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Direito Civil - Emancipação e Extinção da Pessoa Física

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OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM 
Direito Civil – Aula 01 
Luciano Figueiredo 
1 
Parte Geral 
 
1. Emancipação 
 
É a antecipação da cessação da incapacidade. O 
ato de emancipação é irrevogável e irretratável. 
Pode ser (art. 5, Parágrafo Único do CC): 
 
a) Voluntária 
b) Judicial 
c) Legal 
 
 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, 
a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles 
na falta do outro, mediante instrumento públi-
co, independentemente de homologação 
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o 
tutor, se o menor tiver dezesseis anos com-
pletos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efeti-
vo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino 
superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, 
ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com 
dezesseis anos completos tenha economia 
própria. 
 
1.1 Voluntária (art. 5º, parágrafo único, I, primeira 
parte, NCC) 
 
a) Se a mãe for separada do pai, e detiver a guarda, 
ela poderá, sozinha, conceder a emancipação (em 
vice-versa)? 
 
b) Se houver conflito na decisão dos pais? 
 
1.2 Judicial (art. 5º, parágrafo único, I, segunda 
parte, NCC) 
 
1.3 Legal (art. 5º, parágrafo único, II e ss. do NCC). 
 
Hipóteses: 
 
a) PELO CASAMENTO. 
 
A separação e o divorcio posterior ao casamento 
levam à “queda” da emancipação? 
 
b) EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO 
. 
c) COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR. 
 
d) O ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, 
OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, 
DESDE QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR 
COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA 
ECONOMIA PRÓPRIA. 
 
2. Extinção da Pessoa Física ou Natural 
 
Termina a existência da pessoa natural com a mor-
te, a qual, para o direito, pode ser: 
 
a) Real 
b) Presumida 
 
 Com procedimento de ausência 
 Sem procedimento de ausência 
 
2.1 Morte Real 
 
2.2 Morte presumida (Morte presumida = morte 
civil (para alguns) = ficta mortis) 
 
2.2.1 Morte presumida sem declaração de au-
sência. 
 
Art. 7° - Pode ser declarada a morte presumida, 
sem decretação de ausência: 
I – se for extremamente provável a morte de quem 
estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito 
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o 
término da guerra. 
Parágrafo único – A declaração de morte presumi-
da, nesses casos, somente poderá ser requerida 
depois de esgotadas as buscas e averiguações, 
devendo a sentença fixar a data provável do faleci-
mento. 
 
2.2.2 Com Procedimento de Ausência. 
 
A ausência passa por três fases para ser declarada 
 
 1º FASE – CURADORIA DE BENS DO AU-
SENTE 
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicí-
lio sem dela haver notícia, se não houver deixado 
representante ou procurador a quem caiba adminis-
trar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer 
interessado ou do Ministério Público, declarará a 
ausência, e nomear-lhe-á curador. 
 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se no-
meará curador, quando o ausente deixar mandatário 
que não queira ou não possa exercer ou continuar o 
mandato, ou se os seus poderes forem insuficien-
tes. 
 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não 
esteja separado judicialmente, ou de fato por mais 
de dois anos antes da declaração da ausência, será 
o seu legítimo curador. 
 
 
 
 
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OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM 
Direito Civil – Aula 01 
Luciano Figueiredo 
2 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do 
ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, 
nesta ordem, não havendo impedimento que os 
iniba de exercer o cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos pre-
cedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete 
ao juiz a escolha do curador. 
 
 2º FASE – SUCESSÃO PROVISÓRIA 
 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens 
do ausente, ou, se ele deixou representante ou pro-
curador, em se passando três anos, poderão os 
interessados requerer que se declare a ausência e 
se abra provisoriamente a sucessão. 
 
