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FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA Profa. Dra. Taísa Grasiela Gomes Liduenha Gonçalves 2 Objetivo Compreender os conceitos históricos, políticos e práticas pedagógicas da Educação Inclusiva. Refletir sobre a escolarização dos alunos público alvo da educação especial. Convite Fonte: http://tirasarmandinho.tumblr.com/ 4 Refletirmos Qual a realidade da educação brasileira? Qual educação inclusiva queremos? Como está sendo a formação universitária dos alunos público alvo da Educação Especial? 5 Educação Inclusiva “A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola”. (BRASIL, 2008, p.1). História da Educação Brasileira • Dívida educacional histórica; • Analfabetismo; • Políticas de governo (fragmentadas); • Distanciamento das condições concretas do aluno. (FERRARO, 2004; FREIRE; 1987) 6 Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade no Brasil Fonte: Síntese de Indicadores Sociais 2010. 1970 33,60% 1980 25,50% 1991 20,10% 2000 13,60% 2010 9,60% 13 milhões de pessoas analfabetas em 2010. • A pessoa analfabeta é o indivíduo que não sabe ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece (IBGE). • “o analfabetismo não é nem uma ‘chaga’, nem uma ‘erva daninha a ser erradicada’, nem tão pouco uma enfermidade, mas uma das expressões concretas de uma situação social injusta” (FREIRE, 2001, p.59). O que é o analfabetismo? Figura 1: Nível de instrução da população brasileira a partir dos 15 anos Fonte: Elaboração própria com base no censo demográfico do IBGE/SIDRA (2010). Qual a realidade da educação brasileira? • Repetência; • Alto número de evasão; • Passividade. Qual é a realidade da educação brasileira? • Formação fragilizada dos alunos do ensino fundamental. • Afunilamento das matrículas no ensino médio. • Retorno a escolarização por meio da EJA. A função da escola • “Socialização”? • Escola- lugar privilegiado da sociedade. • Acesso, permanência e apropriação do conhecimento para participação social. • (FERREIRA; FERRREIRA, 2013). h tt p :/ /w w w .j a n g a d e ir o o n lin e .c o m .b r A função da escola • Conhecimentos científico, filosófico e artísticos (SAVIANI, 2009). • Educação escolar contribui para a formação do Homem. Fonte: http://educacao.uol.com.br Fonte: http://tirasarmandinho.tumblr.com/ Para refletir... “Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão” (BRASIL, 2008, p.1). 15 Educação Inclusiva Material Confidencial Filantropia; Não universal (atendimentos para poucos); Atendimentos clínicos; Infantilização; Urbana. (BUENO, 1993; FERREIRA, 1995; JANNUZZI, 2004; CAIADO, 2009). Educação Especial • Primeiras iniciativas para a educação das pessoas com deficiência ocorreram no final do século XIX: • Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854) Instituto Benjamin Constant (IBC) -1891. • Instituto dos Surdos -Mudos (1857) Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES)- 1957. Educação Especial no Brasil JANNUZZI (2004) • 1932- Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais • 1954 – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Educação Especial no Brasil Fonte: https://www.google.com.br/search?q=HELENA+ANTIPOFF&newwindow=1&source=lnms&tbm= isch&sa=X&ved=0ahUKEwix1sPUguPQAhVIDpAKHQ1WB_8Q_AUICCgB&biw=1242&bih=602#im grc=PUngNJCu-263vM%3A RAFANTE; LOPES (2011) A integração do indivíduo com deficiência JANNUZZI (2004); MAZZOTTA (2005) • Inserção dos alunos público alvo da educação especial nas escolas regular em classes especiais. • As classes especiais se referem a um lócus localizado nas escolas regulares composto apenas por alunos com necessidades educacionais especiais. 21 Fonte: http://edmarciuscarvalho.blogspot.com.br/2011/06/pensando-educacao-especial-por-meio- de.html Constituição Federal de 1988: • Art. 205: “A educação, é de direito de todos e de dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988). 22 - Organização social das pessoas com deficiência: • 21 de setembro de1982: Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. “O movimento não queria as tutelas especiais, mas, sim, direitos iguais garantidos juntamente com os de todas as pessoas. A separação, na visão do movimento, era discriminatória. Desde o início da década de 1980, a principal demanda do movimento era a igualdade de direitos [...]”(LANNA JUNIOR, 2010, p. 67). Os movimentos sociais das pessoas com deficiência Filme documentário “História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oxscYK9Xr4M> Autor: Ricardo Ferraz. Educação Especial em uma perspectiva inclusiva KASSAR (2011); FERNANDES (2013) “A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades” (Conferência Mundial de Educação para Todos, 1990). “(...)urgência de providenciar educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino” (Declaração de Salamanca, 1994) Educação Especial “é uma modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades” (BRASIL, 1996). Educação Especial - Deve ser assegurados ao público alvo da educação especial: atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 1996) 30 Fonte: https://tirasarmandinho.tumblr.com/ • “A interface da educação especial na educação indígena, do campo e quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos”. (Brasil, 2008, p. 17) Interfaces da educação especial Relação idade-série dos alunos com NEE da educação básica brasileira no ano de 2012: • Total: 623.556 alunos com necessidades educacionais especiais (faixa etária de 6 - 18 anos). • 13,19% - idade adequada à série • 22,67% - defasagem de um ano • 64,14% - grande defasagem (dois anos ou mais) em relação à série/ano quedeveriam frequentar. (MELETTI; RIBEIRO, 2014). Onde é o lugar do aluno com deficiência? • Aluno idealizado. • Aluno deficiente- estigmas, rótulos (FERREIRA; FERREIRA, 2013). • No conjunto da cultura escolar- concepção de que o lugar do com deficiência é fora da escola regular. • Despreparo dos educadores. No ensino superior, • “a educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos estudantes. Estas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão” (BRASIL, 2008, p.12). 