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Resenha sobre o livro Pedagogia da Autonomia

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Resenha sobre o livro Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire
Nascido em 1921, no Recife, formou-se advogado em 1959, mas nunca exerceu a profissão. O Ensino era a sua única paixão. Mais do que um educador foi um pensador.
O professor Paulo Freire, publicou em 1996, o livro a Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à Prática Educativa, como parte da coleção de litura na qual abrange outros autores. As análises e sugestões do autor são relevantes para uma reflexão sobre a prática educativo-progressista em favor da autonomia do ser dos educando.
/ No capítulo I, o autor fala que, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou a sua construção.
Ainda nesse capítulo nos ensina a pensar certo, não apenas ensinar conteúdos.
No capítulo II, Freire nos ensina a partir do ser do professor. Da inconclusa do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente. Ensina-nos que devemos respeitar à autonomia, à dignidade e a identidade do educando.
O autor mostra uma competência geral, um saber de sua natureza e saber especial, ligado a sua atividade docente.
Freire diz que não é apenas objeto da história, mas é sujeito. No mundo da história da cultura, da política, constata não para se adaptar, mas para mudar. Mudar é difícil, mas é possível.
O livro mostra um do saberes fundamentais à prática crítico-educativa que segundo Freire é o que adverte da necessária promoção da curiosidade espontânea para a curiosidade epistemológica.
No Capítulo III fala de outra qualidade indispensável à autoridade em suas relações com as liberdades é a generosidade.
Outro saber mostrado no livro é o da impossibilidade desunir o ensino dos conteúdos de formação ética dos educadores. De separar prática da teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor, de respeito aos alunos, ensinar de aprender. O autor se coloca em favor da compreensão e da prática, da avaliação enquanto instrumento de apreciação do que fazer de sujeitos críticos a serviço, por isso, mesmo, da libertação e não da domesticação. A avaliação em que se estimule o falar a como caminho do falar com.
Suas conclusões sobre a prática docente, de gente que entendeu o que fazer. De gente inacabada, de gente curiosa, inteligente, de gente que pode saber, que pode, por isso ignorar, de gente que, não podendo passar sem ética se tornou contraditoriamente capaz de transgredi-la
Enfim, sua percepção do homem e da mulher como seres “programados para aprender” e, portanto para ensinar, para conhecer, para intervir, que faz entender a prática como um exercício constante em favor da produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores e educando.
O livro é de uma linguagem acessível e didática, dirigido aos educadores e educandos.
Todas as concepções do livro mostram claramente, que a prática do professor está relacionada a mudanças, e que o professor por mais ética que tenha, não pode apenas ensinar os conteúdos e sim de como os educando os aprenda.
A prática pedagógica mostrada no livro, começa a partir do ser do professor, seu bom senso, sua generosidade, suas experiências, fundamentada numa ética pedagógica.
 
É assim que encontramos o autor, como um educador mais experiente, com quem se pode aprender, a criticar, a tomar decisões, a analisar, a avaliar, a optar, a romper o velho e buscar o novo.
 
Sua maior contribuição nessa obra, envolve uma concepção de conhecimento como algo que não se encontra pronto e acabado e que também esta na busca por novo conhecimento, como também, uma pratica pedagógica para a transmissão de conteúdos, memorização e regras prontas, dificulta o raciocínio do ser humano.
 
Assim, é preciso que os educadores busquem nesse livro, reflexões sobre sua prática pedagógica.
No livro “Pedagogia da autonomia” da coleção leitura, Paulo Freire, grande especialista no que se diz respeito a assuntos relacionados à educação, nos convida a uma reflexão sobre ensino de uma forma sistemática, a julgar pela maneira que o autor nos traz essas reflexões em etapas que são sempre intituladas com a palavra “ensinar”, fazendo com que ao final do livro, tenhamos consciência do que precisamos para se concretizar tal ação. Freire inicia o primeiro momento do livro com as suas “primeiras palavras” direcionadas ao leitor. A partir disso, ele aborda, nessa conversa inicial, temas relacionados à formação docente e a prática dessa formação e todo contexto que as envolvem.
