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Empuxos de terra MECÂNICA DOS SOLOS II AULA 04 Introdução O que é empuxo de terra? Esforço exercido pela terra contra o muro (MOLITERNO, 1980). 2 Introdução O que é empuxo de terra? Esforço exercido pela terra contra o muro (MOLITERNO, 1980). 3 vaicomtudo.com http://www.vaicomtudo.com/2069-9-tipos-de-muro-de-arrimo-e-modelos-de-projetos.html Introdução Qual importância de conhecimento? 4 Introdução Qual importância de conhecimento? - Análise de projetos de obras como muros de arrimo, cortinas de estacas-prancha, construção de subsolos; - Análises solo x elementos estrutural; - Empuxo provoca: deslocamentos, variações de tensão. 5 Introdução Qual importância de conhecimento? O projeto e a construção adequada das estruturas de contenção demanda um conhecimento amplo das forças laterais que atuam entre a estrutura e as massas de solo que estão sendo contidas. 6 vaicomtudo.com sopeengenharia.com.br Objetivos Entender e calcular empuxos de terra. 7 Noções de tensões no solo 8 (PINTO, 2006) Noções de tensões no solo 9 Noções de tensões no solo 10 Noções de tensões no solo 11 (ANTUNES, 2014) Noções de tensões no solo 12 (ANTUNES, 2014) Noções de tensões no solo 13 (ANTUNES, 2014) Noções de tensões no solo 14 ’ = - u Noções de tensões no solo 15 (PINTO, 2006) Noções de tensões no solo 16 OBS.: = sub(ANTUNES, 2014) Noções de tensões no solo 17 (ANTUNES, 2014) Noções de tensões no solo 18 (ANTUNES, 2014) Noções de tensões no solo 19 (ANTUNES, 2014) Noções de tensões no solo – Exemplo proposto 20 (ANTUNES, 2014) Relação entre tensões efetivas horizontal (h) e vertical (V) 21 No caso geostático as tensões horizontais associadas às tensões verticais são definidas em função do coeficiente de empuxo ao repouso (K0), que é obtido experimentalmente (ANTUNES, 2014) . V h oK ' ' (ANTUNES, 2014) Relação entre tensões efetivas horizontal (h) e vertical (V) 22 No caso geostático, as tensões horizontais associadas às tensões verticais são definidas em função do coeficiente de empuxo ao repouso (K0), que é obtido experimentalmente (ANTUNES, 2014). V h oK ' ' O valor de K0 varia entre 0,3 e 3 dependendo do tipo de solo, história de tensões, plasticidade, etc. Tipo de Solo K0 areia fofa 0,50 areia densa 0,40 argila de baixa plasticidade 0,50 argila muito plástica 0,65 argila pré-adensada > 1 solos compactados > 1 (ANTUNES, 2014) Distribuição das tensões no solo 23 Distribuição das tensões no solo 24 (ANTUNES, 2014) Distribuição das tensões no solo 25 (ANTUNES, 2014) Distribuição das tensões no solo 26 Noções de representação de tensões em um plano 27 Num plano genérico no interior do subsolo, a tensão atuante não é necessariamente normal ao plano. Tensão normal positiva Tensão normal negativa Tensão cisalhante positiva Tensão cisalhante negativa σ: tensão normal τ: tensão cisalhante Noções de representação de tensões em um plano 28 • Existem sempre três planos em que a tensão atuante é normal ao próprio plano, não existindo a componente de cisalhamento; • Esses planos, em qualquer situação, são ortogonais entre si e recebem o nome de planos principais. Tensões principais: 1 tensão principal maior 2 tensão principal intermediária 3 tensão principal