34 Fonte: http://edmarciuscarvalho.blogspot.com.br/2011/06/pensando-educacao-especial-por-meio-de.html Questão para reflexão Os alunos, público alvo da educação especial, estão tendo sucesso acadêmico no ensino superior? Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; 38 (BRASIL, 1996) A inclusão no ensino superior - Relevância das tecnologias para o aprendizado; - Trabalho colaborativo entre os professores e tutores; - A conscientização do direito à educação. Acesso ao Ensino Superior Dados de matrículas no Ensino Superior (2012) Total geral: 9.565.483 alunos Total de alunos com NEE: 34.656 alunos 74% dos alunos com NEE- sistema privado de ensino. GOESSLER (2014) Qual formação no ensino superior queremos para os nossos alunos? • Trabalho pedagógico coletivo; • Diálogo; • Formação crítica; • Pesquisa, ensino e extensão. 41 A leitura Fonte: http://blog.crb6.org.br/artigos-materias-e-entrevistas/charge-armandinho-4/ Qual educação escolar queremos? • Conhecimento sistematizado. • Formação integral/ Emancipação. (SAVIANI, 2009). h tt p :/ /m id ia s s o c ia is .b lo g .b r Precisamos discutir a educação inclusiva • Quem são os nossos alunos? • Como oriento os alunos? • Quando percebo que o aluno apresenta dificuldade dialogo com professor e com o coordenador? • O que posso fazer para melhor o processo de ensino e aprendizagem do meu aluno? h tt p :/ // w w w .p la n e ta e d u c a c a o .c o m .b r Vídeo Educação Inclusiva - MEC Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-JEA> Fonte: http://tirasarmandinho.tumblr.com/ Trabalho coletivo Referências • BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 22 abr. 2017. • BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. • BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008. Disponível em <http://www.mec.gov.br> Acesso em: 12 set. 2016. • BUENO, J. G. S. Educação especial brasileira: integração/ segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993. • CAIADO, K. R. M. Convenção Internacional sobre os direitos das pessoas com deficiências: destaques para o debate sobre a educação. Revista Educação Especial (UFSM), v. 22, p. 329-338, 2009. • FERNANDES, Sueli. Fundamentos para educação especial. Curitiba: Intersabres, 2013. • FERRARO, A. R. Analfabetismo no Brasil: desconceitos e políticas de Exclusão. Perspectiva, Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 111-126, jan./jun. 2004. • FERREIRA, J. R. A exclusão da diferença: a educação do portador de deficiência. 3 ed. Piracicaba: UNIMEP, 1995. • FERREIRA, M. C.; FERREIRA, J. R. Sobre inclusão, políticas públicas e práticas pedagógicas. In: GÓES, M. C. R.; LAPLANE, A. L. F. (Orgs.). Políticas e práticas de educação inclusiva. Campinas, SP: Autores Associados, 2013. p.21- 48. • FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra. 1987. • FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 9 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001. • GOESSLER, Danieli de Cássia Barreto. Inclusão no Ensino Superior: o que revelam os microdados do censo da Educação Superior no período 2009‐2012. In: X Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2014, Florianópolis. X Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2014. Referências • IBGE. SIDRA. Sistema IBGE de Recuperação Automática. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 10 abr. 2017. • JANNUZZI, G. A luta pela educação do deficiente mental no Brasil. Campinas, São Paulo: Editores Associados, 1992. • JANNUZZI, G. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2004. • KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional. Educar em Revista, n. 41, Curitiba. jul./set. 2011. p. 61-79. • LANNA JÚNIOR, Mário Cléber Martins. O movimento político das pessoas com deficiência no Brasil. Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília, 2010. •MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. Editora Cortez. São Paulo. 2005. Referências • MELETTI, S. M. F.; RIBEIRO, K. Indicadores educacionais sobre a educação especial no Brasil. Cadernos CEDES, Campinas, v. 34, n. 93, p. 175-189, 2014. • SAVIANI, D. Escola e democracia. 41. ed. Campinas: Autores Associados, 2009. • RAFANTE, H. C.; LOPES, R. E. Helena Antipoff, seus pressupostos teórico-metodológicos e suas ações na educação dos excepcionais no Brasil. Memorandum (Belo Horizonte), v. 20, p. 01-27, 2011. • UNESCO.Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE). Declaração de Salamanca de princípios, política e prática para as necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994. • UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos. Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem.Tailândia, 1990. Referências
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