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IMUNOLOGIA - Bloco 3 Mudança de Classe de Imunoglobulinas CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS Um linfócito B virgem quando é ativado por um antígeno T dependente precisa reconhecer esse antígeno (1º sinal), a próxima etapa é internalizar o complexo antígeno + anticorpo para apresentar o MHC de classe 2 que vai interagir com linfócito TCD4 que, por sua vez, dará o 2º e o 3º sinal para um linfócito B. O 2º sinal se baseia na interação da molécula CD40L do linfócito T com a molécula CD40 do linfócito B. E, o 3º sinal são as citocinas. Após os 3 sinais o linfócito B está pronto para se diferenciar e proliferar. O processo de proliferação e diferenciação dos linfócitos B é denominado Reação Germinativa. Durante esse processo ocorrem maturação de afinidade, mudança de classe e transformação de linfócitos B em plasmócitos. A mudança de classe depende de um evento genético que é a hipermutação somática que, nada mais nada menos, é a ação da enzima AID de converter citosinas (C) em uracilas (U) no DNA, causando, dessa forma, maturação de afinidade, modificação dos receptores dos linfócitos B e mudança de classe. Os anticorpos (IgG, IgM, IgE, IgA, IgD) formados pelos linfócitos B são estruturalmente iguais, compostos por proteínas formadas por 4 cadeias polipeptídicas, sendo duas leves e duas pesadas (idênticas entre si leve igual a leve e pesada igual a pesada). Um único linf B é capaz de produzir, teoricamente, todos esses anticorpos, porém, esses anticorpos devem ter a porção variável igual porque a especificidade que um linf B reconhece antígenos não pode mudar, não importa qual anticorpo será produzido, todos num mesmo linfB tem que reconhecer um mesmo epítopo, pois a especificidade é a mesma. O linf B imaturo expressa apenas o anticorpo IgM, que é importante na realização da seleção negativa (reconhece na medula óssea algum patógeno/dano e sofre ativação pelo IgM), caso seja selecionado, se torna um linf B maduro/virgem/adulto, completando sua diferenciação dentro da medula óssea. A partir daí, sai da medula óssea e começa sua migração pelos órgãos linfoides secundários e pelo sangue. Ao sair da medula óssea, o linf B ganha o IgD, ou seja, um linfócito B maduro terá IgM e IgD (dois receptores de superfície). Lembrando que, esse mesmo linfócito reconhece a mesma coisa, não importa se é IgM ou IgD, a especificidade é a mesma. Agora, como é decidido num linf B virgem qual anticorpo que ele vai expressar? (Se preparem para essa parte, dor e sofrimento estão por vir) Vejamos, o linfócito B virgem expressa IgM e IgD, a expressão de ambos depende de splincing. μ (mi) são os genes que codificam para a porção constante de IgM e δ (delta) para IgD. Num DNA somático rearranjado, observa-se μ adjacente ao VDJ (VDJ – íntron – éxons da cadeia μ). A partir da transcrição, teremos splincing direto (para formação de IgM) e alternativo (formação de IgD). No splicing direto, a célula remove íntrons e coloca éxons formando IgM. Com o mesmo DNA, ocorre splincing alternativo, onde a célula transcreve um RNA imaturo completo (contendo todos os íntrons e éxons), na hora de produzir um RNAm maduro, a célula exclui éxons, adicionoa éxons da cadeia δ colados com o VDJ formando um RNA de forma diferente, que vai gerar a proteína IgD. (Se divirtam com a imagem, ele explicou apontando para ela all the time!) Com isso, temos muito mais IgM em nossas células do que IgD, pois o mecanismo de formação do IgM gasta muito menos energia que o mecanismo de formação do IgD. Não há no IgM recorte/cola dos seguimentos de DNA, gastando menos enzimas, energia, dentre outros fatores que conferem um maior gasto de energia para o IgD. Lembrete: Splicing direto-> tira-se introns e coloca-se éxons -> transcrição Splicing alternativo-> exons podem ser incluídos ou excluídos do RNAm -> uma ptn nova pode ser formada Também é definido no momento do splicing se haverá secreção do anticorpo,pois o anticorpo pode ficar acoplado à membrana ou ser liberado pelo linfócito B. Isso é definido, na hora do splicing pela eliminação da porção P1, essa porção confere ao anticorpo uma cauda que permite que o mesmo fique acoplado na membrana, caso P1 seja eliminado, o anticorpo é secretado. Nesse caso, P1 refere-se ao IgM e P2 ao IgD. Toda vez que um linfócito B maduro expressa anticorpos, mesmo que na ausência de um determinado