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O que é lei para fins tributários

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1 
 
Universidade Paulista – UNIP 
 
 
TRABALHO PARA CONCLUSÃO DE ATIVIDADES PRÁTICAS 
SUPERVISIONADAS SOBRE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA, O 
QUE É LEI PARA FINS DO CTN, NORMAS 
COMPLEMENTARES, TRATADOS E CONVENÇÕES 
INTERNACIONAIS, DECRETOS COMPLEMENTARES, 
NORMAS COMPLEMENTARES, ATOS NORMATIVOS 
PRATICADOS PELAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS, 
VIGÊNCIA, APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. 
 
Trabalho formulado pelos alunos: 
David Willian Brusiano Alvarenga – B21DAA-9; 
Rodrigo Mendes da Silva Salla – B3827E-8; 
Rodolfo Monteiro Mendonça – T396FG-2; 
Thiago M. Marques – B569FC-3; 
Maicon Rodrigues – B476BC-6; 
do 3º ano de Direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ribeirão Preto – SP 
2014 
Trabalho do 6º semestre 
Direito Tributário. 
2 
 
PALAVRAS CHAVE. 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA; O QUE É LEI PARA FINS DO CTN; LEIS 
DENTRO DO DIREITO TRIBUTÁRIO; DIREITO TRIBUTÁRIO E OS 
TRATADOS INTERNACIONAIS; NORMAS COMPLEMENTARES NO 
DIREITO TRIBUTÁRIO; DECRETOS REGULAMENTARES NO DIREITO 
TRIBUTÁRIO; ARTIGOS 96 AO 112 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. 
 
SUMÁRIO. Pág. 
INTRODUÇÃO.....................................................................................................3 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA................................................................................3 
O QUE É LEI PARA FINS DO CTN.....................................................................3 
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS............................................4 
DECRETOS COMPLEMENTARES.....................................................................5 
NORMAS COMPLEMENTARES.........................................................................6 
ATOS NORMATIVOS EXPEDIDOS PELAS AUTORIDADES 
ADMINISTRATIVAS.............................................................................................6 
 
DECISÕES ADMINISTRATIVAS..........................................................................6 
 
PRATICAS REITERADAMENTE OBSERVADAS PELAS AUTORIDADES 
ADMINISTRATIVAS.............................................................................................7 
 
CONVÊNIOS.......................................................................................................7 
 
VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA NORMA 
TRIBUTÁRIA........................................................................................................8 
 
VIGÊNCIA............................................................................................................8 
 
VIGÊNCIA ESPACIAL..........................................................................................9 
 
VIGÊNCIA TEMPORAL.....................................................................................10 
 
APLICAÇÃO.......................................................................................................11 
 
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA NORMA TRIBUTÁRIA......................13 
 
CONCLUSÃO....................................................................................................15 
 
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................15 
 
3 
 
INTRODUÇÃO. 
 
 O presente trabalho tem como finalidade o estudo e uma compreensão ao 
menos dos pontos principais dos parâmetros concernentes à legislação 
tributária. Para a devida compreensão da matéria, fundamentamos nossa linha 
de pensamento nos livros de doutrinas principais sobre Direito Tributário e 
Legislação Tributária, nas fontes gerais do Direito Tributário, nas Leis, Súmulas 
e afins a que se destinarem para a realização desta tarefa, e não menos 
importante, os comentários e artigos de internet, publicado por juristas e por 
especialistas no assunto. Não obstante, os meios para o emprego desta 
sistemática para o referido trabalho obviamente se limitam aos métodos 
observados acima para o devido conhecimento, portando, sem mais 
pontuações a respeito, vamos ao que se segue. 
 Um dos principais pontos que versam sobre legislação tributária, e o primeiro 
a ser destacado, é que a legislação tributária não advém de uma simples 
norma complementar, ou de uma lei específica, mas sim, de variadas fontes 
que versem sobre tributos que não necessariamente devem estar positivadas 
como uma lei determinada, digo, como lei ordinária, complementar, etc., bem 
como não se limita a leis nacionais (devidamente introduzidas, art. 84, CF), e 
dentro deste rol descentralizado é que seguiremos com o entendimento da 
matéria. 
 
 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. 
 
O QUE É LEI PARA FINS DO CTN. 
 
 A “Legislação Tributária”, termo usado pelo 1art. 96, CNT, deve ser entendido, 
ou seja, interpretado como, leis, tratados e as convenções internacionais, os 
decretos e as normas complementares, que versem no todo ou em parte, sobre 
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, como reza o artigo. Porém o 
que nos ensina a doutrina é que este rol não é exaustivo, como se dá na 
verificação do próprio art. 2º, CTN, que diz “sistema tributário nacional é regido 
pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de Dezembro de 1965, em 
leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das 
respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis 
estaduais, e em leis municipais”, portanto podemos verificar que a clara 
intenção do legislador é de que, na verdade, todo ato normativo que se refira à 
matéria de Direito Tributário, seja considerado como “Legislação Tributária”, ou 
seja, qualquer tipo de lei, independente de tratar somente de matéria tributária 
ou não, é e deve ser considerada como legislação tributária para fins 
enumerativos deste rol, que diga-se de passagem, novamente, não é 
exaustivo, sendo assim quanto mais leis versarem sobre o assunto, maior será 
este rol de leis. 
 Cabe aqui salientar, que há uma definição específica para determinar o que 
 
