan Coil é o equipamento indicado para climatizar grandes ambientes ou locais abertos, onde os climatizadores convencionais não conseguem fornecer refrigeração necessária, pois a potência desses aparelhos não supre as necessidades. Condicionadores de ar do tipo Fan Coil são recomendados para projetos que demandam uma grande quantidade de cargas térmicas de dissipação, a exemplo de shopping centers, cinemas, prédios comerciais, hospitais, galpões, centros de eventos, bancos, etc. Seu uso é muito indicado para climatização de grandes escritórios, pois eles resfriam tranquilamente um andar inteiro de um prédio mantendo a temperatura dos ambientes uniforme. Espaços menores como laboratórios, salas de cirurgias e locais que precisem de um sistema forte de refrigeramento de ar também podem ter indicações para a instalação de Fan Coils. O Fan Coil pode até ser recomendado também para instalações residenciais, mas apenas quando o projeto de refrigeração se estender a todos os cômodos da casa. 4 2. CONDICIONAMENTO DE AR E CLIMATIZAÇÃO O condicionamento de ar é o processo de tratamento do ar interior em espaços fechados. Esse tratamento consiste em regular a qualidade do ar interior, no que diz respeito às suas condições de temperatura, umidade, limpeza e movimento. Para tal, um sistema de condicionamento de ar inclui as funções de aquecimento, arrefecimento, umidificação, renovação, filtragem e ventilação do ar. A função de desumidificação está normalmente associada à de arrefecimento. Alguns sistemas especiais podem incluir outras funções como a de pressurização do ar no interior de determinado espaço. Climatização é a definição dada ao processo de fazer com que um meio ambiente qualquer permaneça numa faixa de temperatura simpática aos organismos biológicos que se quer preservar. A AVAC ou HVAC constitui a tecnologia destinada ao conforto ambiental interior, sobretudo em edifícios e em veículos. O conforto do aquecimento é condicionado pelo ar quente que saí do lado exterior para o interior através de ventoinhas forçadas por motores bipolares. Tanto "AVAC" como "HVAC" são siglas que significam "aquecimento, ventilação e ar condicionado" (em inglês "heating, ventilating and air conditioning"), referindo-se às três funções principais e intimamente relacionadas daquela tecnologia. Ocasionalmente, a refrigeração também é incluída no âmbito desta tecnologia, que passa então a ser referida pelas siglas AVACR, AVAC/R, AVAC-R ou AVAC&R ou as correspondentes HVACR, HVAC/R, HVAC-R e HVAC&R. O projeto de sistemas de AVAC é um dos principais campos de atividade da engenharia mecânica, utilizando os princípios da termodinâmica, da mecânica dos fluídos e da transferência de calor. A AVAC é particularmente importante no projeto de edifícios industriais e de serviços de média ou grande dimensão, bem como no projeto de instalações com ambientes especiais, como aquários e laboratórios. Estes locais obrigam a um estrito controlo das condições ambientais, especialmente em termos de temperatura, de umidade e de renovação do ar. 5 O máximo é compreendidoem função da quantidade relativa de água que tem no ar e a temperatura transmitida no momento. Esse tipo de climatização que fornece ao meio ambiente humidade e oxigenação, atualmente é utilizada dentro de estufas agrícolas, granjas, e atualmente faz parte dos sistemas de resfriamentos abertos em prédios cuja arquitetura é considerada, inteligente. A climatização de uma casa muitas vezes é feita recorrendo a sistemas de ar condicionado, sistemas de purificação do ar, sistemas de aquecimento central ou sistemas de ventilação. Todos estes mecanismos tornam possível modificar a temperatura do ar nos interiores dos espaços, nomeadamente das habitações. Estes sistemas devem ser instalados por empresas especializadas em sistemas de climatização. 