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Caso Concreto 7 - Direito Civil 3 com Jurisprudência (TOP)

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CASO CONCRETO 7 
a) de compra e venda, podemos identificar a cláusula especial chamada pelo Código 
Civil de Preempção ou preferência e conceitua-se como direito de preferência que tem o 
vendedor de um bem no caso do comprador querer vendê-lo após a sua aquisição. 
b) O limite temporal máximo caso não haja prazo estipulado para uso de preempção ou 
preferência e o momento de início da contagem desse prazo está previsto no Art. 516 do 
Código Civil, qual seja: “Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, 
se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo 
nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.” 
Sendo possível a alteração os prazos, desde que obedecidos os limites de cento e oitenta 
dias para cosias móveis e dois anos para coisas imóveis, conforme estabelecido pelo 
Parágrafo Único do Art. 513, do Código Civil. 
c) Germano, embasado no artigo 518 do Estatuto Civilista pátrio, pode pleitear de Juca 
a reparação por perdas e danos caso não haja observância da cláusula especial da 
preempção ou preferência. 
QUESTÕES OBJETIVAS: 
1 – Letra “e”; 
2 – Letra “d”; 
3 – Letra “d”. 
0281193-60.2014.8.19.0001 - APELAÇÃO 
 
Des(a). JDS ANA CÉLIA MONTEMOR SOARES RIOS GONÇALVES - Julgamento: 
18/04/2018 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR 
 
Apelação Cível. Ação cobrança c/c dano moral. Alega a parte autora que em julho de 
2010 celebrou contrato de compra e venda de imóvel no valor de R$ 95.000,00, 
pagando como garantia do direito de preferência o valor de R$ 10.000,00. Menciona 
que no levantamento da documentação a autora descobriu que o imóvel se encontrava 
para uso comercial, informação que não lhe fora prestada quando da assinatura do 
recibo de reserva e princípio de pagamento; que após um ano de silêncio dos réus, 
descobriu que o imóvel havia sido regularizado na prefeitura para uso residencial há 
muito tempo, porém, o valor do bem foi reajustado pelos demandados para R$ 
145.000,00, o que inviabilizou o negócio. Por fim, aduz que os réus se negam a 
devolver o valor que despendeu como sinal e princípio de pagamento. Sentença de 
procedência. Irresignação da segunda ré, ora proprietária do imóvel. Verifica-se que a 
inviabilidade provisória do negócio não ocorreu por ato da autora, de modo que, ainda 
que a demora na regularização da pendência tenha sido acarretada por problemas 
burocráticos na prefeitura, a boa-fé, em especial o dever de lealdade contratual, 
determinam que o preço inicial do bem seja mantido, tendo em vista que não havia sido 
dada ciência à autora sobre a irregularidade em questão, já que não seria razoável que a 
parte autora desse uma entrada em um imóvel que não poderia ser financiando. 
Ressalte-se que não obstante o imóvel pertencer à 2ª ré, a responsabilidade de 
informação sobre o negócio cabe a ambas as demandadas, considerando ser a 
proprietária do bem a responsável pela contratação da imobiliária ré para intermediar a 
venda do imóvel. Outrossim, como bem pontuado no julgado, era dever da 1ª ré checar 
toda documentação do imóvel, bem como as pendências e/ou gravames que recaem 
sobre o bem a fim de alertar as partes sobre o risco do negócio, de forma que, se não o 
fez, deve responder pelo ônus de sua desídia. Desta feita, impõe-se, portanto, o 
acolhimento do pleito autoral no que concerne a determinar a devolução em dobro da 
quantia paga a título de sinal, conforme demonstra documento acostado às fls. 14 
(indexador 00014) e previsão legal do artigo 420 do Código Civil, bem como à 
compensação por danos morais. A solidariedade está demonstrada, considerando que 2ª 
ré é proprietária do apartamento em questão, sendo de sua inteira responsabilidade a 
contratação da imobiliária para venda do imóvel. Além disso, há que ser considerado, 
que apesar de não ser a destinatária do valor do sinal, é solidariamente responsável, 
porque incumbida de repassar as informações ao comprador. Ademais, não se pode 
afastar a responsabilidade da empresa ré, sob o argumento de que não tinha o dever de 
averiguar a licitude da documentação. Evidente que ao intermediar a compra/venda de 
um imóvel, a empresa assume todos os riscos inerentes ao negócio. Quantum 
indenizatório fixado na sentença que observa os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade. Manutenção. Aplicação da Súmula 343 do TJRJ.

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