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Introdução à Farmacodinâmica: local de ação, mecanismos de ação e efeitos Curso de Enfermagem (5º Período) Professora MSc. Telma Lélia Gonçalves Schultz de Carvalho Santarém 2016 OBJETIVOS DA AULA 1. Conceituar farmacodinâmica; 2. Descrever o local de ação das drogas; 3. Descrever o mecanismo de ação das drogas; 4. Apontar os efeitos das drogas no organismo. FARMACODINÂMICA Introdução Como as drogas atuam? Que efeitos produzem? A resposta é dada pela .... FARMACODINÂMICA FARMACODINÂMICA Introdução Para compreendermos melhor devemos responder... Onde as drogas atuam? De que modo atuam? Quais seus efeitos? FARMACODINÂMICA Introdução Organismo Resposta Efeito Estímulo Ação Droga-medicamento + Receptor ↔ Complexo droga- receptor → Efeito biológico FARMACODINÂMICA Conceito • Estuda os mecanismos relacionados às drogas, que produzem alterações bioquímicas ou fisiológicas no organismo. • É como as drogas atuam produzindo seus efeitos e suas reações. FARMACODINÂMICA A farmacodinâmica investiga: • Locais de ação; • Mecanismos de ação; • Relação entre concentração da droga (dose) e magnitude do efeito; • Efeitos; • Variação das respostas às drogas. FARMACODINÂMICA COMO AGEM AS DROGAS? “As Drogas Não Criam Funções no Órgão ou Sistema Sobre o Qual Atuam. As Drogas Modificam as Funções Preexistentes” (Penildon Silva) FARMACODINÂMICA • Eficácia – Grau de capacidade da droga produzir a resposta desejada. • Potência – Quantidade da droga necessária para produzir 50% da resposta máxima que a droga é capaz de induzir. – Usado para comparar compostos dentro das mesmas classes de drogas. Definições em farmacodinâmica FARMACODINÂMICA Definições em farmacodinâmica • Concentração Efetiva 50% (EC50) – Concentração da droga que induz um efeito clínico específico em 50% de indivíduos; • Dose Letal 50% (LD50) – Concentração da droga que induz morte em 50% de indivíduos FARMACODINÂMICA Definições em farmacodinâmica • Índice Terapêutico – Medida de segurança de uma droga – Calculado: LD50/EC50 • Margem de Segurança – Margem entre as doses terapêutica e letal de uma droga FARMACODINÂMICA Definições em farmacodinâmica Uso Terapêutico dos fármacos depende: Propriedades farmacodinâmicas Eficácia Efetividade Segurança FARMACODINÂMICA Definições em farmacodinâmica Eficácia Quantificação do efeito benéfico Efetividade Segurança + esquema de administração Segurança Efeito benéfico x nocivo FARMACODINÂMICA Ação x Efeito 1- A ação depende da interação droga-receptor; 2- Para que uma droga atue deve estar junto do efetor (Biofase); 3- A ação representa uma cadeia de eventos (transdução) que resultam nos efeitos terapêuticos ou tóxicos; 4- O efeito representa a expressão final da Droga. FARMACODINÂMICA Ação x Efeito AÇÃO Alterações biomoleculares decorrentes da interação de uma droga com sítios específicos nas células ou sistemas enzimáticos EFEITO São as consequências orgânicas dessa interação FARMACODINÂMICA AÇÕES GERAIS DAS DROGAS A ação das drogas podem ser: • Local ou Sistêmica; • Reversível ou Irreversível; • Específica ou Inespecífica; • Não mediada por receptores: (Antiácidos, Manitol) ou Mediada por receptores. FARMACODINÂMICA AÇÕES GERAIS DAS DROGAS a. Local: são formadas por drogas que não entram na corrente sanguínea, agindo localmente, no local de sua administração. Ex: pomada, creme, géis, etc. FARMACODINÂMICA AÇÕES GERAIS DAS DROGAS b. Sistêmica: são formadas por drogas que entram na corrente sanguínea, agindo via sistêmica. Ex: V.O; I.M; IV, etc. FARMACODINÂMICA AÇÕES GERAIS DAS DROGAS c. Reversível: Drogas que demoram mais tempo para realizar seu efeito, levam mais tempo para serem ativadas. Ex: V.O. FARMACODINÂMICA AÇÕES GERAIS DAS DROGAS d. Irreversível: Drogas ativas quando administradas, ou seja, já estão livres na corrente sanguínea já ativas (100% de biodisponibilidade). Ex: I.V. FARMACODINÂMICA AÇÕES GERAIS DAS