Assim, inicia o livro já com a seguinte afirmação: “ é nesse sentido que reinsisto em que formar é mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”(p.9), além de afirmar que a formação docente vai além do desenvolvimento da habilidade do docente, Paulo Freire critica categoricamente o sistema educacional neoliberalista chegando ao ponto de falar sobre cinismo e conceituar a ideologia desse sistema como “fatalista”. Isso nos leva a um ponto em que direcionamos nosso olhar sobre além da fronteira que está posta entre o discurso e a prática, entre o real e o imaginário, que chegam a momentos de utopia em relação ao ensino.
O ponto de vista de Freire é bem claro em todo decorrer do livro: a experiência e a prática em sala de aula, de certa forma, estão distantes do belo discurso dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Onde podemos perceber, mesmo com uma leitura superficial, o que o professor está sujeito a enfrentar: uma luta constante entre “o que fazer” e “como deve ser feito”. Outro ponto destacado em seu discurso, que ele diz não ser imparcial, é a ética e a hipocrisia social em relação às discussões sobre gênero e raça. Remetendo-nos a uma visão de mundo interrelacionada com nossa história.
2 No primeiro capítulo, o pedagogo já é bem enfático quando diz que “não há docência sem discência”, isso posto pelo autor, é feita uma discussão sobre os sujeitos envolvidos na troca entre ensino-aprendizagem-ensino, ou seja, “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”(p.12). Sempre há um diálogo entre esses dois extremos, que não são tão extremos assim, por ser parte do sistema necessário de educação. Além disso, o autor diz que ensinar exige: rigorosidade metódica, pesquisa, respeito aos saberes do educando, criticidade, estética e ética, corpereificação das palavras pelo exemplo, risco, aceitação do novo e rejeição de qualquer forma de discriminação; e principalmente, destacado como o fator principal à prática docente: a reflexão crítica.
Sobre essa última, exemplificamos com experiências vivenciadas, em contatos primários com o ensino em rede publicas ou até privadas, reflexões feitas a partir de momentos em que nos deparamos com “interpretações textuais”, em livros didáticos, que trazem ao aluno o conteúdo quase que mastigado sobre textos que poderiam ser mais bem explorados pelo próprio professor juntamente com a turma, com discussões baseadas nas experiências dos próprios alunos. Por isso, entra em questão até onde vai nossa autonomia?. E Sobre isso Paulo Freire discute a “transferência” que é feita ao invés de ocorrer a aprendizagem concreta. E é sobre isso, que o pedagogo discute no segundo capítulo do livro Pedagogia da autonomia: “Ensinar não é transferir conhecimento”.
Nesse capítulo, Freire faz uma discussão baseada na interação entre professor e aluno por meio da transmissão do conhecimento como parte das relações culturais que envolvem o educando. Assim, entra-se em questão a relação entre o “eu” e o “tu”, que sempre estarão envolvidos nesse processo de aquisição de conhecimento. Além disso, “ ensinar exige consciência do inacabado”, ou seja, o ser humano por si só é um ser inacabado, diz Freire, além disso, o autor também relaciona isso à relação de existência, que envolve a cultura, a linguagem, a comunicação [...] “ em níveis mais profundos e complexos” (p.22).
Ainda nesse capítulo, Paulo Freire discute sobre suas experiências como educador por meio de uma linguagem que aproxima bem o leitor, quando ele diz que “gostade ser gente”. Assim, ele lista vários aspectos que o torna inacabado, assumindo assim uma imagem de ser humano que está condicionado, mas não subordinado totalmente às imposições sociais, buscando assim, superar as barreiras e obstáculos que possam surgir. Para fortalecer seus questionamentos, Freire exemplifica episódios de sua vida em que teve que superar alguns desses obstáculos.
Além disso, o pedagogo diz que ensinar exige respeito à autonomia do educando e exige bom senso. É nesse sentido que é feita uma discussão sobre a imagem do professor em sala de aula e como é preciso defender uma dialogicidade nesse contexto social. Outro ponto abordado é o bom senso, que é seqüenciado através da fala do autor em primeira pessoa, onde ele expõe seu ponto de vista e afirma o que seu bom sendo lhe deixa ou não fazer em sala de aula, assim, o autor se coloca em posição de conselheiro quando diz que “não é possível respeitos aos educandos, à sua dignidade, ao seu ser formando-se, à sua identidade fazendo-se , se não se levam em consideração as condições em que eles vem existindo [...]”(p. 26).
