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Aula 02 – Índices Físicos do Solo Prof. Paula Sant'Anna Moreira Pais paula.pais@prof.unibh.br 1. Introdução O solo como um sistema trifásico. Sólidos 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Água Ar 1. Introdução Num solo, só parte do volume total é ocupado pelas partículas sólidas, que se acomodam formando uma estrutura. O volume restante costuma ser chamado de vazios, embora esteja ocupado por água ou ar. 29/02/2016 esteja ocupado por água ou ar. Deve-se reconhecer, portanto, que o solo é constituído de três fases: partículas sólidas, água e ar. O comportamento de um solo depende da quantidade relativa de cada uma das três fases (sólido, água e ar). Mecânica dos Solos - Aula 2 1. Introdução Fase sólida: constituída por partículas minerais e orgânicas. Fase líquida: composta pela 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 água de constituição, água adsorvida, água livre, água higroscópica e água capilar. Fase gasosa: ar e vapor de água. 1.1 Partículas Sólidas Responsáveis pelas características e propriedades ao solo. As principais formas das partículas são: Poligonais angulares areias, siltes e pedregulhos 1. Introdução 29/02/2016 Poligonais angulares areias, siltes e pedregulhos Poligonais arredondadas seixos rolados Lamelares argilas (compressibilidade e plasticidade) Fibrilares típicas de solos orgânicos Mecânica dos Solos - Aula 1 As partículas poligonais (areia) apresentam menor superfície específica que as lamelares (argila), proporcionando às areias atrito interno. 1.2 Água São duas as principais forças responsáveis pela adsorção da água pelas partículas de solo: Força de adesão: atração que as partículas do solo 1. Introdução 29/02/2016 Força de adesão: atração que as partículas do solo exercem sobre as moléculas de água. Força de coesão: atração que as moléculas de água exercem entre si. Mecânica dos Solos - Aula 1 1.2 Água Água higroscópica presente em solo seco ao ar livre Água adsorvida adesiva; película que está eletricamente ligada à partícula 1. Introdução 29/02/2016 Água de constituição faz parte da estrutura molecular Água capilar sobe pelos vazios (capilares do solo) Água livre preenche os vazios do solo Mecânica dos Solos - Aula 1 As águas higroscópica, livre e capilar podem ser totalmente eliminadas em temperaturas acima de 100º C (evaporam na estufa) 1.2 Água 1. Introdução 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 1 1.3 Ar Dependendo do tipo de solo e das suas propriedades (principalmente porosidade), podemos ter os vazios preenchidos com ar. Em algumas regiões pantanosas (EUA), podemos ter gases (alguns tóxicos) preenchendo estes 1. Introdução 29/02/2016 podemos ter gases (alguns tóxicos) preenchendo estes vazios. Mecânica dos Solos - Aula 1 1. Introdução Os Índices Físicos são relações entre as fases constituintes do solo, os quais procuram caracterizar as condições físicas em que um solo se encontra. São de fácil determinação em laboratórios de 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 São de fácil determinação em laboratórios de geotecnia e podem servir como dados valiosos para identificação e previsão do comportamento mecânico do solo. Uso Prático: (a) caracterização das amostras de solo para ensaios de laboratório; (b) verificação do grau de compactação de aterros; (c) cálculo de tensões no solo. 1. Introdução Os Índices Físicos são relações entre volumes, massas e pesos das fases constituintes do solo. 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 1. Introdução Volume: Medida que quantifica o espaço ocupado por um objeto. 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 1. Introdução Massa: quantidade de matéria num objeto. 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 1. Introdução Peso: Força com que a Terra atrai um objeto. 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 gxMP 2. Grandezas de um solo As principais grandezas de um solo são: Ps= Peso dos sólidos; P = Peso da água; 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Pw= Peso da água; Vs= Volume dos sólidos; Vw= Volume da água; Var= Volume do ar. 2. Grandezas de um solo 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Teremos que: P = Ps + Pw Vv = Vw + Var V = Vs + Vw + Var = Vs + Vv 2. Grandezas de um solo Alguns índices físicos são obtidos com a massa e não com o peso do material. Neste caso, pode-se pensar na figura a seguir com a coluna da direita sendo uma coluna de masssa, 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 onde Mt seria a massa total da amostra, Mw a massa da fase líquida da amostra e Ms a massa da fase sólida. 2. Grandezas de um solo 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 As unidades mais usadas são: Para massa: g; kg; t Para peso: N; kN Para volume: cm3; dm3; m3 3. Amostra deformada x indeformada As amostras deformadas são retiradas com a destruição ou modificação apreciável de suas características do solo “in situ”. Também chamada de amostra amolgada quando ocorre a fragmentação do material amostrado. 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 As amostras indeformadas são retiradas sem ou com pequena modificação das características do solo “in situ” com o uso de equipamentos e técnicas apropriadas. O solo apresenta-se o mais próximo possível de sua estrutura original. Geralmente de forma cúbica ou cilíndrica. 3. Amostra deformada x indeformada Amostras indeformadas 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Amostras deformadas 4. Teor de Umidade (w) É a relação entre o peso da água e o peso dos sólidos, em percentual. É representado pela letra w ou h. É a operação mais frequentemente utilizada em um laboratório de solos. P 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 %100x P P w s w Os teores de umidade dependem do tipo de solo e situam-se geralmente entre 10 e 40%, podendo ocorrer valores muito baixos (solos secos) ou muito altos (150% ou mais). 4. Teor de Umidade (w) 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 32:secosolodoPeso PP 100: 32 21 x PP PP w umidade deTeor 5. Peso Específico Aparente Natural (γ ,γn) Relação entre o peso total do solo e o volume total do solo correspondente. 