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da 
sucessão provisória só produzirá efeito cento e oi-
tenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, 
logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertu-
ra do testamento, se houver, e ao inventário e parti-
lha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não 
havendo interessados na sucessão provisória, cum-
pre ao Ministério Público requerê-la ao juízo compe-
tente. 
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado 
para requerer o inventário até trinta dias depois de 
passar em julgado a sentença que mandar abrir a 
sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação 
dos bens do ausente pela forma estabelecida nos 
arts. 1.819 a 1.823. 
 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, 
somente se consideram interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamen-
tários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito 
dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pa-
gas. 
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos 
bens do ausente, darão garantias da restituição 
deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes 
aos quinhões respectivos. 
 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas 
não puder prestar a garantia exigida neste artigo, 
será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam 
caber sob a administração do curador, ou de outro 
herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa 
garantia. 
 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, 
uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, 
poderão, independentemente de garantia, entrar na 
posse dos bens do ausente. 
 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alie-
nar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, 
quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
 
 3º FASE – SUCESSÃO DEFINITIVA 
 
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a 
sentença que concede a abertura da sucessão pro-
visória, poderão os interessados requerer a suces-
são definitiva e o levantamento das cauções presta-
das. 
 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, 
também, provando-se que o ausente conta oitenta 
anos de idade, e que de cinco datam as últimas 
notícias dele. 
 
> Transmissão dos bens em caráter definitivo 
 
E se o ausente retornar? 
 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a 
existência, depois de estabelecida a posse provisó-
ria, cessarão para logo as vantagens dos sucesso-
res nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a to-
mar as medidas assecuratórias precisas, até a en-
trega dos bens a seu dono. 
 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos se-
guintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum 
de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou 
estes haverão só os bens existentes no estado em 
que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o 
preço que os herdeiros e demais interessados hou-
verem recebido pelos bens alienados depois daque-
le tempo. 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere 
este artigo, o ausente não regressar, e nenhum 
interessado promover a sucessão definitiva, os bens 
arrecadados passarão ao domínio do Município ou 
do Distrito Federal, se localizados nas respectivas 
circunscrições, incorporando-se ao domínio da Uni-
ão, quando situados em território federal. 
 
Como fica o casamento do ausente? 
 
3. Desconsideração da Pessoa Jurídica: (“Disre-
gard Doutrine”) 
 
Código Civil: 
 
Art. 50. Em caso de abuso de personalidade jurí-
dica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou 
pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Públicoquando lhe couber intervir no processo, que os 
efeitos de certas e determinadas relações de obri-
gações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
 
 
 
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Direito Civil – Aula 01 
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3 
 
O Novo Código de Processo Civil regula o incidente 
de desconsideração? 
 
CAPÍTULO IV 
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da per-
sonalidade jurídica será instaurado a pedido da 
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber 
intervir no processo. 
§ 1
o
 O pedido de desconsideração da personalidade 
jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 
§ 2
o
 Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese 
de desconsideração inversa da personalidade jurídi-
ca. 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível 
em todas as fases do processo de conhecimento, 
no cumprimento de sentença e na execução fun-
dada em título executivo extrajudicial. 
§ 1
o
 A instauração do incidente será imediatamente 
comunicada ao distribuidor para as anotações devi-
das. 
§ 2
o
 Dispensa-se a instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for re-
querida na petição inicial, hipótese em que será 
citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3
o
 A instauração do incidente suspenderá o pro-
cesso, salvo na hipótese do § 2
o
. 
§ 4
o
 O requerimento deve demonstrar o 
preenchimento dos pressupostos legais específicos 
para desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pes-
soa jurídica será citado para manifestar-se e re-
querer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o 
incidente será resolvido por decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo 
relator, cabe agravo interno. 
 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a 
alienação ou a oneração de bens, havida em fraude 
de execução, será ineficaz em relação ao re-
querente. 
 
Família 
 
4. Regime de Bens 
 
Trata-se do estatuto patrimonial do casamento, o 
qual se inicia com o matrimônio, regido pelos princí-
pios: 
 
a) Liberdade de escolha 
b) Mutabilidade 
 
a) Liberdade de Escolha 
 
- Pacto Antenupcial: 
 
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não 
for feito por escritura pública, e ineficaz se 
não lhe seguir o casamento. 
 