6 2.1 ARREFECIMENTO E DESUMIDIFICAÇÃO As funções de arrefecimento e de desumidificação realizam-se de forma simultânea nas baterias de refrigeração dos equipamentos de ar condicionado, normalmente no verão ou em outras épocas quentes e úmidas. Uma elevada percentagem de umidade relativa do ar provocará uma sensação de incomodo e de peso. A umidade contida no ar que circula é eliminada por condensação efetuada quando este entra em contato com a serpentina da bateria de arrefecimento, mantida a uma temperatura inferior à do ponto de orvalho. 2.2 AQUECIMENTO O aquecimento ou calefação do ar efetua-se - normalmente no inverno - na bateria de aquecimento, por meio de permutadores de calor a gás, de resistências elétricas ou de serpentinas de água quente ou vapor. Estas últimas estão ligadas através de tubagens e bombas, a caldeiras exteriores às unidades de tratamento de ar. Para aplicações de ar condicionado de conforto, em sistemas a água fria, pode utilizar-se a mesma bateria tanto para refrigerar como para aquecer o ar, fazendo circular água quente pela serpentina no inverno e água fria no verão. Em sistemas de expansão direta, também de pode usar a mesma bateria, através do sistema de bomba de calor. 7 2.3 UMIDIFICAÇÃO No inverno, se o ar for aquecido sem lhe aumentar a umidade, a umidade relativa do mesmo diminui, provocando a secagem das mucosas respiratórias, com os consequentes danos fisiológicos. A função de umidificação de um ar condicionado é, pois, efetuada no inverno através de umidificadores, colocados à jusante das baterias de aquecimento, uma vez que o ar mais quente absorve mais umidade. Existem dispositivos que evaporam a água contida num tabuleiro, por meio de uma resistência elétrica blindada, a qual é controlada por um umidostato de ambiente e de condutas. Nos casos de grandes instalações, recorre-se a baterias umidificadoras que introduzem no ar água pulverizadas em pequenas gotículas. Estas baterias são também chamadas "lavadores de ar" uma vez que também cumprem essa função. 8 2.4 VENTILAÇÃO A função de ventilação consiste na entrada de ar novo exterior, com o fim de renovar permanentemente o ar interior, nas proporções necessárias para se atingir e manter um adequado nível de pureza. Durante o processo de respiração das pessoas, existe o consumo de oxigênio e a emissão de dióxido de carbono, sendo, portanto necessária à substituição do ar interior de um local fechado, para evitar que o mesmo fique viciado e com odores. O ar novo e o ar recirculado penetram numa câmara de mistura, onde são misturados, sendo posteriormente tratados e introduzidos no local a ventilar. Alguns sistemas de ar condicionado não reaproveitam e recirculam o ar extraído, usando apenas o ar novo. 9 2.5 FILTRAGEM A função de filtragem é feita pelos filtros e pré-filtros existentes nas unidades de tratamento de ar. Consiste em tratar o ar, através do uso de filtros adequados, com o fim de lhes retirar as poeiras, impurezas e outras partículas em suspensão. O grau de filtragem necessário dependerá do grau de qualidade do ar interior que se quer obter e do grau de poluição do ar novo. Para a limpeza do ar, empregam-se filtros, que normalmente são do tipo mecânico, os quais são compostos por elementos porosos que obrigam o ar que passa por eles a lá deixar as partículas de poeira que leva em suspensão. Nas aplicações comuns de ar condicionado de conforto, usam-se filtros de poliuretano, de lã de vidro, de microfibras sintéticas ou de malha de aço ou alumínio embebida em azeite. Em instalações industriais ou laboratoriais e em outros casos especiais podem ser empregues filtros especiais, muito mais eficientes. Num sistema de circulação de ar condicionado, o primeiro elemento é sempre um filtro, uma vez que o mesmo vai proteger não só o local climatizado, como os próprios equipamentos de ar condicionado. 