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1 AULA PREPARATÓRIA PARA O EXAME DA OAB (1ª FASE) DIREITO DE FAMÍLIA PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA 1. Princípios constitucionais no Direito de Família: 1.1 Dignidade da pessoa humana; 1.2 Solidariedade social 1.3 Igualdade substancial 1.4 Liberdade: 1.5 Afetividade 1.6 Convivência familiar 1.7 Melhor interesse da criança CASAMENTO CIVIL 1. Conceito: é um ato jurídico negocial solene, público, complexo, mediante o qual um homem e uma mulher constituem família, pela livre manifestação de vontade e pelo reconhecimento do Estado (Paulo Lobo) 2. Finalidade: comunhão de afetos 3. Natureza jurídica: contrato especial (corrente contratualista) Resp. 1.183.378 4. Espécies de casamento: a) Casamento civil (art. 1512 CC) b) Casamento religioso com efeito civil: foi regulamentado a partir da CF 1934. Após a celebração do casamento religioso, os nubentes ou a autoridade religiosa tem o prazo decadencial de 90 dias para registrá-lo no Cartório do Registro Civil, sob pena de não surtir efeitos (art. 1515 CC). Seus efeitos retroagem à data da celebração. 5. Planos de existência, validade e eficácia do casamento 5.1 Pressupostos de existência do casamento: a) Diversidade de sexos b) Existência de consentimento c) Competência da autoridade celebrante 5.2 Pressupostos de validade do casamento: Dizem respeito aos requisitos exigidos pelo sistema jurídico positivo como condições necessária para a adequação, conformidade daquele matrimônio: 2 a) Capacidade para casar: idade núbil; a partir dos 16 anos (art. 1517 CC). Observações: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 39. (Exame da Ordem. 2013) Gustavo completou 17 anos de idade em janeiro de 2010. Em março de 2010 colou grau em curso de ensino médio. Em julho de 2010 contraiu matrimônio com Beatriz. Em setembro de 2010, foi aprovado em concurso público e iniciou o exercício de emprego público efetivo. Por fim, em novembro de 2010, estabeleceu-se no comércio, abrindo um restaurante. Assinale a alternativa que indica o momento em que se deu a cessação da incapacidade civil de Gustavo. A) No momento em que iniciou o exercício de emprego público efetivo. B) No momento em que colou grau em curso de ensino médio. C) No momento em que contraiu matrimônio. D) No momento em que se estabeleceu no comércio, abrindo um restaurante. (FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia) A respeito do instituto do casamento, analise as afirmativas a seguir. I. Os pais, tutores ou curadores podem revogar a autorização até à data da celebração do casamento. II. Quando injusta, a denegação do consentimento, pode ser suprida pelo juiz. III. Será permitido, excepcionalmente, o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 3 b) Casamento nulo: é aquele que não possui viabilidade jurídica, pois foi contraído com grave violação a preceito de ordem pública, jamais convalidável pelo decurso do tempo. Previsão legal: art. 1.548 CC Características do casamento nulo: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Observação: o instrumento processual para o reconhecimento da nulidade é a ação declaratória de nulidade, cuja natureza jurídica é declaratória e com efeito ex tunc. Legitimidade para propô-la: qualquer pessoa. Hipóteses: (art. 1548) Casamento contraído pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil Impedimentos matrimoniais em geral (art. 1521) c) Casamento anulável: sua invalidade é relativa, pois há predomínio do interesse privado. O vício que o acomete não é tão grave, podendo ser convalidado, de forma expressa ou tácita, a depender da situação. Previsão legal: art. 1550 CC Características do casamento anulável: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Observação: o instrumento processual para a anulação é a ação de anulação de casamento, cuja natureza jurídica é natureza constitutiva negativa e efeito ex tunc. Legitimidade para propô-la: apenas as pessoas diretamente interessadas no ato. Hipóteses de anulação: HIPÓTESE PREVISÃO LEGAL PRAZO DECADENCIAL Defeito de idade, alegado pelo menor Art. 1.550, I CC 180 dias a partir da maioridade para o casamento (16 anos, §1º do art. 1560 CC). Não pode haver coabitação Defeito de idade, alegado pelos seus responsáveis Art. 1.550, I CC 180 dias da data da celebração. Não pode haver coabitação 4 Falta de consentimento dos responsáveis Art. 1.550, II CC 180 dias da data da celebração do casamento. Não pode haver coabitação Erro essencial Art. 1.550, III CC 3 anos da data da celebração do casamento Coação Art. 1.550, III CC 4 anos da data da celebração do casamento. Não pode haver coabitação Incapacidade relativa por causa psíquica Art. 1.550, IV CC 180 dias da data da celebração do casamento. Não pode haver coabitação Revogação do mandato Art. 1.550, V CC 180 dias da data da celebração do casamento. Não pode haver coabitação Incompetência da autoridade celebrante Art. 1.550, VI CC 2 anos da data da celebração do casamento Exame da Ordem. 