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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES/2018
EXMO SR DR JUIZ DA _____ VARA DO TRABALHO DE NOVA FRIBURGO/RJ
PROCESSO ELETRÔNICO
				
 				JOSÉ AUGUSTO BERNARDINO OLIVER, brasileiro, casado, operador de carga e descarga, nascido em 10/04/1976, filho de : Maria De Lourdes Bernardino Oliver, inscrito no CPF sob nº: 083.888.865-07, portador do RG nº: 12.362.332-7 DETRAN/RJ, residente e domiciliado na Rua Cândido Mendes, s/nº, Centro, na cidade de Nova Friburgo -RJ - CEP: 0000000, representado por sua advogada infra-assinado, com endereço profissional na Rua Village Mendes, s/nº, Centro, Nova Friburgo-RJ, com fulcro no artigo 840, § 1º, CLT, bem como, com artigo 282, CPC, este, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, conforme art. 769, CLT, Vem respeitosamente a Vossa Excelência propor a presente:
	
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de ADAS’MELLO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ 707.1048.4239.74/20-1 sediada na Rua Sumidouro, nº 100, Bairro: Duas Pedras, Nova Friburgo- RJ, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA PREVISTAS NO ARTIGO 625-D:
	Inicialmente, consigna o Reclamante que a prestação dos serviços, nos termos do artigo 651 do Diploma Consolidado, ocorreu na cidade de Nova Friburgo-RJ, endereço da Reclamada, sendo, portanto, competente uma das Varas desta municipalidade. Cabe ressaltar que a exigência de comparecimento perante a comissão de Conciliação Prévia como pressuposto para admissibilidade da Reclamação Trabalhista, ofende direta e literalmente o disposto no art. 5º, XXXV, CF, conforme entendimento adotado pelo STF nas ADIN`s nº 2.139 e 2.160.
	Desta forma, a submissão da demanda à comissão de conciliação prévia, atualmente, é uma faculdade da parte e não mais um pressuposto processual de admissibilidade da demanda.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
Inicialmente, afirma a Reclamante que não possuir condições financeiras de arcar com custas processuais, honorários periciais, advocatícios e emolumentos, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família pelo que requer seja deferido o benefício da Gratuidade de Justiça na forma determinada na Lei 1.060/50 e suas posteriores alterações.
DOS FATOS E DOS FUNDAMENTOS:
O Reclamante foi admitido pela reclamada na data de 04/01/2014, para exercer a função de operador de carga e descarga, laborando das 08:00 às 17:00, com intervalo de uma hora intrajornada. 
 Percebeu como última e maior remuneração a quantia de R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais), sendo que, na data de 10/02/2017 foi dispensado sem justa causa.
O reclamante foi informado por telefone que o mesmo estava dispensado de suas funções laborais a partir daquele momento, sem qualquer justificativa, sem explicar o motivo que levara a empresa fazer isso, apenas tendo ouvido que é uma faculdade do empregador dispensar qualquer funcionário mesmo que este não cumpra aviso prévio.
 DO ACIDENTE DE TRABALHO
Na manhã do dia 16 de dezembro de 2016, o reclamante ao iniciar a jornada de trabalho, percebeu que a empilhadeira estava com a alavanca /manete que controla a plataforma emperrada, logo, informou ao supervisor da seção, qual seja Srº KLAIR, o qual lhe retrucou dizendo “ você é um incompetente, trabalha tanto tempo com esta máquina e não consegue desemperrar uma alavanca?” e ambos foram até a empilhadeira para que pudesse resolver o problema.
Acontece que o supervisor pediu para que o reclamante ficasse em frente a empilhadeira e verificasse se quando ele mexer na alavanca a plataforma se movia ou não, quando Klair o supervisor entrou na cabine da empilhadeira, o reclamante informou a ele para não tentar mexer na alavanca com o motor ligado pois poderia causar algum acidente, ( o que de fato foi o que aconteceu), ao forçar a alavanca com o motor ligado, a plataforma desceu com toda força, caindo sobre o reclamante que estava na frente da empilhadeira, conforme havia sido instruído pelo supervisor.
Naquele momento do ocorrido, os companheiros de jornada de trabalho se aglomeraram próximos para tentar ajudar ao Reclamante que agonizava de dor, (conforme mostra fotos em anexo).