antígeno, tem-se uma parte de IgM/IgD que será secretada e outra parte que ficará presa a membrana do linfócito. Esses anticorpos são denominados de naturais, são importantes para manter a quantidade de proteínas no sangue normal, para determinação de tipo sanguíneo, além da importância imunológica. Então, todos os linfócitos B virgens expressam IgM e IgD (muito mais IgM) na superfície e de tempos em tempos secretam esses anticorpos para corrente sanguínea. Microorganismo Linfócito B ativado por antígeno T dependente ocorre expansão clonal (proliferação e diferenciação) reação germinativa (nela ocorre mudança de classe, maturação de afinidade e a diferenciação para plasmócito). Obs: A estrutura dos anticorpos variantes são IgA (formam dímeros) e IgM (forma pentâmeros que podem ser transmitidos da mãe para o filho através da amamentação/ transmissão através da placenta é IgG). Estes multímeros são formados com o auxílio de uma proteína chamada cadeia J (não confundir com região J do gene). Esta propriedade está relacionada com a funcionalidade destas classes de anticorpos. Hipermutação somática A hipermutação somática consiste na ativação da enzima AID que transforma citosina (C) em uracila (U) e isso gera um sinal de ativação do mecanismo de reparo do DNA, removendo uracilas e colocando alguma coisa no lugar. Esse processo de reparo pode gerar mutações, se for através do mismeet (AID tira uma C e coloca uma base U, o sistema de reparo do DNA coloca um A no lugar do G para ter um “Meet” correto/ também chamada de mutações A=T). Há também mutações por excisão de bases, removem bases (ele aponta para o quadro nessa hora) e colocam outras no lugar, normalmente geram mais mutações C=G (pois conferem mais estabilidade para o DNA). Então, quando AID faz a mutação, o sistema de reparo tenta resolver de diversas formas, pode resolver de modo a não ocorrer mutações ou com as mutações já citadas anteriormente (mismeet e excisão de bases). Porém, se o reparo não conseguir resolver dessas duas formas podem ocorrer quebras na dupla fita de DNA que podem gerar conversão gênica ou a mudança de classe de imunoglobulina. Mudança de classe de imunoglobulinas A mudança de classe é a capacidade que um linfócito B tem de produzir IgA, IgG ou IgE. Para gerar essa mudança de classe é necessário que a classe que está sendo modificada também esteja sendo transcrita. Um linf B virgem só produz IgM e IgD, e linfB ativo SÓ produz IgA, IgG e IgE. Antes de cada gene há uma sequência S são palendrômicas (sequencias de ácidos nucleicos complementares umas com as outras), todos os genes que codificam para regiões constantes dos anticorpos tem sequências palendrômicas entre si (complementares). Num linfócito B virgem essa região de transcrição (bolha de transcrição) está constantemente ativada, então AID constantemente transforma C em U, podendo gerar mutações ou mudança de classe. Por exemplo: na reação germinativa necessita mudar a classe de anticorpo para IgE (gene ε) e, as duas regiões devem estar sendo transcritas. Quando há uma quebra na dupla fita de DNA, o sistema de reparo identifica quais são as fitas correspondentes para ligar essas fitas e ele faz isso procurando regiõescomplementares em cada uma delas para então, realizar duas quebras e ligar as fitas complementares sem haver possibilidade de fazê-las cruzadas. Na hora que o sistema de reparo começa procurar por essas regiões complementares (palendrômicas) ele encontra as regiões S (que são complementares entre si) e só consegue fazer com que ocorra a ligação de uma região S com a outra caso a região S da cadeia ε (que vai se ligar a região S da cadeia μ) seja capaz de ser transcrita. Então, a transcrição da porção constante da cadeia ε (IgE) deve estar acontecendo para haver recombinação entre μ e ε. Daí, aproximam essas duas regiões, identificam as regiões complementares e depois liga o DNA, ficando agora com a porção variável (VDJ) do anticorpo adjacente a ε (porção constante de IgE). Tudo é reparo, dependendo do dano, o reparo pode ocorrer de diferentes formas, o dano mais grave é a quebra da dupla fita. Quanto mais citosina a AID transformar em uracila pior é o dano naquela região do DNA e maior a probabilidade de ter mudança de classe. Juliane: João, desculpa, mas eu não tô entendendo nada da aula. João: Aonde vocês pararam de entender? Analu: Eu parei de entender, assim, bem no título da aula (OBRIGADA ANALU TO SOFRENDO COM ESSE AUDIO). (risos, muitos risos de desespero de todos da sala, o mais proeminente é do Edu, claramente) João: vamos voltar então ao Slide do título... Um linfócito B ao longo da vida pode produzir qualquer anticorpo, um linfócito B maduro só produz IgM e IgD. Quando ele é ativado por um antígeno T dependente há necessidade de mudar a classe do anticorpo. A mudança de classe é um processo, durante a ativação do linfócito, que faz com que ele deixe de produzir IgM e IgD e passe a produzir IgG, IgE ou IgA. Um linfócito B virgem faz transcrição “reta”, transcreve a porção constante de μ e δ o tempo todo, produzindo um RNA que permite esse linfócito produzir IgM e IgD. Vamos imaginar que o linfócito B queira produzir IgE, há um gene para isso (ε), então, para isso acontecer ele deve transcrever IgE junto com sua porção variável. Para existir mudança de classe um evento de recombinação tem que acontecer, ou seja, esse VDJ grudado com o gene μ ou δ deve ser grudado ao gene ε. Então, a mudança de classe é um evento de recombinação gênica onde a porção constabte do anticorpo IgM ou IgD é substituída pela porção constante de IgE, IgA, IgG. É o único evento de recombinação na vida de um linfócito que independe das enzimas Rag (recombinase). ID não é recombinase! Se com essa transformação ocorrer mutação não há mudança de classe, porém, se houver quebra na fita dupla de DNA a mudança de classe pode acontecer. As sequencias S estão presentes em todos os genes nas porções constantes dos anticorpos com exceção da IgD, que são complementares. Linfócitos B ativados são incapazes de produzir IgD porque o gene que codifica para a porção constante do IgD não possui a sequência S. O que determina que o linfócito B produza IgA, IgG ou IgE? O terceiro sinal, que são as citocinas que o linfócitoT está produzido e que estimulam um linfB recém ativado, essas citocinas determinam o tipo de anticorpo que o linf B tem que produzir. Existem diversas citocinas que induzem e inibem a produção de anticorpos. Ex: Numa infecção bacteriana há uma gama de citocinas inflamatórias atuando (il12, interferon gama, por exemplo) a célula dendrítica sai do tecido vai para o órgão linfoide secundário apresenta o antígeno para o linfócito T que vai transformá-lo no Th1 que produz interferon gama, antes de sair do órgão linfoide secundário para ir combater a infecção, o linfT passa pela zona de linfB e estimula os linf B através do segundo sinal (CD40). O interferon Gama faz o linfB produzir imunoglobulinas que vão para o sangue, os anticorpos que estavam na circulação banham o tecido, se ligam as bactérias e o macrófago reconhece os anticorpos e fagocitam mais e mais as bactérias. Tecido com inflamação (bactérias) bactérias estimulam as células do tecido produzirem IL12, interferon gama desse tecido sai uma cel dendrítica estimula linfT no órgão linfoide secundário 1º sinal é o epítopo da bactéria apresentado pela célula dendrítica, significando que o linfT é específico dessa bactéria Th1 passa pela zona de linfB e interage com o linfB (2º sinal) Th1 começa produzir interferon (3 sinal) O linfócito B após receber os 3 sinais está pronto para fazer reação germinativa, ele migra para o centro germinativo e começa a proliferar. A diferenciação do linfócito B vem da maturação da afinidade e da mudança de classe das imunoglobulinas. Ele prolifera, aumenta afinidade pela bactéria e se torna uma célula capaz de produzir um anticorpo específico para aquele patógeno. Os anticorpos que estão sendo secretados no sangue vão para o tecido através do extravasamento do plasma, ou seja, o linfócito B pode produzir os anticorpos em qualquer lugar do corpo, ele não vai para o tecido, é o anticorpo que cai na corrente sanguínea e chega até o tecido. Os três sinais: O primeiro sinal é derivado do patógeno. O segundo sinal é sempre de inflamação e o terceiro sinal é sempre de tipo de resposta, antes de sair do órgão linfoide secundário, os linfócitos T por passarem na zona de linfócito B passa todas as informações para ele do que está havendo no tecido. O linfócito B é de um tipo celular, os anticorpos é que são diferentes com funções diferentes. No final, todas as atividades têm uma resultante que é controlar um determinado patógeno/dano. FIM! Funções dos anticorpos As funções dos anticorpos são: neutralização, opsonização, sensibilização de células NK e de