No último capítulo do livro Pedagogia da autonomia, o autor conclui seu livro da coletânea de saberes necessários à prática educativa, com o mesmo sistema de “regras” impostas anteriormente, onde “ensinar exige...” sempre: competência profissional, comprometimento, liberdade e autoridade, saber escutar [...] e por fim, querer bem aos educandos. Nesse momento do livro, Freire continua a elaboração de saberes que cabem ao professor conhecer. Com isso, ele diz que não podemos ser professores se não nos acharmos capacitados para fazer tal ação. Além disso, ele fala sobre coerência no momento de transmitir os conteúdos ensinados, por isso não basta apenas dominar o conteúdo da disciplina, mas também ser coerente no que dizer, fazer e escrever sobre as suas próprias ações.
É por esse motivo que Paulo Freire escreve aos seus leitores, como podemos notar ao decorrer desse livro, sempre buscando harmonizar a teoria e sua própria prática, exemplificando seus pontos de vista com próprios exemplos de sua vida como docente. Por fim, o autor termina sua discussão sobre docência abordando o poder da ideologia sobre a educação e influenciando o agir do professor em sala de aula. Além do contexto sala de aula, Freire engloba a questão ideológica aos contextos sociais que não só envolvem o sujeito social, mas também os problemas envolvidos na concepção ideológica sobre discriminação social, além disso, destaca a importância do diálogo entre professor e aluno e como esse pode influenciar significativamente na prática educativa.
Nós professores, devemos buscar a competência educacional baseada na exigência que esse verbo, “ensinar”, exige. Exige de nós mais do que apenas conhecimento sobre o conteúdo da matéria, como cita Freire, mais do que se posicionar como autoridade e colocar o aluno como a própria etimologia da palavra sugere: um ser sem luz, sem conhecimento. O diálogo e as relações de experiências contribuem para que haja uma mudança na forma de ensino que vem sendo melhorada, mas não mudada definitivamente. Por isso, cabe ao professor ter a esperança, como o autor diz da mudança, pois sem essa esperança e sem acreditar que o professor tem a capacidade de mudar a educação, nem que seja com ações minúsculas, ele passa a tornar-se apenas mais um “passador” de conteúdos, em sala de aula.
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Resenha Crítica do Livro "Pedagogia da Autonomia" Maria de Lurdes Mattos Dantas Barbosa Saberes necessários à prática educativa, na visão de Paulo Freire. 
Contextualização
 Paulo Freire aborda, de forma simples e elucidativa, a prática educativa no cotidiano da sala de aula sala e fora dela, devendo-se levar em conta, que os procedimentos abordados no livro, podem e devem ser aplicados, desde o Ensino fundamental à Pós-graduação. Discorre sobre o desenvolvimento da formação docente e o que constitui o universo educacional, mantendo sempre uma visão crítica e democrática. Na construção e troca de saberes, o conflito e as tensões decorrentes das interações sociais, devem ser instrumentos essenciais para a prática pedagógica desde quando, a realidade do educando, o seu conhecimento prévio e de mundo, são motores móveis para a organização dos conteúdos programáticos, que por sua, vez, necessitam de discussão quanto a sua importância, no contexto do qual o aluno se insere e precisará dele, no momento especifico, dentro e fora da escola. Os conflitos servem também de provocação para que os alunos se assumam como sujeitos sócio-históricos, cocondutores de sua própria formação. As menções ao desenvolvimento afetivo, entre professores e alunos, são constantes. E, fundamenta essa posição, com base no equilíbrio entre a competência, a autoridade e a amorosidade. Essa trilogia vem acompanhada implicitamente de uma constante necessidade de atualização e abertura para a construção de novos paradigmas, caso haja resistência para o novo, o discurso da competência não tem significação. Ainda faz parte do fazer pedagógica, a simplicidade que deve nortear todo os outros procedimentos do professor progressista comprometido com a troca de saberes, assim como, a alegria proporciona um estado de bem-estar no decorrer do processo de educação. O autor defende com veemência a autonomia do educando e sugere a reflexão sobre a prática educativa-reflexiva, afirmando que formar é muito mais puramente treinar o educando no desempenho de destrezas. Faz severa crítica a ideologia neoliberal e ao fatalismo que se recusa enfaticamente ao sonho. Comenta a sua raiva contra as injustiças as quais, são submetidos aos que consideram como esfarrapados do mundo. A