Ao perceber o que tinha ocorrido, o Srº Klair logo, se sensibilizou e chamou os Bombeiros que conduziram o reclamante ao Hospital Municipal da Cidade. Permanecendo hospitalizado pelo período de 120 dias. (conforme laudo e prontuário médico em anexo).
Por negligência do supervisor da seção, o reclamante sofreu acidente de trabalho grave, o que lhe ocasionou sequelas permanentes, quais sejam a amputação do braço direito, lesão na coluna vertebral com luxações que lhe prejudicou a coordenação motora, causando a dificuldade de locomoção sem auxílio a cadeira de rodas. (conforme exposto no laudo médico em anexo) 
O acidente está devidamente comprovado pela Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), exames e atestados médicos incluídos, com a redução da capacidade laborativa, e da dignidade do reclamante, bem jurídico maior tutelado constitucionalmente no Art. 1º, III, CRFB/88, além da ofensa à cidadania e os valores do trabalho, em ofensa ainda ao art. 170, CRFB, que diz que a ordem econômica funda-se na valorização do trabalho humano.
Ademais, pela simples análise do caso em tela, identifica-se a presença de todos os requisitos indispensáveis à obrigatoriedade de indenizar, onde o fato lesivo se deu pela negligência do reclamado ao desrespeitar as normas protetivas da saúde e segurança do trabalhador, consumando-se com a grave lesão sofrida pelo reclamante, além de que o supervisor foi informado que não podia mexer na alavanca da empilhadeira com o motor do mesmo ligado.
O artigo 118 da Lei 8213/91 aduz que o empregado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Confirma o entendimento a súmula 378 do TST, segundo a qual é garantida a estabilidade provisória quando o afastamento for superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio doença acidentário.
Ora, pois, não poderia o Reclamado simplesmente ignorar a lei dispensado imotivadamente o trabalhador no momento em que mais precisava.
Ademais, a Constituição Federal em seu artigo 7º, XXVIII, trata da indenização quando o empregador incorrer em culpa ou dolo:
"Art. 7º: Seguro contra acidente de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;"
 			Isto posto, e tendo em vista o amplo respaldo fático e jurídico, requer que seja reconhecida a culpa do reclamado pelo acidente de trabalho, e, de consequência o dever de indenizar, eis que demonstrado que o acidente ocorreu quando o autor estava a serviço da empresa, POR NEGLIGÊNCIA DO EMPREGADOR, decorrendo daí a limitação da capacidade laborativa do reclamante.
 DOS DANOS MORAIS
Primeiramente cabe ressaltar que é inegável que a situação pela qual passa o reclamante é degradante, ofendendo diretamente sua dignidade, uma vez que ninguém espera que em um dia comum de trabalho aconteça acidente de tamanha gravidade que repercutirá para sempre em sua vida.
 Nesse sentido entende a melhor doutrina:
[...] alguns pressupostos assentados na doutrina e jurisprudência devem nortear a dosimetria dessa indenização: a) a fixação do valor obedece a duas finalidades básicas que devem ser ponderadas: compensar a dor, o constrangimento ou o sofrimento da vítima e combater a impunidade b) é imprescindível aferir o grau de culpa do empregador e a gravidade dos efeitos do acidente; c) o valor não deve servir para enriquecimento da vítima nem de ruína para o empregador; d) a indenização deve ser arbitrada com prudência temperada com a necessária coragem, fugindo dos extremos dos valores irrisórios ou dos montantes exagerados, que podem colocar em descrédito o Poder Judiciárioe esse avançado instituto da ciência jurídica; e) a situação econômica das partes deve ser considerada, especialmente para que a penalidade tenha efeito prático e repercussão na política administrativa patronal; f) ainda que a vítima tenha suportado bem a ofensa, permanece a necessidade da condenação, pois a indenização pelo dano moral tem por objetivo também uma finalidade pedagógica, já que demonstra para o infrator e a sociedade a punição exemplar para aquele que desrespeitou as regras básicas da convivência humana.[...]” Oliveira, Sebastião Geraldo INDENIZAÇÕES POR ACIDENTE DO TRABALHO OU DOENÇA OCUPACIONAL Edição: 8ª – 2014.