10 2.5.1. CLASSIFICAÇÃO DOS FILTROS Existem variados tipos de filtro de ar para ar condicionado disponíveis no mercado, e para cada aplicação é utilizado um ou mais modelos diferentes de filtros. O filtro de ar para ar condicionado é subdividido por níveis de filtragem, podendo ser classificados como: Grossos (G0, G1, G2, G3, G4), Médios (M5, M6), Finos (F7, F8, F9), EPA (E10, E11, E12), HEPA (H13, H14) e ULPA (U15, U16, U17). Para cada faixa de classificação existe uma aplicação característica. Veja abaixo algumas das principais características que diferenciam o filtro de ar para ar condicionado: 1. Filtro GROSSO (de G1 a G4) tem uma perca de pressão final de até 250 Pa, arrestância (Ea) que pode variar de 50 a 90%. Usualmente são constituídos de moldura de papel rígido cartonado, meio filtrante em poliéster, e tela metálica fixada a moldura. 2. Filtro MÉDIO (M5 e M6) tem uma perda de pressão de 450 P, a sua eficiência média (Ef) para partícula de 0,4 pm que pode variar de 60 a 80%. Pode ser constituído de moldura de papel rígido cartonado, meio filtrante em manta ou feltro de poliéster plissado. 3. Filtro Fino (de F7 a F9) tem a perda de carga final de 450 Pa, sua eficiência média (Ef) para partículas de 0,4 pm pode variar de 80 a 95% e eficiência mínima² de 35 a 70%. São fabricados com moldura metálica, que pode ser constituída de chapa de aço galvanizado, aço inox e alumínio, com meio filtrante em microfibra de vidro plissado em formato de painéis e em cunhas (V). 4. Os Filtros EPA, HEPA e ULPA tem como característica principal seu altíssimo grau de eficiência que varia de 85 a 99,999995%, penetração máxima de 15 a 0,000005%. Esta classe de filtro de ar para ar condicionadotambém é conhecida como FILTRO ABSOLUTO. A seguir temos a tabela de classificação dos filtros. 11 12 2.5.2. TIPOS DE FILTROS 2.5.2.1. FILTRO MULTIBOLSA O filtro Multifbolsa possui meio filtrante com uma grande área estendida, o que lhe proporciona uma alta capacidade de acumulação de partículas. Esse tipo de filtro é muito utilizado em locais onde à incidência de altas vazões de ar, aliadas a uma grande quantidade de material particulados. Um filtro Multibolsa possui diversas aplicações, de maneira a atender a muitas aplicações. Ele é indicado para instalações onde são necessários grandes volumes de ar filtrado e longa vida útil. Classes de filtragem do filtro multibolsa: G3, G4, M5, M6, F7, F8 e F9 (EN779). 2.5.2.2. FILTRO ABSOLUTO O filtro absoluto (HEPA) é responsável pela purificação do ar na maioria dos produtos. Com poder de retenção de 99,995% das partículas maiores que 0,3 µm, o filtro absoluto HEPA garantem segurança total para sua operação. Classes de filtragem do filtroabsoluto: H13, H14 e U15. 13 2.5.2.3. FILTRO FINO PLISSADO Com o uso de um filtro fino, é possível ter uma ótima capacidade de retenção de partículas, devido ao seu formato. O ar que passar por esse filtro será bem purificado. Além da purificação do ar, a baixa perda de carga é outra vantagem que esse filtro oferece também por causa de seu formato. Classes de filtragem do filtro fino plissado: F8 2.5.2.4. FILTRO CARVÃO ATIVADO Os filtros de ar de carvão ativado adsorvem odores, gases nocivos, corrosivos ou irritantes. O carvão ativado é o adsorvente mais usado na purificação do ar, no controle de poluentes. Seu elemento filtrante é composto por células de carvão ativado granulado estruturado em madeira compensada, dotada de não tecidos e telas de proteção em ambas as faces, garantindo excelente desempenho. Classes de filtragem do filtro carvão ativado: G0, G1, G2, G3 e F1. 