1
 - Art. 96, CTN, “A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou 
em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.”. Vide ainda como define 
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado, 7ª Edição, Revista e atualizada, São 
Paulo - 2013 – Editora Método. Pág. 195 – n. 3.2 – Legislação Tributária. 
4 
 
seja “ato normativo”, cujo qual, o a doutrina determina para a verificação da 
aplicação ou não de norma tributária. O ato normativo deve estar revestido de 
“generalidade e abstração”, sendo assim, estes atos normativos para fins 
tributários não devem se confundir com os atos concretos para a imposição do 
mesmo, como por exemplo, a aplicação de uma multa pelo seu 
descumprimento. Portanto as leis devem ser gerais, ou seja, abranger todas as 
pessoas, como carácter geral dispensando a analogia aqui de casos 
específicos, e devem se revestir de abstração, uma vez que sugerem uma 
hipótese para sua aplicação. 
 
 
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS. 
 
 Os tratados internacionais devem ser introduzidos em nosso sistema jurídico 
de acordo com a sistematização jurídica necessária para sua implementação, 
há uma precipitação interpretativa propriamente dita de prima quando se faz a 
leitura do art. 98, CTN, que diz “Os tratados e as convenções internacionais 
revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela 
que lhes sobrevenha”, pois no tocante a este tipo de legislação, deve-se 
observar os requisitos necessários contidos nos 2arts. 84, VIII e 49,I, ambos da 
CF. Os termos usados como tratados e convenções internacionais são 
tratados em pé de igualdade e não se faz necessária sua diferenciação para 
fins jurídicosna ordem interna, pois tanto um quanto outro têm o mesmo 
tratamento regulamentar em nosso sistema. E para o entendimento completo 
da temática se faz necessária apenas a definição do que seja tratado e 
convenção internacional, que nada mais são que “acordos”, por assim dizer, 
firmados por estados soberanos e órgãos internacionais representados por 
órgãos competentes para a produção de efeitos jurídicos desejados no seu 
âmbito de atuação dentro de sua soberania. 
 Ainda em análise ai art. 98, CTN, é correto dizer que há simultâneas 
expressões equivocas além das já observadas. Na verificação falta fundamento 
para a aplicação das expressões “revogar” e “modificar” a legislação tributária, 
uma vez que não seria correto dizer que uma lei, em sentido amplo, que é de 
regimento externo, ou seja, não está no âmbito jurídico nacional, revogue ou 
modifique qualquer que seja o tipo de lei dentro do nosso ordenamento jurídico, 
principalmente no tocante aos tributos, que muitas vezes são usados como 
forma de intervenção econômica urgente. 3Faz-se necessário verificar que o 
que revoga ou modifica uma lei tributária é o Decreto Legislativo que esteja 
ratificando aquele tratado, uma vez que o Presidente da República tenha 
assinado o tratado. Via de regra, o Decreto Legislativo, este sim, têm 
 
2
 - Art. 84, CF, “Compete privativamente ao Presidente da República: - VIII - celebrar tratados, 
convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;”. Art. 49. É da 
competência exclusiva do Congresso Nacional: - I - resolver definitivamente sobre tratados, 
acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional; 
3
 - Faço vistas a afirmação tratada neste tema pelo autor e professor CARVALHO, Paulo de 
Barros. Curso de Direito Tributário – 23ª Edição. São Paulo - 2011, Editora Saraiva. Pág. 112 – 
“Há equívoco incontornável na dicção do art. 98, porquanto não são os tratados e as 
convenções internacionais que têm idoneidade jurídica para revogar ou modificar a legislação 
interna, e sim os decretos legislativos que os ratificam, incorporando-os à ordem jurídica 
brasileira.”. 
5 
 
idoneidade jurídica para revogar ou modificar a legislação interna, para que 
sejam incorporadas tais normas ao sistema jurídico pátrio. 
 Vale salientar também, que alguns autores determinam que o processo para 
que um tratado internacional seja devidamente recepcionado pelo sistema 
jurídico nacional se dá em três etapas fundamentais que cabem ser destacadas 
a seguir: 
1º - Cabe ao Presidente da República, exclusivamente, celebrar todos os 
tratados e convenções internacionais, pelo disposto no art. 84, VIII, CF; 
2º - É de competência exclusiva do Congresso Nacional, verificar os tratados 
assinados e analisar a possibilidade de danos ao sistema jurídico pátrio 
mediante também as normas internas, pelo disposto no art. 49, I, CF; 
3º - Edição de um Decreto do Presidente da República, de caráter executório, 
ratificado pelo Congresso Nacional promulgando o tratado. 
 Visto a forma com que os tratados são incluídos em nosso sistema jurídico, 
há o que se discutir quanto à hierarquia das leis, ou seja, até em que ponto os 
tratados admitidos no sistema jurídico teria força regulamentadora, ou ainda 
resta dizer se sua eficácia é atemporal ou não. Como corrente majoritária na 
doutrina, diz-se que o tratado é hierarquicamente superior a qualquer norma 
que sobrevier ou que sejam anteriores ao mesmo, dado o fato do art. 98, CTN, 
fortalecer esta corrente de pensamento, pelo simples fato de ele permitir a 
revogação ou modificação, via de regra, de normas de Direito Tributário, pelo 
Tratado ou Convenção que lhes seja submetido, portanto ele está acima de 
todas as normas referentes à temática. 
 