 	Além disso, o dano resta caracterizado na presença dos três requisitos da responsabilidade civil: culpa, dano e nexo causal sendo que os fundamentos jurídicos do dano moral estão positivados no art. 5º, X, CF e nos arts. 186 e 927 do CC.
Art. 5, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; [...]
Art. 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 950, CC. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
 		Quanto ao valor da indenização por danos morais decorrentes de acidente do trabalho deve ser pautada tanto pela gravidade da lesão como pela condição das partes envolvidas, pautando-se o julgador pelo princípio da razoabilidade, porém há que ser lembrado a todo momento que o acidente ocasionou e vem ocasionando prejuízos imensuráveis à vida do reclamante.
 		Com base exposto, deve o reclamado ser condenado ao pagamento de indenização a título de danos morais, eis que se trata de grave dano a dignidade do reclamante, que se encontra impedido de continuar realizando suas atividades que lhes eram comuns antes do acidente, o que deve ser minimizado pela indenização dano moral.
DOS DANOS MATERIAIS
Conforme explicitado anteriormente, a diminuição da capacidade laborativa do empregado se deu por conta de acidente do trabalho devido ao descuido do empregador.
 	Além das graves sequelas que acompanharão o autor pelo resto de sua vida, foi tirada dele a oportunidade de se manter no mercado de trabalho, pois dificilmente voltará a trabalhar, além de necessitar da ajuda de terceiros para a maioria de suas atividades.
 	Assim, de acordo com os artigos, 402, 403 e 944, 949 e 950 todos do Código Civil, os lucros cessantes devem traduzir a redução potencial do patrimônio do reclamante vitimado por acidente de trabalho. São os rendimentos razoáveis que deixarão de ser recebidos pelo trabalhador em razão da limitação de sua capacidade laboral.
 	E, ainda, a indenização reparatória pela limitação da capacidade laborativa, é a pensão mensal, podendo ser adotado, como parâmetro de arbitramento e liquidação, o disposto nos Art. 949 e 950, caput e parágrafo único do CC/02:
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Corrobora este entendimento a jurisprudência:
Responsabilidade civil - acidente de trabalho - trabalhador que ficou incapacitado para o exercício de sua atividade profissional. Indenização devida. Pensão vitalícia e sobrevida. Fixação. Cobertura previdenciária. Irrelevância."(TJSP - AC 181.993-1/6 - 1ª C - Rel. Des. Euclides de Oliveira - J. 03.03.93) (RJ 190/75)
	Conforme comprovado por documentos acostados e por perícia médica, requer-se pagamento da pensão de forma vitalícia, com inclusão das parcelas de 13º e 1/3 de férias.
DOS DANOS ESTÉTICOS
		Encontra-se nítida no caso em tela a ocorrência de danos estéticos sofridos pelo Reclamante em razão da sequela permanente que se encontra em seu corpo, fruto do acidente de trabalho. 
 	A ilustre doutrinadora Maria Helena Diniz conceitua o dano estético como:
[...] Toda alteração morfológica do indivíduo, que, além do aleijão, abrange as deformidades ou deformações, marcas e defeitos, ainda que mínimos, e que impliquem sob qualquer aspecto um afeiamento da vítima, consistindo numa simples lesão desgostante ou num permanente motivo de exposição ao ridículo ou de complexo de inferioridade, exercendo ou não influência sobre sua capacidade laborativa. [...]
 	Salienta-se com o definitivo reconhecimento do dano moral pela CRFB/88, a respeito da possibilidade de cumulação dos danos morais com os estéticos, desta forma, mesmo estando o dano estético compreendido no gênero de dano moral, a doutrina e jurisprudência evoluíram para deferir indenizações distintas quando esses danos forem passíveis de apuração em separado.
Isso porque, enquanto o dano estético está vinculado ao sofrimento pela deformação com sequelas permanentes, o dano moral diz respeito ao constrangimento, dor, humilhação e todas as demais consequências provocadas pela doença.
A 	 jurisprudência tem-se firmado no sentido da possibilidade de cumulação do dano moral com o dano estético, conforme se observa em recentes julgados do TRT da 18ª Região:
DANOS MORAIS E DANOS ESTÉTICOS. CUMULAÇÃO. É plenamente possível a cumulação da indenização por danos morais e por danos estéticos, decorrentes do mesmo acidente, quando as pretensões são formuladas com finalidades distintas e inconfundíveis, vale dizer, quando a relativa aos danos estéticos se funda no comprometimento da anatomia da vítima, ao passo que a concernente aos danos morais assenta-se nas dores físicas suportadas pelo autor, assim como no sofrimento, na angústia e na tristeza experimentados com o infortúnio.