DROGAS e. Específicas: Drogas que combate diretamente a causa das doenças. Ex: antibióticos. f. Inespecíficas: Drogas que somente alivia as manifestações clínicas da doença. Ex: analgésicos. FARMACODINÂMICA Ação x Efeito AÇÕES GERAIS DAS DROGAS As drogas agem por: Estimulação Depressão Reposição Antiinfecção FARMACODINÂMICA Ação ESTIMULAÇÃO A droga AUMENTA a atividade da célula alvo. Exemplos: Acetilcolina Estimula o SNP-parassimpático Noradrenalina Estimula o SNS-simpático FARMACODINÂMICA Ação DEPRESSÃO A droga DIMINUI a atividade da célula alvo. Exemplos: Amlodipina Inibe a contração do músculo liso vascular por bloqueio de canais de Cálcio. Loperamida Diminui o peristaltismo intestinal. FARMACODINÂMICA Ação REPOSIÇÃO A droga atua como repositora de nutrientes em doenças carenciais ou repositora hormonal nas hipofunções glandulares. Exemplos: Terapia de Reposição Hormonal Pós-Menopausa Vitamina C: para Escorbuto Vitamina B12 e Folato: para anemia perniciosa FARMACODINÂMICA Ação ANTIINFECÇÃO A droga age destruindo ou neutralizando organismos patogênicos. Exemplos: Mebendazol Tratamento da Ascaridíase. Amoxicilina Tratamento de IVAS. FARMACODINÂMICA Fatores Que Interferem na Ação Das Drogas Raça Idade Sexo Peso Superfície Corpórea Gravidez Farmacocinética Nutrição Estado Patológico Adesão do paciente ao tratamento FARMACODINÂMICA PRINCÍPIOS DA FARMACODINÂMICA (“o que a droga faz ao organismo”) ligação droga – receptor farmacológico AÇÃO EFEITO Alterações bioquímicas ou fisiológicas que modificam as funções celulares. Específica: combate diretamente a causa das doenças (ex. antibióticos) Inespecífica: somente alivia as manifestações (ex. analgésicos) Conseqüência da ação, clinicamente observável ou mensurável. •Receptores farmacológicos; Canais Iônicos; Transportadores; Enzimas. “Qualquer componente biológico que interage, especificamente, com uma molécula de droga, produzindo um efeito.” AÇÃO Sítios de ação Local de atuação de determinada droga. FARMACODINÂMICA Locais de ação X Mecanismo de ação Mecanismos Pelos quais as drogas desencadeiam efeitos biológicos FARMACODINÂMICA Mecanismo de ação Descrição de processos moleculares que permitem a atuação da Droga Múltiplos efeitos Múltiplos m. de açãoAtropina Anti-histamínico FARMACODINÂMICA FARMACODINÂMICA Alvos ação de drogas Receptores Enzimas Moléculas Transportadoras Canais iônicos Outros tipos: proteínas estruturais proteínas intracelulares Locais de ação X Mecanismo de ação FARMACODINÂMICA PRINCIPAIS ALVOS PARA AÇÃO DAS DROGAS- MEDICAMENTOS Receptores (receptores para ligantes reguladores endógenos) Canais Iônicos Transportadores Enzimas FARMACODINÂMICA FARMACODINÂMICA RECEPTORES FARMACOLÓGICOS • São macromoléculas, geralmente proteicas ou glicoproteicas, presentes na Membrana Plasmática ou interior das células que, ao se interagirem com os fármacos, desencadeiam alterações biomoleculares, modificando a função celular. Mecanismos de Ação Mediados por Receptores FARMACODINÂMICA Para produzir efeito farmacológico o fármaco precisa ter duas características: Afinidade pelo receptor Atividade Intrínseca Capacidade de se ligarTendência de uma droga se ligar ao receptor Depois de ligar, tem que ter capacidade de ativar. Tendência para ativar é chamada de eficácia Teoria Clássica do receptor FARMACODINÂMICA Para produzir efeito farmacológico o fármaco precisa ter duas características: Teoria Clássica do receptor FARMACODINÂMICA Ação FARMACODINÂMICA CLASSIFICAÇÃO DE RECEPTORES Tipos • Efeito de agonistas e potência relativa de agonistas e antagonistas Exemplo: Receptores muscarínicos e nicotínicos da acetilcolina • Efeito muscarínico – agonista muscarina / antagonista atropina • Efeito nicotínico – agonista nicotina / antagonista tubocurarina Subtipos • Podem apresentar seletividade a agonistas / antagonistas ou não • Mecanismos de transdução do sinal podem ser distintos Exemplo: Receptores muscarínicos