 
DECRETOS COMPLEMENTARES. 
 
 Os Decretos Complementares, em prima se frisa dizer, que são de 
competência exclusiva do Presidente da República para que sejam 
sancionados ou promulgados pelo disposto no 4art. 84, IV, CF. No tocante, 
precisamos delimitar seu alcance de atuação, a sua razão de existir, que se dá 
não mais do que nos limites da regulamentação da norma, pois é ilegal que se 
faça dentro do decreto uma regulamentação de lei que não seja a que cujo sua 
própria existência se deu. Não obstante o art. 100, CTN, nos remete a uma 
linha de pensamento que o CTN não taxou os decretos complementares como 
normas complementares, mas como normas secundárias ainda que seja 
evidentemente caracterizado como infraconstitucional. Tão pouco o decreto 
pode versar sobre matéria, no âmbito tributário, que seja de exclusividade de 
lei, ou seja, o que for determinado em matéria tributária que deve ser criado por 
lei, não poderá por sua vez ser regulamentado por decreto. Obviamente em 
qualquer resolução de uma lide, o juiz aplicaria a hierarquicamente superior 
dado a inferioridade hierárquica do decreto. 
 
 
 
 
4
 - Art. 84. “Compete privativamente ao Presidente da República: - IV - sancionar, promulgar e 
fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;” - Art. 
99, CTN, “O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das 
quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação 
estabelecidas nesta Lei.”. 
6 
 
NORMAS COMPLEMENTARES. 
 
As normas complementares tem papel fundamental no exercício do Direito 
Tributário, elas são as normas que efetivamente são usadas em campo na 
atuação pelos funcionários e fiscais vinculados à elas. No que tange o grau 
hierárquico destas normas, elas estão no sexto grau em hierarquia das leis, ou 
seja, logo abaixo dos decretos, e não se confundem com as leis 
complementares que por sua vez dão complemento à Constituição, e estas 
complementam a legislação tributária, sendo tratadas como Normas 
Complementares da Legislação Tributária. Quanto a previsão legal, elas estão 
previstas no art. 100, CTN, e iremos elenca-las exemplificando e conceituando 
cada uma delas como se segue. 
“Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das 
convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, 
a que a lei atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios.”. 
 
 
ATOS NORMATIVOS EXPEDIDOS PELAS AUTORIDADES 
ADMINISTRATIVAS. 
 
 São todos os atos praticados pelas autoridades competentes no âmbito 
tributário que visam direcionar a forma como os agentes deverão proceder 
segundo a legislação tributária, ou seja, são instruções para que os agentes 
apliquem a lei de forma correta, estes por sua vez plenamente vinculados. A 
definição segundo 5Ricardo Alexandre é “são normas editadas pelos servidores 
da administração tributária e visam a detalhar a aplicação das normas que 
complementam”, e vejo com ainda maior simplicidade e precisão a definição do 
autor Luiz Felipe Silveira Difini que diz “São as portarias, as instruções 
normativas, os atos declaratórios normativos expedidos por autoridades 
administrativas, para precisar a interpretação da legislação tributária”. E ainda 
neste diapasão, vale salientar que tais normas tem força para consagrar, ou 
seja, para dar ao contribuinte, direitos que, uma vez publicados, podem e 
devem servir como amparo legal eventualmente pelo contribuinte. 
 
 
DECISÕES ADMINISTRATIVAS. 
 
 São as decisões ou atos praticados no âmbito do processo administrativo 
para resolução de lides dentro do órgão estatal de Direito Tributário coma 
finalidade de tomar decisões a respeito de impugnações realizadas contra o 
ente, afim de buscar uma solução para conflitos advindos de má aplicação da 
 
5
 - ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado, 7ª Edição, Revista e atualizada, 
São Paulo - 2013 – Editora Método. Pág. 209 – n.3.2.4.1 – DIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual 
de Direito Tributário, 4ª Edição – atualizada, São Paulo – 2008 – Editora Saraiva. Pág. 155 – 
n.3.1. 
7 
 
lei em qualquer sentido. 
 Importante se faz dizer que estas decisões praticadas pelas autoridades 
administrativas, tem cunho “jurisdicional”, não no sentido formal da palavra, 
pois o mesmos não possuem jurisdição como a do poder judiciário, uma vez 
que a Constituição não lhe atribui poderes para tanto, no entanto o CTN atribui 
a estes órgãos poder de deliberar decisões, diga-se de passagem “intra-
partes”, para que sejam ratificados os atos que cabem a eles decidirem sobre 
lide no âmbito administrativo. Vale lembrar que a Constituição autoriza que os 
entes estatais atribuam eficácia normativa a estas decisões em casos futuros 
semelhantes, só não deixam de prontidão esta normativa, pelo fato de sua 
aplicabilidade gerar efeitos danosos ao patrimônio público uma vez que seus 
efeitos seriam “erga omnes”. 
 