 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
 No presente caso, necessário se faz a mitigação do art. 818 da CLT e a regra disposta no art. 333 do CPC, a fim de ser invertido o ônus da prova em favor do reclamante, em razão das dificuldades deste em produzir provas de culpa da parte reclamada pelo acidente diante de sua evidente hipossuficiência, e, em homenagem ao princípio da aptidão para a prova, que norteia o Direito do Trabalho.
 		A inversão do ônus da prova quanto ao requisito de culpa, tem fundamento no art. 7º, XXII, CF, art. 157 da CLT e art. 19, § 1º, Lei 8.213/91, Convenção n 155 da OIT, Portaria 3.214 do MTE, e Arts , 6º, VIII e 38 do CDC, tendo este como objetivo a busca da VERDADE REAL que se norteia em princípio de justiça, e, no Direito do Trabalho acresce-se o princípio da hipossuficiência do trabalhador.
 		Nesse sentido, em casos de acidente de trabalho, os tribunais têm admitido a inversão do ônus da prova, cabendo esta premissa perfeitamente no caso em tela.Requer com base em ampla legislação supracitada a inversão do ônus da prova em favor do reclamante.
DAS VERBAS DEVIDAS:
AVISO PRÉVIO:
	Ante a dispensa imotivada, faz jus a reclamante ao aviso prévio indenizado pecuniariamente, em conformidade com a CF/88 em seu art.7º, inciso XXI, que preceitua sobre a proporcionalidade do aviso prévio ao tempo de serviço, estipulando o período mínimo de 30 (trinta) dias nos termos da Lei, bem como com relação ao disposto no art. 487 e seguintes e §1º da CLT.
	Mister salientar, que o período referente ao aviso prévio indenizado deverá integrar para todos os fins de direito o período de trabalho da reclamante, notadamente, para fins de contagem de tempo para aposentadoria.
13º SALÁRIO, FÉRIAS E 1/3 DE FÉRIAS:
	Faz jus a reclamante ao recebimento de 13º salário na proporção de 12/12 avos referente ao período de janeiro a dezembro de 2013, considerando a projeção do aviso prévio e também ao percebimento das férias proporcionais, na base de 12/12 avos. Acrescido de 1/3 constitucional, pelo que requer o seu pagamento na forma prescrita em Lei, considerando-se a projeção do aviso prévio.
DO FGTS E DA MULTA RESCISÓRIA:
	Na primeira audiência deverá à reclamada comprovar o correto recolhimento dos depósitos, acrescido de multa rescisória de 40% (quarenta por cento) considerando a projeção do aviso prévio, 13º salário e férias, sob pena de indenização equivalente, conforme disposto nos artigos 467 da CLT c/c art. 927 do CC c/c art. 644 do CPC, além de fornecer a entrega das guias no código 01 para efetivar o recebimento.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS:
	As contribuições previdenciárias referentes a Reclamante devem ser suportadas integralmente pela reclamada, pois das mesmas se presume feito oportunamente pela empresa durante a vigência do pacto laboral, tendo o § 5º do art. 33 da Lei 8.212/91 lhe atribuído à responsabilidade direta pelo recolhimento da contribuição em explanação.
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
	Considerando que a reclamante para obter seus devidos direitos necessitou recorrer ao Judiciário e por não possuir condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, necessitando inclusive requerer a concessão dos efeitos de gratuidade de justiça, requer seja a reclamada condenada a arcar com o pagamento dos honorários advocatícios da patrona da reclamante na proporção de 15% (quinze por cento) sobre o montante deferido, vez que a contratação só ocorreu pela omissão da reclamada em cumprir com as obrigações trabalhistas, dando causa a existência do presente processo.
DA CONDENAÇÃO ACRESCIDA DE CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS:
	Todas as verbas que certamente serão reconhecidas por este Juízo como sendo de direito da reclamante deverão ser devidamente atualizadas, incidindo sobre as mesmas os juros e a correção monetária desde a data em que era devido até o seu efetivo pagamento. 