menor Noções de representação de tensões em um plano 29 • Nos problemas de engenharia, desconsidera-se 2. Como o solo é isotrópico, 2 é horizontal assim como 3. Tensões principais: 1 tensão principal maior 2 tensão principal intermediária 3 tensão principal menor Noções de representação de tensões em um plano 30 • Do 1 e do 3, há uma resultante • A perpendicular a é a linha de ruptura (ângulo ). Tensão normal 1 3 1 3 cos2 2 2 Tensão cisalhante 1 3( ) sen2 2 Pode-se representar esse estado de tensões por meio do CÍRCULO DE MOHR. Noções de representação de tensões em um plano 31 CÍRCULO DE MOHR Tensão normal, Te n sã o d e c is a lh a m e n to , 3 α 0 2αα 1 τα Noções de representação de tensões em um plano 32 Por que preciso saber disso? - Compreender melhor a atuação do empuxo; - Estado de tensão altera com a atuação das forças laterais. (BITTENCOURT, 2020) Critérios de ruptura de Mohr- Coulomb 33 c... Intercepto coesivo ... Inclinação da reta CRITÉRIO DE RUPTURA DE MOHR-COULOMB ’1 1 ’2 2 ’3 3 c’’tg(’) Se for areia, c’=0 c’ ’ (ANTUNES, 2014b) Critérios de ruptura 34 Ângulo de atrito (Φ): - Ângulo de atrito entre as partículas; - Mais importante para as areias; - Entre 26° e 35°; - Influenciado pela rugosidade das partículas. Coesão: - Mais importante em solos finos; - Parcela de coesão advém de forças de atração entre as partículas e processos de cimentação. Pressões em repouso, ativa e passiva 35 EMPUXO NO REPOUSO A massa de solo é delimitada por um muro sem atrito; O muro é estático; A massa de solo de solo estará em equilíbrio estático; σ’h é chamada de empuxo de terra no repouso. ' ' 0h vK ' v ' 0 ' h v K (DAS, 2011) Pressões em repouso, ativa e passiva 36 EMPUXO ATIVO A massa de solo é delimitada por um muro sem atrito; O muro pode se deslocar para uma posição A’B; A massa de solo de solo atingirá um estado de equilíbrio plástico e se romperá; σ’h = σ’a é chamada de empuxo ativo. ' v ' ' h a v K ' ' ' ' h a a v v K (DAS, 2011) Pressões em repouso, ativa e passiva 37 EMPUXO PASSIVO A massa de solo é delimitada por um muro sem atrito; O muro pode se deslocar para uma posição A”B; A massa de solo de solo atingirá um estado de equilíbrio plástico e se romperá; σ’h = σ’p é chamada de empuxo passivo. ' v ' ' h p v K '' ' ' ph p v v K (DAS, 2011) Pressões em repouso, ativa e passiva 38 Deslocamentos adicionais no muro para além daqueles que provocam as condições ativa e passiva não mais alteram os valores assumidos pelas tensões horizontais (BUENO; VILAR, 2004). (BUENO; VILAR, 2004) Pressões em repouso, ativa e passiva 39 Valores típicos de inclinação do muro para alcançar os estados ativo e passivo em diversos solos. Solo l / l (Ativo) l / l (Passivo) Areia Fofa 0,001 – 0,002 0,01 Areia compacta 0,0005 – 0,001 0,005 Argila mole 0,02 0,04 Argila rija 0,01 0,02 (SOUZA NETO, 2014) (SOUZA NETO, 2014) EMPUXO: Condição de repouso 40 DETERMINAÇÃO DE K0 EMPUXO: Condição de repouso 41 EMPUXO RESULTANTE A força total por comprimento específico da parede, P0, é igual à área do diagrama de empuxo. 