PRÁTICAS REITERADAMENTE OBSERVADAS PELAS AUTORIDADES 
ADMINISTRATIVAS. 
 
 Estão intrinsicamente ligados às Decisões Administrativas, uma vez que 
enquanto aquelas são decisões para resolução de problemáticas pela má 
aplicação ou interpretação da lei, as tais práticas são na verdade, estas 
mesmas decisões, porém com um caráter repetitivo, ou seja, são as decisões 
proferidas mas que acabam virando costumes. Neste sentido, podemos afirmar 
que estas decisões começam a se tornar praxe do sistema, uma vez que 
mediante a não resolução de certos conflitos mediante a falta de previsão legal, 
estas práticas acabam se tornando Fontes de Direito Tributário, assim como os 
costumes adotados no âmbito civil como Fontes de Direito. Há autores que 
digam que basta que haja ao menos duas decisões para já ser assim 
considerado como prática costumeira, e outros que digam que não, que ainda 
lhe falta caráter de generalidade, mas importante se faz frisar que se já há um 
entendimento em ao menos duas decisões, obviamente não é uma decisão 
isolada e os “julgadores” passam a pesar sua aplicação cada vez mais, pois a 
linha de pensamento não é apenas a opinião de um deles, ficando fortalecida 
esta decisão sem previsão legal. Se faz necessário observar ainda que pelo 
princípio da isonomia, deve-se adotar a prática a todos os contribuintes em pé 
de igualdade ao daquele, portanto se não há como recorrer a outros meios 
legais, defendo que se houver apenas uma decisão concisa sobre o tema, o 
importante que os agentes administrativos realizem a aplicação 
independentemente do número extenso de decisões a respeito. 
 
CONVÊNIOS. 
 
 Pela definição de Ricardo Alexandre “Os convênios são acordos de vontade 
firmados entre pessoas jurídicas de direito público interno para a consecução 
de objetivos comuns”, ou seja, basicamente tudo se resume em um tipo de 
colaboração entre os entes governamentais para a devida aplicação da 
legislação tributária. Desta forma o que se busca trazer para o sistema é uma 
verdadeira hegemonia da administração pública, para que haja um melhor 
manuseio dos mecanismos utilizados para a administração dos órgãos. Como 
exemplo podemos citar os meios de troca de informações sigilosas previstas no 
art. 199, CTN, ou então sobre as regra de procedimento previstos no art. 102, 
CTN. Contudo o autor Luiz Felipe Silveira Difini diferencia estes dois tipos de 
8 
 
convênios como sendo distintos um do outro, uma vez que o primeiro visa a 
cooperação entre os entes e o outro se molda na forma da Lei Complementar 
n.24 de 7 de Janeiro de 1975 que visa concessão de benefícios fiscais entre 
outros. Tal diferenciação seria relativa à força com que estes convênios surgem 
dentro do ordenamento jurídico, uma vez que o primeiro tem força de norma 
complementar, segundo ele, e o segundo entra com força de lei ordinária 
estadual, portanto, em uma situação hipotética, sua aplicação de certa forma 
“afrontaria” a hierarquia das leis mesmo se tratando do mesmo tipo de lei. 
 Penso ser desnecessária tal colocação, uma vez que há outros mecanismos 
que podem verificar a melhor aplicação da lei em determinado caso concreto, e 
ressalva-se que os convênios são proferidos pelos mesmo entes independente 
da força com que ele entra no ordenamento jurídico, portanto não há que se 
falar que um afrontará o outro dentro do mesmo “esquema legal” com os 
mesmos entes, pois se ocorrer tal afronta, obviamente haverá revogação tácita 
de tal norma. 
 
 
VIGÊNCIA, APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA. 
 
VIGÊNCIA. 
 
 Acreditamos ser o ponto principal sobre o plano da vigência, o quesito 
vigência e eficácia da lei analisados em conjunto. 
 A vigência da lei, qualquer lei, tanto lei tributária quanto de outras áreas do 
Direito, se dá através de um processo de aprovação no Congresso Nacional e 
pelo Presidente da República segundo os critérios legais. Esta vigência, nada 
mais é do que o momento em que a lei tem força para ser aplicada, em outras 
palavras, se uma lei determina que um determinado fato pode gerar dentro 
daquele espaço de tempo uma obrigação tributária, ainda que sua eficácia seja 
em outro momento, esta lei rege os atos praticados naquele momento em que 
já está autorizada sua utilização. Resumo basicamente a esta palavra 
“utilização”, pois o momento de vigência da lei, nada mais é do que o tempo 
certo em que ela pode ser utilizada. 
 Conceituado isto, necessário se faz distinguir de forma clara o plano da 
eficácia desta lei, uma vez que, não necessariamente o fato dela já estar 
vigendo, é que ela deva gerar eficácia naquele determinado momento. 
Inclusive já é de entendimento do STF que a sua vigência independe do 
momento de sua eficácia. Portanto, para fins tributários isto é importantíssimo, 
pelo fato de certos princípios do Direito Tributário não poderem ser violados 
neste sistema. Pela posição do STF, por exemplo, pelo princípio da noventena, 
dependendo do tributo a ser instituído por determinada lei, ele não poderá ser 
cobrado nos próximos noventa dias, então dentro deste período ele não terá 
eficácia, ou seja, ele efetivamente não trará consequências financeiras dentro 
deste período, no entanto podem trazer obrigações que gerarão eficácia ou 
prejuízos financeiros ao contribuinte logo após os noventa dias. Tal elucidação 
não é de fácil entendimento, porém a diferenciação que se deve fazer para 
conseguir chegar a uma boa interpretação, é a de que vigência nunca irá se 
confundir com eficácia, pois esta está no plano em que já há autorização legal 
para execução em todos os requisitos legais (e quando digo legais, digo até da 
9 
 