responsabilidade dos professores e dos que estão em formação é muito grande, desde quando, se fazem necessários o processo de mudança, as lutas, a criticidade e o exercício da cidadania, para a efetivação da prática docente. A ética é um ponto, o qual o autor considera primordial para a construção e aquisição do conhecimento. Refere-se a ética universal do ser humano e não a ética de mercado, a qual, deve ser combatida, afrontada. A reflexão crítica sobre a prática pedagógica e\ ou educativa para o docente, se torna de fato, uma exigência da relação teoria prática. Talvez por essa razão, Paulo Freire se preocupe tanto, com a formação dos professores e, sobretudo, com a organização dos conteúdos programáticos. As suas palavras conduzem o leitor a reconhecer entre outros objetivos, a necessidade de oportunizar para o formando desde o começo da sua vida acadêmica, o direito de assumir-se como sujeito da produção do saber. E, enfatiza de que ensinar, não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou a sua construção. No entanto, a capacidade crítica também deve ser estimulada no educando, assim como conduzir o aluno à “pensar certo, se constitui numa uma tarefa docente. E, para tanto, o conhecimento prévio do educando deve ser levado em consideração, começando pela ética - o respeito aos saberes construídos num processo anterior - ao longo da vida social, cultural e política do alunado. Principalmente refere-se aos alunos oriundos das classes populares, com muitas histórias para contar e que certamente servem de base para estudos sistematizados. O ensino sob este prisma deve abranger de forma elementar, a realidade do aluno de forma interdisciplinar e estimulativa. Pensar certo para o professor implica o respeito ao senso comum, assim como, o compromisso com a consciência crítica do aluno. Ensinar efetivamente exige pesquisa, coisa que está associada intrinsecamente ao fazer didáticopedagógico; exige também rejeição a toda e qualquer forma de discriminação e respeito à autonomia e liberdade do educando e a abertura para o conhecimento de novas metodologias e teorias que venham enriquecer o ensino. Diz Paulo Freire que: O velho que preserva uma tradição ou marca uma presença no tempo, continua novo! O autor revela ao leitor sobre o seu pocisionamento perante a educação neoliberal, dizendo-seconhecedor da natureza humana e que a compreensão que possui dessa referida natureza, é uma exigência que faz a si mesmo de pensar certo quando defende seus pontos de vista. Pensar certo é um ato comunicante, distanciado do aconchego e da solidão. O processo de construção do conhecimento implica também no sentimento de não acabado, concluído, finalizado. Ao contrário, essa construção, ao abolir a simples transferência de conteúdos, abre o caminho para a educação continuada, o aprimoramento da prática-docente, como a atualização dos acontecimentos das áreas do conhecimento científico; da contínua busca do novo. Gosto de ser gente, porque inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. As forças sociais, como fator externo, influenciam na estrutura educacional de alguma maneira. Fechar os olhos às tensões que delas emergem, é fechar-se e recolher-se; é não se dar conta de suas próprias limitações e condicionamentos. Tomar conhecimento disso pode conduzir o indivíduo a transpor suas pequenas condições. O bom senso deve permear todo o trabalho educativo, haja vista, a performance de cada professor, o jeito peculiar de ser, (uns autoritários, outros mau-humorados, alegres...) deixam marcas inaliáveis nos educandos. O autor chama à atenção quanto à necessidade da luta pelos direitos adquiridos, assim como também pelas plenas condições para o exercício de suas funções enquanto docente. Portanto, dentro dessa perspectiva, pode-se afirmar com base no pensamento do autor que, ensinar realmente, implica na luta pelos direitos dos educadores e na utilização da humildade e tolerância no contexto da vida cotidiana da sala de aula. Falar em educação deixa implícita a necessidade de estimular a curiosidade do aluno e conseqüentemente a do próprio educador, sem curiosidade não haveria ciência.Diz Paulo Freire: Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Pode-se intervir no mundo, através da educação, essa compreensão deve estar presente na prática-educativa da maneira crítica, oportunizando sempre debates a respeito de questões importantes que permita ao aluno se posicionar. Pode-se afirmar, que a educação também é contraditória e envolve a dialética, o desmascaramento da ideologia dominante, e muitas vezes ela própria reproduz essa ideologia, etc. No entanto em