3/mkNP 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 3/mkN V P Varia normalmente entre 19kN/m³ e 20 kN/m³, podendo ser um pouco maior ou um pouco menor. Em argilas moles pode chegar a valores tão baixos como 14kN/m³. 6. Peso Específico Aparente Seco (γd) Relação entre o peso das partículas sólidas e o volume total do solo. 3/mkN V Ps d 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 V Não é determinado diretamente em laboratório, mas calculado a partir do peso especifico natural e da umidade. 3/ 1 mkN w d 6. Peso Específico Aparente Seco (γd) Relação entre o peso das partículas sólidas e o volume total do solo. 3/mkNPs 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 3/mkN V Ps d Situa-se entre 13 a 19 kN/m³ e 5 a 7 kN/m³ (para argilas orgânicas moles). Empregado para verificar o grau de compactação de bases e sub-bases de pavimentos, aterros e barragens de terra. 7. Peso Específico Real dos Sólidos (γs) Relação entre o peso das partículas sólidas e o seu volume. 3/mkNPs 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 3/mkN V P s s s Os valores oscilam entre 25 e 29kN/m³, tendo valor menor para um solo com elevado teor de matéria orgânica, e valor maior para solo rico em óxido de ferro. 7. Peso Específico Realdos Sólidos (γs) Relação entre o peso das partículas sólidas e o seu volume. 3/mkN V P s s s 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Não permitem identificar o solo, mas é necessário para o cálculo de outros índices. 8. Peso Específico da Água (γw) É a razão entre o peso de água e seu respectivo volume. 3/mkN V P w w w 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Embora varie com a temperatura, nos casos práticos adota-se o peso específico d’água como: 1 g/cm³ =10 kN/m³ = 1000 kg/m³ Peso específico do solo se ficasse saturado (S = 100%). De pouca aplicação prática, serve para a programação de ensaios ou a análise de depósitos de areia que possam saturar. 9. Peso Específico Aparente Saturado (γsat) 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 saturar. 3/mkN V Psat sat É da ordem de 20 kN/m³. 10. Peso Específico Submerso (γsub) É o peso específico efetivo do solo quando submerso. Serve para cálculos de tensões efetivas. 3/mkNwsatsub 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 wsatsub É da ordem de 10 kN/m³. Um solo submerso é saturado, sem que a recíproca seja verdadeira 11. Densidade Relativa das Partículas (Gs) É a razão entre o peso específico dos grãos (γs) e o peso específico da água (γw). 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 w s sG É adimensional, e varia entre 2,5 e 3,0. 12. Índice de Vazios (e) Relação entre o volume de vazios e o volume de sólidos. s v V V e 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Varia normalmente entre 0,5 e 1,5. Em solos moles ou orgânicos, podem assumir valores superiores a 3. Indica a variação volumétrica ao longo do tempo (histórico de tensões e deformaçõe ocorridas no solo). 13. Compacidade Relativa ou Grau de Compacidade (CR) Define o estado natural de um solo não coesivo (areia e pedregulho. mínmáx natmáx ee ee CR d máxd míndmáxd mínddCR . 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 γd ; enat →peso específico seco e índice de vazios no estado natural. γdmín ; emáx→ peso específico seco e índice de vazios no estado mais solto possível. γdmáx; emín → peso específico seco e índice de vazios no estado mais compacto possível. Areias fofas ou soltas 0 < CR< 1/3 Areias medianamente compactas 1/3 < CR < 2/3 Areias compactas 2/3 < CR < 1 14. Porosidade (n) Relação, expressa em porcentagem, entre o volume de vazios e o volume total. V 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 (%)100x V V n v Varia normalmente entre 30 e 70%. Indica a mesma coisa que o índice de vazios. 14. Porosidade (n) 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 15. Grau de Saturação (S) Relação, expressa em porcentagem, entre o volume de água e o volume de vazios. (%)100x V S w 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 (%)100x V S v w Grau de saturação: Solo seco – S= 0% Solo saturado – S=100% Solo parcialmente saturado – 1% ≤ S ≤ 99%. 15. Grau de Saturação (S) 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Os índices físicos são determinados em laboratório ou mediante fórmulas de correlação. Em laboratório, são determinados o peso específico natural (γ) 16. Determinação Experimental dos Índices Físicos 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Em laboratório, são determinados o peso específico natural (γ) (através do peso e volume total), o teor de umidade (w) e o peso específico real dos sólidos (γs). 16. Determinação Experimental dos Índices Físicos Teor de umidade (w) Método da Estufa – laboratório (NBR 6457) Método da Frigideira Método de Speedy 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Peso específico natural (γ, γn ) Peso específico dos sólidos(γ) Medidas do peso e dimensões do corpo de prova Método do frasco de areia (NBR 7185) Método do picnômetro (NBR 6508) 17. Relações entre os Índices )1( e e n 1 d se sG exS w 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 )1( e s d )1( w d e ws 1 )1( w s e w S e e ws sat 1 18. Resumo das Fórmulas Umidade: s w P P w Índice de Vazios: s v V V e 1 d se )1( n n e Grau de Saturação: Peso Específico Natural: sG exS w 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Grau de Saturação: v w V V S w s e w S Peso Específico Natural: V P Porosidade: V V n v )1( e e n e ws 1 )1( Peso Específico Aparente Seco: V Ps d wd 1 e s d 1 18. Resumo das Fórmulas Peso Específico Saturado: Peso Específico Submerso: Peso Específico da Água: w w w V P Peso Específico dos Sólidos: s s s V P 29/02/2016Mecânica dos Solos - Aula 2 Peso Específico Saturado: Peso Específico Submerso: V Psat sat e e ws sat 1 wsatsub Densidade Relativa das Partículas: w s sG Compacidade Relativa: mínmáx natmáx ee ee CR d máxd míndmáxd mínddCR .
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