própria Lei de Introdução as Normas do Direito brasileiro)6, e aquela está no 
plano da espera para que o contribuinte se prepare e saiba o momento certo de 
gerar os fatos geradores da sua obrigação tributária. 
 Não obstante, a especialidade das leis tributárias são recepcionadas da 
mesma forma que as demais leis, ou seja, toda lei especial se sobrepõe sobre 
as normas gerais. No mais, o CTN trata ainda da vigência da lei no espaço e 
tempo da forma como se segue. 
 
VIGÊNCIA ESPACIAL. 
 
 Observa-se em tal elucidação o princípio da territorialidade, que de forma 
básica quer dizer o seguinte, a norma tributária proferida por tal ente só tem 
abrangência dentro do respectivo território cujo qual ele tenha soberania, em 
outras palavras, a lei que ele criou só vale dentro das demarcações instituídas 
à legalidade de seu poder. Podemos citar como exemplo, se a leifoi expedida 
pelo estado de São Paulo, não terá validade nem eficácia dentro do estado do 
Paraná, tão pouco Minas Gerais, ou então uma norma tributária proferida para 
reger determinado município não poderá valer em outro município. No entanto 
o art. 102, CTN abre algumas opções para vigência extraterritorial como se 
segue. 
 Pelo disposto no 7art. 102, CTN, os “Convênios”, são o meio pelo qual os 
Estados, Distrito Federal e Municípios podem admitir em seu ordenamento 
próprio as leis tributárias determinadas por outros entes federativos, ou seja, 
qualquer que seja o ente federativo, o mesmo pode elencar dentro de suas 
normas, leis tributárias que têm vigência em outros entes através dos 
Convênios. Sendo assim, tal recepção dessas normas em cada ente, não 
quebra o princípio federativo, pois cada um deles é autônomo para aceitar ou 
não a legislação tributária de outro ente, e friso o que diz o autor Ricardo 
Alexandre 8“Nesse caso, não parece haver qualquer arranhão ao princípio 
federativo, uma vez que, para que uma norma editada por um determinado 
ente federado tenha vigência no território de outro, é necessária a expressa 
aquiescência deste, manifestada mediante convênio. Em outras palavras, 
preservada autonomia para adesão ou retirada do pacto, a autonomia dos 
entes conveniados é totalmente garantida.”. 
 Ainda em consonância com o art. 102, do CTN, a união ainda pode instituir 
um tributo que seja de competência de um ente à outro ente federativo, ou 
seja, o Congresso Nacional pode dar legalidade da cobrança de um tributo que 
seja de outro estado dentro de outro estado determinado, é o caso quando 
ocorre a divisão territorial de um estado e ele ainda não tem formação 
estrutural político-administrativa para angariar fundos para sua implantação. 
 
 
 
6 - 
Art. 101, CTN, “A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas 
disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste 
Capítulo.”
 
7
 - Art. 102, CTN, “A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam 
extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis 
de normas gerais expedidas pela União.” 
8
 - ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado, 7ª Edição, Revista e atualizada, 
São Paulo - 2013 – Editora Método. Pág. 220 – n.3.3.2.1.1. 
10 
 
VIGÊNCIA TEMPORAL. 
 
 Obviamente se trata de disposição quanto à data de sua entrada em vigor, 
portando deve-se salientar as normas que determinam expressamente ou cujo 
entendimento se abrange às normas de Direito Tributário, para a correta data 
em que estas normas entrarão em vigor e começam a valer. 
 No que se refere tal vigência temporal, há expressa disposição legal sobre a 
temática, o 9art. 8º da Lei Complementar 95/1998 deixa claro que deve constar 
na lei expressamente a data em que ela entra em vigor, e da mesma forma se 
não houver qualquer menção ao dia em que ela começa a viger, o prazo a ser 
respeitado para que haja conhecimento geral é o mesmo que o da instituição 
de qualquer outra lei, com previsão legal no 10art. 1º da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro, que é de quarenta e cinco dias após a sua 
publicação e em se tratando de abrangência extraterritorial fora do âmbito 
nacional o mesmo se dá em três meses. 
 Vale lembrar que com relação aos atos descritos no art. 100, CTN, para estes 
foi estipulado uma data de vigência específica de acordo com o 11art. 103, 
CTN. 
 Como já foi citado anteriormente, e já é de entendimento pacífico na 
jurisprudência, que a lei que institui um tributo pode ter vigência mas produzir 
os seus efeitos em momento posterior. É importante fazer esta indagação 
quando estamos falando do 12art. 104, I e II, CTN, pois o art. 150, III, b, da CF 
diz expressamente que não se pode cobrar tributos no mesmo exercício 
financeiro em que a lei tributária foi criada, vide “Art. 150, CF, Sem prejuízo de 
outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;”. 
Portanto é evidente que a norma constante no art. 104 não foi recepcionada 
pela CF/88, no mais, podemos afirmar que se a norma trouxer uma isenção 
tributária, nada obsta que a lei poderá ter vigência imediata, dado o fato de que 
isto traria uma, como denomina Ricardo Alexandre “surpresa positiva” para o 
contribuinte, dado o fato de que toda esta conceituação e obstruções ao poder 
de tributar se dá uma vez que o contribuinte não pode ser surpreendido com 
uma onerosidade tributária repentina que lhe possa causar instabilidade 
econômica ainda que momentânea. 
 
