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CARACTERIZAÇÃO DE PARTÍCULAS Prof. Rodenei Ogrodowski Universidade Federal do Rio Grande – FURG Escola de Química e Alimentos – EQA Operações Unitárias I SÓLIDOS PARTICULADOS # Um material composto de materiais sólidos de tamanho reduzido (partículas). # O tamanho pequeno das partículas pode ser uma característica natural do material ou pode ser devido a um processo prévio de fragmentação. DEFINIÇÃO PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS PARTICULADOS Importância Conhecimento das propriedades dos sólidos particulados - fundamental para o estudo de muitas operações unitárias como: - fragmentação (redução de tamanho) - peneiramento - fluidização - Ciclones - Elutriação - Secagem - Floculação - mistura - decantação / sedimentação - escoamento de fluídos através de leitos - adsorção - filtração,.......... Duas categorias - as que dependem da natureza das partículas: o tamanho, a forma, a dureza, a densidade, o calor específico e a condutividade das partículas. - as que dependem do sistema - leito poroso - as que se associam com todo sistema: a densidade aparente, a área específica, a porosidade, a permeabilidade, o ângulo de talude (repouso), entre outras. Neste caso, a propriedade passa a ser uma característica do conjunto de partículas (leito) e não mais do sólido em si. Além de outros fatores, este está associado com a distribuição granulométrica. PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS PARTICULADOS Tamanho das partículas Granulometria - termo usado para caracterizar o tamanho das partículas de um material. Distinguem-se pelo tamanho, cinco tipos de sólidos particulados: - pós - 1 μm até 0,5 mm - sólidos granulares - 0,5 a 10 mm - blocos pequenos - 1 a 5 cm - blocos médios - 5 a 15 cm - blocos grandes - > 15 cm PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS PARTICULADOS Os materiais podem ser: - Homogênios - materiais com partículas uniformes – partículas de mesmo tamanho e podem ser medidos de forma direta (ex: paquimetria) ou forma indireta (ex: picnometria). - Heterogêneos – deverá ser separado em frações com partículas uniformes. Métodos: peneiramento, elutriação, decantação, centrifugação,..... PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS PARTICULADOS Importante Definição prévia do tamanho das partículas do material PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS PARTICULADOS importante tanto para especificação da finura desejada como para o cálculo de energia necessária para realizar uma operação de fragmentação. Forma e composição das partículas A forma (e composição) das partículas é determinada pelo sistema cristalino dos sólidos naturais e no caso dos produtos industriais pelo processo de fabricação. A forma é uma variável importante. Os parâmetros mais utilizados são: - diâmetro (dimensões) - esfericidade - densidade - densidade aparente - porosidade - dureza - fragilidade - aspereza PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS PARTICULADOS DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Tamanho da partícula Normalmente definido pelo diâmetro médio ( 𝐷𝑝). - Paquimetria - Peneiramento - Picnometria DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Paquimetria - paquímetro DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Paquimetria - paquímetro 𝐷𝑝 = 𝐷𝑖 𝑖 Eq. 1 Onde: Di – dimensões da partícula i – número de dimensões da partícula Ex: Para esferas medida única, já para partículas com duas dimensões: 𝐷𝑝 = 𝐿𝑚é𝑑+𝐷𝑚é𝑑 2 Eq. 1’ Onde: - L = comprimento - D = diâmetro DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Peneiramento – conjunto de peneiras DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Peneiramento 𝐷𝑝 = 𝐷𝑝𝑎𝑠+𝐷𝑟𝑒𝑡 2 Eq. 2 Passante Retido DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Picnometria - picnômetro Consiste na imersão da amostra de partículas em um recipiente preenchido com um líquido (usualmente água) - volume de líquido deslocado corresponde ao volume ocupado pela amostra. DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Picnometria - picnômetro 𝑉𝑝 = 𝜋𝐷𝑝 3 6 Eq. 3 Onde: Vp=Vamostra /N 0 de partícula Eq. 4 COMO OBTER??????? DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Picnometria - picnômetro 𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑐/ á𝑔𝑢𝑎 −𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 