2010 13. João foi registrado ao nascer com o gênero masculino. Em 2008, aos 18 anos, fez cirurgia para correção de anomalia genética e teve seu registro retificado para o gênero feminino, conforme sentença judicial. No registro não constou textualmente a indicação de retificação, apenas foi lavrado um novo termo, passando a adotar o nome de Joana. Em julho de 2010, casou-se com Antônio, homem religioso e de família tradicional interiorana, que conheceu em janeiro de 2010, por quem teve uma paixão fulminante e correspondida. Joana omitiu sua história registral por medo de não ser aceita e perdê-lo. Em dezembro de 2010, na noite de Natal, a tia de Joana revela a Antônio a verdade sobre o registro de Joana/João. Antônio, não suportando ter sido enganado, deseja a anulação do casamento. Conforme a análise da hipótese formulada, é correto afirmar que o casamento de Antônio e Joana (A) só pode ser anulado até 90 dias da sua celebração. (B) poderá ser anuladopela identidade errônea de Joana/João perante Antônio e a insuportabilidade da vida em comum. (C) é inexistente, pois não houve a aceitação adequada, visto que Antônio foi levado ao erro de pessoa, o que tornou insuportável a vida em comum do casal. (D) é nulo; portanto, não há prazo para a sua arguição 5 Exame da Ordem. 2012 Rejane, solteira, com 16 anos de idade, órfã de mãe e devidamente autorizada por seu pai, casa-se com Jarbas, filho de sua tia materna, sendo ele solteiro e capaz, com 23 anos de idade. A respeito do casamento realizado, é correto afirmar que é a) nulo, tendo em vista o parentesco existente entre Rejane e Jarbas. b) é anulável, tendo em vista que, por ser órfã de mãe, Rejane deveria obter autorização judicial a fim de suprir o consentimento materno. c) válido. d) anulável, tendo em vista o parentesco existente entre Rejane e Jarbas. 5.3 Efeitos jurídicos do casamento: Sob o título plano de eficácia do casamento, o CC tutela os direitos e deveres entre os cônjuges, atingindo também os filhos e terceiros. Coordenação mútua da sociedade conjugal (art. 226, § 5º da CF; arts. 1565, 1567 e 1568 do CC) Exceções: art. 1570 CC Deveres dos cônjuges (art. 1566 CC) 6. Fases do casamento a) Habilitação para o casamento; b) Celebração do casamento; c) Registro do casamento Observação: Casamentos especiais: Casamento consular Casamento em situações extremas: Em razão de moléstia grave: a autoridade celebrante e o oficial do cartório se deslocam até a residência do doente Casamento nuncupativo: é o casamento no limiar da morte (art. 1540). Celebrado por qualquer pessoa, perante seis testemunhas. Posse do estado de casado: presume-se casado quem vive como tal, quem aparenta ser casado. A posse do estado de casado é daquele em que não mais existe o registro de casamento, por incêndio no cartório, por exemplo. Prevalece a presunção indubio pro matrimonio. A decisão judicial tem efeito ex tunc. Não se anula o casamento de quem tem a posse do estado de casado. 6 REGIME MATRIMONIAL DE BENS 1. Conceito: tem como fito regulamentar as relações patrimoniais entre os cônjuges, notadamente, quanto ao domínio e à administração de ambos ou de cada um sobre os bens trazidos ao casamento e os adquiridos durante a união conjugal. O regime aplicável a cada união conjugal depende da escolha feita pelos nubentes, podendo ser um conjunto de normas cogentes e de estipulações convencionais, ou apenas de normas legais, quando não for exercida a escolha. 2. Princípios norteadores do regime de bens a) princípio da liberdade na estipulação do regime b) princípio da variedade de regimes c) princípio da indivisibilidade do regime de bens d) princípio da possibilidade de mutação do regime escolhido 3. Regras gerais quanto ao regime de bens 3.1 atos que podem ser praticados por um dos cônjuges independentemente consentimento do outro: arts. 1642 (incisos I, II e VI) e 1643 CC; art. 978 CC. 3.2 atos que, para serem praticados, dependem do consentimento do outro cônjuge, salvo de o regime de bens for o de separação convencional: art. 1.647 CC Observação: a falta de autorização de um dos cônjuges para a prática de um dos atos enumerados no art. 1647, sem o consentimento do outro, pode torna-lo anulável, conforme dispõem o art. 1642 (incisos III, IV e V) CC. O prazo para obtenção da anulação judicial é de dois anos, contados do término da sociedade conjugal (art. 1649 CC). Exame da Ordem, 2013 40. Amélia e Alberto são casados pelo regime de comunhão parcial de bens. Alfredo, amigo de Alberto, pede que ele seja seu fiador na compra de um imóvel. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A garantia acessória poderá ser prestada exclusivamente por Alberto. B) A outorga de Amélia se fará indispensável, independente do regime de bens. C) A fiança, se prestada por Alberto sem o consentimento de Amélia, será anulável. D) A anulação do aval somente poderá ser pleiteada por Amélia durante o período em que estiver casada. 7 4. PACTO ANTENUPCIAL 4.1 Conceito: é um negócio jurídico bilateral de direito de família pelo qual os nubentes têm autonomia para estruturarem, antes do casamento, o regime de bens distinto da comunhão parcial (Paulo Lôbo). Observações: O pacto antenupcial será nulo, se não for feito através de escritura pública. E será ineficaz, se não for celebrado o casamento (art. 1653 CC). Se um dos nubentes for menor de 18 anos, os responsáveis legais devem assisti-lo na confecção do pacto antenupcial. Exame da Ordem. 2013 Questão 40. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, notadamente no que tange ao fato de o ato de declaração ter sido praticado na presença do tabelião e ter sido feita sua regular anotação em assentos próprios, o que não importa na veracidade quanto ao conteúdo declarado. A respeito desse tema, assinale a afirmativa correta. A) Aos cônjuges ou à entidade familiar é vedado destinar parte do seu patrimônio para instituir bem de família por escritura pública, cuja forma legal exige testamento. B) A escritura pública é essencial para a validade do pacto antenupcial, devendo ser declarado nulo se não atender à forma exigida por lei. C) A partilha amigável entre herdeiros capazes será feita por termo nos autos do inventário ou por escritura pública, não se admitindo escrito particular, ainda que homologado pelo Juiz. D) A doação será realizada por meio de escritura pública ou instrumento particular, não tendo validade a doação verbal, tendo em vista ser expressamente vedada pela norma. 5. Regimes de bens em espécie 5.1 Regime de comunhão parcial: É o regime supletivo de bens. Passou a ser o regime geral em 27 de dezembro de 1977, com o advento da Lei nº 6515/77. É imposto quando os nubentes não realizaram o pacto antenupcial, ou, ainda, como reza o art. 1.640 CC, se o pacto antenupcial é nulo ou ineficaz. Regra: serão partilhados os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento. (art. 1658 CC) 8 Exceções: (art. 1659) 5.2 Regime de comunhão universal: É um regime convencional, que deve ser estipulado em pacto antenupcial. Era o regime geral até o advento da Lei nº 6515/77. Regra: partilham-se todos os bens. (arts. 1658 e 1660 CC) Exceções: (art. 1668) 5.3 Separação convencional de bens (art. 1.687 e 1688 do CC) Há apenas a massa de bens particulares. BENS ADQUIRIDOS ANTES DO CASAMENTO BENS ADQUIRIDOS DURANTE O CASAMENTO BENS PARTICULARES BENS PARTICULARES 5.3.1 Regime de separação legal de bens (separação obrigatória de bens) (art. 1641 CC) Consequências: (dispostas no CC) as pessoas casadas sob esse regime não partilham os bens adquiridos por apenas um deles na constância do casamento, não podem estabelecer sociedade empresária entre si (art. 977 CC), não é necessária a vênia conjugal para vender bens aos seus descendentes (art. 496 CC). o cônjuge sobrevivente não participa da sucessão do outro (art. 1829 CC). 5.4 Participação final nos aquestos (art. 1672 do CC) DURANTE O CASAMENTO NA DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO REGIME DE SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS REGIME DE COMUNHÃOPARCIAL DE BENS DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO Divórcio: É meio voluntário de dissolução do casamento, em que há extinção do vínculo conjugal. Espécies: a) Judicial: consensual ou litigioso b) Extrajudicial: regulado pela Lei 11.441/2007. 9 UNIÃO ESTÁVEL 1. Conceito de união estável: trata-se de situação de fato existente entre homem e mulher, desimpedidos de casar, que vivem juntos, como se casados fossem, caracterizando uma entidade familiar. 2. Diferenças entre união livre, concubinato e união estável ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3. Elementos caracterizadores da união estável: a) Intuito familiae ou affectio maritalis (ânimo de constituir família) b) Dualidade de sexos c) Estabilidade d) Continuidade e) Publicidade 5. Efeitos pessoais da união estável a) Deveres recíprocos entre os companheiros (art. 1.724). de ato ilícito. b) Direito ao uso do sobrenome do companheiro (art. 57, §§ 2º e 3º da Lei de Registros Públicos (lei nº 6.015 de 1973). c) Vínculo de afinidade com os parentes do outro (art. 1595). Incorre nos impedimentos do art. 1521. Não há incidência das causas suspensivas (art. 1723, §2º) d) Adoção por companheiros (art. 42, §2º do ECA) 6. Efeitos patrimoniais da união estável a) Regime de bens. Em regra, comunhão parcial de bens. (art. 1725 CC e enunciado 115 da JDC). Presunção de colaboração na aquisição dos bens durante a união. Mas os companheiros podem escolher os seu regime, mediante pacto de conviventes. b) Sucessão entre companheiros: c) Direito real de habitação d) Alimentos na união estável e) Uniões estáveis paralelas: Exame da Ordem. 