M1, M2, M3, M4, M5 • M1, M3, M5 – ativação de proteína Gq • M2, M4 – ativação de proteína Gi Isoformas • Pouca diferença quanto as propriedades bioquímicas • Podem apresentar seletividade a agonistas / antagonistas ou não • Exemplo: Receptores a1A, a1B, a1C adrenérgicos FARMACODINÂMICA Ação • Drogas não-seletivas – Atua em vários receptores - efeitos • O receptor pode ser classificado pelo efeito específico – Receptores beta • FC • Relaxa os brônquios – Beta 1 (coração) – Beta 2 (m. liso e células glandulares) FARMACODINÂMICA Ação Família de receptores • Acoplados a proteína G • Canal iônico ativado por ligante • Enzima operada por ligante • Reguladores da síntese protéica FARMACODINÂMICA Ação Receptores acoplados a Proteína G A proteína G é formada por três subunidades a saber: alfa, beta e gama. O RAPG apresenta duas conformações: ativa e inativa. Cada receptor apresenta alta afinidade a uma série de ligantes específicos, estes ligantes atuam na região extracelular, ativando (ou não) a proteína G dentro da célula. FARMACODINÂMICA Canal iônico ativado por ligante Enzima regulada por ligante Os efeitos são produzidos como resultado de aumento da síntese proteica e tem início lento. Reguladores da síntese protéica FARMACODINÂMICA FARMACODINÂMICA Ação x Efeito FARMACODINÂMICA AGONISTA: substância que se liga ao receptor desencadeando o efeito biológico; ANTAGONISTA: substância que se liga ao receptor sem produzir efeito por si, mas contrapõe-se ao efeito do agonista. Ação x Efeito FARMACODINÂMICA Ação x Efeito FARMACODINÂMICA INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR FARMACODINÂMICA INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR FARMACODINÂMICA FARMACODINÂMICA AGONISTAS TOTAIS Têm afinidade pelo receptor Produzem efeito máximo Tem atividade intrínseca = 1 (100%) AGONISTAS PARCIAIS Têm afinidade pelo receptor Não produz efeito máximo Atividade intrínseca entre 0 e 1 ANTAGONISTAS Têm afinidade pelo receptor Não produz resposta direta Atividade intrínseca = 0 Ação x Efeito FARMACODINÂMICA ANTAGONISMO ENTRE FÁRMACOS Antagonista: é a droga que reduz a ação de outra droga (agonista). Com frequência, o efeito de um fármaco é diminuído ou totalmente abolido na presença de outro. Há alguns tipos de ANTAGONISMO: • Antagonismo competitivo: ambas as substâncias se ligam ao mesmo receptor, havendo uma competição entre elas e a ligação do antagonista impede a ligação do agonista, impedindo o efeito. • Antagonismo não-competitivo: agonistas e antagonistas se ligam sobre locais diferentes. Enquanto o agonista se liga ao receptor, o antagonista combina-se com outro local no receptor, impedindo a produção do efeito causado pelo agonista FARMACODINÂMICA • Antagonismo químico: o antagonista interage com o agonista e assim, o inativa. Exemplo: uso de agentes quelantes se ligam a metais pesados, reduzindo a toxicidade desses metais • Antagonismo farmacocinético: a antagonista reduz efetivamente a concentração do agonista no local de ação. Isso pode ocorrer de 2 maneiras: - A velocidade de degradação metabólica da substância é aumentada - A absorção da substância é diminuída FARMACODINÂMICA • Antagonismo fisiológico: descreve a interação de 2 substâncias cujas ações opostas no organismo tendem a anular uma à outra. Ex.: histamina estimula a secreção de ácido pelas céls da mucosa gástrica Ranitidina inibe essa secreção, ou seja, as duas substâncias exercem ações opostas, atuando como antagonistas fisiológicos. FARMACODINÂMICA AÇÕES DE FÁRMACOS NÃO MEDIADAS POR RECEPTORES FARMACODINÂMICA FARMACODINÂMICA Canais iônicos como alvo das drogas CANAIS IÔNICOS “Poros proteicos na bicamada lipídica das Membranas Plasmáticas, permitem a passagem seletiva de íons para o interior das células ou para o meio extracelular”. FARMACODINÂMICA Canais iônicos como alvo das drogas AÇÃO Os canais iônicos regulam a entrada e a saída de íons pela Membrana Plasmática. Controlam a