14 2.5.2.5. FILTRO PAINEL PLANO A grande vantagem do filtro painel está no fato dele poder ser fabricado sob medida se buscado em fabricantes especializadas onde estas poderão enquadrá-lo perfeitamente às medidas necessárias para acomodação do filtro. Classes de filtragem do filtro carvão ativado: G2 e G3 15 2.6 CIRCULAÇÃO A função de circulação é realizada pelo ventilador, uma vez que é necessário certo movimento do ar nas zonas de permanência, com o fim de evitar a sua estagnação, ao mesmo tempo evitando que se formem correntes prejudiciais. A maioria das vezes é usada ventiladores centrífugos, capazes de fazer circular os caudais de ar necessários, vencendo as resistências de fricção, mantendo um nível baixo de ruídos e vibrações. Nos equipamentos destinados a pequenos locais, como os ares condicionados de janela ou os ventiloconvectores (fan coil) individuais, o ar é distribuído diretamente, mediante grelhas de distribuição e retorno incorporadas nos mesmos. No entanto, em equipamentos de maior envergadura que abastecem vários espaços ou ambientes, o ar deve ser canalizado através de condutas, geralmente construído em chapa de ferro galvanizado, convenientemente isoladas até às unidades terminais de distribuição. 16 2.7 REFRIGERAÇÃO A refrigeração consiste no processo de remoção de calor de um espaço fechado ou de uma substância, movendo-o para um local onde o mesmo não seja problemático. Para além de ser uma das funções do ar condicionado e mesmo da ventilação, existe também uma tecnologia específica de refrigeração, vocacionada sobretudo para a conservação de alimentos e de outros produtos, que frequentemente é agrupada com a AVAC, formando a AVAC & R. Os principais fins desta tecnologia são o de baixar a temperatura do espaço ou substância a refrigerar e o de manter essa baixa temperatura. Qualquer processo natural ou artificial pelo qual o calor seja dissipado está incluído na refrigeração. O processo de produzir artificialmente temperaturas extremamente baixas é conhecido como "criogenia". O frio consiste na ausência de calor. Assim, para se reduzir a temperatura tem que se "retirar calor" e não "adicionar frio". De modo a satisfazer a Segunda Lei da Termodinâmica, para se obter aquilo, tem que ser realizada alguma forma de trabalho. Este trabalho é tradicionalmente realizado de forma mecânica, mas pode também ser realizado através de magnetismo, de laser e de outras formas. 17 2.8 CONTROLE AUTOMÁTICO A automatização do funcionamento dos sistemas de ar condicionado realiza-se, basicamente, mediante termostatos que comandam o funcionamento dos aparelhos e de umidostatos para o controle da umidade. O sistema de controle automático constitui um dos aspetos primordiais no funcionamento dos ares condicionados dado que, uma vez que o projeto das instalações se efetua normalmente em função das condições mais desfavoráveis ou críticas, o ar condicionado deve funcionar corretamente adaptando-se a todas as variáveis climáticas e de utilização que se requerem, devendo, por isso, contar com os controles automáticos adequados, especialmente nos casos de necessidades mais reduzidas ou parciais. Além disso, a otimização do consumo de cada uma das instalações em grandes edifícios, obriga adoção de um sistema de gestão técnica centralizada integral, que possibilite a operação de toda a instalação e a regulação do seu consumo energético, bem como uma diminuição dos custos de manutenção. Assim, obtém-se o controle direto de cada um dos parâmetros da instalação, proporcionando em tempo real a informação de tudo o que se está a passar no edifício, podendo tomar-se decisões sobre elementos que levam à poupança energética, tais como a seleção das condições interiores de conforto, a fixação de parâmetros de funcionamento (set-points), a regulação da iluminação e o regime de funcionamento de bombas de água. 18 3. TIPOS DE EXPANSÃO 3.1. EXPANSÃO DIRETA São sistemas de refrigeração em que o fluído refrigerante (fonte fria) expande- se em contato com o fluxo de ar do ambiente à climatizar (fonte quente). Esta expansão se refere ao processo de evaporação do fluido refrigerante no interior da serpentina evaporadora do equipamento, a qual absorve para promover tal mudança de estado físico, o calor contido no fluxo de ar do ambiente que passa pelo equipamento promovendo assim o resfriamento do ar ambiente. O ar é forçado, através de ventiladores, a passar pela serpentina, o qual transfere calor para o fluido refrigerante que circula por entre a tubulação da serpentina evaporadora e respectivas aletas. O fluido refrigerante expandiu-se diretamente com o meio ao qual se deseja climatizar, no caso a massa de ar do ambiente; Por isso chamado de expansão direta. 