2011 Em relação à união estável, assinale a alternativa correta. a) Para que fique caracterizada a união estável, é necessário, entre outros requisitos, tempo de convivência mínima de cinco anos, desde que durante esse período a convivência tenha sido pública e duradoura. 10 b) Quem estiver separado apenas de fato não pode constituir união estável, sendo necessária, antes, a dissolução do anterior vínculo conjugal; nesse caso, haverá simples concubinato. c) Não há presunção legal de paternidade no caso de filho nascido na constância da união estável. d) O contrato de união estável é solene, rigorosamente formal e sempre público. Exame da Ordem. 2010 Ane e Carlos constituíram uma união estável em julho de 2003 e não celebraram contrato para regular as relações patrimoniais decorrentes da aludida entidade familiar. Em março de 2005, Jane recebeu R$ 100.000,00 (cem mil reais) a título de doação de seu tio Túlio. Com os R$ 100.000,00 (cem mil reais), Jane adquiriu em maio de 2005 um imóvel na Barra da Tijuca. Em 2010, Jane e Carlos se separaram. Carlos procura um advogado, indagando se tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005. Assinale a alternativa que indique a orientação correta a ser exposta a Carlos. a) Por se tratar de bem adquirido a título oneroso na vigência da união estável, Carlos tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005. b) Carlos não tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005 porque, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais entre os mesmos o regime da separação total de bens. c) Carlos não tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005 porque, em virtude da ausência de contrato escrito entre os companheiros, aplica- se às relações patrimoniais entre os mesmos o regime da comunhão parcial de bens, que exclui dos bens comuns entre os consortes aqueles doados e os sub-rogados em seu lugar. d) Carlos tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005 porque, muito embora o referido bem tenha sido adquirido com o produto de uma doação, não se aplica a sub-rogação de bens na união estável. DEMAIS ENTIDADES FAMILIARES FAMÍLIA MONOPARENTAL: trata-se da entidade familiar formada por um dos pais e seus filhos. FAMÍLIA RECOMPOSTA, RECONSTRUÍDAS OU STEPFAMILY: entidade familiar constituída entre um cônjuge ou companheiro com os filhos do outro, vindos de um relacionamento anterior. Os enteados podem: 11 Lei nº 11.924/09 de autoria do Clodovil Hernandes, acrescentou o §8º ao art. 57 da Lei de Registros Públicos, permitindo o acréscimo do sobrenome do padrasto, desde que haja a concordância deste, ao nome do enteado, sem prejuízo dos apelidos de família. Não gerará direitos sucessórios nem alimentares. Há o reconhecimento do vínculo de parentesco por afinidade entre o enteado e a madrasta, sendo causa de impedimento para o matrimônio e a união estável. (art. 1.521 CC). Reconhecimento de direitos previdenciários aos filhos ou enteados do servidor público federal até os 21 anos (art. 217 da lei 8.112/90). O padrasto tem direito de visitas ao menor, na hipótese de divórcio. Não há direito sucessório, nem direito a alimentos entre os parentes afins. UNIÕES HOMOAFETIVAS: entidades familiares formadas por pessoas do mesmo sexo. ADI 4277/11: o STF deu interpretação conforme para dizer que o art. 226, §3º da CF e o art. 1.723 do CC devem ser lidos com a expressão “pessoas”, ao invés de homem e mulher. Segundo o STF, a essa entidade devem ser aplicadas as normas relativas às uniões estáveis. RELAÇÕES DE PARENTESCO 1. Parentesco 1.1 Conceito: parentesco é um vínculo que une as pessoas, podendo proceder de diversas causas: pessoas que descendem uma das outras, que derivam de um ancestral comum, ligadas por vínculos socioafetivos, de afinidade etc. 2. Vinculo de parentesco: O vínculo de parentesco é estabelecido em linhas (reta e colateral) e graus a) Parentes em linha reta (art. 1591 CC): mantêm entre si relação de descendência direta, decorrente ou não de vinculo biológico. São ascendentes e descendentes (pai-filho; avô-bneto; bisavô-bisneto). O parentesco é infinito. b) Parentes em linha colateral ou transversal (art. 1.592): determina o parentesco a partir de um ancestral em comum, sem que os parentes descendam diretamente uns dos outros. Irmãos, tios, sobrinhos. O parentesco interessa ao Direito Civil até o 4º grau. Graus: correspondem a distância entre os parentes. Art. 1594 Parentesco por afinidade (art. 1.595): é o elo de ligação entre o cônjuge/ companheiro/ parceiro homoafetivo em relação aos parentes do outro. Na linha reta é ilimitado e para sempre; na linha colateral é finita, até o 2º grau. 12 FILIAÇÃO E RECONHECIMENTO DE FILHOS 1. Conceito: filiação é a relação de parentesco estabelecida entre pessoas que estão no primeiro grau, em linha reta entre uma pessoa e aqueles que a geraram ou que a criaram, com base no afeto e na solidariedade, almejando o desenvolvimento da personalidade e da realização pessoal. 