mastócitos que em conjunto são chamados de ADCC (Citotoxicidade celular mediada por anticorpos) e ativação do complemento. Cada subtipo de anticorpo tem maior competência em executar algum desses tipos de funções, ou seja, cada subtipo de anticorpo tem uma função que, primordialmente, exerce. Exemplos: IgM ativa complemento e não exerce quase nenhuma das outras funções; IgA são especialistas em neutralização (moléculas tóxicas, microorganismos); Em termos funcionais a IgG faz tudo pois são 4 tipos de IgG, logo, exercem todas as funções, porém cada subclasse terá uma função diferente. Distribuição dos anticorpos no corpo IgG Está presente no sangue, logo, também está nos tecidos, através do extravasamento de plasma, porém, em maior quantidade no sangue. É o único anticorpo capaz de ser transferido pela placenta. IgG é produzido contra antígenos T dependentes. Bactérias que tem fatores de virulência não proteicos (cápsula – não proteica) não são transmitidos anticorpos para crianças, pois a mãe só transfere imunidade quando o antígeno é de origem proteica. Por esse motivo a vacina de pneumococo é fundamental para criança, pois ela não recebe anticorpo nenhum da mãe. IgM Está também presente no sangue e nos tecidos (menor quantidade), porém, por ser um anticorpo primário, é produzido em concentração muito mais. Também podem estar nas mucosas. O IgM forma moléculas poliméricas que permitem que esses anticorpos cruzem o epitélio e sejam secretados na mucosa, entretanto, ela faz isso com baixa eficiência, pois tem um peso molecular altíssimo. Já a IgA, cruza facilmente de forma passiva as mucosas, até por isso ela tem uma função neutralizante muito importante. IgE está presa nos epitélios tanto de mucosa quanto no epitélio da pele (cutânea), logo, IgA e IgE não são encontradas no sangue. IgA Função neutralizante. As mucosas são as principais formas de entrada de infecções no nosso corpo, aIgA fica presa no muco esperando um antígeno chegar para fazer seu processo de neutralização, quando ingerimos ou aspiramos algo que já tivemos contato interior ou fomos vacinados a IgA se liga a essas moléculas e impedem elas entrarem em contato com as células epiteliais. IgA é o anticorpo mais abundante no corpo. São poucas as células do SI capazes de prevenir uma doença, IgA é uma delas. Ex: bactéria da tuberculose, se a Iga conseguir impedir a bactéria de entrar no corpo o indivíduo não terá tuberculose (prevenção) e é isso que ela faz quando já tiver possuído um contato interior com o patógeno. Depois que a bactéria está estabelecida infectando macrófagos no pulmão os linfTh1 são capazes de combater essas bactérias, a IgA protege o organismo. Outro exemplo seria o Sarampo, a imunidade contra essa doença é totalmente dependente de IgA. O IgA estará nas mucosas prevenindo o sarampo só quando já houve o contato com a doença ou em casos de vacinação, aí sim ela é capaz de proteger contra essa infecção prevenção adaptativa. É secretada pelo receptor de imunoglobulinas poliméricas (IgA e IgM) e promove a transitose, ou seja, um transporte dessas proteínas para a região apical da célula epitelial. Só há produção de IgA no primeiro contato com o patógeno, no segundo contato a mucosa já estará coberta de anticorpos IgA que vão neutralizar o agente causador de danos e impedir uma infecção. É uma proteção para a vida toda. IgG Também é um neutralizante muito potente, porém, realiza essa neutralização no sangue e nos líquidos intersticiais. OBS: a diferenciação em plasmócitos não é importante, após a reação germinativa os linfB se diferenciam em plasmócitos que são células que secretam muitas proteínas, porém, aonde ficam os plasmócitos é um pouco relevante, eles ficam na medula óssea (produtores de IgG,IgM e IgE) e os plasmocitos produtores de IgA ficam nas mucosas, então os plasmócitos secretam IgA na lâmina própria que, dimeriza, e é transportada para a mucosa. Fixação de completo IgG e IgM são os principais anticorpos com essa função. IgM para começar o processo precisa se polimerizar, logo, o IgM se liga na superfície do patógeno e tem a estrutura perfeita de ligação de C1 (1ª molécula do complemento). No caso do igG que é um anticorpo que não polimeriza é necessário mais IgG se ligando na superfície da bactéria para polimeriza-lo. A fixação de complemento e neutralização são funções independentes de receptores da porção Fc. Esses receptores são moléculas