DA REPARAÇÃO DOS DANOS
	Não há negar, graves danos foram causados aos Reclamantes, eis que o Município/Reclamado, através de ato totalmente ilegal e inconstitucional, demitiu, cortou-lhe os vencimentos e vantagens, e, via de consequência, deixou de recolher as contribuições previdenciárias e fundiárias em seu favor. 
	Por culpa da reclamada o Reclamante se viu de um dia para o outro sem emprego, sem salário, e sem condições físicas de laborar outras atividades, já que o mesmo encontra-se ainda em tratamento médico, e fisioterapêutico, fato este que o impossibilitou de continuar honrando com suas obrigações civis e financeiras, tendo inclusive que contar com ajuda de parentes e amigos que o auxilia com as despesas de água, luz e gás, pois as compras de alimentos são realizadas na mercearia do Srº Agenor, o qual lhe abriu crédito para comprar e pagar quando puder.(sendo este uma das testemunhas do Reclamante.
	Dessa afronta à lei, desse escárnio à dignidade humana, resulta o inafastável dever do Réu de indenizar os Reclamantes, consoante previsão do art. 5º, V e X, da Constituição Federal e, bem assim, pelos art`.s 186 e 187 combinado com art. 927 e seu parágrafo único, todos do Código Civil, os quais devem ser utilizados de formas análogas e subsidiárias às disposições da Lei Trabalhista (art. 8º da CLT).	
	Posta em prática, a Reparação do Dano vai além da compensação, por sua capacidade de trabalho arrancada de uma só vez, com a impossibilidade de se locomover, com a perda do seu braço e pela dor suportada, até porque esta não tem preço, mas servirá como imposição de pena ao covarde agressor. E, por isso mesmo, deve ser rigorosa e contundente, para que não passe aos olhos do Reclamado. como simples reprimenda. Com efeito, deve ser dotada de força suficiente para conter-lhe os avanços ilegais sobre o direito de seus trabalhadores.
	Ressalte-se, afinal, que o FGTS não se confunde com o instituto da indenização por dano moral, pois, tratam-se de coisas distintas, cujas naturezas jurídicas não se misturam jamais. Eis que o FGTS, em face da obrigatoriedade de seu depósito, possui aspecto compulsório, enquanto que a reparação de danos tem cunho compensatório pela dor sofrida.
DA COMPETÊNCIA PARA JULGAR A REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS
 	Quanto à cumulação do pedido de danos morais, este se encontra acolhido pelo art. 114 da Constituição Federal, que determina não somente a competência da Justiça do Trabalho para julgar os dissídios individuais e coletivos, mas também quaisquer outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho. 
Consentânea com tal entendimento, a jurisprudência dominante posiciona-se da seguinte forma:
DANOS MORAIS – REPARAÇÃO – COMPETÊNCIA – JUSTIÇA DO TRABALHO – Na esteira da jurisprudência do excelso STF (RE nº 238737/SP, relator ministro Sepúlveda Pertence) compete à justiça do trabalho processar e julgar demanda que envolve pretensão reparatória de lesão de dano moral, quando resultante da relação de emprego (inteligência do art. 114 da CF/88). Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. Art. 159, caput, C. CiviL. (TRT 1ª R. – RO 20343-00 – 5ª T. – Rel. Juiz Valdomiro Peixoto Valente – DORJ 16.04.2001)
 	Assim sendo, resta claro e incondicional que o Reclamado deverá arcar com a reparação dos danos morais a que dera causa por meio da injusta e ilegal demissão do Reclamante o que reflete, também, em danos materiais consistentes de vencimentos e vantagens como se trabalhando estivessem, e recolhimento das contribuições previdenciárias e depósitos do FGTS, tudo calculados até a data da efetiva reintegração dos mesmos.
DOS PEDIDOS:
Isto posto, requer-se:
A citação pessoal da Reclamada para, querendo, contestar os termos da presente sob pena de revelia, com a consequente confissão;
) seja reconhecida a culpa do reclamado pelo acidente de trabalho, e o dever de indenizar, eis que demonstrado que o acidente ocorreu quando o autor estava a serviço, e, em razão do descumprimento das normas apontadas, decorrendo daí a limitação da capacidade laborativa do reclamante, ou, se Vossa excelência entender pela insuficiência de prova de culpa, o que não se acredita, seja o reclamante indenizado com fundamento na teoria do risco, responsabilidade objetiva conforme fundamentos retro expostos.