determinado momento do tempo e do espaço, um desses fatores predomina aos demais,cabendo ao setor educacional intervir nas ações que considera de relevância para a sociedade, como um todo. O autor chega à conclusão de ser necessário um pouco de radicalidade nas ações e diz continuar atento a advertência de Marx quanto a esse aspecto, pois graças a ela, continua alerto a tudo o que diz respeito a defesa dos direitos humanos e afirma ser imoral que os interesses de mercado se sobreponham aos interesses humanos. A sociedade social e política de que precisamos para construir a sociedade menos feia e menos arenosa, em que podemos ser mais nós mesmos, tem na formação democrática uma prática de real importância.(1991, p. 47) A possibilidade de transgressão da ética deve ser combatida e nada justifica a minimização dos seres humanos. O avanço da ciência e da tecnologia pode legitimar uma ordem desordeira em que só as minorias do poder esbanjam e gozam, enquanto que as maiorias se encontram em dificuldade até para sobreviver, mas que, afirma que a realidade é assim mesmo, que sua fome é uma fatalidade do fim do século. O autor se refere à ideologia fatalista da política e ao discurso neoliberal, assunto esse, repetido várias vezes, no decorrer no texto. Paulo Freire ao se referir à globalização, revela que ela reforça o poder das maiorias dominantes, esmigalha e torna impotente a presença dos dependentes. Enfatiza que frente a globalização, não há saída, a não ser baixar os olhos e agradecer a Deus ou a globalização por ainda estar vivo. Prefiro a rebeldia que me confirma como gente e que jamais deixou provar que o ser humano é maior que os mecanismos que o minimizam. (idem, p.129). A morte da História, era na verdade, a morte da utopia, a morte do sonho.Sobre esse assunto, Freire discorre dizendo que a proclamada morte da História e conseqüentemente do sonho, decreta de fato, o imobilismo que nega o ser humano. O livro é dividido em tópicos referentes ao processo de ensino; observa-se em determinados trechos, um pouco do perfil político e ideológico do autor; a sua veemente defesa em favor dos interesses humanos,; do ensino progressivo e democrático; da rejeição á política neoliberal e fatalista; a preocupação com os valores étnicos e sociais ,entre outros. Confirmam ser necessário certo radicalismo e rebeldia como normas para a construção de novos paradigmas e se posiciona contra a supremacia dos valores de mercado aos valores humanos, esse último, sua principal causa e primeiro objetivo de sua carreira na educação. A liberdade amadurece no confronto com outras liberdades, na defesa de seus direitos em face da autoridade dos pais, do professor, do Estado. ( idem, p. 119) REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários a à Prática Educativa.-São Paulo: Paz e Terra. 1996. 
Maria de Lurdes Mattos Dantas Barbosa
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA [1]
Não Há Docência Sem Discência 
A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação teoria/prática sem a qual a teoria pode ir virando um blábláblá e a prática,
ativismo (Freire, 1998, p. 24).
Não importa, em verdade, a linha pedagógica adotada pelo professor, seja ele um progressista ou um conservador, existem saberes necessários que ambas as linhas de pensamento devem seguir. Todo processo que vise o desenvolvimento de um modelo de ensino deve, basicamente, considerar também a direção dada à aprendizagem. Assim, o professor ensina e aprende ao mesmo tempo, não apenas no formato acadêmico, mas também na própria base de formação da ação.
Ao educador cabe instaurar o rigorismo do método, em função de despertar no educando a curiosidade aquela que busca o conhecimento, portanto insubmissa, e então, por extensão da idéia, formadora do senso crítico. Aprender criticamente é, em suma, formar a autonomia. Não é jamais, um estado de apropriar-se do conhecimento do mestre, mas um ato de formação e de interação da própria capacidade cognitiva do indivíduo com o meio. Assim, o mestre provém o aluno dos instrumentos apenas, do ferramental para a perfectibilização da formação crítica no indivíduo enquanto aluno.
Neste ato de formação da capacidade autônoma do indivíduo, surge uma das principais tarefas de importância do professor, qual seja, a de, considerando a visível importância do aprendizado e da execução de uma leitura crítica, em razão de ser ela a porta para todo o restante do processo de crescimento humano, fomentar o aprofundamento da consciência desse mesmo indivíduo em construção, no sentido de ele vir a capturar o significado de tal importância em sua particular existência.
