Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 11 – Resistência ao cisalhamento dos solos Prof. Paula Sant'Anna Moreira Pais paula.pais@prof.unibh.br 1. Introdução Toda obra de engenharia que envolve conhecimentos geotécnicos deve necessariamente responder a pergunta, pode ocorrer a ruptura? 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 Para respondê-la, deve-se equacionar diversas solicitações envolvidas na obra e verificar se o solo resiste a estas solicitações, determinando-se a resistência ao cisalhamento do solo. 1. Introdução Solos → resistem bem às tensões de compressão, mas têm resistência limitada à tração e ao cisalhamento. Nos solos → ruptura caracterizada por deslocamentos 20/05/2016 Nos solos → ruptura caracterizada por deslocamentos relativos entre partículas (cisalhamento). Planos onde as tensões cisalhantes superam a resistência ao cisalhamento ⇒ planos de ruptura. Mecânica dos Solos – Aula 11 2. Resistência ao Cisalhamento A propriedade do solo em suportar cargas e conservar a sua estabilidade, depende da resistência ao cisalhamento do solo; toda massa se rompe quando esta resistência é excedida. 20/05/2016 A resistência ao cisalhamento de um solo define-se como a máxima tensão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura. Mecânica dos Solos – Aula 11 2. Resistência ao Cisalhamento Estabilidade de barragensEstabilidade de encostas naturais e taludes de corte e aterro. 20/05/2016 Estabilidade de aterros sobre solos moles Capacidade de carga de fundações Mecânica dos Solos – Aula 11 2. Resistência ao Cisalhamento Estabilidade de encostas naturais. 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 2. Resistência ao Cisalhamento Estabilidade de taludes de corte. 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 2. Resistência ao Cisalhamento Capacidade de carga de fundações 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 2. Resistência ao Cisalhamento A resistência ao cisalhamento dos solos depende de dois 20/05/2016 dos solos depende de dois parâmetros: atrito e coesão. Mecânica dos Solos – Aula 11 3. Atrito Atrito é função da interação entre duas superfícies na região de contato. A parcela da resistência devido ao atrito pode ser simplificadamente demonstrada pela analogia com o problema 20/05/2016 de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal. Mecânica dos Solos – Aula 11 3. Atrito A resistência ao deslizamento (τ) é proporcional à força normal aplicada (N), segundo a relação: fNT . onde “f” é o coeficiente de atrito entre os dois materiais. Para 20/05/2016 onde “f” é o coeficiente de atrito entre os dois materiais. Para solos, esta relação é escrita na forma: tg. onde “φ” é o ângulo de atrito interno do solo, “σ” é a tensão normal e “” a tensão de cisalhamento. Mecânica dos Solos – Aula 11 3. Atrito Enquanto no atrito simples de escorregamento entre os sólidos o ângulo de atrito “φ” é praticamente constante, o mesmo não ocorre com os materiais granulares, em que as forças atuantes, modificando sua compacidade, mudam o 20/05/2016 forças atuantes, modificando sua compacidade, mudam o ângulo de atrito “φ”, para um mesmo solo. Portanto, o ângulo de atrito interno do solo depende do tipo de material, e para um mesmo material, depende de diversos fatores (densidade, rugosidade, forma, etc.). Mecânica dos Solos – Aula 11 3. Atrito O atrito interno do solo inclui: a) o atrito físico entre as partículas; b) o atrito fictício devido ao entrosamento de suas partículas. 20/05/2016 Ex.: para uma mesma areia o ângulo de atrito no estado compacto é maior do que no estado fofo (φ densa > φ fofa). Mecânica dos Solos – Aula 11 4. Coesão A resistência ao cisalhamento do solos é essencialmente devido ao atrito. Entretanto, a atração química entre partículas (potencial 20/05/2016 Entretanto, a atração química entre partículas (potencial atrativo de natureza molecular e coloidal), principalmente, no caso de estruturas floculadas, e a cimentação de partículas (cimento natural, óxidos, hidróxidos e argilas) podem provocar a existência de uma coesão real. Mecânica dos Solos – Aula 11 4. Coesão Segundo Vargas (1977), de uma forma intuitiva, a coesão é aquela resistência que a fração argilosa empresta ao solo, pelo qual ele se torna capaz de se manter coeso em forma de torrões ou blocos, ou pode ser cortado em formas diversas e manter esta forma. 20/05/2016 Os solos que têm essa propriedade chamam-se coesivos. E é característica de solos muito finos. Os solos não-coesivos, que são areias puras e pedregulhos, esborroam-se facilmente ao serem cortados ou escavados. Mecânica dos Solos – Aula 11 5. Tensões atuantes num plano genérico 20/05/2016 2cos. 22 3131 2. 2 31 sen Tensão Normal Tensão Cisalhante Mecânica dos Solos – Aula 11 6. Resistência dos Solos A resistência ao cisalhamento dos solos () é determinada levando-se em consideração a parcela referente ao atrito e a coesão. tgcSoutgc .. 