2. Critérios determinantes da filiação 2.1 Critério legal ou jurídico 2.2 Critério biológico 2.3 Critério socioafetivo 2.1 CRITÉRIO DA PRESUNÇÃO LEGAL: art. 1597 Presunções pater is est e mater semper certa est a) Aplicaçãodo critério da presunção legal na procriação natural (mecanismo sexual): incisos I e II do art. 1597 b) Aplicação do critério da presunção legal na procriação assistida: incisos II, IV e V do art. 1597 Ações impugnatórias de paternidade ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2.2 Critério biológico Súmula 301 do STJ: presunção juris tantum de paternidade na hipótese de recusa do suposto pai em realizar o exame de DNA. É presunção relativa, que depende das demais provas carreadas ao processo. 2.3 Critério afetivo: a filiação socioafetiva “Posse de estado de filho é uma relação afetiva, íntima e duradoura, caracterizada pela reputação frente a terceiros como se filho fosse, e pelo tratamento existente na relação paterno-filial, em que há o chamamento de filho e a aceitação do chamamento de pai” enunciado 256 da JDC. 3. Reconhecimento de filho: O reconhecimento de filho, que pode ser voluntário ou forçado, destina-se àquele nascido fora de uma relação casamentaria. Para os filhos nascidos de um casamento, aplica-se, em regra, a presunção legal de paternidade ou de maternidade. 13 3.1 Reconhecimento voluntário de filho: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3.2 Reconhecimento forçado de filho ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Exame da Ordem. 2012 Questão 34 A respeito da perfilhação é correto dizer que A) constitui ato formal, de livre vontade, irretratável, incondicional e personalíssimo. B) se torna perfeita exclusivamente por escritura pública ou instrumento particular. C) não admite o reconhecimento de filhos já falecidos, quando estes hajam deixado descendentes. D) em se tratando de filhos maiores, dispensa‐se o consentimento destes. ALIMENTOS 1. Conceito: Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si (Orlando Gomes) 14 2. Espécies de alimentos: a) Em soma pecuniária: entrega de soma em dinheiro. b) In natura: quando o credor presta os próprios bens necessários à sobrevivência do alimentante. 2. Características: a) Personalíssimos b) Irrenunciável c) Atualidade d) Futuridade e) Imprescritibilidade f) Transmissibilidade g) Subsidiariedade e divisibilidade h) Irrepetibilidade i) Vedação à suspensão automática do pensionamento 3. Requisitos para o dever de prestar alimentos Vínculo de parentesco ou vínculo decorrente de casamento ou de união estável; Possibilidade econômica do alimentante; Necessidade do alimentando; Reciprocidade; Razoabilidade; 4. alimentos gravídicos (Lei 11.804 de 2008) Reconhece o direito de personalidade do nascituro a uma gestação saudável. Acolhe, pela via oblíqua, a teoria concepcionista. Correspondem à pensão fixada judicialmente, em favor do nascituro, destinada à manutenção da gestante durante o período de gravidez. Para a fixação dos alimentos, a lei exige mero indício de paternidade. É possível a fixação de alimentos provisionais, quando houver fumus boni juris. São devidos desde a concepção. Se o concepturo nascer com vida, os alimentos gravídicos são convertidos automaticamente em alimentos definitivos. 5. Diferença entre alimentos provisórios, provisionais, transitórios e definitivos a) Alimentos provisórios: possuem natureza antecipatória, concedidos em ações de alimentos, de forma liminar. Exigem prova pré-constituída de vínculo de parentesco ou de casamento. b) Alimentos provisionais: são elencados como medida cautelar nominada, com natureza satisfativa. Exigem prova indiciária de vínculo de parentesco ou de casamento. (arts. 852 a 854 do CPC) c) Alimentos transitórios: são concedidos por tempo certo, para permitir que o alimentando tome as providencias necessárias para a sua independência financeira. d) Alimentos definitivos: são fixados por tempo indeterminado, perdurando enquanto durar a situação fática que o determinou. 15 Exame da Ordem. 