9
 - Art. 8º, da Lei Complementar 95/1998, “A vigência da lei será indicada de forma expressa e 
de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada 
a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.”. 
10
 - Art. 1
º, 
do Decreto-Lei 4.657/42 (LINDB), “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar 
em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1
o
 Nos Estados, 
estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois 
de oficialmente publicada.”. 
11
 - Art. 103, CTN, “Salvo disposição em contrário, entram em vigor: I - os atos administrativos a 
que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; II - as decisões a que se 
refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da 
sua publicação; III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles 
prevista.”. 
12
 - Art. 104, CTN, “Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que 
ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a 
renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de 
incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais 
favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.”. 
11 
 
 
APLICAÇÃO. 
 
 No que se refere a sua aplicação, as normas tributárias se aplicam 
basicamente consoante, de maneira geral, nos arts. 105 e 106, CTN. 
 Parafraseando o 13art. 105, CTN, temos como fato gerador futuro sob a 
definição do professor Paulo de Barros Carvalho que diz “Fato gerador futuro é 
o que ainda não se verificou, mas, quando acontecer, sob a égide da legislação 
tributária vigente, receberá seu impacto, ficando a ela submetido quanto à 
disciplina de seus efeitos jurídicos.”, sendo assim, é definido como aquele fato 
que ainda não aconteceu, porém no momento e que ficar verificado será 
submetido aos efeitos jurídicos sub-rogados por aquela lei. E tem-no como fato 
gerador pendente “é o que, a despeito de não ter-se completado, iniciou seu 
ciclo, estando em curso de formação. Vindo a concretizar-se, será alcançado 
pela legislação tributária, da mesma maneira que os futuros.”, ou seja, são 
aqueles fatos que por ventura irão se concluir mas já teve inicio. Desta forma, 
não se pode falar em obrigação tributária em sentido amplo quando este fato 
não realmente se concretizar. Ainda vale salientar que devem-se respeitar os 
prazos da anterioridade e da noventena, portanto a titulo exemplar, se um fato 
gerador pendente termina de ser executado no momento posterior a verificação 
da noventena por exemplo, ele será regido pelos novos parâmetros estipulados 
pela nova lei, caso o fato termineantes, ele irá ser regido pela lei anterior. 
 Nos moldes do 14art. 106, CTN, temos as exceções a estas normativas, 
sendo aplicáveis aos fatos passados. Portanto elencados neste rol estão: 
I – quando a lei nova for meramente interpretativa: o que importa saber é que 
quando a lei é interpretativa, ela somente dá um esclarecimento sobre o 
entendimento de outra lei que já está em vigor, portanto ela não é geradora de 
fatos novos no âmbito tributário; 
II – quando se tratar de ato não definitivamente julgado sobre penalidade 
tributária: neste caso deve-se verificar os pontos e até princípios constitucionais 
de que a lei penal não retroagirá salvo para beneficiar o réu, sendo assim a lei 
nova poderá se aplicar à fatos passados que possam beneficiar de alguma 
forma o acusado. 
 
 
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA NORMA TRIBUTÁRIA. 
 
 Entende-se por interpretação quando em dado momento se faz necessário 
um entendimento maior da norma para aplicar em determinado caso concreto, 
desta forma não damos ao conceito de interpretação, dentro do direito 
tributário, em seu sentido literal da palavra, uma vez que estamos na realidade, 
 
13
 - Art. 105, CTN, “A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros 
e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja 
completa nos termos do artigo 116.” 
14
 - Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja 
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos 
interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo 
como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou 
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento 
de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao 
tempo da sua prática. 
12 
 
