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www.cers.com.br OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM Direito Civil – Aula 01 Luciano Figueiredo 1 Parte Geral 1. Emancipação É a antecipação da cessação da incapacidade. O ato de emancipação é irrevogável e irretratável. Pode ser (art. 5, Parágrafo Único do CC): a) Voluntária b) Judicial c) Legal Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento públi- co, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos com- pletos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efeti- vo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 1.1 Voluntária (art. 5º, parágrafo único, I, primeira parte, NCC) a) Se a mãe for separada do pai, e detiver a guarda, ela poderá, sozinha, conceder a emancipação (em vice-versa)? b) Se houver conflito na decisão dos pais? 1.2 Judicial (art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte, NCC) 1.3 Legal (art. 5º, parágrafo único, II e ss. do NCC). Hipóteses: a) PELO CASAMENTO. A separação e o divorcio posterior ao casamento levam à “queda” da emancipação? b) EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO . c) COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR. d) O ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA. 2. Extinção da Pessoa Física ou Natural Termina a existência da pessoa natural com a mor- te, a qual, para o direito, pode ser: a) Real b) Presumida Com procedimento de ausência Sem procedimento de ausência 2.1 Morte Real 2.2 Morte presumida (Morte presumida = morte civil (para alguns) = ficta mortis) 2.2.1 Morte presumida sem declaração de au- sência. Art. 7° - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único – A declaração de morte presumi- da, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do faleci- mento. 2.2.2 Com Procedimento de Ausência. A ausência passa por três fases para ser declarada 1º FASE – CURADORIA DE BENS DO AU- SENTE Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicí- lio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba adminis- trar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Art. 23. Também se declarará a ausência, e se no- meará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficien- tes. Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. www.cers.com.br OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM Direito Civil – Aula 01 Luciano Figueiredo 2 § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. § 2o Entre os descendentes, os mais próximos pre- cedem os mais remotos. § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 2º FASE – SUCESSÃO PROVISÓRIA Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou pro- curador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oi- tenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertu- ra do testamento, se houver, e ao inventário e parti- lha dos bens, como se o ausente fosse falecido. § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cum- pre ao Ministério Público requerê-la ao juízo compe- tente. § 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - o cônjuge não separado judicialmente; II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamen- tários; III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - os credores de obrigações vencidas e não pa- gas. Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. § 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alie- nar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. 3º FASE – SUCESSÃO DEFINITIVA Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão pro- visória, poderão os interessados requerer a suces- são definitiva e o levantamento das cauções presta- das. Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. > Transmissão dos bens em caráter definitivo E se o ausente retornar? Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisó- ria, cessarão para logo as vantagens dos sucesso- res nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a to- mar as medidas assecuratórias precisas, até a en- trega dos bens a seu dono. Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos se- guintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados hou- verem recebido pelos bens alienados depois daque- le tempo. Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da Uni- ão, quando situados em território federal. Como fica o casamento do ausente? 3. Desconsideração da Pessoa Jurídica: (“Disre- gard Doutrine”) Código Civil: Art. 50. Em caso de abuso de personalidade jurí- dica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Públicoquando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obri- gações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. www.cers.com.br OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM Direito Civil – Aula 01 Luciano Figueiredo 3 O Novo Código de Processo Civil regula o incidente de desconsideração? CAPÍTULO IV DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 133. O incidente de desconsideração da per- sonalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1 o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2 o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídi- ca. Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fun- dada em título executivo extrajudicial. § 1 o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devi- das. § 2 o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for re- querida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. § 3 o A instauração do incidente suspenderá o pro- cesso, salvo na hipótese do § 2 o . § 4 o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pes- soa jurídica será citado para manifestar-se e re- querer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao re- querente. Família 4. Regime de Bens Trata-se do estatuto patrimonial do casamento, o qual se inicia com o matrimônio, regido pelos princí- pios: a) Liberdade de escolha b) Mutabilidade a) Liberdade de Escolha - Pacto Antenupcial: Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de sepa- ração de bens. Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei. Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sen- do ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comu- nhão parcial. Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto ante- nupcial por escritura pública, nas demais escolhas. Variabilidade? b) Mutabilidade (art. 1639) Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. § 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. § 2º É admissível alteração do regime de bens, me- diante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de ter- ceiros. O NCC, no §2º do art. 1639, permite a mudança do regime de bens, sendo necessário: a) Pedido conjunto de ambos os cônjuges b) Procedimento de jurisdição voluntária (não pode haver lide). c) O juízo competente é o juízo de família. d) Não pode vim a prejudicar terceiros. Por isso devem publicar editais. O NCPC regula a matéria no art. 734; cita-se: Art. 734. A alteração do regime de bens do www.cers.com.br OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM Direito Civil – Aula 01 Luciano Figueiredo 4 casamento, observados os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros. § 1 o Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital. § 2 o Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros. § 3 o Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. 4.1 Regime Da Comunhão Parcial De Bens Ou Regime Supletivo Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presu- mem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior. O que não entra (não-comunica) na comunhão parcial (art. 1659): Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao ca- sar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusi- vamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilíci- tos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e ins- trumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de ca- da cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos (rendimento militar), montepios (pensão militar) e outras rendas semelhantes. O que entra (comunicam – aquestos) na comu- nhão parcial (art. 1660): Art. 1.660. Entram na comunhão: I - os bens adquiridos na constância do ca- samento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; V - os frutos dos bens comuns, ou dos parti- culares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 5. Alimentos. 5.1 Espécies em estudo. 5.1.1 Quanto a sua natureza (critério novo criado pelo CC/2002). - Naturais. Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. - Necessários. Art. 1694 [...] § 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicial- mente vier a necessitarde alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial. Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá- los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevi- vência. 5..2 Quanto a sua causa (origem) dos alimentos - Ressarcitórios / Reparatórios. Fiquem atentos ao art. 533 do NCPC: www.cers.com.br OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM Direito Civil – Aula 01 Luciano Figueiredo 5 Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. § 1 o O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis sus- cetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inal- ienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação. § 2 o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancár- ia ou garantia real, em valor a ser arbitrado de ime- diato pelo juiz. § 3 o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. § 4 o A prestação alimentícia poderá ser fixada to- mando por base o salário-mínimo. § 5 o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas. - Voluntários. A previsão da doação em cotas periódicas esta no art 545 do CC: Art. 545. A doação em forma de subvenção periódi- ca ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. - Civis (ou legítimos). 5.1.3 Quanto a sua finalidade - Definitivos. - Alimentos Transitórios - Gravídicos (Lei 11.804/2008) De quem é a legitimidade ativa? Art. 1 o Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido. O que englobam tais alimentos? Art. 2 o Os alimentos de que trata esta Lei com- preenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, as- sistência médica e psicológica, exames complemen- tares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indis- pensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mul- her grávida, na proporção dos recursos de ambos. Quando houver o nascimento extingue? Art. 6 o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. Prazo de resposta? Art. 7 o O réu será citado para apresentar resposta em 5 (cinco) dias. E as demais questões procedimentais? Art. 11. Aplicam-se supletivamente nos processos regulados por esta Lei as disposições das Leis n os 5.478, de 25 de julho de 1968, e 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 5.2 Características a) Personalíssimos (intuito persone) - Binômio Capacidade-Necessidade. - Transmissão da obrigação de prestar alimentos Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos trans- mite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694. b) Irrenunciáveis (art. 1707, CC) Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compen- sação ou penhora. c) Irrepetíveis d) Imprescritíveis Mas, apesar da imprescritibilidade na cobrança dos alimentos, o art. 206, § 2 do CC estabeleceu um prazo para executá-los, que é de dois anos. www.cers.com.br OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM Direito Civil – Aula 01 Luciano Figueiredo 6 § 2 o Em dois anos, a pretensão para haver presta- ções alimentares, a partir da data em que se vence- rem. e) Irretroativos Significa que os alimentos são futuros, ou seja, ali- mentos são fixados dali para frente - a partir da data da citação (art. 13, § 2º da lei de alimentos, bem como sumula 277 do STJ). § 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retro- agem à data da citação. S. 277, STJ - Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação. f)Impenhoráveis e Incompensáveis 5.3 Sujeitos da Obrigação Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obriga- ção aos descendentes, guardada a ordem de su- cessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germa- nos como unilaterais. Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato/; sendo várias as pessoas obri- gadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. São aqueles que podem demandar e serem de- mandados: são os CÔNJUGES, COMPANHEIROS E PARENTES, reciprocamente. Essa consiste na causa de pedir. - Alimentos entre cônjuges e companheiros Novo casamento, união estável ou concubinato do credor exonera o alimentante. Idem caso tenho pro- cedido de indigno em face do devedor (Art 1708). Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos. Parágrafo único. Com relação ao credor ces- sa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor. O namoro faz cessar o direito aos alimentos? Há Jurisprudência do STJ no sentido que o namoro não extingue a pensão alimentícia (RESP 111476 MG). DIREITO DE FAMÍLIA. CIVIL. ALIMENTOS. EX- CÔNJUGE. EXONERAÇÃO. NAMORO APÓS A SEPARAÇÃOCONSENSUAL. DEVER DE FIDELI- DADE. PRECEDENTE. RECURSO PROVIDO. I - Não autoriza exoneração da obrigação de prestar alimentos à ex-mulher o só fato desta namorar ter- ceiro após a separação. II - A separação judicial põe termo ao dever de fide- lidade recíproca. As relações sexuais eventualmen- te mantidas com terceiros após a dissolução da sociedade conjugal, desde que não se comprove desregramento de conduta, não têm o condão de ensejar a exoneração da obrigação alimentar, dado que não estão os ex-cônjuges impedidos de estabe- lecer novas relações e buscar, em novos parceiros, afinidades e sentimentos capazes de possibilitar- lhes um futuro convívio afetivo e feliz. III - Em linhade princípio, a exoneração de presta- ção alimentar, estipulada quando da separação consensual, somente se mostra possível em uma das seguintes situações: a) convolação de novas núpcias ou estabelecimento de relação concubinária pelo ex-cônjuge pensionado, não se caracterizando como tal o simples envolvimento afetivo, mesmo abrangendo relações sexuais; b) adoção de com- portamento indigno; c) alteração das condições econômicas dos ex- cônjuges em relação às existentes ao tempo da dissolução da sociedade conjugal. (RESP 111.476/MG, Rel. MIN. SALVIO DE FI- GUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 25.03.1999, DJ 10.05.1999 p. 177) - Alimentos entre Parentes São devedores de alimentos: I) Os parentes em linha reta sem limites II) Os parentes colaterais somente até segundo grau (que são os irmãos). Não devem alimentos: I) Colaterais de terceiro e quarto graus. II) Os parentes por afinidade No que relaciona-se aos alimentos dos filhos, apli- ca-se a regra binária: a) Se o filho é menor? www.cers.com.br OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM Direito Civil – Aula 01 Luciano Figueiredo 7 b) Se o filho é maior? S. 358, STJ - O cancelamento de pensão alimentí- cia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. Sucessões 6. Sucessão Legítima 6.1. Ordem de Vocação Hereditária Como visto inicialmente a sucessão legítima é a sucessão por lei que, em principio, ocorre quando não fora feito testamento. Dentro desse contexto, são herdeiros legítimos os descendentes, ascendentes, o cônjuge e os colate- rais até o quarto grau. Qual é a ordem de vocação hereditária? Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o côn- juge sobrevivente, salvo se casado este com o fale- cido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particu- lares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônju- ge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. Vamos à verificação das hipóteses. 6.2. Sucessão do Descendente Norteia-se por duas regras: 1) Igualdade 2) Proximidade. Cabeça ou linhas? 6.3. Sucessão do Ascendente Sucessão do ascendente segue as mesmas regras da sucessão do descendente: 1) Igualdade 2) Proximidade. Cabeça ou linhas? 6.4. Sucessão do Cônjuge CC, Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judi- cialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. Concorrência sucessória do cônjuge com o des- cendente Inicialmente, como visto, lembremo-nos de que o cônjuge foi elevado à categoria de herdeiro ne- cessário (art. 1845) pelo vigente Código Civil. O cônjuge não concorrerá com os descendentes, se for casado nos seguintes regimes: a) separação obrigatória (1641); b) comunhão universal; c) comunhão parcial, se o falecido não deixou bens particulares. Na hipótese de comunhão parcial incide sobre os bens comuns ou apenas sobre os particulares? Quanto ao critério de divisão (montante), será aplicado o art. 1832 do Código: Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. E se o cônjuge concorrer com descendentes co- muns e não comuns (exclusivos)? Sucessão do cônjuge em concorrência com o ascendente O cônjuge terá direito concorrencial em face dos ascendentes, qualquer que seja o regime de bens, na forma do art. 1837: Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primei- ro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só as- cendente, ou se maior for aquele grau. Se não houver nenhum descendente e nem ne- nhum ascendente?
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