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Aula 09 – Empuxo de Terra Prof. Paula Sant'Anna Moreira Pais paula.pais@prof.unibh.br 1. Conceito de empuxo de terra Entende-se por empuxo de terra a ação horizontal produzida por um maciço de solo sobre as obras com ele em contato. 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 A determinação do valor do empuxo de terra é fundamental para a análise de projeto de obras como muros de arrimo, construção de subsolos, encontro de pontes, etc. 1. Conceito de empuxo de terra Solo, v = z h =? z 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 Onde: K= coeficiente de empuxo K = f () Deslocamento horizontal = h = K v Para tensões totais e efetivas z v Considere: a) Semi-espaço infinito horizontal b) Homogêneo c) Isotrópico Semi-espaço infinito 2. Coeficiente de Empuxo no Repouso 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 A c) Isotrópico d) Elástico linear h zv . z v Vamos retirar a porção de terra à esquerda da linha vermelha. Para se manter as condições 2. Coeficiente de Empuxo no Repouso 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 A h Para se manter as condições iniciais, ou seja, não permitir que ocorram deslocamentos horizontais, será necessário substituir por um plano imóvel, indeformável e sem atrito. z’ v O solo não sofreu deformações laterais (horizontais) logo o estado de tensões é o de repouso. Nessas condições a pressão 2. Coeficiente de Empuxo no Repouso 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 A ’ h o v h K oK é o coeficiente de empuxo no repouso Onde : zKK vh 00 Nessas condições a pressão sobre o plano será horizontal, crescerá linearmente com a profundidade e valerá: 2. Coeficiente de Empuxo no Repouso Os valores obtidos experimentalmente para o coeficiente de empuxo no repouso (K0) são: Solo K0 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 Solo K0 Argila 0,70 a 0,75 Areia solta 0,45 a 0,50 Areia compacta 0,40 a 0,45 3. Empuxo Ativo e Passivo Admitamos que a parede AB sofra um pequeno deslocamento Δ. Como consequência, o terrapleno 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 Como consequência, o terrapleno se deforma e aparecem então tensões de cisalhamento, as quais conduzem a uma diminuição do empuxo sobre a parede. Se, ao contrário, a parede AB desloca-se de encontro ao terrapleno (deslocamento Δ), também se produzem tensões de cisalhamento no solo, as quais, fazem aumentar o empuxo sobre a parede. 3. Empuxo Ativo e Passivo 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 empuxo sobre a parede. Quanto maior o Δ, maior o empuxo. Esses estados limites de equilíbrio ou estados plásticos (o primeiro estado de equilíbrio inferior e o segundo de equilíbrio superior) são também chamados estados de Rankine. O empuxo de terra que atua sobre um suporte que resiste, porém cede uma certa quantidade (caso 1), denomina-se empuxo ativo. Por outro lado, quando a parede é que avança contra o terrapleno, teremos o chamado empuxo passivo. 3. Empuxo Ativo e Passivo Para estes casos 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 Para estes casos temos os coeficientes ativo (Ka) e passivo (Kp). Na prática, esses tipos de empuxo se manifestam em diversos casos. 3. Empuxo Ativo e Passivo 11/05/2016 4. Estado de Tensões no Equilíbrio Plástico Um maciço de terra encontra-se em equilíbrio plástico quando em qualquer dos seus pontos há um equilíbrio entre as tensões cisalhantes e as tensões resistentes. Estado de tensão ativo: Desenvolve-se quando o movimento relativo entre o solo e a estrutura de contenção causa uma expansão no maciço contido,estrutura de contenção causa uma expansão no maciço contido, levando-o ao equilíbrio plástico. deslocamento 1 V H Início (1): σV1 e σH1 Fim (2): σV2 e σH2 com o deslocamento: σV1 = σV2 σH1 > σH2 no equilíbrio plástico: σH2 = pa pa → pressão horizontal ativa 2 4. Estado de Tensões no Equilíbrio Plástico 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 4. Estado de Tensões no Equilíbrio Plástico Estado de tensão passivo: Desenvolve-se quando o movimento relativo entre o solo e a estrutura de contenção causa uma compressão no maciço contido, levando-o ao equilíbrio plástico. 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 deslocamento 2 V H Início (1): V1 e H1 Fim (2): V2 e H2 com o deslocamento: V1 = V2 H1 < H2 no equilíbrio plástico: H2 = pp 1 pp → pressão horizontal passiva 4. Estado de Tensões no Equilíbrio Plástico 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 5. Teorias do Empuxo de Terra Teoria de Rankine: Desenvolvida para solos não coesivos (granulares) e coesivos. Admite que não haja atrito entre o maciço e a parede do muro. 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 Teoria de Coulomb: Desenvolvida para solos não coesivos. Admite que há atrito entre o muro e o maciço. 