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Caso concreto 5 - Direito Penal I

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Caso concreto 5 . 
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas:
No dia 10 de janeiro do corrente ano, por volta das 03h20min, na Avenida Nossa Senhora Aparecida, n. 10, Vila Aparecida, em Alvorada/RS, o denunciado portava arma de fogo de uso permitido, consistente em uma pistola, marca Taurus, calibre 380, numeração suprimida, municiada com 11 (onze) munições de mesmo calibre, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Na ocasião, o acusado dispensou no chão arma de fogo, após perceber a presença de viatura da Brigada Militar, os quais efetuavam patrulhamento de rotina na região. Posteriormente, foi localizada a arma de fogo acima referida sendo apreendida e submetida à perícia preliminar de exame de eficácia, a qual constatou estar a mesma em condições normais de uso e funcionamento. 
Dos fatos, o agente restou denunciado pela conduta prevista no art. 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.826/03 - Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (Estatuto do Desarmamento).
Com base nos estudos realizados sobre a classificação dos delitos, indaga-se:
a) Qual a distinção entre crimes de dano e perigo? Responda de forma objetiva e fundamentada.
 Crime de dano é quando a consumação exige efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. Exemplo: homicídio. (art.121 CP), lesão corporal (art. 129 CP) enquanto que crime perigoso é quando, caso a consumação se dê apenas com a exposição do bem jurídico a uma situação de risco. Exemplo: perigo à vida ou saúde de outrem (art.132 CP).
b) No caso concreto, qual a correta classificação do delito previsto no art.16, da Lei n.10826/2003?
 A correta classificação do delito previsto no art.16 da lei nº 10.826/2003 é crime perigoso, pois ocorreu a exposição do bem jurídico a uma situação de risco.
Questão objetiva.
Segundo a qualificação doutrinária dos crimes, assinale a alternativa incorreta:
a) Ocorre delito putativo por erro de proibição quando o agente supõe estar infringindo uma norma penal que na realidade não existe. Já no delito putativo por erro de tipo o agente se equivoca quanto à existência das elementares do tipo. Um exemplo do primeiro poderia ser o da mulher que supondo estar grávida (quando não está na verdade) ingere substância abortiva; 
b) Crime próprio é o que somente pode ser cometido por determinada categoria de pessoas, pois pressupõe no agente uma particular condição ou qualidade. Um exemplo pode ser o crime de aborto provocado pela gestante Já o crime de mão própria é aquele que somente pode ser cometido pelo sujeito em pessoa, como o falso testemunho;
c) Para o crime habitual é necessária reiteração da mesma conduta reprovável, de forma a constituir um estilo ou hábito de vida, como o crime de curandeirismo. O crime continuado difere do habitual, porque naquele cada ação praticada constitui-se isoladamente em crime; já no crime habitual, cada conduta tomada isoladamente não se constitui em delito;
d) Crime instantâneo é o que se perfaz num só momento, como o homicídio. O crime permanente é aquele cujo momento consumativo se protrai no tempo, como o sequestro. Já no crime instantâneo de efeitos permanentes, o crime se consuma em um dado momento, mas os efeitos da conduta perduram no tempo, como o homicídio;
e) Crime de ação múltipla é aquele que contempla no tipo várias modalidades de ação para sua prática, como o induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. Já no crime de forma livre, a descrição típica não encerra qualquer forma de ação específica para sua prática, como o homicídio.

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