 
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, 
realizado por menor, fica condicionada à 
aprovação de seu representante legal, salvo 
as hipóteses de regime obrigatório de sepa-
ração de bens. 
 
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula 
dela que contravenha disposição absoluta de 
lei. 
 
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sen-
do ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos 
bens entre os cônjuges, o regime da comu-
nhão parcial. 
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no 
processo de habilitação, optar por qualquer 
dos regimes que este código regula. Quanto 
à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela 
comunhão parcial, fazendo-se o pacto ante-
nupcial por escritura pública, nas demais 
escolhas. 
 
Variabilidade? 
 
b) Mutabilidade (art. 1639) 
 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado 
o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o 
que lhes aprouver. 
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a 
vigorar desde a data do casamento. 
§ 2º É admissível alteração do regime de bens, me-
diante autorização judicial em pedido motivado de 
ambos os cônjuges, apurada a procedência das 
razões invocadas e ressalvados os direitos de ter-
ceiros. 
 
O NCC, no §2º do art. 1639, permite a mudança do 
regime de bens, sendo necessário: 
 
a) Pedido conjunto de ambos os cônjuges 
b) Procedimento de jurisdição voluntária (não pode 
haver lide). 
c) O juízo competente é o juízo de família. 
d) Não pode vim a prejudicar terceiros. Por isso 
devem publicar editais. 
 
O NCPC regula a matéria no art. 734; cita-se: 
 
Art. 734. A alteração do regime de bens do 
 
 
 
 
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4 
casamento, observados os requisitos legais, poderá 
ser requerida, motivadamente, em petição assinada 
por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as 
razões que justificam a alteração, ressalvados os 
direitos de terceiros. 
§ 1
o
 Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a 
intimação do Ministério Público e a publicação de 
edital que divulgue a pretendida alteração de bens, 
somente podendo decidir depois de decorrido o 
prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital. 
§ 2
o
 Os cônjuges, na petição inicial ou em petição 
avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de 
divulgação da alteração do regime de bens, a fim de 
resguardar direitos de terceiros. 
§ 3
o
 Após o trânsito em julgado da sentença, 
serão expedidos mandados de averbação 
aos cartórios de registro civil e de imóveis e, 
caso qualquer dos cônjuges seja empresário, 
ao Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins. 
 
4.1 Regime Da Comunhão Parcial De Bens Ou 
Regime Supletivo 
 
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, 
comunicam-se os bens que sobrevierem ao 
casal, na constância do casamento, com as 
exceções dos artigos seguintes. 
 
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja 
aquisição tiver por título uma causa anterior 
ao casamento. 
 
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presu-
mem-se adquiridos na constância do casamento os 
bens móveis, quando não se provar que o foram em 
data anterior. 
 
O que não entra (não-comunica) na comunhão 
parcial (art. 1659): 
 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao ca-
sar, e os que lhe sobrevierem, na constância 
do casamento, por doação ou sucessão, e os 
sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens adquiridos com valores exclusi-
vamente pertencentes a um dos cônjuges em 
sub-rogação dos bens particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos ilíci-
tos, salvo reversão em proveito do casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e ins-
trumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de ca-
da cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos (rendimento 
militar), montepios (pensão militar) e outras 
rendas semelhantes. 
 
O que entra (comunicam – aquestos) na comu-
nhão parcial (art. 1660): 
 
Art. 1.660. Entram na comunhão: 
I - os bens adquiridos na constância do ca-
samento por título oneroso, ainda que só em 
nome de um dos cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, com 
ou sem o concurso de trabalho ou despesa 
anterior; 
III - os bens adquiridos por doação, herança 
ou legado, em favor de ambos os cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens particulares de 
cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos parti-
culares de cada cônjuge, percebidos na 
constância do casamento, ou pendentes ao 
tempo de cessar 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do 
art. 1.659. 
 
5. Alimentos. 
 
5.1 Espécies em estudo. 
 
5.1.1 Quanto a sua natureza (critério novo criado 
pelo CC/2002). 
 
- Naturais. 
 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou 
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de 
que necessitem para viver de modo compatível com 
a sua condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
 
- Necessários. 
 