20/05/2016 tgcSoutgc .. onde “” é a resistência ao cisalhamento do solo, "c" a coesão ou intercepto de coesão, "σ" a tensão normal vertical e "φ" o ângulo de atrito interno do solo. Mecânica dos Solos – Aula 11 6. Resistência dos Solos Mecânica dos Solos – Aula 11 7. Critérios de Ruptura de Mohr-Coulomb Critérios de ruptura são formulações que procuram refletir as condições em que ocorre a ruptura dos materiais. Os critérios de ruptura que melhor representam o 20/05/2016 comportamento dos solos são os de Mohr e Coulomb. O diagrama de Mohr, apresenta o estado de tensões em torno de um ponto da massa de solo. Através dele conseguimos determinar a resistência ao cisalhamento dos solos. Mecânica dos Solos – Aula 11 A resistência ao cisalhamento dos solos () é determinada realizando ensaios com diferentes valores de σ3, levando-se σ1 até a ruptura. 7. Critérios de Ruptura de Mohr-Coulomb 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 Cada círculo de Mohr representa o estado de tensões na ruptura de cada ensaio. A linha que tangencia estes círculos é definida como envoltória de ruptura de Mohr. A envoltória de Mohr é geralmente curva, embora com freqüência ela seja associada a uma reta. 7. Critérios de Ruptura de Mohr-Coulomb 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 Esta simplificação deve- se a Coulomb, e permite o cálculo da resistência ao cisalhamento do solo conforme a expressão já definida anteriormente: tgc . 7. Critérios de Ruptura de Mohr-Coulomb 2 45.2 2 45231 tgctg Equação Geral da Ruptura: 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 sen sen 1 1 31 31 31 sen 2 45 o Se c = 0 Ângulo do plano de ruptura com o plano principal maior: 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Ensaios de laboratório costumeiramente empregados para determinação da resistência ao cisalhamento: Cisalhamento direto Compressão Triaxial 20/05/2016 Compressão Triaxial Cisalhamento Direto. Compressão Triaxial. 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Cisalhamento Direto Determinação dos parâmetros: c – coesão Φ- ângulo de atrito 20/05/2016 O ensaio consiste em: deslizar uma metade do corpo de prova do solo em relação à outra; para cada tensão normal (σ) constante à superfície de deslizamento tem-se o valor do esforço cortante (τ) até a ruptura.Mecânica dos Solos – Aula 11 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Cisalhamento Direto 20/05/2016 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Cisalhamento Direto Define-se a curva da envoltória de resistência. 20/05/2016 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Ensaio de Compressão Triaxial é o mais indicado para a determinação da resistência ao cisalhamento do solo; consiste num corpo de prova cilíndrico envolvido por uma membrana de borracha muito delgada colocado dentro de uma 20/05/2016 membrana de borracha muito delgada colocado dentro de uma câmara com água; o corpo de prova é submetido a uma tensão confinante (σ3) constante, que atua em toda a superfície, deixando-o em um estado hidrostático de tensões. a seguir é aplicada uma tensão axial (σ1), que é aumentada até a ruptura do corpo de prova. Mecânica dos Solos – Aula 11 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Ensaio de Compressão Triaxial O ensaio de compressão triaxial convencional consiste na aplicação de um estado hidrostático de tensões e de um carregamento axial sobre um corpo de prova cilíndrico do solo. 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Ensaio de Compressão Triaxial 20/05/2016Mecânica dos Solos – Aula 11 8. Ensaios para determinar a resistência dos solos Ensaio de Compressão Triaxial Determinando-se pares de tensões (σ1 , σ3) correspondentes à ruptura das diversas amostras ensaiadas, traçam-se os respectivos círculos de Mohr. Em seguida, assimilando-se a envoltória desses círculos à reta de Coulomb, obtêm-se os valores de ᵩ e c. 20/05/2016 círculos à reta de Coulomb, obtêm-se os valores de ᵩ e c. Mecânica dos Solos – Aula 11 9. Tipos de Ensaios Triaxiais 1) Ensaio Triaxial Adensado Drenado (CD) - consolidated drained, ou ensaio S (Slow – lento). Aplica-se a pressão confinante (σ3) e espera-se que o corpo de prova adense, ou seja, que a pressão 20/05/2016 adense, ou seja, que a pressão neutra se dissipe. Há permanente drenagem do corpo de prova. A seguir, a tensão axial (σ1) é aumentada lentamente, para que a água sob pressão possa sair. As tensões aplicadas na amostra são efetivas (tensões atuam no arcabouço estrutural dos solos). Mecânica dos Solos – Aula 11 9. Tipos de Ensaios Triaxiais 2) Ensaio Triaxial Adensado Não drenado (CU) - consolidated undrained, ou ensaio R (Rapid – rápido). A amostra se consolida primeiramente sob a pressão hidrostática (σ3), como no ensaio lento. 20/05/2016 Em seguida, com a válvula de drenagem fechada, a amostra é levada a ruptura por uma rápida aplicação da carga axial (σ1) de maneira que não se permita a variação de volume, na fase de aplicação de σ1, sem a saída de água. Se as pressões neutras forem medidas, pode-se ter as resistências em função das tensões totais e tensões efetivas. Mecânica dos Solos – Aula 11 9. Tipos de Ensaios Triaxiais 3) Ensaio Triaxial Não adensado Não drenado UU - unconsolidated undrained, ou ensaio Q (Quick – rápido). Neste ensaio aplica-se a tensão confinante (σ3) e o carregamento axial (σ ) até a ruptura do corpo de prova sem 20/05/2016 carregamento axial (σ1) até a ruptura do corpo de prova sem permitir qualquer drenagem. Não se conhecem as pressões efetivas em nenhuma das fase de execução do ensaio tampouco a sua distribuição. Mecânica dos Solos – Aula 11
Compartilhar