excitabilidade da membrana, por modulação do potencial de ação. FARMACODINÂMICA Canais iônicos como alvo das drogas PRINCIPAIS CANAIS Canais de Sódio, Potássio, Cálcio e Cloreto ALGUNS EFEITOS Anti-hipertensivo (bloqueio de canais de cálcio), Analgesia opioidérgica (ativação de canais de potássio) FARMACODINÂMICA Canais iônicos como alvo de fármacosrmacos FARMACODINÂMICA Canais iônicos como alvo das drogas FARMACODINÂMICA ENZIMAS Função das Enzimas Acelerar (catalisar) as reações químicas que ocorrem nos organismos vivos. Fármaco + Enzima ALTERAÇÃO CONFORMACIONAL Em decorrência Ativação ou Inativação da Enzima FARMACODINÂMICA Renina Angiotensinogênio Angiotensina I Angiotensina II *ECA Vasoconstrição = Pressão Arterial CAPTOPRIL Inibição Enzimática Pressão Arterial *ECA: Inib. da Enzima Conversora da Angiotensina FARMACODINÂMICA As proteínas transportadoras incorporam um sítio de reconhecimento que as torna específicas para determinada molécula, e esses sítios de reconhecimento também podem constituir alvos para drogas que bloqueiam o sistema de transporte. PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS FARMACODINÂMICA • Exemplo de drogas que bloqueiam mecanismos transportadores através da membrana: Antidepressivos tricíclicos: bloqueiam a recaptação neuronal da noradrenalina e serotonina. PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS FARMACODINÂMICA Potência da Droga De quanto você precisa? • Quantidade relativa da droga necessária para produzir uma resposta desejada. A potência da droga também é utilizada para comparar duas drogas. Se a droga X produz a mesma resposta que a droga Y, porém em dose mais baixa. FÁRMACO X Dose = 20 FÁRMACO Y Dose = 50 MESMA RESPOSTA Conclusão: A droga X é mais potente que a droga Y. FARMACODINÂMICA Ação x Efeito Representação da curva dose-resposta FARMACODINÂMICA Ação x Efeito Representação da curva dose-resposta FARMACODINÂMICA Ação x Efeito Representação da curva dose-resposta FARMACODINÂMICA Os efeitos podem ser: • Excitatórios ou depressores; • Colateral ou secundário; • Direto ou indireto; • Irritante; • Desejável ou não; • Letal. Ação x Efeito FARMACODINÂMICA Ação x Efeito LEMBRAR • Nenhuma droga produz um efeito único!!! FARMACODINÂMICA Os efeitos podem ser: a) Excitatórios: são medicamentos que excitam um célula ou um órgão (Ex: cafeína, epinefrina). b) Inibidores ou Depressores: são medicamentos utilizados para acalmar, sedar, diminuir a atividade do SNC (Ex: diazepan). FARMACODINÂMICAOs efeitos podem ser: c) Colateral ou secundário: Em algumas situações o efeito desejado é o secundário. d) Direto: Age diretamente nos receptores celulares produzindo algum efeito = “AGONISTAS”. FARMACODINÂMICA Os efeitos podem ser: e) Indireto: Age bloqueando os receptores celulares, ou competindo com outras moléculas pelos mesmos receptores. Não produzem efeito. São chamadas de “Antagonistas”. d) Letal: Leva à morte. FARMACODINÂMICA Ação x Efeito • Os efeitos podem ser positivos ou negativos: Positivos Ex: • Cura ou efeitos paliativos; • ↓ da dor; • ↓ da H. A; • ↓ da Glicose. Negativos Ex: • Não resolução da problemática (sem efeito terapêutico); • ↑ Efeitos colaterais; • ↑ Desencadeamento de outros problemas. FARMACODINÂMICA Efeitos Adversos X Efeitos Colaterais • Efeito adverso, ou reação adversa ao medicamento (RAM): efeito diferente e indesejado daquele considerado como principal por um fármaco. • Definição da Anvisa: "É qualquer resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para profilaxia, diagnóstico e tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica.“ FARMACODINÂMICA Efeitos Adversos X Efeitos Colaterais REAÇÕES ADVERSAS – Pantoprazol O tratamento com Pantoprazol pode, ocasionalmente, levar ao aparecimento de cefaleia, distúrbios gastrointestinais como dor abdominal, diarreia, constipação ou flatulência e reações alérgicas como
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