Segundo palavras de Freire (id. p. 32), Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
Não se trata, segundo ele, de uma qualidade do professor, tampouco de uma metodologia de ensino, mas sim, deve inserir-se em um projeto maior e de mais alcance, ou seja, deve se dar um verdadeiro acompanhamento de todo o processo que é e que envolve a vida daquele indivíduo que vem junto a si aprender. Neste sentido, é básico que o modelo escolar como um todo seja construído no rumo da administração de uma conduta respeitosa quanto aos saberes inerentes ao meio social do indivíduo. Ao ensinar os conteúdos, o professor deve ser capaz de apresentá-los com elementos e subsídios saídos do cotidiano daquele que aprende, o que, por si só, já é um dínamo facilitador do aprendizado.
Não só o ato de aprender necessita da existência de senso crítico, mas também o ato de ensinar o exige, uma vez que se busque o rigor e a exatidão, na tentativa de ministrar os conceitos eos conteúdos, os atos e as demonstrações educativas. Baseado no rigorismo e na exatidão pode o professor administrar a curiosidade do aluno, conduzindo-o à inquietação e, portanto, à própria criatividade resolutiva de situações e desenvolvimento da autonomia.
Dentre os recursos que apresenta o mestre, é básico que demonstre aos seus alunos a coerência em sua postura humana e em suas idéias. O que diz precisa, necessariamente, andar casado com os exemplos que dá aos alunos. Assim, a formação moral, para que seja transmitida com toda uma base específica ou com todo um fundamento ético, necessita de um aprofundamento não só naquilo que se transmite, mas na própria atuação particular do professor. Esse aprofundamento necessário, no tocante à moral do educador, é exatamente o fator que poderá permitir-lhe uma participação livre do medo e do risco de expor suas idéias e seus conceitos, bem como isenta-o de uma atuação discriminatória quando é o outro indivíduo que se expõe. Trata-se de uma certeza no modus vivendi servindo de base ou de modelo indireto à formação de outro indivíduo.
A experiência histórica, política, cultural e social dos homens e das mulheres jamais pode se dar "virgem" do conflito entre as forças que obstaculizam
a busca da assunção de si por parte dos indivíduos e dos grupos e das forças que
trabalham em favor daquela assunção (id. p. 47).
Ensinar Não é Transferir Conhecimento
Quando entro em sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico
e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a transferir conhecimento (id., p. 52).
O saber científico que o professor apresenta aos alunos é de suma importância no processo de ensinar, mas nem de longe o é absoluto, na medida em que se deve dar espaço aos valores inerentes à formação tanto do caráter como do senso crítico, embasados que são em conteúdos intrínsecos ao que de humano possuímos. É preciso que se leve em consideração, tanto ao aprender quanto ao ensinar, as medidas possíveis das quais dispomos, seja as de superação, seja as de falibilidade na atuação particular a cada indivíduo.
É o meu bom senso que me adverte de que exercer a minha autoridade de professor na classe, tomando decisões, orientando atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo não é sinal de autoritarismo de minha parte. É a minha autoridade cumprindo o seu dever (id., p. 68).
Muita confusão se faz ainda, tanto nos meios como nos modelos escolares a respeito da questão da autoridade. Pessoas há que definem de forma confusa os limites entre a autoridade e o autoritarismo e, por extensão, da licenciosidade com a liberdade. Não é preciso que se utilize de elementos autoritários, a conseguir a adesão do educando ao modo de condução do processo escolar como um todo, tampouco na condução mais particular de sala de aula, mas que se possa dispor sempre, isto sim, do bom senso, da lógica construtiva e de um engajamento profundo, na busca da construção da pretendida autonomia.
O ato de ensinar deve ser revestido de um envoltório político, basicamente porque inerente ao homem e suas peculiaridades sociais, mas jamais potencialmente partidário ou ideológico, embora deva ministrar os conhecimentos no sentido de uma conscientização da extensão da realidade social de cada um. Ao formar seu senso político de forma não ideológica, não impositiva, mas por atuação crítica, o indivíduo desenvolve as ferramentas a por si só, desviar-se de elementos antagônicos ao desenvolvimento social. Se ele o faz, contudo, pautado em ideologias politiqueiras, torna-se um refém de sua própria condição social e, por vezes até escravo dela. 
Ao apropriarmo-nos do saber científico, assim como dos conhecimentos vários, de um modo geral, desenvolvemos, além dos indivíduos, numa ótica particular, toda a sociedade, na medida em que passe ela a utilizar-se dos novos recursos disponíveis a tornar possíveis melhorias na execução de serviços e tarefas em favor das pessoas.