19 3.2. EXPANSÃO INDIRETA São sistemas de refrigeração em que há a transferência de calor em mais de um meio antes de chegar a transferir o calor contido no meio que se deseja resfriar, no caso o ar do ambiente. Quando tratamos deste tipo de sistema, fazem-se uso de equipamentos de resfriamento de água, chamado Chillers. Ele efetua o resfriamento da água que circula no interior das tubulações hidráulicas que alimentam as unidades de tratamento do ar dos ambientes, chamados de Fan Coil. São esses fancoils responsáveis por promover o arrefecimento dos ambientes, através da transferência de calor contido no ar do ambiente para a água que circula no interior da serpentina (trocador de calor) do equipamento. O Calor que foi absorvido pela água, é transferido para o fluído refrigerante que circula do sistema fechado de refrigeração do Chiller, o qual pelo terceiro processo de transferência de calor, rejeita o calor retirado do ambiente, somado às perdas do processo, ao ar externo (Atmosfera). Por isso chamado de expansão indireta, pois o fluído refrigerante é expandido por um meio (água) que não aquele ao qual se deseja resfriar, o ar ambiente. 20 4. SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR HIDRÔNICO Já ouviu falar de sistemas hidrônicos de refrigeração? São equipamentos ecologicamente corretos que diferem em alguns aspectos dos modelos convencionais. Assim como os ar condicionados que utilizam fluído refrigerante como condutor térmico, essas unidades são oferecidas em duas partes - condensador (chiller) e evaporador. No entanto, a substância empregada como absorvente de calor é a água, e não o gás refrigerante. Nestessistemas, a água é distribuída para a unidade externa, através de tubos flexíveis, antes de retornar para a unidade interna. O sistema é totalmente selado e não requer mais água quando a unidade estiver no lugar. O sistema hidrônico apresenta muitas vantagens, veja algumas delas: - baixo custo operacional proporcionado pela centralização, com redução da potência instalada e uso de compressores mais potentes, de rendimento elétrico e térmico mais elevado; - baixo custo de instalação e manutenção; - dispensa de caldeiras, tanques de combustíveis, chaminés e poluição, com consumo de energia em média 06 (seis) vezes menor sem emissão de poluentes. 21 5. FUNCIONAMENTO DO FAN COIL O sistema de funcionamento do Fan Coil é semelhante ao de um evaporador comum dos sistemas de ar condicionado convencionais, porém, em vez de utilizar gás refrigerante, utiliza água com temperatura controlada e tratada em seu sistema para fazer a climatização. Para funcionar, o sistema do tipo Fan Coil faz uso de um fluido intermediário, que nada mais é do que água gelada exclusivamente ou misturada com etileno-glicol. O Fan Coil, portanto, é uma caixa que tem uma serpentina de cobre/alumínio por onde circula essa água gelada. O ar é direcionado através de um ventilador para o sistema de filtragem e depois para as serpentinas de onde será insuflado até o ambiente. Quando a água passa pelo Fan Coil, o ambiente é climatizado retirando- se o calor, que é absorvido pela água sendo levado ao chiller, onde ocorre a condensação em uma torre de arrefecimento para resfria-la e retornar ao mesmo ciclo novamente. Em casos de sistemas menores, a condensação também pode ser realizada por trocadores de calor conhecidos como ar/ar. A água circulante na serpentina do Fan Coil deve estar em temperatura por volta de 7ºC, devolvendo para o chiller com cerca de 12ºC. Em resumo, o Fan Coil contém em seu interior uma serpentina de cobre ou alumínio, na qual circula a água, um ventilador dotado de motor e correias que captam o ar do ambiente, conduzindo-o a um sistema de filtros, que depois passa pela serpentina a uma temperatura mais baixa que a do ambiente, onde acontece a refrigeração e a devolução do ar ao ambiente externo, devidamente refrigerado e filtrado. Dependendo do modelo do aparelho e sua capacidade, os dutos podem existir ou o insuflamento pode ser direto. 