diante de uma ampliação do entendimento da norma para aplica-la ao Direito, e 
não nos firmando, por exemplo, em sua interpretação autêntica. Isto está 
atrelado aos preceitos interpretativos que advém desde a LINDB, e estão 
elencados nos arts. 107 ao 112, do CTN. Já a integração, por básico 
entendimento, é o preenchimento de uma lacuna onde houver falta de lei, ou 
seja, onde a lei é omissa, se usa uma norma em que dê para ser extraído um 
entendimento mais amplo que se encaixe com determinado caso concreto, 
ainda que aquela norma não tenha sido proferida para aquela determinada 
situação. Portanto podemos afirmar que a interpretação está focada em um 
entendimento dentro das possibilidades da norma, enquanto a integração, está 
servindo de instrumento de supressão, onde se usa de mecanismos diversos 
para se chegar a um nível de aplicabilidade razoável dentro de um caso 
concreto. E ainda vale salientar que no Direito Tributário não há princípios de 
interpretação, por exemplo, “na dúvida” ou “na falta”, sendo assim 
especificando cada caso de maneira tênue e com vistas apenas ao que o CTN 
aduz a respeito do assunto. 
 No art 111, CTN, nos deparamos com a interpretação literal, que consiste em 
não deixar brechas para que o interprete escape do nível da abrangência da 
norma, tal elucidação se faz presente para delimitar certas normativas que 
poderiam representar perigo e insegurança para o ordenamento jurídico. Uma 
vez dada a problemática, a titulo exemplar, poderíamos estar diante de uma 
norma que declara uma exceção em determinado caso, e o interprete conjugar 
à ela mais duas ou três exceções, sendo assim fazendo verdadeira inversão 
dos valores da norma, onde a exceção pode virar regra, e a regra acaba por se 
tornar exceção. Ao analisar o artigo não fica difícil verificar por tais delimitações 
quais as implicâncias que isto trás, como se segue: 
Art. 111, CTN, “Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha 
sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção;III 
- dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.”. É de pacífico 
entendimento na doutrina porém que o próprio art. 111 do CTN não poderia ter 
sua interpretação literalmente adotada, do contrário ele também incidiria sobre 
a extensão da interpretação no caso de concessão de benefícios fiscais, e é 
absolutamente desnecessário dizer o quão prejudicial aos cofres públicos 
adotar tal entendimento. 
 Dando continuidade ao sistema de interpretação e aplicação das normas, 
vemos no art. 112 do CTN perfeitamente uma mescla com o princípio do Direito 
Penal que reza “in dubio pro reo”, ou seja, quando houver interpretação 
duvidosa com relação aos temas elencados no disposto artigo, ela será sempre 
sanada interpretando-se a norma como a favor do réu, beneficiando-o. Não 
obstante, tal princípio se aplica apenas quando estamos tratando de 
penalidades no Direito Tributário, como parafraseia Ricardo Alexandre15 “A 
interpretação benigna aplica-se exclusivamente à lei que define infrações ou 
comina penalidades”. Para o completo entendimento dispomos a regra: “Art. 
112, CTN, A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, 
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida 
quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias 
materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, 
imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à 
 
15
 - ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado, 7ª Edição, Revista e atualizada, 
São Paulo - 2013 – Editora Método. Pág. 242 – n.4.3.2. 
13 
 
sua graduação.”. 
 Já o 16art. 109, CTN, vem propriamente para fazer distinção entre certos 
parâmetros entre o Direito Privado e o Direito Tributário, de forma a fazer com 
que os princípios gerais de Direito Privado sejam meros instrumentos de 
definição para dar o significado correto à vigência e cumprimento da norma 
tributária. Porém quando não há norma tributária para definir determinado 
conceito, forma, em fim, o Direito Tributário importa estes conceitos do 
ordenamento jurídico privado para verificar o seu alcance de abrangência. Há 
ainda que se falar que existem ressalvas, como por exemplo, a não oposição 
do contrato “intra partes” ao fisco, no tocante, no Direito Privado faz lei entre as 
partes. 
 Seguindo a mesma linha, o art. 110, CTN, veda a modificação, destas 
mesmas definições de Direito Privado, para que o Direito Tributário tenha 
aplicabilidade em conceituação distinta as normas de Direito Privado, com o 
objetivo claro de proteção ao sistema jurídico e separação de competências. 
Na prática isto é muito simples de se entender, por exemplo, se há certa 
tributação que incide sobre mercadorias, cabe ao Direito Comercial fazer a 
definição do que seja efetivamente uma mercadoria, e não ao Direito Tributário. 
 
Integração. 
 
 A integração da norma tributária diz respeito ao preenchimento de lacunas 
na lei, ou seja, quando evidentemente há falta de dispositivo legal para a 
submissão ao Direito Tributário em determinado caso concreto. Reza o “Art. 
108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para 
aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I - a 
analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de 
direito público; IV - a eqüidade.”. Pela definição de 17LuizFelipe Silveira Difini 
“Quando se trata de integração, não há norma expressa sobre o fato em 
questão (há lacuna, a respeito, na lei) pelo que vai se buscar, no sistema 
jurídico como um todo, a solução para a situação não expressamente 
prevista.”. Neste diapasão, a autoridade tributária poderá se valer da ordemconstante no art. 108, para a aplicação desta integração, como elencaremos 
uma a uma. 
Analogia. 
 A analogia é aplicada em caso que não há determinação legal expressa, não 
há norma específica para tratar sobre o tema. Porém se houver uma norma 
para tratar um caso semelhante, usa-se da analogia para aplicar aquela norma 
no primeiro caso em que não existe norma expressa e específica para ele. 
Com ressalvas do §1º, que proíbe que esta analogia, tenha poder para criar 
 
16
 - Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do 
conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos 
respectivos efeitos tributários. 
17
 - DIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário, 4ª Edição – atualizada, São Paulo 
– 2008 – Editora Saraiva. Pág. 184 – n.4. 
 