Eq. 5 𝑉𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝜌á𝑔𝑢𝑎 Eq. 6 Para misturas: 𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑐/ 𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 −𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜 = 𝑚𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 Eq.7 𝜌𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 = 𝑚𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑉𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜 Eq. 8 Amostra: 𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑐/ 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 (𝑝𝑎𝑟𝑡 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠) −𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜 = 𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 Eq.9 𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑐/ 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑒 á𝑔𝑢𝑎 −𝑚𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑐/ 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 Eq. 10 𝑉á𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 𝜌á𝑔𝑢𝑎 Eq. 11 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 = 𝑉𝑝𝑖𝑐𝑛 𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜 − 𝑉á𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 Eq. 12 𝑉𝑝 = 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑝 Eq. 13 DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Picnometria - picnômetro Com a equação 13 obtêm-se o volume da partícula e substituindo na equação 3 obtêm-se o diâmetro da partícula. DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Densidade (massa específica) - ρ Permite classificar os sólidos nas seguintes classes: - Leves (<500 kg/m3) = serragem, turfa, coque - Médios (1000 ≦ ≦ 2000 kg/m3) = areia, minérios leves - Muito Pesados ( > 2000 kg/m3) = minérios pesados - Intermediários (550< <1100 kg/m3) = produtos agrícolas DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Densidade (massa específica) - ρ Obs: Para partículas maiores (ex: 2mm de diâmetro, cujo valor é obtido diretamente por um paquímetro), obtêm-se sua massa por meio de uma balança e a divide pelo volume dessa partícula considerando-se seu diâmetro. Já para partículas menores (praticamente impossível medir seu diâmetro) e que em vez de uma partícula, tenha-se uma amostra desse material, pode-se recorrer a técnica denominada picnometria ou método de Arquimedes. DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Densidade (massa específica) - ρ Pode ser por: - por picnometria 𝜌𝑝 = 𝑚𝑝 𝑉𝑝 = 𝑚𝑎𝑚 𝑉𝑎𝑚 Eq. 14 - por composição 𝜌 = 1 𝑋𝑖 𝜌𝑖 Eq. 15 (tabela de componentes) - densidade aparente 𝜌𝐴𝑝𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 𝑚𝑎𝑚 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Eq. 16 (ensaio proveta) Onde: mam = mtotal - mtara Densidade do leito poroso. Massa do material dividida pelo volume ocupado por ele (sem solvente). DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Porosidade - ε É a proporção de espaços vazios de uma partícula ou de um aglomerado de partículas. Quanto mais a partícula se afastar da forma esférica, mais poroso será o leito. É a propriedade da partícula que mais influencia as propriedades do conjunto (leito poroso). 𝜀 = 𝑉𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠+𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠) Eq. 17 𝜀 = 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑉𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Em termos de massa específica: relaciona a massa específica aparente com a massa específica real (da picnometria). 𝜀 = 1 − 𝜌𝑎𝑝 𝜌𝑝 Eq. 18 RELAÇÕES E PARÂMETROS Para muitos casos, como estes acima citados, o tamanho característico da partícula terá como dimensão o diâmetro, mesmo que a partícula não seja esférica. As características do material poderão ser calculadas em função de diâmetro, e estes em função de por ex: - Superfície externa da partícula (Ap) 𝐴𝑝 = 𝑎.𝐷 2 Onde: a – parâmetro que depende da forma da partícula. Para: - cubos – a = 6 - esferas – a = π RELAÇÕES E PARÂMETROS - Volume da partícula (Vp) 𝑉𝑝 = 𝑏.𝐷 3 Onde: b – parâmetro que também depende da forma da partícula. Para: - cubos – b = 1 - esferas – b = π/6 Fator de forma da partícula (λ) – relação entre a e b. λ=a/b RELAÇÕES E PARÂMETROS - Número de partículas da amostra (N) 𝑁 =𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑉𝑝 Onde: Vamostra=volume total da amostra Vp=volume de cada partícula - Superfície externa da amostra (Aam) 𝐴𝑎𝑚 = 𝑁.