22 Acima temos a figura ilustrativa de um Fan Coil Vertical com suas partes básicas e o fluxo do fluido intermediário pelo equipamento. 23 6. TIPOS DE FAN COIL 6.1. FAN COIL DE DUTOS (BUILT IN) São equipamentos com herméticos e com um excelente sistema de isolamento térmico e acústico, projetados para atender grandes capacidades. Geralmente aplicado em ambientes de porte industrial ou comercial. A grande vantagem são as dimensões reduzidas e a sua capacidade de adaptação a milhões de opções possíveis de especificação e montagem. 24 6.2. FAN COIL HI-WALL Por serem compactos, discretos, com desing moderno e excelente acabamento, se adaptam a qualquer tipo de ambiente. As unidades acompanham um kit de instalação com uma válvula de três vias integrada, facilitando e agilizando a instalação. Possue sistema de filtragem com filtro eletrostático, que retira as impurezas do ambiente a melhora a qualidade do ar interior, além de controle remoto sem fio e controle individual de temperatura, e alguns modelos dispões de um belo display LCD que permite o controle total da unidade nos modos refrigeração, aquecimento ou ventilação. 25 6.3. FAN COIL CASSETE Tem um desing diferenciado, agregando mais discrição e elegância ao ambiente. Em geral possuem entrada para duto de renovação de ar, permitindo uma constante melhoria na qualidade do ar interior. O ar é distribuido para os quatro lados do ambiente de forma uniforme, garantindo uma temperatura muito mais constante no ambiente. Este equipamento é indicado em projetos de empreendimentos que possuem grandes cargas térmicas de dissipação, tais como Shoppings, cinemas, prédios corporativos, bancos, teatros, centro de eventos, restaurantes, etc. Necessitam para seu funcionamento de uma CAG (Central de Água Gelada). A aparelhagem conta com um ou mais chiller's, e tem dimensões que variam conforme as instalação, podendo ter um metro quadrado ou chegar a dezenas de metros quadrados. 26 6.4. FAN COIL CONSOLE Modelo robusto, com design discreto e fácil aplicação, se adapta às diversas necessidades do projeto, possui direcionamento horizontal e vertical do ar insuflado e garante qualidade na filtragem do ar. Ideal para projetos de grande porte como hospitais, prédios comerciais e hotéis. 27 7. OUTROS COMPONENTES DO SISTEMA 7.1. VÁLVULA DE CONTROLE Usadas nos sistemas de água gelada, elas ajusta a vazão de água na tubulação Tipos de válvulas: o De 2 vias o De 3 vias Tipo de atuadores: o De ação on-ff o De ação proporcional Válvula controladora de 2 vias Válvula controladora de 3 vias 28 7.2. TERMOSTATO Controlar a temperatura Tipo de termostatos: o on-ff o Proporcional (sinal de 4 a 20 mA ou sinal de 0 a 10 V) 29 7.3. TUBULAÇÃO DE ÁGUA Distribui água para cada fan coil. Materiais empregados: o Aço o Polipropileno - PPR o Cobre 30 7.4. ISOLAMENTO TÉRMICO DA TUBULAÇÃO HIDRÁULICA Reduz as perdas de calor e evita a condensação das tubulações. Materiais empregados: o Poliestireno (ISOPOR) o Borracha Elastomérica 31 7.5. BOMBA HIDRÁULICA Proporcionar a circulação de água para o funcionamento do sistema. 7.6. RESFRIADOR DE LÍQUIDOS (CHILLER) Retirar calor da água, baixando sua temperatura, através de um sistema de refrigeração (compressor, evaporador, condensador e dispositivo de expansão) O chiller pode ser de dois tipos: o Condensação a ar; o Condensação a água (necessidade de torre de arrefecimento). 