A intimação pessoal da Reclamante para audiência inaugural;
A concessão do benefício de gratuidade de justiça em favor do Reclamante, eis que não possui condições financeiras de arcar com as despesas com custas processuais, honorários advocatícios, periciais e emolumentos, sem prejuízo próprio ou de sua família;
Apresentação por parte da Reclamada, dos livros de registros dos empregados de todo o período do pacto laboral, além dos controles de frequência, sob pena do artigo 355 e 359 do CPC, c/c artigo 769 CLT;
A condenação da Reclamada ao pagamento de saldo de salário, compreendendo 01/1 a 01/12/2012, cujo valor monta em R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais)
A condenação da Reclamada a indenizar a Reclamante ao avisoprévio no valor de R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais);
A condenação da Reclamada ao pagamento de 13° salário na proporção de 12/12 avos, no valor de R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais);
A condenação da Reclamada ao pagamento de férias proporcionais acrescidas de 1/3 na base de 12/12 avos considerando a projeção do aviso prévio perfazendo o valor de R$ 906,66 (novecentos e seis reais e sessenta e seis centavos);
A condenação ao depósito de FGTS de todo o período laborado, a contar de 04/01/2014 considerando a projeção do aviso prévio, incidindo ainda sobre o 13º salário e sobre as férias, perfazendo o valor de R$ 1.686,40 (um mil, seiscentos e oitenta e seis reais e quarenta centavos), devendo fazer entrega das guias para recebimento e a comunicação da chave código 01;
 
A condenação da Reclamada determinando o depósito no valor de 40% (quarenta por cento) sobre os depósitos do FGTS, cujo valor monta em R$ 674,56 (seiscentos e setenta e quatro reais e cinquenta e seis centavos;
A condenação da Reclamada ao pagamento de multa por atraso a que se refere o art. 477 da CLT de R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais);
A condenação da Reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios na proporção de 15% (quinze por cento) do valor da condenação no importe de R$ 441,99 (quatrocentos e quarenta e um reais e noventa e nove centavos;
A condenação da Reclamada ao pagamento, as suas próprias custas, dos recolhimentos previdenciários sem qualquer direito a desconto do que seria devido ao empregado, eis que é do empregador a obrigação de realizar o desconto no tempo e modo oportunos;
Seja declarado o Regime Celetista a ser aplicado ao presente caso, resguardado todos os direitos assegurados pela CLT e CF em favor da Reclamante;
Caso V. Exa, não acolha o pedido acima, seja a Reclamada condenada a pagar a Reclamante 50% (cinquenta por cento) do valor que teria direito até o término do contrato, haja vista, a dispensa, sem prévia instauração de procedimento administrativo para apuração de eventual falta, cujo valor simples monta em R$ 1.360,00 (um mil, trezentos e sessenta reais) devidamente acrescido de correção monetária e juros 
Requer, a fim de evitar enriquecimento ilícito, a compensação de valores que por ventura já tenham sido pagos sobre o mesmo título;
Requer que todas as verbas devidas sejam corrigidas e haja a incidência de juros legais;
 Requer que na data da primeira audiência a Reclamada pague as verbas devidas relativas ao pacto laboral desfeito, sob pena de infração a lei 10.272/01 c/c artigo 467 do Decreto-Lei nº 5.452/1943 e consequente condenação ao pagamento das referidas verbas acrescidas de 50% (cinquenta por cento), no valor de R$ 649,97 (seiscentos e quarenta e nove reais e noventa e sete centavos);
Expedição de ofício aos órgãos competentes (RF, MPT, CEF, DRT e ao INSS), para conhecerem as infrações cometidas pela Reclamada e tomarem as medidas cabíveis;
			Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente, testemunhal, documental suplementar e depoimento pessoal do representante legal da reclamada, sob pena de confissão.
		Dá-se a causa o valor de R$ 116.080,58 ( cento e dezesseis mil e oitenta reais e cinquenta e oito centavos)
Nestes termos,
Pede deferimento.
Nome do advogado
OAB/UF
Nova Friburgo, X de XX de XXXX.
 Lesliê Santos
 OAB/RJ- Mat. 113.620

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