2012 Questão 40 Henrique e Natália, casados sob o regime de comunhão parcial de bens, decidiram se divorciar após 10 anos de união conjugal. Do relacionamento nasceram Gabriela e Bruno, hoje, com 8 e 6 anos, respectivamente. Enquanto esteve casada, Natália, apesar de ter curso superior completo, ser pessoa jovem e capaz para o trabalho, não exerceu atividade profissional para se dedicar integralmente aos cuidados da casa e dos filhos. Considerando a hipótese acima e as regras atinentes à prestação de alimentos, assinale a afirmativa correta. A) Uma vez homologado judicialmente o valor da prestação alimentícia devida por Henrique em favor de seus filhos Gabriela e Bruno, no percentual de um salário mínimo para cada um, ocorrendo a constituição de nova família por parte de Henrique, automaticamente será minorado o valor dos alimentos devido aos filhos do primeiro casamento. B) Henrique poderá opor a impenhorabillidade de sua única casa, por ser bem de família, na hipótese de ser acionado judicialmente para pagar débito alimentar atual aos seus filhos Gabriela e Bruno. C) Natália poderá pleitear alimentos transitórios e por prazo razoável, se demonstrar sua dificuldade em ingressar no mercado de trabalho em razão do longo período que permaneceu afastada do desempenho de suas atividades profissionais para se dedicar integralmente aos cuidados do lar. D) Caso Natália descubra, após dois meses de separação de fato, que espera um filho de Henrique, serão devidos alimentos gravídicos até o nascimento da criança, pois após este fato a obrigação alimentar somente será exigida em ação judicial própria. Questão 42 Fernanda, mãe da menor Joana, celebrou um acordo na presença do Juiz de Direito para que Arnaldo, pai de Joana, pague, mensalmente, 20% (vinte por cento) de 01 (um) salário mínimo a título de alimentos paraa menor. O Juiz homologou por sentença tal acordo, apesar de a necessidade de Joana ser maior do que a verba fixada, pois não existiam condições materiais para a majoração da pensão em face das possibilidades do devedor. Após um mês, Fernanda tomou conhecimento que Arnaldo 16 trocou seu emprego por outro com salário maior e procurou seu advogado para saber da possibilidade de rever o valor dos alimentos fixados em sentença transitada em julgado. Analisando o caso concreto, assinale a afirmativa correta. A) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois o mesmo já foi decidido em sentença com trânsito em julgado formal. B) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois o mesmo é fruto de acordo celebrado entre as partes e homologado por juiz de direito. C) É possível rever o valor dos alimentos, pois no caso concreto houve mudança do binômio “necessidade x possibilidade”. D) É possível rever o valor dos alimentos, pois o acordo celebrado entre as partes e homologado pelo juiz de direito está abaixo do limite mínimo de 30% (trinta por cento) de 01 (um) salário mínimo, fixado em lei, como mínimo indispensável que uma pessoa deve receber de alimentos. Exame da Ordem. 2010 16. Em relação aos alimentos, assinale a alternativa correta. (A) Eles não servem apenas para garantir as necessidades básicas do alimentando, mas também para preservar a condição social de quem os pleiteia. (B) No atual Código Civil, o cônjuge eventualmente declarado culpado pela separação não sofre qualquer restrição em seu direito de pedir alimentos ao outro cônjuge. (C) A obrigação alimentar possui como característica básica ser irrenunciável, não poder ser restituída ou compensável e ser intransmissível. (D) A possibilidade de os filhos maiores pedirem alimentos aos pais continua a existir após se atingir a maioridade, em razão da continuação do poder familiar que esses exercem sobre os filhos necessitados. PODER FAMILIAR 1. Conceito: “O poder familiar é a autoridade pessoal e patrimonial que o ordenamento atribui aos pais sobre os filhos menores no exclusivo interesse 17 destes. Compreende precisamente os poderes decisórios funcionalizados aos cuidados e educação do menor e, ainda, os poderes de representação do filho e de gestão de seus interesses” (Massimo Bianca) Art. 22 do ECA 2. Caracteres do poder familiar a) Trata-se do poder-dever de ambos os pais em relação aos seus filhos menores (art. 1630); b) Deve ser exercido pelos pais, independentemente do estado civil destes. Na ausência de um dos pais, o outro exercerá o poder familiar com exclusividade (art. 1631 e art. 21 do ECA) c) Se um dos pais divergir quanto ao exercício do poder familiar, cabe ao juiz dirimir a controvérsia (art. 1631) d) A dissolução da união entre os pais não interfere no poder familiar (1632), bem como o novo casamento ou união estável de qualquer um deles (p.u. do art. 1579 e art. 1636). e) A ausência de recursos financeiros para o sustento do menor não é motivo suficiente para a suspensão ou perda do poder familiar, devendo a família receber subsídios estatais (art. 23 do ECA). f) Paragrafo único do art. 36 do ECA: O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda 3. Exercício do poder familiar: art. 1634 (slide) 4. Suspensão, perda e extinção do poder familiar: art. 1635 e art. 1638 (slide) Observações: Se configurada a alienação parental, o genitor alienador pode ter suspenso ou