Não há assim, uma forma de atuação neutra em todo o âmbito social, mas há sim uma interação contínua, mesmo que se dê de uma forma negativa ou passiva, entre os indivíduos. Não há como se possa desconsiderar a necessidade premente de todos os indivíduos poderem alcançar um determinado patamar ou uma determinada condição educacional, não importando de onde venham ou qual a sua condição social de origem.
Ensinar é Uma Especificidade Humana
O ato de ensinar, segundo Freire (id. p. 102), exige segurança, competência profissional e generosidade. Professores há que, embora tecnicamente preparados não dispõem das capacidades mais básicas como, por exemplo, a capacidade de doação. A capacitação humana dotada de valores morais e éticos pelo professor envolve aquele que aprende na confiança e no respeito, tanto de seus particulares princípios como de seu entendimento de mundo.
A necessidade mais básica aos atos de ensino e de aprendizado anda estreitamente ligada ao modelo democrático de atuação. O falar e o escutar devem ter um mesmo peso ao menos, senão mais ao escutar o outro. O conhecimento não pode ser imposto ao outro, ou colocado imperativamente, em conformidade com um modelo determinado antecipadamente, mas sim deve ser construído em conjunto, de uma forma aberta, interativa e interdisciplinar.
Isso porque se dispusermos de um ensinamento ministrado de forma impositiva, por certo longe estaremos do ideal democrático que se impõe acima de qualquer outro, qual seja, o diálogo aberto e pleno, a valorização interativa dos saberes individuais ou ainda, a comparação dialética desses saberes e das cognições. Vê-se, portanto, que ao mestre de capacidade humana desenvolvida são inerentes posições ou intenções como a do querer bem ao seu aluno e de respeitá-lo; de tolerá-lo de forma humilde e alegre; de estar receptivo aos novos paradigmas e aos novos entendimentos, à esperança e à justiça, sob pena de não estar apto a uma prática pedagógio-progressista.
ANÁLISE DA OBRA
Freire nos mostra, não apenas nesta sua obra, mas em todas as suas outras, o comprometimento que tem com a verdade e com a criticidade que lhe é peculiar. Sem deixar de lado, por nenhum momento, o seu espaço humano e humanizador, deixa-nos à vontade para ver como somos incompletos e que não estamos sós, abre espaço para a nossa reflexão e nos posiciona entre a teoria e a prática, na medida certa do humano e científico.
Relacionando esta obra com o estudo da sociologia, vê-se que Freire é um marxista e sempre ao longo de sua vida, lutou pela dignidade dos desfavorecidos na sociedade, através de muitos embates pela reforma agrária, pelas classes trabalhadoras e pelos camponeses. Tentou levar ao povo saberes necessários para a conscientização e não para a conformidade de suas condições. É possível dizer que Freire dispunha de uma visão da sociedade embasada no paradigma do conflito, onde a sociedade compõe-se de vários grupos em situações conflitantes e a dominação que é feita por imposição da classe dominante.
Como Illich, é considerado um utópico, pois acredita na educação como libertadora, que vem mostrar a responsabilidade social e política de cada indivíduo, buscando mostrar sempre a relação teoria e prática, através da reflexão que gera uma nova ação, visando a educação como um ato que subsidia a formação conscientizadora para a luta pelas classes desfavorecidas em função de melhores condições e o não conformismo pela dominação radical, seja ela de direita ou de esquerda.
CONCLUSÃO
Cabe ao professor buscar cada vez com mais intensidade tanto o conhecimento como o aprimoramento técnico, muito embora não deva nunca descuidar do sentido humano, ou seja, precisa ter em conta sempre que o indivíduo aquele que dele aprende, deve ser tratado com tolerância, respeito, carinho e doação.
Ao mesmo passo é preciso, mesmo estando permanentemente rumando no sentido da construção da autonomia em outro ser, tratando com elementossociais de sensibilidade individual pertinentes a outro indivíduo, que atue no sentido de um modelo social político que possa garantir sua subsistência e dignidade profissional.
O professor, no ato de ensinar deve ser coerente quanto à atitude que toma e o texto que prega. Deve ser capaz de avaliar sua prática e de estar aberto aos novos conhecimentos e às novas técnicas que a todo momento surgem. Tem que ter a visão moldada a reconhecer os elementos pertinentes a uma determinada cultura e relacioná-la com os elementos que nela vivem. Deve dispor da curiosidade e enfim, da alegria e da esperança.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo : Paz e Terra, 1996.

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