32 8. DIMENSIONAMENTO Dimensionar um sistema de climatização é indicar a capacidade dos equipamentos, dimensões de dutos, dimensões de tubulações, selecionar componentes, etc. Tudo parte do cálculo da carga térmica. Carga térmica de resfriamento (ou de verão) é a medida da quantidade de calor que se deseja retirar de um ambiente para que este atinja a temperatura desejada; a de aquecimento (ou de inverno) é a medida da quantidade de calor que se deseja introduzir no ambiente para a mesma finalidade. Em um país com o clima como o brasileiro normalmente calcula-se a de resfriamento, geralmente maior que a de aquecimento. O calor em um ambiente tem dois principais componentes: calores externos, que fluem do exterior para o interior do ambiente e caloresinternos, produzidos no interior do ambiente. Assim sendo, no cálculo da carga térmica há várias parcelas de calor que dependem de muitos fatores, tais como: a orientação solar, os materiais de construção, os equipamentos e luminárias aplicadas, a densidade de ocupação, e as atividades desenvolvidas nos ambientes, etc., que serão os dados de entrada para os cálculos. Existem diversas ferramentas de cálculo, de menor ou maior complexidade. A escolha por uma delas depende da confiabilidade, da facilidade de manuseio, etc. Independente da ferramenta utilizada é de fundamental importância que os dados de entrada sejam confiáveis e o mais representativos da situação proposta, para que os resultados dos cálculos permitam o bom dimensionamento do(s) equipamento(s). A correta seleção dos equipamentos irá possibilitar o adequado dimensionamento dos demais componentes do sistema. Um sistema bem dimensionado será mais eficiente e redundará em um melhor custo-benefício para o proprietário. 33 9. EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CONDICIONAMENTO O organismo humano deve, por necessidade de vida, gastar no ambiente no qual vive uma certa quantidade de energia calorífica. Normalmente a dispersão acontece com a emissão de calor sensível por convecção, resfriamento da superfície do corpo em contato com o ar que o circunda, se for mais fria e por radiação, transmissão do calor das paredes e objetos circunstantes. Uma outra parte do calor é espalhada sob forma latente, por evaporação na superfície externa do corpo de secreções glandulares, o suor; na superfície úmida de todas as vias respiratórias e dos pulmões, com a emissão de ar que tem um conteúdo absoluto de umidade maior daquele do ar inspirado. O organismo humano também é provido de uma faculdade natural de adaptação térmica: a quantidade de calor a ser liberada que, dentro de certos limites, pode-se verificar o equilíbrio somente no nível superior ou inferior aquele ideal a ele, percebendo respectivamente uma sensação de frio ou de calor que são desagradáveis. Determinada a quantidade total de calor produzido e a proporção de sua dispersão intervém nos seguintes fatores: Temperatura do ar de circunda o individuo; Velocidade relativa do ar em contato com a superfície do corpo a ele exposta; Temperatura das paredes e dos objetos no ambiente; Tensão de vapor de ar; Proteção térmica do corpo. 34 10. MANUTENÇÃO Manutenção preventiva que envolve a troca ou limpeza de filtros, serpentinas, bandejas coletoras de condensado, reaperto ou substituição de correias, verificação de rolamentos dos motores e rotores, inspeção de válvulas de controle e bloqueio do equipamento. O período depende muito do tempo de utilização efetiva, a condição de uso e aplicação, mas de qualquer forma, tem que atender a legislação em vigor, o PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle do Ministério da Saúde ). 