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Aula 02 Perspectiva

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Perspectiva e projeções ortogonais
Professor: André Luís Alberton
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Desenho Técnico
Rio de Janeiro, 2015
Perspectiva
Geometria projetiva – estuda propriedades de objetos projetados sobre planos
Perspectiva – campo da geometria projetiva que procura conferir a um observador a interpretação de um objeto 3D representado em um plano 2D
Para alcançar tal efeito, as técnicas de perspectiva fazem uso de pontos de fuga
Pontos de fuga – um artifício do desenho técnico que representa a intersecção de linhas paralelas
Desenho com um Ponto de Fuga
Desenho com dois Pontos de Fuga
Note que no caso acima, duas dimensões (altura e largura) foram representadas diretamente sobre o plano do desenho. O ponto de fuga foi o artifício para ilustrar a terceira dimensão (comprimento)
Neste caso, com 2 pontos de fuga, apenas a altura permanece representada diretamente no plano; tanto profundidade quanto largura são representadas com o artifício do ponto de fuga.
Os desenhos podem conter mais pontos de fuga (inclusive mais do que 3)
largura
altura
profundidade
largura
altura
profundidade
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponto_de_fuga
Desenho com três Pontos de Fuga
θ1
θ2
θ3
θ4
θ1 < θ2 < θ3 < θ4
Embora artisticamente esta representação é altamente empregada, ela não possui ainda a objetividade necessária na comunicação de informações requeridas na engenharia. Por exemplo, o ângulo de fuga (ângulo que a linha de fuga faz com a horizontal) muda com cada linha, conforme ilustrado a seguir. Isto dificulta a padronização do desenho e dos comprimentos relativos dos objetos.
Seria conveniente que que os comprimentos pudessem ser facilmente obtidos e de forma padronizada.
Mas note o que ocorre quando afastamos o ponto de fuga dos objetos:
As diferença entre a inclinação das linhas vai se tornando cada vez menor! De fato, se posicionássemos um ponto de fuga no infinito e escolhêssemos um ângulo de fuga (ângulo que a linha faz com a horizontal), todas as linhas de fuga associadas à uma dimensão se tornariam paralelas!
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No Desenho Técnico, as técnicas de perspectiva mais usuais posicionam os pontos de fuga no infinito
Isto na verdade divide as técnicas de perspectiva em dois grupos
Projeções centrais ou cônicas - pontos de fuga não localizados no infinito
Projeções cilíndricas ou axiométricas - pontos de fuga localizados no infinito
São nestas que nos concentraremos!!
Note que um cilindro na projeção cônica é um cone (projeções cônicas). Já para ponto de fuga no infinito, ele é de fato um cilindro (projeções cilíndricas)!
Perspectiva cônica
Perspectiva cilíndrica – pto de fuga no infinito
A perspectiva cônica é mais agradável ao olho humano e representa melhor o que vemos.
Mas as perspectivas cilíndricas conferem objetividade ao desenho. Segundo a perspectiva cilíndrica, formas paralelas com mesmas dimensões na vida real são representadas com mesmas dimensões no desenho!
Por exemplo, considere um cilindro representado em uma perspectiva cilíndrica (exemplo anterior)
Estas faces do cilindro que possuem mesma dimensão na vida real são representadas com mesma dimensão no desenho
Pto de fuga no infinito
Mas há vários tipos de projeções cilíndricas, como veremos a seguir.
Tipos e características de projeções cilíndricas
Cada técnica escolherá quais dimensões serão representadas com ponto de fuga e qual(s) o(s) ângulo(s) de fuga associados. Exemplos:
etc
Além disto, pode-se considerar um fator de redução ou aumento (r) em relação à alguma dimensão representada.
θ
Cavaleira
apenas a profundidade usa ponto de fuga
θ=30°
Isométrica
θ=30°
largura e profundidade usam ponto de fuga
No caso da perspectiva isométrica, r=1 para todas as dimensões. Já para a perspectiva cavaleira, tipicamente, r=0,5 para a profundidade. Isto significa no desenho de um cubo que possui dimensão de 3 cm as seguintes representações:
0
1
2
3
(cm)
0
1
2
3
(cm)
0
1
2
3
(cm)
0
1
2
3
(cm)
0
1
2
3
(cm)
0
1
2
3
(cm)
Isométrica
Fator de correção r=1. Todas as dimensões são desenhadas com 3 cm comprimento
Cavaleira
Fator de correção da profundidade r=0,5. Largura e altura com 3 cm, comprimento com 0,5*3 = 1,5 cm
Ângulos e fatores de redução das diferentes perspectivas
* Excetuando a isométrica, para as demais estão apenas apresentados exemplos de fatores de redução e ângulos, pois elas podem ser empregadas com valores diferentes
http://www.uel.br/cce/mat/geometrica/php/gd_t/gd_2t.php 
(consulte para mais detalhes)
Como fica a matemática desta representação?!