𝐴𝑝 DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Fator de forma Entre os fatores de forma podemos citar a esfericidade. Esfericidade – Φ A forma de uma partícula pode ser expressa pela esfericidade (), que mede o afastamento da forma esférica. Definida pela relação entre a superfície externa da esfera de mesmo volume que a partícula (Ae) e a superfície externa da partícula (Ap). ∅ = 𝐴𝑒 𝐴𝑝 Eq. 19 Sendo: 0<Ø<1, e Ø quanto mais próximo do valor de 1 mais próximo de esfera é a forma da partícula. DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Esfericidade – Φ Esta pode ser determinada por definição ou por Stokes. Que está relacionada com o número de Reynolds e este necessita além de dados do fluído e do diâmetro da partícula, também da velocidade terminal. 𝑅𝑒 = 𝜌𝑓.𝑣𝑡.𝐷𝑝 𝜇𝑓 Eq. 20 DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO Velocidade terminal A partícula ao cair no seio de um fluido, sob ação de uma força constante, por exemplo a força da gravidade, sofre aceleração durante um período de tempo muito curto e depois disso se move à uma velocidade constante. Essa máxima velocidade que as partículas podem alcançar é chamada de velocidade terminal, e depende da densidade, tamanho e forma da partícula, além das propriedades do fluido e do campo. 𝑣𝑡 = ∆𝑑 ∆𝑡 = 𝑑 𝑡 Eq. 21 Onde: d – distância percorrida t - tempo Para este caso faremos: Parâmetro importante no projeto de equipamentos de separação DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO → Por definição - Quando 0,5 < Re < 10 3 E pode estar relacionada com: volume da partícula, área projetada da partícula e/ou perímetro projetado da partícula. DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO REVISÃO – LEMBRANDO QUE ** Que forças agem sobre uma partícula sólida em movimento em um fluido (líquido ou gás)? eacpr FFFamF resultante gVgVamF pfdeslocadoffdeslocadofe gVamF pppc . Força de campo gravitacional: Força de empuxo: Força de arraste (atrito): Força resultante 2)( 2 1 Rdcfa vCAF As forças de campo, de empuxo e de arraste Rpf vvv )( Fe Fc Fa Resistência Movimento da partícula ** A área característica é a área projetada. Quando a partícula é esférica, tem-se: 2 4 pc dA 3)( 6 pdVp Cálculo de Vp e Ac: Área projetada Partícula esférica Área projetada de uma esfera Volume de uma esfera Para partículas não esféricas, usar o diâmetro equivalente (deq) definido na “aula de sólidos particulados”. 3 *6 . esféricanãopartículaV deq Fluxo de fluido esféricanãopartículaÁrea deq 2 . ** DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO → Por definição Relacionada ao volume Calcula-se a área da esfera que possui o mesmo volume da partícula: ∅ = 𝐴𝑒 𝐴𝑝 𝑉 Eq. 22 (igual a eq. 19) Onde: Ae – superfície da esfera de igual volume da partícula Pelo 𝐷𝑝 e volume da esfera Ap – superfície externa da partícula real DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO → Por definição Relacionada à área projetada Diâmetro da circunferência que possui a mesma área projetada (Ap) que a partícula. ∅ = 𝐷𝑐𝑖𝑟𝑐 𝐿𝑝 𝐴𝑝 Eq. 23 Onde: L – maior dado obtido da paquimetria (maior D) Dcirc – pela equação da área projetada DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO → Por definição Relacionada ao perímetro projetado Diâmetro da circunferência que possui o mesmo perímetro projetado (Pp) que a partícula. ∅ = 𝐷𝑐𝑖𝑟𝑐 𝐿𝑝 𝑃𝑝 Eq. 24 Onde: L – maior D Dcirc – pela equação do perímetro projetado (diferentes formas – diferentes equações) DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO → Por Stokes - Quando Re < 0,5 𝑣𝑡 = 𝐷𝑝 2. 𝜌𝑝−𝜌𝑓 .𝑔.𝑘1 18.𝜇𝑓 Eq. 25 k – fator de correção com base na esfericidade Com os dados obtêm-se k1 e com este encontra-se a esfericidade: 𝑘1 = 0,843. log ∅ 0,065 Eq. 26 DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO → Por Stokes - Quando R > 103 𝑣𝑡 = 4.𝐷𝑝 2. 𝜌𝑝−𝜌𝑓 .𝑔 3𝜇𝑓.𝑘2 Eq. 27 Com os dados obtêm-se k2 e com este encontra-se a esfericidade: 𝑘2 = 5,31 − 4,88. ∅ Eq. 28 DEFINIÇÕES E EQUACIONAMENTO - Coeficiente de arraste O coeficiente de arraste (Cd) é função do número de Reynolds da Partícula: (Veremos esta relação mais adiante – elutriação) Onde: Eq. vR=vt (Re)fCd f fRp p vd Re
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