35 10.1. PMOC A sigla PMOC significa Plano de Manutenção, Operação e Controle trata-se de um plano estabelecido pela portaria n°3523 de 28 de agosto de1996 e a Resolução n°9 da Anvisa de 16 de janeiro de 2003. De acordo com a Portaria, será obrigatório aos proprietários, locatários e prepostos responsáveis por sistemas de climatização com capacidade acima de 5 TR (15000 kcal/h = 60000 BTU/h), assim como deverão manter um responsável técnico habilitado. Alem disso o PMOC do sistema de climatização deverá estar coerente com a legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Tal como, aos procedimentos de manutenção, operação e controle dos sistemas de climatização e limpeza dos ambientes climatizados, não devendo trazer riscos à saúde dos trabalhadores que executam e nem aos ocupantes dos ambientes climatizados. É importante também observa na execução do PMOC às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, por exemplo: ABNT NBR 13971:2001 – Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar e ventilação – manutenção programada. ABNT NBR 14679:2001 – Sistemas de condicionamento de ar e ventilação – execução de serviços de higienização. ABNT NBR 15848:2010 - Sistemas de ar condicionado e ventilação – Procedimentos e requisitos relativos às atividades de construção, reformas, operação e manutenção das instalações que afetam a qualidade do ar interior (QAI). Nos estabelecimentos de assistência à saúde deve-se também atentar a NBR 7256:2005 – Estabelecimentos de assistência à saúde. 36 10.2. OBJETIVO DO PMOC Tem como objetivo estabelecer as medidas básicas referentes aos procedimentos de verificação do estado de limpeza, remoção das sujeiras e a manutenção de todos os componentes dos sistemas de climatização, visando garantir a plena qualidade do ar de interiores e a prevenção aos riscos à saúde dos ocupantes dos ambientes climatizados. Além disso, é importante ressaltar que o não cumprimento da portaria n° 3523, pode se configurar uma infração sanitária, ocasionando multas que podem variar de R$ 2.000,00 ate R$ 200.000,00 reais. 37 11. NORMAS Dentre as normas mais utilizadas podemos citar: ABNT NBR 16401:2008 – Instalação de ar condicionado para conforto ABNT NBR 7256:2005 – Estabelecimentos de assistência à saúde ABNT NBR 13971:2001 – Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar e ventilação – manutenção programada. ABNT NBR 14679:2001 – Sistemas de condicionamento de ar e ventilação – execução de serviços de higienização. ABNT NBR 15848:2010 - Sistemas de ar condicionado e ventilação – Procedimentos e requisitos relativos às atividades de construção, reformas, operação e manutenção das instalações que afetam a qualidade do ar interior (QAI) Portaria 3523:1998 MS – Regulamento técnico visando garantir a qualidade do ar interior (IAQ) e prevenir riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados. ASHRAE Standard 90.1:2010 – Energy Standard for Buildings Except Low-Rise Residential Buildings ASHRAE Standard 62.1:2010 – Ventilation for acceptable indoor air quality Resolução nº9:2003 ANVISA – Orientação técnica sobre padrões referenciais de qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso publico ou coletivo. NR15 MT – Atividades e operações insalubres 38 12. CONCLUSÃO Conclui-se então que condicionadores de ar do tipo Fan Coil são melhores empregados em ambientes amplos ou abertos, devido sua melhor capacidade de refrigeração. 39 13. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS http://embrar.com.br http://m.webarcondicionado.com.br/ar-condicionado-fan-coil http://www.ambientegelado.com.br/v51/index.php/artigos- tecnicos/arcondicionado/554-efeitos-fisiologicos-de-condicionamento https://www.ageradora.com.br/fan-coil-como-funciona-vantagens/ http://diamont.com.br/sistemas-de-refrigeracao-expansao-direta-vs-expansao- indireta/ http://www.climatizare.com.br http://arcondicionadorefrival.com/pmoc/ https://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/2014/10/pmoc.html http://www.flamamfiltrosdear.com.br/filtro-ar-ar-condicionado Guia de climatização de ambientes não residenciais – ASBRAV – versão 2014/1 Sistema típico de ar condicionado do tipo água gelada - Eng. Mauricio Nath Lopes Apostila de sistema de água geladado IFSC
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