2 0 0 1 2 P K H (DAS, 2011) EMPUXO: Condição de repouso 42 SOLO PARCIALMENTE SATURADO Para um profundidade z ≤ H1 Para um profundidade z > H1 ' 0h K z ' 1 sub 1( )v H z H ' ' 0 0 1 sub 1( )]h vK K H z H 1( )wu z H (DAS, 2011) EMPUXO: Condição de repouso 43 SOLO PARCIALMENTE SATURADO Para um profundidade z ≤ H1 Para um profundidade z > H1 ' 0h K z ' 1 sub 1( )v H z H ' ' 0 0 1 sub 1( )]h vK K H z H 1( )wu z H ' h h u 0 1 sub 1 1( )] ( )h wK H z H z H (DAS, 2011) EMPUXO: Condição de repouso 44 EXEMPLO 1 – A figura mostra um muro de arrimo de 4,5 m de altura. Impede-se que o muro ceda. Calcule o empuxo lateral P0 por comprimento específico do muro. Além disso, determine o local do empuxo resultante. Suponha que, para a areia, OCR = 2,5. 7 m Areia c’ = 0 φ’=38o γ = 17 kN/m³ EMPUXO: Condição de repouso 45 EXEMPLO 2 – A figura abaixo mostra um muro de arrimo de 4,57 m de altura. Impede-se que o muro ceda. Calcule o empuxo lateral P0 por comprimento específico do muro. Além disso,determine o local do empuxo resultante. Suponha que, para a areia, OCR = 2,0. 3,05 m Areia c' = 0 φ'=30o γ = 15,72 kN/m³ c' = 0 φ'=30o γsat = 19,24 kN/m³ NA 1,52 m EMPUXO: Condição de repouso 46 Aplicação: muro de flexão executado sobre fundações profundas (estacas), executada e concretada juntas, configurando uma estrutura toda “travada”, indeslocável. repouso (MARANGON, 2018) Teoria de Rankine 47 Teoria de Empuxo de Rankine (1857) admite (em sua forma original): interface muro-solo sem atrito paramento do muro é vertical o terrapleno é horizontal solo não coesivo '' ' ' ph p v v K ' ' ' ' h a a v v K Teoria de Rankine 48 ' v ' ' h a v K ' ' ' ' h a a v v K ' v ' ' h p v K '' ' ' ph p v v K (DAS, 2011) (DAS, 2011) Teoria de Rankine 49 Tensão normal, Te n sã o d e c is a lh a m e n to , 0 ’v’h φ ’ ’a Com o deslocamento do muro, a tensão horizontal decresce até um valor limite mínimo, correspondente à ruptura do solo. EMPUXO ATIVO Teoria de Rankine 50 Tensão normal, Te n sã o d e c is a lh a m e n to , A ’v’h φ ’ ’a ' ' 2 v a ' ' ' ' ' 2 2 v a v a a B C EMPUXO ATIVO A partir de relações e análises do Círculo de Mohr, determina-se Ka. Teoria de Rankine 51 EMPUXO ATIVO ' ' ' ' ' ' ' ' ' 2sen 2 v a v a v a v a Para o triângulo ABC: ' ' ' ' 1 sen 1 sen a a v K ' ' 2 ' 1 sen ou tg 45 1 sen 2 a a K K Teoria de Rankine 52 EMPUXO ATIVO Aplicação: Muro de arrimo vaicomtudo.com http://www.vaicomtudo.com/2069-9-tipos-de-muro-de-arrimo-e-modelos-de-projetos.html Teoria de Rankine 53 Com o deslocamento do muro, a tensão horizontal cresce até um valor limite máximo, correspondente à ruptura do solo. EMPUXO PASSIVO Tensão normal, Te n sã o d e c is a lh a m e n to , 0 ’v’h φ ’ ’p Teoria de Rankine 54 EMPUXO PASSIVO A partir de relações e análises do Círculo de Mohr, determina-se Kp. Teoria de Rankine 55 EMPUXO PASSIVO Para o triângulo ABC: ' ' ' ' ' ' ' ' ' 2sen 2 p v p v p v p v ' ' ' ' 1 sen 1 sen p p v K ' ' 2 ' 1 sen ou tg 45 1 sen 2 p p K K Teoria de Rankine 56 EMPUXO PASSIVO Aplicação: Parede de arrimo com tirantes (MARANGON, 2018) Teoria de Rankine 57 PLANOS DE RUPTURA (BUENO; VILAR, 2004) Teoria de Rankine 58 PLANOS DE RUPTURA Caso ativo Caso passivo Teoria de Rankine 59 (BUENO; VILAR, 2004) Teoria de Rankine 60 tan c Foram feitas as considerações sem coesão: Teoria de Rankine 61 Foram feitas as considerações sem coesão. O que fazer se o solo tem coesão? - Faz-se as mesmas análises anteriores (análogo), entretanto, deve-se considerar a nova posição da reta (com o intercepto coesivo). Teoria de Rankine 62 SOLO COM COESÃO: estado ativo Teoria de Rankine 63 SOLO COM COESÃO: estado ativo ' '2 a a a K c K A coesão irá se opor à atuação do empuxo ativo (DAS, 2011) Teoria de Rankine 64 SOLO COM COESÃO: estado ativo 0 '2 a a z K c K 0 '2 a a c K z K 0 '2 a c z K (MARANGON, 2018) Teoria de Rankine 65 SOLO COM COESÃO: estado ativo Fendas de tração (MARANGON, 2018) Teoria de Rankine 66 SOLO COM COESÃO: estado passivo A coesão será somada ao empuxo passivo. ' '2 p p p K c K (DAS, 2011) Teoria de Rankine 67 A direção dos empuxos ativo e passivo não é mais horizontal; O empuxo terá a direção da superfície do terreno e dada a distribuição triangular de esforços, atuará a um terço da base do muro. c’ = 0 EMPUXO COM ATERRO INCLINADO (DAS, 2011) Teoria de Rankine 68 c’ = 0 EMPUXO COM ATERRO INCLINADO 2 2 ' 2 2 ' cos cos cos cos cos cos cos a K 21 2 a a P K H (DAS, 2011) Teoria de Rankine 69 c’ = 0 EMPUXO COM ATERRO INCLINADO 2 2 ' 2 2 ' cos cos cos cos cos cos cos p K 21 2 p p P K H (DAS, 2011) Teoria de Rankine 70 EMPUXO COM ATERRO INCLINADO Valores de Ka (DAS, 2011) Teoria de Rankine 71 EMPUXO COM ATERRO INCLINADO Valores de Kp (DAS, 2011) Teoria de Rankine 72 EXEMPLO 3 – Para o muro de arrimo da figura, determine os empuxos ativo e passivo de Rankine por comprimento específico do muro e a localização do empuxo resultante. 6 m c’ = 0 φ’=36o γ = 16 kN/m³ OCR = 1 Areia Teoria de Rankine 73 EXEMPLO 4 – Para o muro de arrimo da figura, determine: a) Trace diagrama de pressão de terra ativa. b) A que altura ocorre a fenda de tração? c’ = 10 kN/m² φ’=0o γ = 16,5 kN/m³ Argila mole saturada 4 m Teoria de Coulomb 74 • Baseia-se na ideia de que há uma superfície de ruptura; • Diferença para teoria de Rankine: há atrito entre muro e solo; não menciona ponto de aplicação da carga. Empuxo: fatores de influência 75 • Influência da pressão neutra; • Sobrecarga na superfície do terreno; • Atrito entre o solo e o muro; • Fendas de tração; • Paredes irregulares; • Solos estratificados. Referências bibliográficas 76 ANTUNES. A. F. N. R. Resistência a cisalhamento de solos. Notas de aula. Univasf. 2014b. ANTUNES. A. F. N. R. Tensões no solo. Notas de aula. Univasf. 2014. BITTENCOURT, D. M. A. Empuxos de terra – Teoria de Coulomb/Teoria de Rankine. PUC Góias. Disponível em: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivos Upload/17430/material/GEO_II_11_Empuxos%20de%20Terra.pdf BUENO, Benedito de Souza; VILAR, Orêncio Monje. Mecânica dos Solos Volume II. Universidade de São Paulo. 2004. http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17430/material/GEO_II_11_Empuxos de Terra.pdf Referências bibliográficas 77 DAS, B. M. Fundamentos da engenharia geotécnica. São Paulo: Cangage Learning, 2011. MARANGON, M. Mecânica dos solos II. Faculdade de Engenharia – NuGeo/Núcleo de Geotecnia. 2018. MOLITERNO, Antônio. Caderno de muro de arrimo. São Paulo: Edgard Blucher. 1980. PINTO, C.S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 2.ed São Paulo: Oficina de Textos, 2006. SOUZA NETO, J. B. Empuxo de terras. Notas de aula. Univasf. 2014.
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