Como a representação é feita em um papel ou tela 2D, estamos projetando pontos de um eixo tridimensional no plano 2D. Mas definimos que cada eixo tridimensional (u;v;w) corresponde à um vetor no plano 2D com ângulos (θu; θv; 90°) respectivamente, e definimos tamanhos com que estes vetores serão representados
A decomposição de (u;v;w) em (x;y) leva à:
* Não está sendo empregada rigorosamente a notação vetorial! As decomposições representam valores das contribuições de (u,v,w) nos eixos
Por exemplo, considere o ponto ‘P’ como um dos vértices do cubo. Vetorialmente, admitindo que a origem, ponto (0;0), seja o vértice oposto do cubo, as coordenadas do ponto P podem ser obtidas como:
Assim, a contribuição de cada um dos vetores nos eixos (x,y) fornecerão as coordenadas de P
Substituindo as relações anteriores:
Ou matricialmente:
Matriz de Projeção
Ao incluir fatores de redução (ru; rv; rw), conhecidas as coordenadas originais no plano tridimensional (u; v; w), as coordenadas de x,y ficam:
Ou
Exemplo - Obtenha o ponto (u;v;w)=(3; 2; 1) no plano (x,y).
Podemos pensar sobre as perspectivas cilíndricas como projeções do objeto 3D em um plano 2D por linhas paralelas
Neste caso, as linhas projetantes se prolongariam dos vértices do sólido 3D e se projetariam em um plano 2D. 
Tomemos como exemplo a perspectiva cavaleira em relação ao eixo (x; y) representado. Neste caso:
Enxergando como projeções em plano
Cavaleira
(u; v; w) = (1; 0; 0)
Vértice P 
projetado
Vértice P do sólido
Plano de projeção
Linhas projetantes
Perspectiva cavaleira
Neste desenho de Autocad, estamos usando a isométrica para representar a cavaleira
Porém, se imaginarmos o objeto no espaço, em um eixo tridimensional (u’,v’,w’) com a origem no vértice O do sólido, o vértice p do sólido corresponderia à (u’,v’,w’) = (0; 1; 0). O plano (x,y) corresponderia ao plano (u’,0;w’), e com isto, este ponto projetado sobre o plano corresponde à (u’,v’,w’) = (0,35 ; 0; 0,35).
Observe que os ângulos ficam:
Vista superior do eixo 3D
Vista lateral do eixo 3D
0,35
1
0,35
1
Assim, a linha projetante é tridimensional , passando pelos pontos (u’;v’;w’) = (0; 1; 0) e (0,35; 0; 0,35). Ou seja, nos planos:
Como a linha projetante incide obliquamente sobre o plano de projeção, com ângulo de 70°, a projeção cavaleira é dita oblíqua!
As perspectivas isométrica, dimétrica e trimétrica podem ser obtidas a partir de linhas projetantes perpendiculares aos planos de projeção! Por isto, são chamadas ortogonais!
Vistas em perspectiva
Vamos usar Granato, Santana e Claudino (almas bondosas)
Representa-se em um desenho plano a forma tridimensional de um objeto.
Empregada para nossos fins!!!
Granato, Santana e Claudino
Perspectiva isométrica (slide dos prof Granato, Santana e Claudino)
Perspectiva isométrica (slide dos prof Granato, Santana e Claudino)
Perspectiva isométrica (slide dos prof Granato, Santana e Claudino)
Perspectiva isométrica (slide dos prof Granato, Santana e Claudino)
Granato, Santana e Claudino
Granato, Santana e Claudino
Granato, Santana e Claudino
Granato, Santana e Claudino
Superfícies curvas paralelas à um dos planos em perspectiva
Consideremos por exemplo, círculos com diâmetro D
Segundo cada uma das dimensões, comprimento, profundidade e altura, estes círculos são representados como elipses
Tais elipses serão circunscritas em um paralelogramode lados iguais a D, de acordo com a dimensão desejada
D
D
D
D
D
D
D
Superfícies curvas paralelas à um dos planos em perspectiva
Vamos considerar a parte superior do cubo
Note que o círculo é representado por uma elipse
É possível provar que a elipse possui as seguintes dimensões
D
D
1,225 D
0,707 D
Em desenhos manuais, para desenhar a elipse, primeiramente, desenha-se o paralelogramo que a circunscreve, desenha-se a elipse e apaga-se o paralelogramo
Superfícies curvas paralelas à um dos planos em perspectiva
Para as demais dimensões, note que podemos inclinar a elipse, junto com o paralelogramo em +60° ou -60°
D
D
D
D
Pense, como exercício, porque inclinamos o conjunto do slide anterior em + ou - 60°para conseguir as elipses inclinadas acima (pense sobre as retas)
Exercícios – Desenhe um cilindro em perspectiva com diâmetro de 4,5cm, e altura H=D, com altura igual ao diâmetro, cuja base é perpendicular ao (A) eixo z; (B) ao eixo y; (C) ao eixo x’. Considere escala 1:1.