Art. 1694 [...] 
§ 2
o
 Os alimentos serão apenas os indispensáveis à 
subsistência, quando a situação de necessidade 
resultar de culpa de quem os pleiteia. 
 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicial-
mente vier a necessitarde alimentos, será o outro 
obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada 
pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na 
ação de separação judicial. 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado 
vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes 
em condições de prestá-los, nem aptidão para o 
trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-
los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevi-
vência. 
 
5..2 Quanto a sua causa (origem) dos alimentos 
 
- Ressarcitórios / Reparatórios. 
 
Fiquem atentos ao art. 533 do NCPC: 
 
 
 
 
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5 
 
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir 
prestação de alimentos, caberá ao executado, a 
requerimento do exequente, constituir capital cuja 
renda assegure o pagamento do valor mensal da 
pensão. 
§ 1
o
 O capital a que se refere o caput, representado 
por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis sus-
cetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou 
aplicações financeiras em banco oficial, será inal-
ienável e impenhorável enquanto durar a obrigação 
do executado, além de constituir-se em patrimônio 
de afetação. 
§ 2
o
 O juiz poderá substituir a constituição do capital 
pela inclusão do exequente em folha de pagamento 
de pessoa jurídica de notória capacidade econômica 
ou, a requerimento do executado, por fiança bancár-
ia ou garantia real, em valor a ser arbitrado de ime-
diato pelo juiz. 
§ 3
o
 Se sobrevier modificação nas condições 
econômicas, poderá a parte requerer, conforme as 
circunstâncias, redução ou aumento da prestação. 
§ 4
o
 A prestação alimentícia poderá ser fixada to-
mando por base o salário-mínimo. 
§ 5
o
 Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz 
mandará liberar o capital, cessar o desconto em 
folha ou cancelar as garantias prestadas. 
 
- Voluntários. 
 
A previsão da doação em cotas periódicas esta no 
art 545 do CC: 
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódi-
ca ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, 
salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá 
ultrapassar a vida do donatário. 
 
- Civis (ou legítimos). 
 
5.1.3 Quanto a sua finalidade 
 
- Definitivos. 
 
- Alimentos Transitórios 
 
- Gravídicos (Lei 11.804/2008) 
 
De quem é a legitimidade ativa? 
 
Art. 1
o
 Esta Lei disciplina o direito de alimentos da 
mulher gestante e a forma como será exercido. 
 
O que englobam tais alimentos? 
 
Art. 2
o
 Os alimentos de que trata esta Lei com-
preenderão os valores suficientes para cobrir as 
despesas adicionais do período de gravidez e que 
sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, 
inclusive as referentes a alimentação especial, as-
sistência médica e psicológica, exames complemen-
tares, internações, parto, medicamentos e demais 
prescrições preventivas e terapêuticas indis-
pensáveis, a juízo do médico, além de outras que o 
juiz considere pertinentes. 
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este 
artigo referem-se à parte das despesas que deverá 
ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a 
contribuição que também deverá ser dada pela mul-
her grávida, na proporção dos recursos de ambos. 
 
Quando houver o nascimento extingue? 
 
 Art. 6
o
 Convencido da existência de indícios da 
paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que 
perdurarão até o nascimento da criança, sopesando 
as necessidades da parte autora e as possibilidades 
da parte ré. 
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os 
alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão 
alimentícia em favor do menor até que uma das 
partes solicite a sua revisão. 
 
Prazo de resposta? 
 
Art. 7
o
 O réu será citado para apresentar resposta 
em 5 (cinco) dias. 
 
E as demais questões procedimentais? 
 
Art. 11. Aplicam-se supletivamente nos processos 
regulados por esta Lei as disposições das Leis n
os
 
5.478, de 25 de julho de 1968, e 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
 
5.2 Características 
 
a) Personalíssimos (intuito persone) 
 
- Binômio Capacidade-Necessidade. 
 