perdido o poder familiar (art. 6º, VII da Lei 12.318 de 2010) Se o pai ou a mãe forem condenados pela prática de crime, cuja pena seja superior a 2 anos de prisão, o juiz determinará a suspensão do poder familiar (p. u. do art. 1637 do CC). Se o crime praticado for doloso contra o filho, sujeito à pena de reclusão, pode acarretar a perda do poder familiar (art. 92, II do CP); 5. Responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por seus filhos menores (art. 932, I CC) 6. Administração e usufruto dos bens dos filhos menores Restrições: Bens excluídos da administração e do usufruto dos pais: (art. 1693) (slide) Para alienar e gravar os bens do menor é necessária a autorização do juiz (art. 1691); (slide) Os pais não podem contrair obrigações em nome dos menores, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz (art. 1691). 18 (FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia) Juliana deu a luz a uma menina na Maternidade São Judas Tadeu. Juliana e o pai da criança, por não terem condições financeiras para a criar a filha e por serem viciados em tóxicos, a abandonaram na porta da casa dos avós maternos, não a procurando mais e jamais exercendo o poder familiar. Considerando o fato narrado, assinale a afirmativa correta. a) Os casos de perda e de suspensão do poder familiar serão decretados judicialmente, em procedimento contraditório, apenas nos casos de descumprimento dos deveres e obrigações de sustento, guarda e educação dos filhos menores. b) A falta ou a carência de recursos materiais não constituem motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. c) As medidas de proteção à criança e ao adolescente somente serão aplicáveis quando os seus direitos forem ameaçados ou violados por falta, omissão ou abuso dos pais. d) A criança ou o adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família, assegurada a convivência familiar e comunitária, mesmo em ambiente com a presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. e) A criança ou o adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família extensa. BEM DE FAMÍLIA 1. Espécies a) Bem de família voluntário ou convencional b) Bem de família legal 1.1 Bem de família voluntário ou convencional: a) Conceito: é a imputação voluntária de determinado bem como garantia de asilo à família. É feito através de especialização no registro imobiliário, o que consagra ao bem impenhorabilidade limitada e inalienabilidade relativa. b) Previsão legal: arts. 1.711 a 1722 2. Bem de família legal a) Previsão legal: Lei 8.009 de 1990 b) Conceito: trata-se da proteção automática dada por lei ao imóvel que serve de residência para o seu titular e sua família. Prescinde de registro imobiliário ou de ato expresso de vontade. 19 TUTELA 1. Tutela 1.1 Conceito: é o encargo conferido a alguém para dar assistência, representar e administrar a pessoa e o patrimônio de uma criança ou adolescente, cujos pais estão mortos, declarados ausentes por decisão judicial ou destituídos do poder familiar, com o escopo de garantir a sua proteção integral. Atenção! A tutela tem como espírito cumprir as funções do pai e da mãe, porém não tem o mesmo alcance do poder familiar. Logo, pode não haver envolvimento afetivo entre tutor e tutelado; o tutor não tem usufruto dos bens do tutelado; não pode emancipa-lo ou autorizar casamento (art. 1740). Tem o dever de prestar contas. 1.2 Modalidades de tutela (art. 1729 CC) a) Tutela documental: quando os pais, sozinhos ou conjuntamente, através de documento público ou particular, indicam a pessoa habilitada a servir como tutor de seus filhos menores. b) Tutela testamentária: quando o tutor é instituído por testamento ou codicilo.É nulo o testamento realizado em conjunto (art. 1863). O pai e a mãe devem elaborar o seu separadamente. A nulidade de alguma das cláusulas do testamento não o invalida por inteiro (art. 184), valendo a parte sem vício. Observações: A nomeação é ato livre, não sujeito a termo, condição. Pela sua natureza, é ato revogável e retratável. Dispensa a homologação judicial O pai e a mãe que perderam o poder familiar não podem nomear tutor. O mesmo raciocínio para os pais que, quando o nomearam tinham o poder familiar, mas o perderam antes de morrer. A tutela é incompatível com o poder familiar. O tutor nomeado apenas assumirá o encargo quando o pai e a mãe falecerem. (art. 1.728 CC e art. 36 do ECA) c) Tutela legítima ou legal: (art. 1831) cabe na hipótese de os pais não terem escolhido tutor para os filhos ou a escolha ser inválida ou ineficaz. d) Tutela dativa: determinada na ausência ou invalidade/ineficácia das demais tutelas. Ex.: menor em situação de abandono (art. 98 do ECA); quando os interesses do tutelado colidem com o do tutor; quando houver exclusão do tutor (art. 1732 CC) etc. 1.3 Quem pode ser tutor: Na tutela documental e testamentária: quem os pais escolherem, podendo ser parente ou não. O ideal é que seja parente com quem a criança ou o adolescente tenha um vínculo de afetividade (art. 28, §3º do ECA), geralmente um parente. 