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Revolução das luas de Júpiter Resumo Nessa atividade observamos as quatro luas que Galileo viu através de seu telescópio, foi utilizado o software Revolution of Jupiter moons que simula o uso de um telescópio automático provido de uma câmara de CCD, que fornece imagens digitais à um computador. Essas luas são conhecidas como as luas galileanas e possuem o nome de Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Essa simulação é realista e pode, com seu uso, fornecer uma ideia de como astrônomos coletam dados atualmente. Também, essa atividade permite a análise de um problema que somente seria possível com o auxílio de um telescópio e inúmeras noites claras. Tomando inúmeras observações em intervalos de tempo para a posição das quatro luas em torno de Júpiter, foi possível coletar dados e manipular esses dados de modo a obter o período orbital P e a Amplitude A. Utilizando a 3a Lei de Kepler foi possível determinar a massa de Júpiter. Pode-se fazer isso para cada lua de Júpiter separadamente e fazer uma média do valor obtido para obter um valor estatisticamente mais significativo. Palavras-chave: Revolution of Jupiter Moons; Júpiter. 1. Fundamentação teórica Relação entre Movimento circular uniforme e Movimento Harmônico simples O movimento harmônico simples (MHS) é um tipo particular de movimento periódico oscilatório em que a partícula se move, num dado referencial, sobre uma reta, de modo que a intensidade da força que tende a levá-la ao ponto fixo nesse mesmo referencial cresce na mesma proporção em que aumenta o seu afastamento deste mencionado ponto fixo. O movimento harmônico simples pode ser visto como a projeção ortogonal do movimento circular uniforme (MCU) sobre qualquer diâmetro (ou qualquer reta paralela a qualquer diâmetro) da circunferência que constitui a trajetória da partícula no referencial considerado. Como exemplo concreto (Fig.1), podemos imaginar uma partícula Q em MCU num plano vertical, com luz incidindo verticalmente, de cima para baixo. A sombra P da partícula Q, numa superfície horizontal, descreve um MHS. Figura 1: Partícula Q em MCU num plano vertical A grandeza x, que representa a posição da partícula no MHS, é chamada de elongação. Em outras palavras, a elongação é a distância da partícula à origem do eixo X com um sinal que, se é positivo, indica que a partícula se encontra na porção positiva do eixo X, e se é negativo, indica que a partícula se encontra na porção negativa do eixo X. À distância A, que vai da origem do eixo X até qualquer um dos pontos de retorno da partícula, é chamada de amplitude. A amplitude do MHS tem o mesmo valor que o raio da trajetória da partícula no MCU correspondente. A cada volta completa da partícula na Fig. 1, temos uma revolução completa T na Fig. 2. Neste intervalo de tempo a partícula percorre 2(π), logo a velocidade angular é: ω = 2(π)/T e a derivada de (ω) nos fornece a aceleração angular que é: a = ω ².R, onde o raio R = Amplitude. Se o ponto Q (partícula) executa uma revolução completa no tempo T, então o ponto P (sombra da partícula) realiza o ciclo completo da oscilação no mesmo intervalo de tempo; portanto T é o período de oscilação. Desta forma, temos que: T = 1/f = 2(π)/ ω . Figura 2: Período e Amplitude do MHS Temos então que o eixo X da Fig. 2 nos fornece o raio (amplitude) do círculo da Fig. 1, ou seja, a amplitude A. E o eixo do t nos fornece o período T, calculado pela equação T = 2(π)/ ω. Leis de Kepller 1° lei de Kepler A primeira lei de Kepller diz que as órbitas dos planetas são elípticas com o sol ocupando um de seus focos. A Fig. 3 mostra a geometria de uma elipse. A dimensão maior corresponde ao eixo maior, e a é a metade do comprimento do eixo maior; este comprimento é o semieixo maior. A soma das distâncias de S até P e de S' até P é a mesma para todos os pontos sobre a curva. Figura 3:1a lei de Kepller 2° lei de Kepler A linha que liga o planeta ao Sol varre áreas iguais em tempos iguais: (A1/t) = (A2/t). Figura 4:2a lei de Kepller 3° lei de Kepler Os quadrados dos períodos de translação (T) dos planetas são proporcionais aos cubos dos semi-eixos maiores de suas órbitas (A). Sendo que a amplitude (A) e o período (T) podem ser calculados através da análise da senóide da Fig.2. As órbitas planetárias são muito próximas de uma circunferência deste modo podemos calcular a massa de Júpiter se tivermos o raio que equivale ao semi-eixo maior da orbita e o período de uma de suas luas utilizando da equação 1.0: M = (1.0) Onde G é a constante universal e seu valor é de 6,67 x 10-11 Nm2/Kg2 . 2. Objetivo Calcular o período orbital de cada uma das quatro luas Galileanas de Júpiter e com os dados obtidos calcular a massa de Júpiter. 3. Metodologia Utilizei o programa Revolution of Jupiter Moons, para simular as órbitas das luas de Júpiter e assim obter o semi-eixo da órbita da lua através da amplitude da senóide e o período orbital da lua através do período da senóide. 