- Transmissão da obrigação de prestar alimentos 
 
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos trans-
mite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 
1.694. 
 
b) Irrenunciáveis (art. 1707, CC) 
 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é 
vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o 
respectivo crédito insuscetível de cessão, compen-
sação ou penhora. 
 
c) Irrepetíveis 
 
d) Imprescritíveis 
 
Mas, apesar da imprescritibilidade na cobrança dos 
alimentos, o art. 206, § 2 do CC estabeleceu um 
prazo para executá-los, que é de dois anos. 
 
 
 
 
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§ 2
o
 Em dois anos, a pretensão para haver presta-
ções alimentares, a partir da data em que se vence-
rem. 
 
e) Irretroativos 
 
Significa que os alimentos são futuros, ou seja, ali-
mentos são fixados dali para frente - a partir da data 
da citação (art. 13, § 2º da lei de alimentos, bem 
como sumula 277 do STJ). 
 
§ 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retro-
agem à data da citação. 
 
S. 277, STJ - Julgada procedente a investigação de 
paternidade, os alimentos 
são devidos a partir da citação. 
 
f)Impenhoráveis e Incompensáveis 
 
5.3 Sujeitos da Obrigação 
 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou 
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de 
que necessitem para viver de modo compatível com 
a sua condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
 
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obriga-
ção aos descendentes, guardada a ordem de su-
cessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germa-
nos como unilaterais. 
 
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em 
primeiro lugar, não estiver em condições de suportar 
totalmente o encargo, serão chamados a concorrer 
os de grau imediato/; sendo várias as pessoas obri-
gadas a prestar alimentos, todas devem concorrer 
na proporção dos respectivos recursos, e, intentada 
ação contra uma delas, poderão as demais ser 
chamadas a integrar a lide. 
 
São aqueles que podem demandar e serem de-
mandados: são os CÔNJUGES, COMPANHEIROS 
E PARENTES, reciprocamente. Essa consiste na 
causa de pedir. 
 
- Alimentos entre cônjuges e companheiros 
 
Novo casamento, união estável ou concubinato do 
credor exonera o alimentante. Idem caso tenho pro-
cedido de indigno em face do devedor (Art 1708). 
 
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o 
concubinato do credor, cessa o dever de prestar 
alimentos. 
Parágrafo único. Com relação ao credor ces-
sa, também, o direito a alimentos, se tiver 
procedimento indigno em relação ao devedor. 
 
O namoro faz cessar o direito aos alimentos? 
 
Há Jurisprudência do STJ no sentido que o namoro 
não extingue a pensão alimentícia (RESP 111476 
MG). 
 
DIREITO DE FAMÍLIA. CIVIL. ALIMENTOS. EX-
CÔNJUGE. EXONERAÇÃO. NAMORO APÓS A 
SEPARAÇÃOCONSENSUAL. DEVER DE FIDELI-
DADE. PRECEDENTE. 
RECURSO PROVIDO. 
I - Não autoriza exoneração da obrigação de prestar 
alimentos à ex-mulher o só fato desta namorar ter-
ceiro após a separação. 
II - A separação judicial põe termo ao dever de fide-
lidade recíproca. As relações sexuais eventualmen-
te mantidas com terceiros após a dissolução da 
sociedade conjugal, desde que não se comprove 
desregramento de conduta, não têm o condão de 
ensejar a exoneração da obrigação alimentar, dado 
que não estão os ex-cônjuges impedidos de estabe-
lecer novas relações e buscar, em novos parceiros, 
afinidades e sentimentos capazes de possibilitar-
lhes um futuro convívio afetivo e feliz. 
III - Em linhade princípio, a exoneração de presta-
ção alimentar, estipulada quando da separação 
consensual, somente se mostra possível em uma 
das seguintes situações: a) convolação de novas 
núpcias ou estabelecimento de relação concubinária 
pelo ex-cônjuge pensionado, não se caracterizando 
como tal o simples envolvimento afetivo, mesmo 
abrangendo relações sexuais; b) adoção de com-
portamento indigno; 
c) alteração das condições econômicas dos ex-
cônjuges em relação às existentes ao tempo da 
dissolução da sociedade conjugal. 
(RESP 111.476/MG, Rel. MIN. SALVIO DE FI-
GUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado 
em 25.03.1999, DJ 10.05.1999 p. 177) 
 
- Alimentos entre Parentes 
 
São devedores de alimentos: 
 
I) Os parentes em linha reta sem limites 
 
II) Os parentes colaterais somente até segundo grau 
(que são os irmãos). 
 