14 
 
tributo, ou seja, que ela seja análoga de tal forma, que crie uma obrigação 
tributária, o que fere o princípio da legalidade no Direito Tributário. 
Princípios Gerais de Direito Tributário. 
 Em segunda ordem, estão os princípios gerais de Direito Tributário, que são 
aqueles que regem o sistema ainda que constem implicitamente nos 
respectivos códigos, por exemplo, princípio da anterioridade, princípio da 
vedação de confisco, entre outros. Da mesma forma, estes princípios não 
podem ser trazidos na integração da norma tributária com o efeito de criar uma 
obrigação tributária, tão pouco multas e afins, mesmo que não haja expressa 
determinação neste quesito. Vale salientar o mesmo princípio da legalidade 
para esta temática que indiscutivelmente cabe neste caso. 
Princípios Gerais de Direito Público. 
 18E em terceiro plano, segundo a definição de Luiz Felipe Silveira Dinifi, são 
os direitos que em sua maioria se encontram constitucionalizados que sevem 
de parâmetros norteadores para a aplicação em determinado caso concreto, 
mas que não estão somente no âmbito tributário, mas em elencado 
esparsamente em todo o sistema jurídico. Entre eles estão, o princípio da 
proporcionalidade, razoabilidade, igualdade, impessoalidade, responsabilidade, 
moralidade, publicidade, entre outros. 
Equidade. 
 Por último, o art. 108, CTN, permite o uso da equidade, em qualquer caso em 
que não houver solução de integração sobre os respectivos incisos anteriores. 
Tal disposição vai muito de encontro ao poder discricionário do agente 
aplicador da norma tributária em questão, pois há que se falar que, o uso da 
equidade parte da premissa de humanidade na aplicação da integração em 
determinado caso. Neste sentido, vale salientar que, da mesma forma como 
nas outras ocasiões a integração não pode criar ou excluir obrigação tributária, 
aqui não se faz diferente. Não obstante, o 19art. 172, IV, CTN permite o uso da 
equidade em determinados casos onde a autoridade administrativa verificar as 
condições materiais e pessoais do caso. Não há portanto discrepância na 
vedação de excluir (ou dispensar) obrigação tributária prevista no art. 108, §2º, 
CTN, pois o art. 172 deixa claro que este uso explícito da equidade deve se dar 
mediante uma fundamentação expressa, e podemos entender isto como um 
caso muito peculiar, ou seja, a superveniência de fato que diminua 
expressivamente a capacidade tributária de determinadas pessoas, sendo 
assim, deve obviamente advir a autorização de uma lei emergente para 
determinado caso. 
 
 
18
 - DIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário, 4ª Edição – atualizada, São Paulo 
– 2008 – Editora Saraiva. Pág. 186. 
19
 - Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho 
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: IV - a considerações 
de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; 
15 
 
 
CONCLUSÃO. 
 As normas de Direito Tributário são de “prima facie” as que devem ser, ao 
nosso ponto de vista, as mais precisas e coerentes possíveis, diferente disto, 
haveria grande problemática no sistema tributário nacional. É inegável que 
todas as normas devem ser assim, porém o que causaria grandes transtornos 
no sistema financeiro e consequentemente desequilíbrio evidente para a 
economia do país seria tratar estas normas com o desequilíbrio como é tratado 
certos temas do Direito no âmbito legislativo, tal como é no Direito Penal. 
Inequivocamente, não só no âmbito tributário, mas nas relações de trabalho, 
nas instituições governamentais em geral, estas uma vez que se sustentam 
através deste sistema, entre outras, ficariam à mercê de pendências e de mau 
funcionamento do sistema como um todo. Isto demonstra a importâncias de se 
tratar o tema, e a relevância que isto tem para o mundo jurídico e para o bom 
funcionamento tanto da máquina pública quanto da estabilidade na vida 
econômica de cada indivíduo. Defendemos com veemência que o sustento da 
nação como um todo depende totalmente deste sistema, e mais do que isto, o 
Estado como grande detentor da proteção ao indivíduo, deixaria a desejar, não 
só comprometendo a economia, como também as questões adjacentes desta 
cadeia que estabiliza a vida de todo um povo de modo geral. Desta forma, 
finalizamos o presente trabalho ressaltando que toda uma vida plena de uma 
nação seria inviável ou politicamente instável sem a devida normatização desta 
temática. Devido o exposto, dada a atenção devida, é que consagro uma das 
falas do rei Salomão mediante a sabedoria e preponderância nestas atitudes. 
Provérbios 21:20. 
“Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato 
os esgota.” 
 
 
BIBLIOGRAFIA. 
 
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado, 7ª Edição, Revista e 
atualizada, São Paulo - 2013 – Editora Método. 
 
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário – 23ª Edição. São 
Paulo - 2011, Editora Saraiva. 
 
DIFINI, Luiz Felipe Silveira. Manual de Direito Tributário, 4ª Edição – atualizada, 
São Paulo – 2008 – Editora Saraiva. 
 
REFERÊNCIAS DA INTERNET E LEGISLAÇÃO USADA. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/e
mc18-65.htm 
 
http://jus.com.br/artigos/2541/conceito-de-legislacao-tributaria 
 
16 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm 
 
http://www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Tribut_rio/Fontes_do_Direito_Tribut_
rio.htm 
 
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3364 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657compilado.htm 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp95.htm 
 
http://www.juridicohightech.com.br/2011/06/vigencia-aplicacao-interpretacao-
e_21.html

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