6. Teoria de Rankine Baseia-se nas seguintes hipóteses: A superfície interna da contenção é vertical Não considera o atrito solo-estrutura Maciço semi-infinito Maciço em equilíbrio plástico Obedece ao critério de ruptura de Mohr 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 Obedece ao critério de ruptura de Mohr Estados de plastificação de Rankine: Ativo Passivo = 45 + f/2 = 45 - f/2 6. Teoria de Rankine Círculo de Mohr: 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 6. Teoria de Rankine 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 Planos de ruptura 6. Teoria de Rankine – Empuxo Ativo O Empuxo será igual a área do diagrama de pressão e estará aplicada no centro de massa do diagrama. Solos não coesivos: 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 2 ' 45 '1 '1 2 f f f o a tg sen sen k EA = 45+f/2 v = 1 = z h = 3 = Ka z dz.z..KE h AA 0 2 2 1 h..KE AA h h/3 O Empuxo será igual a área do diagrama de pressão e estará aplicada no centro de massa do diagrama. Solos não coesivos: 6. Teoria de Rankine – Empuxo Passivo 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 EP h = 45 - f/2 v = 3 =z h = 1 = KPz dz.z..KE h PP 0 2 2 1 h..KE PP h/3 2 ' 45 '1 '1 2 f f f o p tg sen sen k 6. Teoria de Rankine Se a superfície do terreno tem uma inclinação β com o solo, os valores dos empuxos serão, segundo dedução analítica de Rankine, respectivamente: Solos não coesivos: 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 cos 2 1 2 aa KHE f f 22 22 coscoscos coscoscos aK f→ ângulo de atrito interno Empuxo Ativo: 6. Teoria de Rankine Se a superfície do terreno tem uma inclinação β com o solo, os valores dos empuxos serão, segundo dedução analítica de Rankine, respectivamente: Solos não coesivos: 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 cos 2 1 2 pa KHE f f 22 22 coscoscos coscoscos pK f→ ângulo de atrito interno Empuxo Passivo: 6. Teoria de Rankine Solos com atrito e coesão Ativo: AK2caaha KczK 2 zγKa AK2c =- aaha K2czγKσ 6. Teoria de Rankine AK2c aaha KczK 2 Solos com atrito e coesão - Ativo: aaha K2czγKσ cHKHkE aaa 2 2 1 2 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 6. Teoria de Rankine Solos com atrito e coesão - Passivo: pphp KczK 2 zγKp pK2c =+ 6. Teoria de Rankine pphp KczK 2 Solos com atrito e coesão - Passivo: cHKHkE ppp 2 2 1 2 11/05/2016Mecânica dos Solos– Aula 9 7. Teoria de Coulomb Baseada no equilíbrio do corpo rígido → cunha de solo determinada por um plano de ruptura frente a um anteparo → estrutura de arrimo. Hipóteses: Solo homogêneo e isotrópico; Solo homogêneo e isotrópico; A ruptura ocorre sob o estado plano de deformação, ou seja, a ruptura é tratada como um problema bidimensional; Forças de atrito uniformemente distribuídas ao longo da superfície de ruptura (atrito solo/muro); Ao longo da superfície de deslizamento o material se encontra em estado de equilíbrio limite (critério de Mohr-Coulomb), ou seja, o estado de equilíbrio plástico é proveniente do peso de uma cunha de terra. 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 7. Teoria de Coulomb 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 7. Teoria de Coulomb – Empuxo Ativo Determina-se o Ea (resultante de empuxo ativo) traçando-se o polígono de forças. P→ Peso da cunha; R → reação do terreno, fomando um ângulo com a normal à linha de ruptura. Ea → Empuxo ativo δ →Atrito entre solo e muro 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 7. Teoria de Coulomb – Empuxo Ativo aa KHE 2 2 1 Empuxo Ativo: 2 2 2 )()( )()( 1)( )( ff f sensen sensen sensen sen Ka Coeficiente do Empuxo Ativo (Ka): 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 7. Teoria de Coulomb – Empuxo Passivo Determina-se o Ep (resultante de empuxo ativo) traçando-se o polígono de forças. P→ Peso da cunha; R → reação do terreno, fomando um ângulo com a normal à linha de ruptura. Ea → Empuxo ativo δ →Atrito entre solo e muro 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 pp KHE 2 2 1 Empuxo Passivo: 7. Teoria de Coulomb – Empuxo Passivo 2 2 2 )()( )()( 1)( )( ff f sensensen sensen sensen sen K p Coeficiente do Empuxo Passivo (Kp): 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 7. Teoria de Coulomb Como neste processo não há determinação da pressão lateral, e sim a determinação direta do empuxo total, não é possível a determinação do ponto de aplicação do empuxo pelo centro de gravidade do diagrama de pressão lateral como na teoria de Rankine. No entanto, as expressões obtidas mostram claramente que o empuxo é resultado de um distribuição triangular das pressões laterais tanto no estado ativo quanto no passivo. Então ponto de aplicação do empuxo está localizado, também neste caso, a uma altura igual “H/3” da base da estrutura. 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9 7. Teoria de Coulomb Tabela de Krey: Facilitam muito a determinação dos valores do empuxo; Grande utilidade prática. Coeficientes de empuxo ativo (E ) para muro com α = 90o e β=0o.Coeficientes de empuxo ativo (Ea) para muro com α = 90 o e β=0o. 11/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 9
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