Não devem alimentos: 
 
I) Colaterais de terceiro e quarto graus. 
 
II) Os parentes por afinidade 
 
No que relaciona-se aos alimentos dos filhos, apli-
ca-se a regra binária: 
 
a) Se o filho é menor? 
 
 
 
 
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OAB 1ª FASE – XXIO EXAME DE ORDEM 
Direito Civil – Aula 01 
Luciano Figueiredo 
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b) Se o filho é maior? 
S. 358, STJ - O cancelamento de pensão alimentí-
cia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à 
decisão judicial, mediante contraditório, ainda que 
nos próprios autos. 
 
Sucessões 
 
6. Sucessão Legítima 
 
6.1. Ordem de Vocação Hereditária 
 
Como visto inicialmente a sucessão legítima é a 
sucessão por lei que, em principio, ocorre quando 
não fora feito testamento. 
 
Dentro desse contexto, são herdeiros legítimos os 
descendentes, ascendentes, o cônjuge e os colate-
rais até o quarto grau. 
 
Qual é a ordem de vocação hereditária? 
 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem 
seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o côn-
juge sobrevivente, salvo se casado este com o fale-
cido no regime da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo 
único); ou se, no regime da comunhão parcial, o 
autor da herança não houver deixado bens particu-
lares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônju-
ge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
 
Vamos à verificação das hipóteses. 
 
6.2. Sucessão do Descendente 
 
Norteia-se por duas regras: 
 
1) Igualdade 
 
2) Proximidade. 
 
Cabeça ou linhas? 
 
6.3. Sucessão do Ascendente 
 
Sucessão do ascendente segue as mesmas regras 
da sucessão do descendente: 
 
1) Igualdade 
 
2) Proximidade. 
 
Cabeça ou linhas? 
 
6.4. Sucessão do Cônjuge 
 
CC, Art. 1.830. Somente é reconhecido direito 
sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo 
da morte do outro, não estavam separados judi-
cialmente, nem separados de fato há mais de 
dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa 
convivência se tornara impossível sem culpa do 
sobrevivente. 
 
Concorrência sucessória do cônjuge com o des-
cendente 
 
Inicialmente, como visto, lembremo-nos de que o 
cônjuge foi elevado à categoria de herdeiro ne-
cessário (art. 1845) pelo vigente Código Civil. 
 
O cônjuge não concorrerá com os descendentes, 
se for casado nos seguintes regimes: 
 
a) separação obrigatória (1641); 
 
b) comunhão universal; 
 
c) comunhão parcial, se o falecido não deixou bens 
particulares. 
 
Na hipótese de comunhão parcial incide sobre os 
bens comuns ou apenas sobre os particulares? 
 
Quanto ao critério de divisão (montante), será 
aplicado o art. 1832 do Código: 
 
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes 
(art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão 
igual ao dos que sucederem por cabeça, não 
podendo a sua quota ser inferior à quarta parte 
da herança, se for ascendente dos herdeiros com 
que concorrer. 
 
E se o cônjuge concorrer com descendentes co-
muns e não comuns (exclusivos)? 
 
Sucessão do cônjuge em concorrência com o 
ascendente 
 
O cônjuge terá direito concorrencial em face dos 
ascendentes, qualquer que seja o regime de bens, 
na forma do art. 1837: 
 
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primei-
ro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; 
caber-lhe-á a metade desta se houver um só as-
cendente, ou se maior for aquele grau. 
 
Se não houver nenhum descendente e nem ne-
nhum ascendente?

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