20 Na tutela legal, 1731 (slide): Ordem: os ascendentes, preferindo os mais próximos aos mais remotos; os colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos. No mesmo grau, os mais velhos aos mais moços. Esta ordem é flexível, cabendo a escolha ao juiz, considerando o melhor interesse da criança e do adolescente. 1.4 Quem não pode ser tutor: (art. 1735) 1.5 Quem pode se recusar a ser tutor (art. 1736) Quem não é parente do menor não é obrigado a aceitar a tutela. (art. 1737) 1.6 Observações gerais: A nomeação do tutor depende de ato judicial, em procedimento especial de jurisdição voluntária (arts. 1.187 a 1193 do CPC). Os bens do menor são entregues ao tutor mediante termo especificado e dos seus valores (art. 1.745 CC) Quando o patrimônio do tutelado for de valor considerável, o juiz pode ordenar ao tutor que preste caução (garantia pessoal ou real) (parágrafo único do art. 1.745 CC) O tutor é obrigado a servir por dois anos, podendo este período ser prorrogado (art. 1.765 CC) Para fiscalizar as ações do tutor, o juiz pode nomear um protutor (art. 1.742 CC). Serve exclusivamente para fiscalizar os atos do tutor. O tutor é obrigado a prestar contas anualmente (art. 1.755 e 1.756 CC), enquanto exerce a tutela ou de 2 em dois anos, após o seu termo (art. 1.757 CC) O juiz tem responsabilidade direta quando deixa de nomear tutor quando isto lhe compete (art. 1.744, I) ou subsidiária, quando não lhe exige caução ou deixa de destituí-lo quando deveria (art. 1.744, II) 1.7 Exercício da tutela: é indivisível, pessoal e indelegável (art. 1.740, art. 1.747. art. 1.748 e art. 1.749 CC. 1.8 Quando cessa a tutela: (art. 1763) Com a aquisição da maioridade civil pelo tutelado (art. 36 do ECA). Quando sobre o menor se estabelecer poder familiar (pela adoção, p. ex) Quando o tutor for destituído de suas funções. Exame da Ordem. 2012 Questão 43 Eduardo e Mônica, casados, tinham um filho menor chamado Renato. Por orientação de um advogado, Eduardo e Mônica, em 2005, fizeram os respectivos testamentos e nomearam Lúcio, irmão mais velho de Eduardo, como tutor do menor 21 para o caso de alguma eventualidade. Pouco antes da nomeação por testamento, Lúcio fora definitivamente condenado pelo crime de dano (art. 163 do Código Penal), mas o casal manteve a nomeação, acreditando no arrependimento de Lúcio, que, desde então, mostrou conduta socialmente adequada. Em 2010, Eduardo e Mônica morreram em um acidente aéreo. Dois anos depois do acidente, pretendendo salvaguardar os interesses do menor colocado sob sua tutela, Lúcio, prevendo manifesta vantagem negocial em virtude do aumento dos preços dos imóveis, decide alienar a terceiros um dos bens imóveis do patrimônio de Renato, depositando, imediatamente, todo o dinheiro obtido na negociação em uma conta de poupança, aberta em nome do menor. Diante do caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) A nomeação de Lúcio como tutor é inválida em razão de ter sido condenado criminalmente, independentemente do cumprimento da pena, mas a alienação do imóvel é lícita, pois atende ao princípio do melhor interesse do menor. B) A nomeação de Lúcio como tutor é válida, apesar da condenação criminal, e a alienação do imóvel é lícita, pois atende ao princípio do melhor interesse do menor. C) A nomeação de Lúcio como tutor é válida, apesar da condenação criminal, mas a alienação do imóvel, sem prévia avaliação e autorização judicial, é ilícita. D) A nomeação de Lúcio é inválida em razão de ter sido condenado criminalmente, mas a alienação do imóvel é lícita, pois somente bens móveis de alto valor necessitam de prévia avaliação e autorização judicial. CURATELA 1. Conceito: é o encargo imposto a uma pessoa natural para cuidar e proteger uma pessoa maior de idade que não possui plena capacidade jurídica. Exceção: é possível a nomeação de curador para o menor portador de patologia psíquica. 2. Elementos comuns entre a curatela e a tutela: a) Ambos são um múnus público imposto a alguém para proteção de outrem; b) São indivisíveis c) Geralmente são gratuitos d) Decorrem de decisão judicial 22 3. Diferença entre curatela e tutela TUTELA CURATELA Vocacionada à proteção da criança e do adolescente Vocacionada à proteção do adulto Concedida em razão da inexistir poder familiar Protege as pessoas mencionadas no art. 1767 4. Pessoas sujeitas à curatela: (art. 1767) 5. Aspectos processuais: A curatela é instituída através do procedimento especial de jurisdição voluntária de interdição (art. 1.177 do CPC). Há participação do MP. BONS ESTUDOS!!!! BOA SORTE!!!!
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