1. Fiz o Log In no programa em Student com meu nome. Introduzi a data referente ao meu nascimento na opção Run, Universal Time (1982/04/23), e cliquei em Ok. Figura 5: Definição de data e hora 2. Em seguida, na tela abaixo entrei em File, Features e selecionei Animation, Use ID Colors e Show Top View. Figura 6: Imagem de júpiter e da revolução das luas 3. Na tela abaixo, em View, cliquei em Normal. Figura 7: Imagem superior das orbitas das luas de júpiter 4. Em seguida pude variar o intervalo das observações na opção Timing Intervals e set Observation Step (Hrs) na seguinte ordem: 8 observações com intervalo de 3 horas, depois 12 observações com intervalo de 6 horas, mais 12 observações com intervalo de 12 horas e finalmente mais 8 observações com intervalo de 24 horas. 5. Em cada uma das observações foram coletar os dados clicando com o mouse em cima de uma das luas, e em seguida, clicando em cima da tecla Record, repetindo o mesmo processo para as outras luas. Após ter gravada a posição das 4 luas cliquei em Ok. 4. Análise dos Dados Através da opção de Analyse do programa Revolution of Jupiter Moons e com os dados coletados acima pode montar um gráfico para cada uma das luas. Na opção Data cliquei em Analyse, assim aparece uma tela que te possibilita selecionar a lua da qual você pretende montar o gráfico. Cliquei em Data, Select Moon, Io e assim obtive o gráfico formado pelos pontos coletado nas observações da lua IO. Os parâmetros T-Zero, Período e Amplitude da senóide foram ajustados nas opções Data, Plot, Fit Sine Curve, Set Initial Parameters, tendo a necessidade de um ajuste fino da senóide para encontrar o melhor ajuste aos dados “experimentais”. Repeti esses procedimentos para cada uma das Luas, determinando o período orbital de cada uma delas, e, por último, calculei a massa de Júpiter com os dados de cada Lua utilizando da equação (1.0). Figura 8: Coleta de dados 5. Resultados Depois de todos os procedimentos da seção 3 para cada uma das luas de Júpiter e dos ajustes necessários nos parâmetros da senóide, obtive os seguintes gráficos para as órbitas das Luas: Io, Ganymede, Europa e Calisto. Figura 9: Gráfico referente a órbita da lua Io Figura 10: Gráfico referente a órbita da lua Europa. Figura 11: Gráfico referente a órbita da lua callisto. Figura 12: Gráfico referente a órbita da lua Ganymedes. Nas figuras 9,10,11 e 12 visualizamos que o ajuste da senóide foi muito eficaz em relação aos dados experimentais, e dosgráficos podemos extrair as amplitudes das senóides de cada lua de Júpiter, nos fornecendo o semi-eixo maior da órbita de cada lua. Também podemos extrair o período destas senóides que corresponde ao período das órbitas das luas, valores citados em Tabela 01. Tabela 1: Período e Amplitude da senóide ajustada. Lua Amplitude (diâmetros de júpiter) Amplitude (metros) Período (dias) Período (segundos) Io 2,9514 407883480 1,77204 153104,256 Europa 4,7059 650355380 3,55103 306808,992 Ganymedes 7,4657 1031759740 7,13486 616451,904 Callisto 13,2287 1828206340 16,60991 1435096,224 Tabela 2: Valores de diâmetro e massa de Júpiter, Terra e Sol. Diametro(m) Massa(kg) Júpiter 142994760 1,898 x 1027 Terra 12756000 5,973 x 1024 Sol 1392955200 1,989 x 1030 Através dos dados da Tabela 01 do diâmetro de Júpiter da Tabela 2, da constante universal da gravidade G igual a 6,67 x 10-11 Nm2/Kg2 e da equação (1.0), foi calculada a massa de Júpiter com os dados de cada Lua, variando o semi-eixo maior da órbita da lua na equação que corresponde ao raio médio na equação 15, assim, obtive quatro valores da massa de Júpiter citados em Tabela 3 foi calculado também o valor médio da massa de Júpiter citados em Tabela 3 em Kilograma, em unidades de massa do Sol, e em unidades de massa da Terra. Tabela 3: Valores da massa de Júpiter Lua Massa de Júpiter (kg) Massa de Júpiter (massa do sol) Massa de júpiter (massa da terra) Io 1,71236x10 27 0,000860481 286,8269865 Europa 1,72853 x10 27 0,000868607 289,5357752 Ganymedes 1,70961 x10 27 0,000859102 286,3673657 Callisto 1,75499 x10 27 0,000881903 293,9678104 Massa média 1,72637 x1027 0,000867523 289,1744845 6. Conclusão Podemos dizer que nosso objetivo foi concluído com êxito porque através do software Revolution of Jupiter Moons, determinamos o período orbital de cada uma das quatro luas Galileanas de Júpiter, citados em Tabela 1 e verificamos a validade da terceira lei de Kepler ao determinar a massa de Júpiter utilizando a equação(1.0). Ao comparar as Tabelas 2 e 3, notamos que o valor médio encontrado da massa de Júpiter está bem próximo do valor encontrado na literatura. 7. Bibliografia Sears e Zemansky, Física II, 10° edição, Termodinâmica e ondas; cap.: 13, oscilações;. Astronomia e astrofísica - http://astro.if.ufrgs.br/ Wikipédia: leis de kepler.