Com o Power Point, não precisaríamos criar o losango em volta, mas vamos criá-lo apenas para fins de aprendizado. Vamos criar um losango (Aba Inserir -> Formas -> Losango). É deixado como exercício comprovar que, para a malha isométrica, as dimensões do losango ficam conforme apresentadas na figura a seguir.
D
1,732 D
D
Com isto, ao criarmos um losango, definimos suas dimensões horizontais e verticais, ou seja, para D=4,5 temos que:
Horizontal  1,732*4,5 = 7,79
Vertical  4,5
Vamos criar uma elipse, com distância horizontal e vertical dadas por:
Horizontal  1,225*4,5 = 5,51
Vertical  0,707* 4,5 = 3,18
Agora, centralizamos as duas figuras.
Repetimos a elipse para a parte de baixo. Vamos usar o arco para fazer a metade da elipse.
Agora, vamos calcular a altura. H = D = 4.5 cm. Inserimos uma linha de 4,5 cm vertical., que toque a elipse nas extremidades horizontais.
Agora, apagamos os losangos:
O procedimento manual era mais ou menos assim.
A diferença é que a elipse era montada a partir do losango por outro procedimento!!!
Viva o computador!!!!
Para trabalharmos com vasos inclinados, basta agrupar o cilindro e rotacioná-lo em + ou – 240°.
Com o botão direito do mouse, selecionamos o objeto e o agrupamos. Em seguida, o rotacionamos, com o botão direto, em Formatar Forma -> Tamanho -> Rotacao
A perspectiva isométrica é bastante empregada na Engenharia Química para avaliação de linhas. Ocorre que como as linhas são muito longas, por vezes, esta perspectiva não é apresentada em escala, mas indica comprimentos e acidentes (válvulas, joelhos, etc). Um exemplo está ilustrado a seguir.
Ocorre também que os equipamentos não são puramente cilíndricos, mas tem um tampo elíptico ou esférico. Neste caso, sem nos preocuparmos com o detalhe da precisão, podemos representar tais equipamentos inserindo um arcos (meias elipses ou esferas) na parte de cima do equipamento. Um exemplo está ilustrado a seguir.
Projeções ortogonais
Projeções ortogonais (Slides do Prof Bortolli)
Projeções ortogonais (Slide do Prof Bortolli)
Projeções ortogonais (Slide do Prof Bortolli)
Projeções ortogonais
Na projeção ortogonal, considera-se que o observador esteja à uma distância infinita do objeto e do plano de projeção, assim, os raios visuais são paralelos entre si*.
Para superfícies paralelas aos planos, as dimensões projetadas são as dimensões reais do objeto.
As representações podem ser feitas no 1° diedro ou no 3° diedro
*Gonçalves et al., 2006, Desenho técnico, Curso de Engenharia Civil, IPL
1° Diedro
Neste sistema, os planos de projeção estão posicionados após o objeto*.
Vamos imaginar uma caixa que circunda o objeto
*Bortolli, Noções de Desenho técnico
Frente
Superior
Lateral
Agora, vamos efetuar as projeções
Lateral Esquerda
Lateral Direita (Frente)
Superior
Superior
Lateral
Frente
As projeções ficam...
Agora, vamos abrir a caixa
Vista superior
Vista frontal
Vista lateral
É isto o que vemos!!!
45
3° Diedro
Neste sistema, os planos de projeção estão posicionados entre o observador e o objeto**
Vamos imaginar uma caixa que circunda o objeto
*Bortolli, Noções de Desenho técnico
Frente
Superior
Lateral
1° Vamos efetuar as projeções
Lateral E
Lateral D (Frente)
Superior
3° Agora, vamos abrir a caixa
2° As projeções ficam
Vista frontal
Vista superior
Vista lateral
4° As representações ficam
Representação de arestas ocultas (slide do Prof Bortolli)
Representação de arestas ocultas (slide do Prof Bortolli)
Exercícios – Faça as projeções no 1° Diedro (slide do prof Bortolli)
Exercícios – Faça as projeções no 1° Diedro (slide do prof Bortolli)
Exercícios – Faça as projeções das seguintes peças no 1° e no 3° diedros. Para os dois últimos, represente as linhas de cota (admita que as partes ocultas da peça são planas sem detalhes adicionais)
Exercícios – Faça as projeções das seguintes peças no 1° para todas as demais peças apresentadas no material de Granato, Santana e Claudino