Introdução a Sociologia - Debate Antropologia e Sociologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
PROFESSORA JOANA VARGAS
ALUNO: ROBSON BARRETO DE LIMA FILHO
QUESTÕES SOBRE “EM DEFESA DA SOCIOLOGIA” - GIDDENS, A.
-O que é isso de uma sociologia questionadora? Em que sentido? Quais argumentos?
Nos vários países que formam a periferia do sistema capitalista, produz-se uma sociologia questionadora da ordem, principalmente da dominação imperialista a que estes povos estão submetidos. O grande polo sociológico sempre foi os Estados Unidos, dessa forma a sociologia acabou crescendo enquanto tinha raízes capitalistas. O que antes era averso ao estudo, tornou-se complementar.
-Podemos falar de uma decadência da sociologia?
Por mais que o desinteresse na graduação a mesma tenha diminuido, instituições de pesquisa estejam sendo fechadas, não podemos falar necessariamente numa decância, mas sim no fato de que a sociologia não consegue oferecer-se mais como um centro unificador para as diversas ramificações da pesquisa social. Suas bases teóricas continuam sim sendo utilizadas, mas dispersos em outras áreas da ciências sociais. A aplicabilidade da sociologia que se tornou, em seu modo “antiquado”, decadente.
-Qual a relação da sociologia com o senso comum?
A pesquisa social está imersa na sociedade que descreve, dessa forma a conclusão sociológica extraída está diretamente relacionada ao senso comum. A pesquisa social se tornou algo tão integrante da consciência que passou a ser considerada algo natural. Dependemos dessa pesquisa para considerar efetivamente o que temos como senso comum.
-Qual o papel da reflexão sociológica?
Nos fazer compreender as forças sociais que vem mudando nossa vida nos dias de hoje. Ela nos faz entender onde estamos e para que caminho estamos seguindo diante de uma sociedade repleta de incertezas e dúvidas.
-Qual o papel hoje da antropologia quando a modernidade está em toda parte?
Cuidar do passado, ser o “curador do museu da humanidade”. Tornar o conhecimento do já conhecido imaculado, preservado e cultuado.
-Como ela pode deixar novamente sua marca?
Desenvolvendo-se sobretudo com o objetivo de compreender as mudanças diversas que ocorrem provocadas por uma série de transformações em nossas vidas. Ter a sensibilidade de passar a estudar o que uma sociedade pode se tornar com base na própria sociedade, e não apenas como algo imutável, um objeto de estudo que você constata algo e é assim e apenas isso. Entender que cultura e tradição são coisas diferentes, pois a primeira está sempre em transição.
-O trabalho de campo realmente é distinto da antropologia?
A etnografia foi desenvolvida anteriormente na sociologia, portanto não podemos dizer que a mesma é um traço distinto da antropologia. Adicionalmente, o método de pesquisa é utilizado em todos os campos das ciências sociais, isto é, não é algo exclusivo da antropologia nem sequer das outras..
-Somos todos produtores de conhecimento? O que isso significa?
Sim, pois ao simples fato de vivermos produzimos conhecimento. Percorrer a nossa história através dos âmbitos pessoais ou também nos relacionando a sociedade nos dão identidade, nos transforma a cada dia e a transformação e ciência do ser no espaço “eu” e “nosso” é a faísca para a criação do conhecimento. Caminhos divergem, escolhas também. E justamente essa diferença é que abre o espaço para o não conhecido.
-Existe um papel hoje para o intelectual? (Na área de RI)
Absolutamente. Seguir certos caminhos na carreira de RI lhe exigem uma sensibilidade e total compreensão do diferente. Conhecer e possuir um senso crítico sobre isso, mas principalmente saber lidar e se adaptar é extremamente necessário. É ter a habilidade de construir conhecimento sobre conhecimento, mas sem anular ou alterá-lo.