que reconhecem a porção constante do anticorpo (as porções variadas estão ligadas ao antígeno), e há várias moléculas que estão no SI inato que reconhecem essa porção. Há duas funções dos anticorpos dependentes desses receptores: Opsonização Baseia-se na ação do anticorpo dependente de um receptor que reconheça esse anticorpo e os anticorpos capazes de fazerem isso são reconhecidos por quase todos receptores, principalmente IgG. Os anticorpos têm que promover a fagocitose da bactéria pelo macrófago, um macrófago tem receptores FCR (receptores da porção constante) que se ligam ao anticorpo e promovem a fagocitose da bactéria. Ou seja, a ação de um anticorpo é dependente de um receptor que o reconheça. Os anticorpos que são capazes de fazer isso são reconhecidos por esses receptores, principalmente o IgG. ADCC (acidotoxidade celular dependente de ancticorpos) O melhor exemplo é a célula NK (age através de um ativador/inibidor) que possui vários receptores de ligação (PAMPS, DAMPS, citocinas) e os receptores inibitórios só reconhece MHC classe 1. Um dos receptores ativadores da célula NK é o receptor 3 de IgG (TD16). Quando uma célula alvo é marcado por anticorpos a célula NK pode ser ativada e mata essa célula alvo, há outras células que fazem isso como mastócitos, neutrófilos. Recapitulando: 2 funções independentes dos anticorpos são neutralização e ativação do complemento e duas funções dependentes dos receptores FC são opsonização e ADCC. Voltando numa parada que não foi falado na aula passada: Resposta contra antígenos T independentes (MT MAIS SIMPLES <3) São os antígenos que não são proteínas, ou seja, uma ativação dos linfócitos B em que não ocorre reação germinativa, maturação de afinidade, hipermutação somática e mudança de classe, logo, o anticorpo produzido pelo linfócito B ativado é o IgM. São de dois tipos: Tipo 1 são capazes de ativar linfócitos B por serem mitógenos (moléculas capazes de ativar a proliferação de linfócitos B independente da especificidade do mesmo) ex: LPS, DNA bacteriano e vários outros PAMPS. O linfócito B tem receptores de padrão molecular contra damps e pamps, que estão presentes nessa célula mesmo sendo ela do SI adaptativo. Exemplo, quando a célula B é estimulada por LPS em baixa concentração não importa a especificidade do linfócito, todos proliferam e secretam anticorpos e esses anticorpos serão sempre IgG e IgM. Não causam muito dano e, como esse tipo de resposta não gera reação germinativa, não gera memória, porém, quando você usa o antígeno T independente tipo 1 em baixa concentração você gera uma resposta específica, o linfócito B específico para o LPS recebe o 1º sinal derivado do encontro antígeno/anticorpo e o 2º sinal derivado do receptor de padrão molecular (igual a todos os outros) que é um sinal inflamatório que não é especifico, mas é suficiente para esses linfócitos serem ativados e produzirem IgM. É uma maneira que o organismo criou de estimular os linfócitos B mesmo na ausência de linfócitos T em infecções maiores/generalizadas. E isso é possível porque o linfócito B tem receptor para resposta imune inata. *Resumindo: antígenos T independentes do tipo 1 são mitógenos de linfócitos B porque conseguem estimular a resposta imune inata e os linfócitos B tem receptores da resposta inata, então quando o estimulo é muito elevado o linfócito B é capaz de proliferar e diferenciar numa célula secretora de IgM que é um anticorpo de curta duração e baixo espectro de funções Tipo2 são antígenos que não ativam linfócitos B por características intrínsecas, a ativação provém de estruturas de repetição. O linfócito B recebe uma quantidade de sinal de ativação tão grande que faz com que ele comece a produzir anticorpos IgM. É uma produção transitória de anticorpos devido à grande informação gênica recebida pelo linfócito B. Esse caso é sempre de resposta específica. Por exemplo, há promoção de imunidade contra bactérias encapsuladas (ausência de proteínas para serem reconhecidas devido ao seu fator de virulência - cápsula) e a IgM combate esses patógenos que não possuem proteínas, mesmo sendo imunologicamente muito mais simples, daí vemos uma grande importância desse anticorpo. Em algumas situações pode haver mudança de bases caso haja alguma citocina induzindo a formação de outro anticorpo, porém em 95% dos casos é IgM que atua nesse caso.
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