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Conferência Aduaneira O conceito de conferência aduaneira é dado pelo art. 564 do Regulamento Aduaneiro. “A conferência aduaneira tem por finalidade identificar o importador, verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da importação”. A conferência aduaneira das declarações selecionadas deverá ser iniciada imediatamente após a entrega do extrato da declaração e dos documentos que instruem o despacho. O AFRF responsável deverá consultar o Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar), bem assim nele registrar as ocorrências verificadas. Conforme o canal de conferência atribuído, a DI será objeto de exame documental, verificação da mercadoria e procedimentos especiais de controle aduaneiro. O exame documental destina-se a constatar: I - a integridade dos documentos apresentados; II- a exatidão e correspondência das informações prestadas na declaração em relação àquelas constantes dos documentos que a instruem, inclusive no que se refere à origem e ao valor aduaneiro da mercadoria; III - o cumprimento dos requisitos de ordem legal ou regulamentar correspondentes aos regimes aduaneiro e de tributação solicitados; IV - o mérito de benefício fiscal pleiteado; V - a descrição da mercadoria na declaração, com vistas a verificar se estão presentes os elementos necessários à confirmação de sua correta classificação fiscal. Na hipótese de descrição incompleta da mercadoria na DI, que exija a verificação física para sua perfeita identificação, a fim de confirmar a correção da classificação fiscal ou da origem declarada, o AFRF responsável pelo exame poderá condicionar a conclusão da etapa à verificação da mercadoria. A verificação física destina-se a identificar e quantificar a mercadoria submetida a despacho aduaneiro, a obter elementos para confirmar sua classificação fiscal, origem e seu estado de novo ou usado, bem assim para verificar sua adequação às normas técnicas aplicáveis. Será realizada mediante agendamento, em conformidade com as regras gerais estabelecidas pelo titular da unidade da SRF com jurisdição sobre o recinto alfandegado em que a mercadoria se encontre. A verificação de mercadoria, no curso da conferência aduaneira ou em qualquer outra ocasião, será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal, ou sob a sua supervisão, por servidor integrante da Carreira Auditoria da Receita Federal, na presença do importador, ou de seus representantes, podendo ser adotados critérios de seleção e amostragem, de conformidade com o estabelecido pela Secretaria da Receita Federal. Em regra geral, a conferência da mercadoria será realizada em recinto alfandegado de zona primária ou de zona secundária. No entanto, poderá o titular da unidade de despacho autorizar, de ofício ou a requerimento do interessado, a verificação física, total ou parcialmente, no estabelecimento do importador ou em outro local adequado, quando: I - o recinto ou instalação aduaneira não dispuser de condições técnicas, de segurança ou de capacidade de armazenagem e manipulação adequadas para a realização da conferência; ou II - se tratar de bem cuja identificação dependa de sua montagem. Se a fiscalização aduaneira entender necessário, poderá designar técnico credenciado pela Receita Federal para proceder à identificação e quantificação da mercadoria, caso as informações e a assistência prestadas pelo importador não se mostrarem suficientes. Poderá também decidir pela retirada de amostra, para exame laboratorial ou de outra natureza, sendo emitido termo descrevendo a quantidade e a qualidade da mercadoria retirada. Nos dois casos acima citados, as despesas decorrentes serão de responsabilidade do importador. As quantidades de mercadoria retiradas como amostra não são dedutíveis da quantidade declarada, sendo devolvidas, salvo quando inutilizadas durante a análise ou quando sua retenção se fizer necessária. A mercadoria introduzida no País sob fundada suspeita de irregularidade punível com a pena de perdimento ou que impeça seu consumo ou comercialização no País, será submetida a procedimentos especiais de controle aduaneiro, de acordo com o estabelecido nos artigos 65 a 69 da IN/SRF nº 206/2002. Nesse caso, a mercadoria ficará retida até a conclusão do correspondente procedimento de fiscalização, independente de encontrar-se em despacho aduaneiro de importação ou desembaraçada. O prazo máximo de retenção será de noventa dias, prorrogável por igual período, em situações devidamente justificadas. A IN/SRF nº 680/06 inovou ao alterar os procedimentos de verificação mercadoria pela fiscalização. Por ela a verificação física direta só deverá ser realizada pela fiscalização aduaneira se as informações ou as imagens, abaixo relacionadas, forem insuficientes: I - relatório ou termo de verificação lavrado pela autoridade aduaneira do País exportador; II - relatórios e termos de verificação lavrados por outras autoridades, na fase de licenciamento das importações; III - registros de imagens das mercadorias, obtidos: a) por câmeras; ou b) por meio de equipamentos de inspeção não-invasiva; ou IV - relatório ou laudo de quantificação e identificação de mercadoria, lavrado pelo responsável por local ou recinto alfandegado, ou seus prepostos. Outra inovação da citada IN é a dispensa de conferência física, atendidas as condições estabelecidas, para: I - os bens de caráter cultural submetidos a despacho por: a) museu, teatro, biblioteca ou cinemateca; b) entidade promotora de evento apoiado pelo poder público; c) entidade promotora de evento notoriamente reconhecido; ou d) missão diplomática ou repartição consular de caráter permanente; e II - bens destinados às atividades relacionadas com a intercomparação de padrões metrológicos.
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